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Estado Psicótico.

Boa Neurofx!!!

vamos a química:

Átomo

Um átomo é a menor porção em que pode ser dividido um elemento químico, mantendo ainda as suas propriedades. Os átomos são os componentes básicos das moléculas e da matéria comum. São compostos por partículas subatómicas. As mais conhecidas são os prótons, os nêutrons e os elétrons. Assim podemos concluir que os átomos são partículas elementares constituintes da matéria e, que, tudo é composto por átomos.

ÊÊÊÊÊ ai?? da onde veio tudo isso?? como se formaram tais elétrons , neutrons, e o caraio a quatro??

a química para por ai

se chegarmos para um químico e pedir-lhes explicações adiante, sabe o que ele vai responder:

"Ainda" não descobrimos!!:eek:


e não é a própria química que irá descobrir, acredito eu.

Não é bem assim. O idéia do átomo veio da cabeça da homem. A ciência cria teorias para explicar determinadas coisas e o funcionamento delas. E em geral funciona bem.

Existem teorias para a criação da matéria também em constante estudo e aperfeiçoamento. Se você perguntar para o químico sobre a origem da materia ele vai te citar o Big Bang. Uma das teorias mais conhecidas atualmente. Segundo esta o espaço se expandiu rapidamente num curto espaço de tempo, então surgiram os quarks e eletrons, os quarks se juntaram e formaram os protons e neutrons, depois o helio, depois o hidrogenio.
Teorias são dinâmicas e úteis enquanto podem explicar certas coisas. Até que vem outra teoria melhor que explique aquilo e mais um pouco. As vezes elas levam tempo pra se misturar umas com as outras e chegam a parecer incoerentes, até que vem outra teoria capaz de juntar as duas. É assim que a ciência funciona.

Essa mania de culpar a ciência por não ter respostas é típica de quem não se relaciona com o meio científico e acha que o trabalho deles é mal feito.

A ciência tenta explicar o mundo de forma racional. Se não funcionasse você não estaria no seu computador agora :) Um mínimo contato com a ciência de verdade e já dá pra perceber que o desenvolvimento dela é muito mais avançado do que parece.

Há milhares de anos você não citaria o átomo como fato pra depois atacar o cientista e dizer que ele não pode explicar o resto porque nem mesmo existiria a noção de átomo.

:confused:

Já existem certas explicações na ciência que a o público em geral ainda desconhece ou não aceita. São correntes diferentes, uns preferem acreditar que Deus criou tudo, outros preferem ser pacientes e tentar encontrar uma resposta que faça mais sentido no que realmente podemos explicar, outros não procuram respostas, outros fazem debates sem saber do que estão falando :)



Ainda assim, eu não deixo de acreditar que exista algo além. Sempre há algo além. Não basta falar sobre a molécula psilocina, onde ela se encaixa e o que acontece no cérebro. Sentir é muito mais que isso. O sentimento é extremamente complexo. Ingerir uma substância assim não é como descrever os seus efeitos. A complexidade do cérebro humano é altíssima. O que podemos explicar sobre isso é completamente superficial.

Hum, na prática não vejo o porquê de trazer a discussão realmente científica pra cá, (como discutir a relação psicose x experiência com psilocina) a não ser que tenha alguma aplicação prática no que fazemos, porque realmente acredito que vai ficar só no bla bla bla, pseudociência e experiências subjetivas.

:pos:

http://scholar.google.com
http://www.wikipedia.org
 

["O existencial continua existencial. Não há nenhuma existência que saia da não-existência, e a existência não pode entrar na não-existência. Pergunte aos físicos. Eles ainda não conseguiram destruir um único átomo. Você não consegue destruir nada — e também não pode criar nada. Não pode destruir um grão de areia. A ciência progrediu muito, mas somos incapazes de criar um único grão de areia ou destruir um único grão de areia. Você pode triturá-lo, pode mudar a sua forma, mas ele permanecerá numa outra forma. Somente a forma muda; a vida continua..."]
 
