- 14/04/2015
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Experiência 56 - Flashback Emocional
Esse vai ser um rápido relato de uma experiência que ocorreu sem consumo dos cogumelos, mas que foi um rápido e decisivo flashback na forma como o cogumelo funciona quando superamos mágoas e traumas do passado. Isso ocorreu na semana passada...
Duas décadas após o segundo grau, ainda me ressentia de uma cena com uma garota em uma situação de sala de aula. Era bem emblemática pra mim essa situação em como eu me sentia rejeitado e diferente das pessoas à época. Mas em um lapso cogumelístico, ao lembrar da situação com intenção de superação, minha mente entrou num rápido transe onde aquela cena foi substituída por todas as milhares de outras cenas que tive com ela ao longo dos anos, e subitamente aquela cena que parecia grande... desapareceu. Mesmo. Como ocorre durante um transe de cogumelo quando superamos traumas. Inverti emocionalmente um nó de 20 anos, trazendo uma sensação de bem-estar ao lembrar daquela mesma garota.
Foi isso. Nem todo flashback vai ser visual ou auditivo... às vezes pode ser uma dinâmica mental mais profunda.
Experiência 57 - Feliz Ano Novo!
Ah, sim. Nessa virada de 2019 pra 2020 quebrei meu gelo de quase um ano longe dos meninos santos para ingerir uma dose de 3 gramas de Ecuador. Descobri nesta experiência que de fato os medicamentos psiquiátricos que venho tomando há 2 anos reduzem a intensidade da dose, o que me levará a aumentar nas próximas para ter a expectativa ajustada.
Bem, a ingestão foi feita com mel: coloquei diretamente no ziplock onde ficam os cogumelos secos cerca de 30 minutos antes, preenchi bem lá dentro até ver que todos os cogumelos estavam envoltos em mel. Ao consumir, eles já não estavam como "palitos de dente prontos pra entalar na minha garganta até eu tomar água" mas guardaram certa rigidez, que era consistente com o sabor do mel. No fim, disfarçou perfeitamente o sabor! Acho que devo adotar esse método quando consumi-los secos. Só o finalzinho que vem o gosto do cogu se mastigar muito, mas aí já dá pra mandar pra dentro tudo com água.
Eu buscava trabalhar nesta viagem minha relação com a erva, à qual quero cortar relações kkk. Falei com Jah, agradeci tudo que já tinha me trazido de bom com ela, mas que enfim tava me atrapalhando e eu não tinha como fazer uso ritual da erva por conta de meu hábito compulsivo estabelecido, e o cogumelo é já meu sacramento. Com isso, fiz a primeira experiência enteogênica com cogumelos usando a erva ao longo dela quase toda: pensei em ter poder mental suficiente para analisar os efeitos dela e poder superar a vontade de usar, mas isso é inviável, já que a erva apenas aumenta a intensidade dos efeitos. De toda forma, fumei.
Fui algo diferente nesta experiência. Porque fumei no começo dela, a cannabis fez com que toda a fase de aceleração passasse muito, mas muito mais tranquila e confortável pra mim. Quando deitei na cama de cansado, me sentia no entanto bem, e não perturbado por sensações físicas de desconforto. Bem, até aí, nenhuma novidade. E também nenhuma novidade quando fumei no pico, que aumenta os efeitos. E quando fumei pro fim dos efeitos, o que recupera a força um pouco.
Explorei mais aspectos visuais dos efeitos ao resolver levantar da cama e ligar a luz. Quando vi o limite a que chegaria a onda, me tranquilizei mais. Olhei pra alguns bolos de cultivo e peguei um deles: fiquei admirando-o por vários minutos, em especial a parte onde tem vermiculita que se podem ver as hifas. Era um show de texturas, cores, cheiro. Questionei-o o que ele pensava de eu cultivar para consumir os cogumelos e dar uma vida tão curta, e ele me respondeu (em minha intuição) que eu lhes dava a dádiva de poder viver então podia ter seus cogumelos.
