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Esterilização com ácido

  • Criador do tópico Mauricio
  • Data de início
M

Mauricio

Visitante
Estou pesquisando sobre fazer uma esterilização de milho com solução 12% de ácido muriático, já ouviram falar ?

Ácido muriático é ácido clorídrico comercial.

A idéia é fazer uma solução 12%, para não dissolver o grão, e sim matar esporos remanescentes.
Após 3 fervuras com descanso de 24 horas entre elas, o milho pré amolecido é colocado na solução 12% a 70 ºC, e fica por 24 horas.

Depois o milho recebe um banho de bicarbonato de sódio para neutralizar.
O interessante é que o amido do grão sofre hidrolise, a reação resulta em glicose.
Então alem de esterilizar, parte do amido do grão é quebrado em glicose.
A glicose é açúcar na forma mais simples, usamos nas CLs.

Por que tudo isso ?
Estou sem panela é a necessidade faz a ocasião.

coloquem sujestões
 
Última edição por um moderador:
Sou péssimo em química, mas torço pra que dê certo, estarei acompanhando.
Tenha cuidado para não se acidentar, sabe como é essas "reações químicas"
 
Realmente interessante.... Mas precisaria usar bastante bicarbonato de sódio depois, não queremos nenhum ácido sobrando ˆˆ
Será que uma solução fraca o suficiente pra não dissolver os grãos, seria eficiente contra esporos?
 
O ácido cloridric0 e a versão muriático é o suco gástrico, nosso e também dos bovinos, caprinos etc.
Li um artigo que mencionava que o acido esteriliza a massa de alimentos no estomago, ou seja mata as bactérias e etc..

Suco gástrico

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Suco Gástrico, produzido no estômago, é um líquido claro, que dissolve as células dos alimentos, segregado em abundância por numerosas glândulas microscópicas disseminadas pela mucosa do estômago. Contém água, enzimas (tais como o pepsinogênio que, em contato com o ácido clorídrico, é ativado como pepsina e tripsina), sais inorgânicos, ácido clorídrico e uma quantidade mínima de ácido láctico. A sua função é atuar sobre o bolo alimentar, proporcionando a digestão gástrica dos alimentos, principalmente das proteínas. O HCl presente no suco ajuda a destruir as bactérias presentes nos alimentos. Proporciona ainda o meio ácido ideal para a atuação das enzimas do suco, isto porque o seu pH varia entre o 1,5 e 2.
 
Última edição por um moderador:
Li um artigo que mencionava que o acido esteriliza a massa de alimentos no estomago, ou seja mata as bactérias e etc..


Mata algumas. Porém várias espécies, e não só de bactérias, sobrevivem ao suco gástrico.
 
Composição do suco gástrico (produzido por glândulas estomacais):
Ácido clorídrico (HCl) – Tem como funções tornar o pH ácido, amolecer o bolo alimentar, esterilizar o bolo alimentar e ativar as formas inativas das enzimas do suco gástrico.
– Pepsina – Enzima responsável pela digestão de proteínas. É importante salientar que esta enzima é liberada na forma inativa (pepsinogênio) que ao entrar em contato com o HCl transforma-se em pepsina (forma ativa).
– Renina – Enzima produzida em grande quantidade em recém-nascidos e crianças e em pouca quantidade em adultos. Sua função é coagular as proteínas do leite para que possam ser melhor digeridas.
Após sofrer a ação das enzimas do suco gástrico, o bolo alimentar (comumente chamado “quimo”) passa ao intestino delgado através da abertura e outro esfíncter estomacal: o piloro.
– Digestão no intestino delgado.

Sucos digestivos:
Suco intestinal ou entérico: é produzido por milhares de glândulas da parede intestinal. As principais enzimas são:
– Enteroquinase (transforma tripsinogênio em tripsina).
– Peptidases (digerem oligopeptídios, transformando-os em aminoácidos).
– Carboidrases (digerem carboidratos do grupo dos dissacarídeos, como maltose e sacarose).
Suco pancreático: é uma solução aquosa e alcalina com um grande número de enzimas digestivas.

Composição química
– Bicarbonato de sódio (torna o pH ácido do quimo em alcalino).
– Tripsina e Quimiotripsina (enzimas que digerem proteínas).
– Lípase pancreática, também chamada Amilopsina (digere amido).
– Ribonuclease (digere RNA).
– Desoxirribonuclease (digere DNA).

Importante: As gorduras (lipídios) passam pela boca e pelo estômago sem serem digeridos e ao chegar no intestino sofrem a ação da bile (não é enzima) produzida pelo fígado cuja função é emulsionar essas gorduras (transformando em gotículas) para que possam sofrer a ação da lipase.
 