["O existencial continua existencial. Não há nenhuma existência que saia da não-existência, e a existência não pode entrar na não-existência. Pergunte aos físicos. Eles ainda não conseguiram destruir um único átomo. Você não consegue destruir nada — e também não pode criar nada. Não pode destruir um grão de areia. A ciência progrediu muito, mas somos incapazes de criar um único grão de areia ou destruir um único grão de areia. Você pode triturá-lo, pode mudar a sua forma, mas ele permanecerá numa outra forma. Somente a forma muda; a vida continua..."]

É possível criar e transformar um grão de areia considerando que esse é principalmente dióxido de silício (SiO2)

Na relatividade especial o princípio de que a massa não pode ser criada ou destruída não vale mais.

Realmente desaparecer com um átomo no sentido restrito da palavra é meio complicado. Mas existem diversas possibilidades. Em geral uma coisa se transforma em outra.

"A vida continua" ? :confused:

Eu realmente não entendo suas conclusões nem suas frases no contexto de discutir ciência e por isso vou me ausentar da discussão, mesmo porque eu já disse que não gosto de discutir isso aqui no CM. :)

E sim, eu pergunto coisas para físicos (a maioria deles bem conceituados) quase todos os dias.

:pos:
 
shroower desaparecer com um átomo não mas se falares de um eletrao ai já desaparecem num curto espaço de tempo.

A fisica quantica tenta explicar essas reações de materia apesar de existir ainda muita coisa por perceber, explicar e conhecer.

Eu li e vi num documentário que um eletrao quando salta de eixo eles desaparecem e reaparecem. Atá agora não se sabe explicar o que acontece nesse espaço de tempo, uma das teorias tém haver com outras realidades ou outras dimensoes.
 
E O Estado Psicotico?onde Fica.....
 
Não fujam do foco da discussão.. pouco importa se é possível sumir com um átomo ou não.

A questão, não é se uma experiência psicodélica parece com algum tipo de psicose ou até mesmo esquizofrenia. A questão é:

Se algum tipo de psicose ou até mesmo esquizofrenia, se parece com uma experiência psicodélica! É isso que eu tentei explicar no começo! até que ponto as duas se parecem!?

Como será que um indivíduo psicótico ou esquizofrenico enxerga o mundo? será que é normalmente, apenas com delírios? ou será que devida a desequilíbrios químicos no cérebro alguma coisa se assemelha a uma experiência com psilocibina, ou dmt, ou lsd, ou alguma dessas coisas.

Como alguém já falou aí.. eu andei pesquisando... encontrei algo em espanhol:


Esquizofrenia X DMT.



La esquizofrenia parece tener sus raíces en una perturbación química, afirma un equipo de investigadores que realizó una experiencia con una bebida ritual alucinógena producida por grupos religiosos del Brasil.

"Hace algunos años se propuso la hipótesis de que la esquizofrenia se debía a la generación, en el cerebro, de gran cantidad de compuestos alucinógenos", señala la doctora Alicia B. Pomilio, profesora en el Departamento de Química Orgánica de la Facultad de Ciencias Exactas y Naturales de la UBA (FCEyN), investigadora superior de Conicet y directora de Proplame, instituto de la Facultad de Ciencias Exactas y Naturales donde se realizó esta investigación, en conjunto con el Centro de Psiquiatría Biológica dirigido por el doctor Jorge Ciprian-Ollivier.

Según esta hipótesis, explica el doctor Ciprian-Ollivier, se produciría en el cerebro una reacción química -denominada transmetilación- por la cual ciertos neurotransmisores se transformarían en una estructura química que les conferiría la capacidad de inducir alucinaciones. Esos compuestos metilados fueron hallados en la orina de pacientes psicóticos.

Según el doctor Marcelo Cetkovich-Bakmas, profesor de psicofarmacología de la Facultad de Medicina de la UBA, "la esquizofrenia es una enfermedad mental perteneciente al grupo de las psicosis, que se caracterizan porque la persona, en algún momento del curso de la patología, pierde contacto con la realidad, y puede experimentar alucinaciones y delirios".