Depois fui nas plantinhas de tempero na janela aqui de casa. Peguei uma folha de hortelã e fiquei admirando ela, puxando ela, vendo textura, elasticidade, tudo nela era novo e admirável a cada forma diferente de olhar ou de tatear. E então eu fui pro cheiro, que já sentia em minhas mãos. Admirei o cheiro. Quando me dei conta de que era uma folha de tempero, comi-a. E admirei o sabor e como aquela coisa tão complexa aos olhos se tornavam em algo tão moído e de sabor único em minha boca.
Fiz o mesmo com uma folha de manjericão. kkk
Enfim, Pink Floyd do começo ao fim das 6 horas de experiência.
Na hora dos fogos, abri as janelas de casa durante uma hora com o som ligado para receber o ano novo e as energias. Tá certo que pensei que a intensidade seria muito maior dos efeitos, e que eu ouviria os fogos de artifício sob uma cidade aquática... (Medo de ir mais Fundo / Êxtase em Respirar (37 xp)) Mas foi bom abrir pela primeira vez a janela durante os efeitos. Depois, a fechei de novo.
Ah, por fim vieram bater aqui em casa. Outra novidade. Nunca ninguém me interrompeu na experiência. Eu abri a porta com toda gentileza do mundo, igual um chinês mestre dos contos de fantasia, e declinei gentilmente de sua oferta de "cheira esse lança perfume ae", "não vai fazer diferença não", "que mané cogumelo não altera nada"... enfim, lidei com a chatice de parente doido de outras coisas de virada de ano, mas gentilmente sorri enquanto ele descia a escada e ia embora e eu agradecia: "muito obrigado por me oferecer, você é muito gentil". E fechei a porta.
Tá doido... jogar veneno dentro do meu corpo? Ainda mais com psilocibina na mente? Nãããão. Cruzamentos pretendo fazer, mas apenas entre enteógenos.
E feliz ano novo pra todos vocês!
Esse vai ser um rápido relato de uma experiência que ocorreu sem consumo dos cogumelos, mas que foi um rápido e decisivo flashback na forma como o cogumelo funciona quando superamos mágoas e traumas do passado. Isso ocorreu na semana passada...
Duas décadas após o segundo grau, ainda me ressentia de uma cena com uma garota em uma situação de sala de aula. Era bem emblemática pra mim essa situação em como eu me sentia rejeitado e diferente das pessoas à época. Mas em um lapso cogumelístico, ao lembrar da situação com intenção de superação, minha mente entrou num rápido transe onde aquela cena foi substituída por todas as milhares de outras cenas que tive com ela ao longo dos anos, e subitamente aquela cena que parecia grande... desapareceu. Mesmo. Como ocorre durante um transe de cogumelo quando superamos traumas. Inverti emocionalmente um nó de 20 anos, trazendo uma sensação de bem-estar ao lembrar daquela mesma garota.
Foi isso. Nem todo flashback vai ser visual ou auditivo... às vezes pode ser uma dinâmica mental mais profunda.
Experiência 57 - Feliz Ano Novo!
Ah, sim. Nessa virada de 2019 pra 2020 quebrei meu gelo de quase um ano longe dos meninos santos para ingerir uma dose de 3 gramas de Ecuador. Descobri nesta experiência que de fato os medicamentos psiquiátricos que venho tomando há 2 anos reduzem a intensidade da dose, o que me levará a aumentar nas próximas para ter a expectativa ajustada.
Bem, a ingestão foi feita com mel: coloquei diretamente no ziplock onde ficam os cogumelos secos cerca de 30 minutos antes, preenchi bem lá dentro até ver que todos os cogumelos estavam envoltos em mel. Ao consumir, eles já não estavam como "palitos de dente prontos pra entalar na minha garganta até eu tomar água" mas guardaram certa rigidez, que era consistente com o sabor do mel. No fim, disfarçou perfeitamente o sabor! Acho que devo adotar esse método quando consumi-los secos. Só o finalzinho que vem o gosto do cogu se mastigar muito, mas aí já dá pra mandar pra dentro tudo com água.