Última edição por um moderador:
Vale lembrar que o ácido muriático é só o ácido clorídrico - que não é o único componente do suco gástrico, conforme o Maurício expôs.

Mata algumas. Porém várias espécies, e não só de bactérias, sobrevivem ao suco gástrico.
Pois é. A bactéria causadora da úlcera, por exemplo (H. pylori) sobrevive - e se reproduz - no ambiente hostil do estômago.

Além disso, fiquei pensando sobre esse tópico desde ontem e me veio à cabeça: Ao quebrar o amido em glicose, que é menor e, portanto, mais facilmente digerido, não estaríamos abrindo portas para que contaminantes se desenvolvam mais rapidamente?

Não tenho nenhuma formação em química então, por favor, corrijam-me se eu estiver enganado.

Composição do suco gástrico (produzido por glândulas estomacais):
– Ácido clorídrico (HCl) – Tem como funções tornar o pH ácido, amolecer o bolo alimentar, esterilizar o bolo alimentar e ativar as formas inativas das enzimas do suco gástrico.
– Pepsina – Enzima responsável pela digestão de proteínas. É importante salientar que esta enzima é liberada na forma inativa (pepsinogênio) que ao entrar em contato com o HCl transforma-se em pepsina (forma ativa).
– Renina – Enzima produzida em grande quantidade em recém-nascidos e crianças e em pouca quantidade em adultos. Sua função é coagular as proteínas do leite para que possam ser melhor digeridas.
Após sofrer a ação das enzimas do suco gástrico, o bolo alimentar (comumente chamado “quimo”) passa ao intestino delgado através da abertura e outro esfíncter estomacal: o piloro.
– Digestão no intestino delgado.
Sucos digestivos:
Suco intestinal ou entérico: é produzido por milhares de glândulas da parede intestinal. As principais enzimas são:
– Enteroquinase (transforma tripsinogênio em tripsina).
– Peptidases (digerem oligopeptídios, transformando-os em aminoácidos).
– Carboidrases (digerem carboidratos do grupo dos dissacarídeos, como maltose e sacarose).
Suco pancreático: é uma solução aquosa e alcalina com um grande número de enzimas digestivas.
Composição química
– Bicarbonato de sódio (torna o pH ácido do quimo em alcalino).
– Tripsina e Quimiotripsina (enzimas que digerem proteínas).
– Lípase pancreática, também chamada Amilopsina (digere amido).
– Ribonuclease (digere RNA).
– Desoxirribonuclease (digere DNA).
Importante: As gorduras (lipídios) passam pela boca e pelo estômago sem serem digeridos e ao chegar no intestino sofrem a ação da bile (não é enzima) produzida pelo fígado cuja função é emulsionar essas gorduras (transformando em gotículas) para que possam sofrer a ação da lipase.

Vale lembrar: nenhuma dessas enzimas está presente no ácido muriático, e não sei se o cubensis produz algum análogo a elas...
Alguém sabe?
Esse tópico é promissor.
 
A diminuição de pH é uma boa forma de impedir o crescimento de certos mo's...mas alguns bolores e leveduras crescem muito bem em pH menor que 4,0...3,5....por isso que fruta mofa tao facil. Então garanta uma boa neutralização, até pq os PC nao devem crescer em pH mt baixo... Só que essa neutralização ai com bicarbonato vai deixar muito NaCl de residuo hein....sal demais pode impedir o crescimento dos cubbies. E se vc for "lavar" vai levar um pouco da glicose que hidrolisou junto, mas axo que é ate bom, muito nutriente disponivel favorece contaminação.

Ferve ai, poe de molho no ácido, neutraliza e da mais um fervida/enxaguada em agua fervendo, pra tirar os residuos... e conta pra gente se deu certo XD
 
Iniciei o tratamento. Não achei ácido muriático, mas um produto de nome limpinho, cuja formula é:
55% agua, 7% ácido sulfonico,3% amida, 35% HCl

Fervi 2,5 l água , deixei baixar a temperatura até 70%C, coloquei num balde plástico e adicionei 200ml do limpinho.

O produto é muito perigoso, uma gota caiu no chão é imediatamente clareou o piso, além de vapores de HCl.

Adicionei 1 k de milho, após 3 fervuras. Deixarei 12 horas assim.
Depois seguirei conforme Syanidi, instruiu.
 