Las alucinaciones son sensaciones o percepciones sin una base material. El paciente escucha voces y, en algunos casos, ve cosas inexistentes. En cuanto a los delirios, éstos consisten en ideas erróneas sobre la realidad, basadas en trastornos sutiles del pensamiento. En tal sentido, es típico que la persona crea que es objeto de observación o persecución.

"Otros síntomas muy importantes son los que denominamos deficitarios o negativos: abulia, aplanamiento afectivo, falta de interés en el entorno y desorganización del pensamiento", enumera Cetkovich-Bakmas.

Un brebaje denominado ayahuasca, que se prepara a partir de ciertas plantas de la selva amazónica, tiene la virtud de inducir alucinaciones similares a las que se experimentan en la esquizofrenia. La bebida (llamada también yajé) es una mezcla de vegetales, uno de los cuales es muy rico en una sustancia hallada con bastante frecuencia en la orina de pacientes esquizofrénicos, la N,N-Dimetiltrip tamina (N,N-DMT).

Por otro lado, la ayahuasca también tiene un compuesto que posee una potente acción inhibidora de la monoaminooxidasa. Esta enzima es la responsable de inutilizar muchas moléculas con acción neurotransmisora, incluyendo la N,N-DMT. El punto es que para que el brebaje tenga efecto alucinógeno debe inhibir la enzima, pues esto permite que la N,N-DMT sea absorbida en el tracto digestivo y llegue al sistema nervioso central.

"Los chamanes descubrieron ya hace muchos años que para producir alucinaciones era necesario mezclar, en principio, dos especies de plantas diferentes que proveyeran sustancias químicas distintas y complementarias", comenta el doctor Arturo A. Vitale, investigador del CONICET, y profesor en la FCEyN.

¿Por qué se parece esto a la esquizofrenia? "En esta enfermedad se ha observado no sólo un aumento de la N,N-DMT, sino también una reducción de la actividad de la monoaminooxidasa, lo que permitiría que se acumule la molécula psicotóxica", afirma Cetkovich-Bakmas.

Desde hace muchos años, la doctora Pomilio, junto con el doctor Vitale, estudian la estructura y las funciones de los compuestos alucinógenos. Asimismo, al marcarlos con una sustancia radiactiva, pudieron determinar en animales que esos compuestos actúan directamente en el sistema nervioso central.

Pero para conocer a fondo lo que sucede en el cerebro humano era necesario realizar un estudio in vivo. Y la solución la encontraron en Brasil, en un grupo religioso que induce alucinaciones mediante la ingestión de la ayahuasca, que significa vino del hombre muerto, o vino de las almas. "Nosotros estudiamos los efectos de esta bebida con el fin de evaluar su capacidad de afectar los procesos de la percepción", afirma Pomilio.

En Brasil, la práctica de la ayahuasca, permitida por el gobierno para fines religiosos, la realizan personas que pertenecen a la clase media y alta, y generalmente son políticos, ejecutivos y profesionales que la consumen en forma regular bajo la supervisión de un "mestre" o guía espiritual. Algunos han consumido la bebida durante más de treinta años sin efectos aparentes en su salud.

Los investigadores estudiaron los efectos psicológicos y fisiológicos del brebaje en voluntarios experimentados, en quienes lo consumen como miembros de los grupos religiosos, y también en personas que bebieron la poción por primera vez, y actuaron como control, ya que no conocían sus efectos.

Pasados alrededor de 35 minutos de haber ingerido la bebida, los sujetos empezaban a sufrir alteraciones de la percepción, principalmente visuales. Luego, en sus relatos, describieron la visión de lugares desconocidos, de animales y objetos valiosos, así como el contacto con personas ausentes o muertas.

En los análisis de orina de estas personas fueron hallados los mismos compuestos que se encuentran en pacientes esquizofrénicos.

En un artículo publicado en el Journal of Ethnopharmacology los investigadores concluyen que este estudio confirma que la ayahuasca induce una psicosis experimental con rasgos comunes a los de la esquizofrenia."Lo valioso para nosotros es contar con el modelo experimental de la esquizofrenia, y haber confirmado la teoría de la transmetilación, que había sido dejada de lado por gran parte de los psiquiatras que ponían más énfasis en las causas ambientales de la enfermedad", subraya Pomilio.