Eu buscava trabalhar nesta viagem minha relação com a erva, à qual quero cortar relações kkk. Falei com Jah, agradeci tudo que já tinha me trazido de bom com ela, mas que enfim tava me atrapalhando e eu não tinha como fazer uso ritual da erva por conta de meu hábito compulsivo estabelecido, e o cogumelo é já meu sacramento. Com isso, fiz a primeira experiência enteogênica com cogumelos usando a erva ao longo dela quase toda: pensei em ter poder mental suficiente para analisar os efeitos dela e poder superar a vontade de usar, mas isso é inviável, já que a erva apenas aumenta a intensidade dos efeitos. De toda forma, fumei.
Fui algo diferente nesta experiência. Porque fumei no começo dela, a cannabis fez com que toda a fase de aceleração passasse muito, mas muito mais tranquila e confortável pra mim. Quando deitei na cama de cansado, me sentia no entanto bem, e não perturbado por sensações físicas de desconforto. Bem, até aí, nenhuma novidade. E também nenhuma novidade quando fumei no pico, que aumenta os efeitos. E quando fumei pro fim dos efeitos, o que recupera a força um pouco.
Explorei mais aspectos visuais dos efeitos ao resolver levantar da cama e ligar a luz. Quando vi o limite a que chegaria a onda, me tranquilizei mais. Olhei pra alguns bolos de cultivo e peguei um deles: fiquei admirando-o por vários minutos, em especial a parte onde tem vermiculita que se podem ver as hifas. Era um show de texturas, cores, cheiro. Questionei-o o que ele pensava de eu cultivar para consumir os cogumelos e dar uma vida tão curta, e ele me respondeu (em minha intuição) que eu lhes dava a dádiva de poder viver então podia ter seus cogumelos.
Depois fui nas plantinhas de tempero na janela aqui de casa. Peguei uma folha de hortelã e fiquei admirando ela, puxando ela, vendo textura, elasticidade, tudo nela era novo e admirável a cada forma diferente de olhar ou de tatear. E então eu fui pro cheiro, que já sentia em minhas mãos. Admirei o cheiro. Quando me dei conta de que era uma folha de tempero, comi-a. E admirei o sabor e como aquela coisa tão complexa aos olhos se tornavam em algo tão moído e de sabor único em minha boca.
Fiz o mesmo com uma folha de manjericão. kkk
Enfim, Pink Floyd do começo ao fim das 6 horas de experiência.
Na hora dos fogos, abri as janelas de casa durante uma hora com o som ligado para receber o ano novo e as energias. Tá certo que pensei que a intensidade seria muito maior dos efeitos, e que eu ouviria os fogos de artifício sob uma cidade aquática... (Medo de ir mais Fundo / Êxtase em Respirar (37 xp)) Mas foi bom abrir pela primeira vez a janela durante os efeitos. Depois, a fechei de novo.
Ah, por fim vieram bater aqui em casa. Outra novidade. Nunca ninguém me interrompeu na experiência. Eu abri a porta com toda gentileza do mundo, igual um chinês mestre dos contos de fantasia, e declinei gentilmente de sua oferta de "cheira esse lança perfume ae", "não vai fazer diferença não", "que mané cogumelo não altera nada"... enfim, lidei com a chatice de parente doido de outras coisas de virada de ano, mas gentilmente sorri enquanto ele descia a escada e ia embora e eu agradecia: "muito obrigado por me oferecer, você é muito gentil". E fechei a porta.
Tá doido... jogar veneno dentro do meu corpo? Ainda mais com psilocibina na mente? Nãããão. Cruzamentos pretendo fazer, mas apenas entre enteógenos.
E feliz ano novo pra todos vocês!
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