Última edição por um moderador:
Hoje pela manhã escorri a solução, lavei os grãos com água fervida para retirar o grosso da acidez.
Coloquei os grão escorridos no balde e juntei solução de água sanitária.
Preferi água sanitária a bicarbonato, ambos são alcalinos, deixarei por 6 horas
Depois a sequencia: escorrer, lavar com água fervida, escorrer e distribuir em potes.
 
acido é comigo mesmo, ainda mais se for colorido em gel:LOL:

to de olho acompanhando hein muriçoca ops mauriçoca, eita...:atrapalhado:
 
Iniciei o tratamento. Não achei ácido muriático, mas um produto de nome limpinho, cuja formula é:

55% agua, 7% ácido sulfonico,3% amida, 35% HCl

Fervi 2,5 l água , deixei baixar a temperatura até 70%C, coloquei num balde plástico e adicionei 200ml do limpinho.

O produto é muito perigoso, uma gota caiu no chão é imediatamente clareou o piso, além de vapores de HCl.

Adicionei 1 k de milho, após 3 fervuras. Deixarei 12 horas assim.

Depois seguirei conforme Syanidi, instruiu.

O ácido muriático comercial no Brasil não costuma ter mais que 10-15% de HCl, até porque é um dos insumos químicos controlados pela policia federal; engraçado você ter encontrado a variedade >30%, só achei uma vez e ainda sim cheio de tensoativos e outras porcarias que vem de modo duvidoso no rótulo.

O ácido clorídrico 'perigoso' é o que tem acima de 25% que 'fumega' (acido cloridrico fumegante) quando aberto ao ar pois solta vapores que podem facilmente intoxicar num ambiente fechado.

Uma solução extrema contra bactérias seria uma mistura de hipoclorito de sódio e acido muriático, mas você tem de se preparar e fazer numa capela ou em ambiente completamente aberto. Os hipocloritos em geral só são estáveis em meio alcalino, tente adicionar um pouco de vinagre pra ver o que acontece.. Vai gerar cloro gasoso, extremamente venenoso e oxidante; com HCl então nem se fala, é cloro gasoso na hora. Por essa razão eu acho estranho no método tradicional ter um tratamento com cal no milho após tratamento com NaOCl porque o mesmo já é naturalmente básico!
Esse cloro nascente da água sanitaria + acido é tão oxidante que você poderia usar para dissolver vários metais nobres, não só ouro, mas metais ainda mais nobres como os do grupo da platina (Pt, Pd, Ir, etc..). Eu já dissolvi ouro de sucata eletrônica usando este método.
Hipocloritos, ainda mais as versões concentradas, também não são estáveis a altas temperaturas e tendem a gerar cloratos.. 3 NaOCl ---> NaClO3 + 2 NaCl por exemplo.. Os cloratos por sua vez só mostram sua face oxidante em baixo pH. Mas são muito mais potentes que os hipocloritos.

Existem outras soluções ácidas muito potentes, tão potentes que não só desinfetam como oxidam material orgânico.. A do clorato/hipoclorito + ácido é uma delas. Existe um reagente chamado reagente de Feonton, que usa os estados de oxidação naturais do ferro (Fe2+ e Fe3+) para eliminar qualquer substância orgânica, tipo algo que você usa para tratar efluentes muito nocivos que precisam ser descartados.. sulfato ferroso + ácido + peróxido de hidrogênio (agua oxigenada). O Fe2+ é oxidado pelo H2O2 dando Fe+3 que oxida o material organico, se converte novamente em Fe2+ e é então reoxidado pelo H2O2 fazendo novamente o ciclo enquanto houver H2O2. Costumam borbulhar ar na mistura para aumentar a taxa de oxidação. O baixo pH do acido adicionado previne a precipitação do ferro. As reações que eu acabei de citar na verdade são apenas simplificações pois ocorrem transferências de elétrons muito mais cabulosas que essas envolvendo varios tipos de radicais, que na verdade fazem o serviço, mas para fins de simplificação...

Se você quer apenas um pH baixo sem o risco dos vapores do HCl pode usar o ácido de bateria (H2SO4 - 35% em refis novos), mas tem de tomar cuidado para não cair na roupa pois se for de algodão vai fazer um buraco em certo tempo com certeza ou então bissulfato de sódio (NaHSO4) que é um sal usado para baixar pHs de piscinas e que libera o H2SO4 de um modo menos agressivo numa reação reversível ( 2 NaHSO4 <---> Na2SO4 + H2SO4) mas que é um pouco mais difícil de encontrar. O problema do H2SO4 é que é um pouco mais difícil de remover, é um ácido ainda mais amante da água..
Algo interessante é que os ácidos interagem com certas matérias orgânicas não só gerando glicose, como o maurício disse, mas alguns ácidos e aldeídos orgânicos.. Por exemplo, existe uma síntese classica de laboratorio de furfuraldeído (um aldeido organico) que envolve a destilação de espigas de milho com H2SO4/NaCl diluído.. Então com o tratamento do milho acho que você pode esperar um substrato diferente... Experimental !
 
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