Por su parte, el doctor Cetkovich-Bakmas destaca que este estudio abre el camino para "desarrollar drogas más efectivas".

Fonte: Clique aqui.




Viveria então um paciente esquizofrênico numa eterna experiência psicodélica, sem saber que o que se passa não é real?

Será que essa é a chave para explicar a esquizofrenia? Concentrações anormais de N,N-DMT no indivíduo, ou ainda funcionamento errado ou inibição da monoaminaoxidase?

Ao meu ver.. não sei se vocês concordam.. mas pelo que descrevem sobre a esquizofrenia, me parece que o que se assemelha mais são as daturas!

Mas se afirmam que acham N,N-DMT na urina dos esquizofrenicos...

De qualquer modo isso não foje do assunto. Psilocibina é uma triptamina muito semelhante ao DMT, LSD, LSA e seus priminhos hehehehe.

Em todo caso, sabemos que isso não quer dizer nada de nada. Como no próprio estudo diz:

Algunos han consumido la bebida durante más de treinta años sin efectos aparentes en su salud.

Se há semelhanças entre uma esquizofrenia ou psicose e uma experiência com DMT não sei! Mas isso é importante! poderia ser a chave para "curar" os pacientes que sofrem com isso. Imagine você vivendo para sempre em uma bad trip! Talvez tentando corrigir a ação da monoaminaoxidase nesses pacientes, o equilíbrio quimico de DMT voltasse ao normal! (Claro, se for essa mesmo a causa!)
 
Então, pelo que li o estado esquizofrênico cabe mais em comparação com os delirantes, as daturas por exemplo, como vc mesmo citou. Ou seja, causam lapsos de imersão total num outro mundo sem conexão direta com o mundo "real".

Agora, com a psilocibina eu acho que a comparação é falha, na verdade acho que não há comparação nenhuma, a não ser por talvez um breve período de tempo durante algumas experiências.

Eu discordo do estudo citado aí em cima. Ele fala pelo ângulo dos compostos químicos, mas eu vou falar sob o ângulo das experiências com os compostos, portanto o meu ponto de vista tem outro foco, ok? Primeiro ele visa comparar o dmt à esquizofrenia, citando a ayahuasca. Bem, ayahuasca não causa delírios, alucinações sim, mas não delírios. Talvez eles tenham tomado como base a ayahuasca tradicional, que leva várias outras plantas, inclusive daturas. Daí não seria apropriado comparar esquizofrenia ao dmt e sim à ayahuasca (à ação das daturas contidas na bebida).

Quem já ingeriu datura sabe o que é delírio e sabe que existe uma diferença muito grande entre psilocibina/dmt e delirantes.

Alguém poderia especular que nas peias fortes com ayahuasca a coisa se parece muito com estados delirantes, mas daí a gente teria que levar em consideração que pra uma experiência com ayahuasca chegar a um estado próximo ao delírio precisa ser em altas concentrações, e as altas concentrações de DMT causam comportamentos bem diferentes dos verificados em esquizofrênicos.

O que a psilocibina e o dmt te dão que o estado esquizofrênico não dá é o discernimento. Por isso a comparação com as experiências provocadas por datura são mais apropriadas porque geralmente nelas não há discernimento (levando em consideração a dose ingerida, claro).
 
Então, pelo que li o estado esquizofrênico cabe mais em comparação com os delirantes, as daturas por exemplo, como vc mesmo citou. Ou seja, causam lapsos de imersão total num outro mundo sem conexão direta com o mundo "real".

Agora, com a psilocibina eu acho que a comparação é falha, na verdade acho que não há comparação nenhuma, a não ser por talvez um breve período de tempo durante algumas experiências.

Eu discordo do estudo citado aí em cima. Ele fala pelo ângulo dos compostos químicos, mas eu vou falar sob o ângulo das experiências com os compostos, portanto o meu ponto de vista tem outro foco, ok? Primeiro ele visa comparar o dmt à esquizofrenia, citando a ayahuasca. Bem, ayahuasca não causa delírios, alucinações sim, mas não delírios. Talvez eles tenham tomado como base a ayahuasca tradicional, que leva várias outras plantas, inclusive daturas. Daí não seria apropriado comparar esquizofrenia ao dmt e sim à ayahuasca (à ação das daturas contidas na bebida).

Quem já ingeriu datura sabe o que é delírio e sabe que existe uma diferença muito grande entre psilocibina/dmt e delirantes.

Alguém poderia especular que nas peias fortes com ayahuasca a coisa se parece muito com estados delirantes, mas daí a gente teria que levar em consideração que pra uma experiência com ayahuasca chegar a um estado próximo ao delírio precisa ser em altas concentrações, e as altas concentrações de DMT causam comportamentos bem diferentes dos verificados em esquizofrênicos.

O que a psilocibina e o dmt te dão que o estado esquizofrênico não dá é o discernimento. Por isso a comparação com as experiências provocadas por datura são mais apropriadas porque geralmente nelas não há discernimento (levando em consideração a dose ingerida, claro).
Os amanitas além de alucinógenos tem esse "quê" de delirante.
me faltava a palavra pra descrever a diferença entre a psilocibina e os alcaloides muscaricos, taê:
Psilocibina Alucinogeno, Muscarina Delirogeno.
 
achei interessante isso e postarei para vcs verem, segue abaixo:
Sábado, 26 de Maio de 2007





Os enteógenos e os psiconautas: a expansão da consciência
través de plantas chega ao século XXI
DÉBORA LERRER​

Plantas alucinógenas têm sido usadas em ritos religiosos por várias culturas ao longo dos séculos. Ao promoverem estados alterados de consciência, estas plantas agem como mediadoras entre o mundo da experiência imediata e as infinitas dimensões espirituais que permeiam toda a existência. Por esta razão são vistas por algumas culturas como portadoras de inteligência e são consideradas fontes de uma profunda e misteriosa sabedoria, instrumentos do divino, fontes de beleza e inspiração, assim como meio para manter a integridade cultural.

Hoje em dia os devotos das experiências visionárias abastecidas por plantas e químicos preferem denominá-las "enteógenos", palavra originada a partir do grego e que quer dizer "tornar-se divino interiormente". Para esses modernos "psiconautas", a palavra psicodélico carrega demasiada bagagem cultural. O objetivo deles, ao embarcarem em viagens com os enteógenos, é acessar outros planos de consciência, entender mais amplamente seu processo de vida e se conectar com a natureza. Mas há que se ter cuidado. Embora não haja efeito colateral conhecido, nem registro de dependência química ou dano cerebral, há alguns riscos psicológicos, particularmente para aqueles com histórico de problemas mentais. Os portais da consciência só devem ser abertos em contextos seguros, para que eles promovam um encontro iluminador e não desestruturante.

O médico Otávio Castello de Campos, que toma chá de ayuasca regularmente dentro dos rituais da União Vegetal, explica: "Uma coisa é você pegar uma substância dessas, sintetizá-la e distribuí-la em uma danceteria na cidade. Outra coisa é você usar esta substância dentro de um contexto ritual, onde ela não é a finalidade em si e é encarada como um veículo sagrado, que está dentro de uma esfera cultural, um conjunto de valores".

Uso moderno de ritos antigos

Na Grécia Antiga, durante a celebração dos Mistérios de Elêusis, dedicada à Deusa Deméter, na primavera, o iniciado bebia uma poção, o Kykeon. Em vários povos ameríndios, a ingestão de substâncias alucinógenas é parte fundamental de seus rituais religiosos. Os povos Huichol e Tarahumaras do México e vários povos indígenas da América do Norte usam o cacto peyote em rituais que duram a noite toda, extensamente descritas por antropólogos. Para numerosos grupos indígenas da Amazônia o uso da ayahuasca, o "vinho da alma", é parte fundamental de sua concepção de mundo. Em geral, é através do uso ritual de plantas alucinógenas que os xamãs vão se treinando para adquirir seus poderes.

No início do século XX, os dadaístas e surrealistas, seguindo o escritor e teatrólogo Alfred Jarry, exploraram o uso de haxixe e da mescalina, princípio ativo do peyote, para aumentar a criatividade. A experiência com o peyote, junto ao povo Tarahumaras, no México, também teve um lugar importante na obra do ator e escritor francês Antonin Artaud, que escreveu vários textos inspirado por esta experiência. Esta experiência com os indígenas mexicanos também teve considerável influência na concepção artaudiana do Teatro da Crueldade, pois seu objetivo era conseguir elevar os espectadores a uma espécie de transe teatral.

A aversão de Artaud ao teatro tradicional, que ele chamava de burguês, retoma uma concepção elaborada por Nietzsche, em seu livro de estréia, "O Nascimento da Tragédia", em que ele advoga que nos primórdios dos ritos teatrais gregos não havia espectadores passivos. Segundo o filósofo, os espectadores também ingeririam substâncias e em contato com a máscara de Dionísio, Deus que simboliza o espírito teatral, se sintonizavam com a mensagem trágica. Em 1954, o escritor inglês Aldous Huxley narrou as percepções provocadas por sua experiência com a mescalina em seu livro "As portas da percepção". Huxley também teve experiências com o LSD, que ele considerava particularmente útil para alcançar percepções espirituais. Mas foi na década de 70, a partir dos cultuados livros do antropólogo Carlos Castañeda, que o uso ritual de plantas se tornou conhecido em todo o mundo. Grande parte da obra de Castañeda, inclusive seu primeiro livro "A erva do diabo", é derivada das experiências de ampliação da percepção motivadas pelo peyote, ao qual ele foi iniciado pelo xamã Don Juan.

A invenção, a popularização e o ostracismo do LSD

O uso de substâncias alucinógenas se popularizou no Ocidente a partir da década de 60, embalado pela revolução de costumes que caracterizou a década. A mais popular delas, o LSD, foi resultado de uma pesquisa farmacêutica de rotina, no laboratório Sandoz, na Suíça, em 1938. O farmacêutico Albert Hoffman tentava produzir um novo remédio que facilitasse o trabalho de parto, quando sintetizou o primeiro LSD (Lysergic Acid Diethylamide ou Dietilamida do Ácido Lisérgico). Anos mais tarde, em 1943, sem perceber que havia absorvido uma dose de LSD ao trabalhar sem luvas, Hoffman sentiu os efeitos do alucinógeno que havia criado e que o tornou reverenciado por psiconautas de todo o mundo. Inicialmente, o Sandoz distribuiu o LSD para pesquisas científicas. Eram os primórdios da psiquiatria farmacológica e não havia remédios desenvolvidos para tratar doentes mentais que lotavam hospitais e asilos psiquiátricos. A carreira do LSD como experimento de pesquisa gerou bons resultados. Os psiquiatras canadenses Abram Hoffer e Humphrey Osmond tabularam resultados de 11 diferentes estudos de alcoolismo e concluíram que 45 % dos pacientes tratados com LSD melhoraram.

Quem o tirou do meio científico e o levou para as ruas foi o psicólogo norte-americano Thimoty Leary, PhD de Harvard que ficou conhecido como o "guru do LSD". Ao obter resultados positivos em sessões de LSD com presos, Leary passou a elaborar várias teorias sobre substâncias psicoativas, sua função social dentro da cultura, da arte e da ciência. A partir disso, impressionado com o potencial de abertura da consciência que o LSD proporcionava, Leary começou a propagar seu uso em sessões grupais guiadas pelo Livro Tibetano dos Mortos que caiu como uma luva na atmosfera da contra-cultura norte-americana. Em 1966, entretanto, o LSD foi proibido e Leary, preso. A popularidade e o uso indiscriminado do LSD acabou mostrando seu lado obscuro e todas as pesquisas que o utilizavam foram abandonadas.

Psicodélicos e tecnologia

A proibição do uso de alucinógenos, entretanto, não diminuiu sua procura, inclusive em circuitos plenamente incorporados ao status quo, como é o caso do Vale do Silício, meca da indústria informática norte-americana. Por razões óbvias, estatísticas confiáveis sobre a extensão do uso de psicodélicos naquela área não existem, mas há pelo menos um dado que revela seu interesse pelo assunto. Rick Doblin, o fundador do MAPS, uma associação multidisciplinar para o estudo de psicodélicos, diz que mais de 50% de seus recursos vêm de dirigentes do Vale do Silício. Embora não goste de falar sobre isso, Bill Gates, o dono da Microsoft, admitiu em entrevista à revista Playboy que teve experiências com o LSD quando estudava em Harvard. Outro membro fundador da Microsoft, Bob Wallace, é menos comedido. Ele acredita que o caos criativo e o potencial visionário proporcionado pelo uso recreacional de LSD foram responsáveis por inspirações cruciais no desenvolvimento de programas de informática. Logo, não é exagerado atribuir às experiências psicodélicas a criação das janelas do tão usado Windows.

Já o Nobel de Química de 1993, Dr. Kary Mullis, é ainda mais enfático. Ele atribui ao uso de LSD a criação do PCR, uma técnica biológica molecular sofisticada que permite a multiplicação de pequenos fragmentos de DNA, descoberta científica que lhe valeu a indicação para o prêmio. Segundo Terence McKenna, autor de vários livros em torno de xamanismo e uso de psicodélicos, não seria a primeira vez que estas substâncias teriam contribuído para a evolução humana. Em seu livro "The Food of Goods", de 1992, McKenna, que morreu no início de abril, defende que a ingestão de cogumelos mágicos propiciou que nossos ancestrais aumentassem suas capacidades lingüísticas e visuais.

Combustíveis para a outra dimensão

DMT - Um dos alucinógenos mais poderosos, o DMT (Dimetiltriptamina) é uma substância química produzida por diversos animais e vegetais, inclusive pelo próprio homem. Alguns pesquisadores apontam que ele seria o responsável pelas visões nos nossos sonhos. O DMT foi sintetizado pela primeira vez em 1956, pelo químico checo Steven Szara. Ao ser fumado, seus efeitos alcançam o pico em dois minutos e enfraquecem depois de dez, mas injeções de DMT produzem viagens mais prolongadas.

Peyote - O cacto peyote (Lophophora williamsii), foi apresentado para a ciência pelo farmacologista alemão Lewis Lewin, que o conheceu em uma viagem pelos Estados Unidos em 1887. Em 1897, Arthur Heffer isolou a mescalina, poderoso princípio ativo presente no topo do peyote, capaz de produzir visões e outras evidências de natureza mística. Assim como outras drogas alucinógenas, o peyote não vicia e, longe de ter uma influência destrutiva, seus usuários e alguns observadores atribuem a ele a promoção de moralidade e comportamento ético entre os indígenas que o utilizam ritualmente. Por esta razão o uso do peyote nos rituais da Igreja Nativa Americana, fundada por índios norte-americanos, é hoje reconhecido e permitido pelo governo federal norte-americano.

Ayahuasca - Bebida usada em rituais na América do Sul, sobretudo na Bacia Amazônica. Conhecida também como daime e huasca, caapi, ou yagé, é obtida a partir da fervura de duas plantas amazônicas, o cipó jagube ou mariri (Banisteriopsis caapi) e o arbusto chacrona (Psychotria viridis). Indígenas e seguidores das religiões União Vegetal e Santo Daime sustentam sua virtude, que inclui poderes de cura e de clarividência. Pesquisadores já provaram que a bebida produz efeitos notáveis que envolvem freqüentemente a sensação de voar. O nome ayahuasca vem de palavras em quechua, língua dos povos indígenas do Peru. Aya pode ser traduzido como "alma" ou "espírito" e "huasca", vinho. Pesquisadores que desenvolveram um estudo com os freqüentadores da seita União do Vegetal, em 1993, concluíram que o uso do chá ayahuasca não gera dependência química e teria, inclusive, ajudado alguns deles a superar o alcoolismo.

Cogumelos Mágicos - Certos cogumelos são usados em cultos entre povos indígenas da América Latina, especialmente no Estado de Oaxaca, no Sul do México. A espécie principal é a Psilocybe mexicana, cujo princípio ativo é o psilocibina e seu derivado psilocina. Mas existem vários tipos de cogumelos alucinógenos. O mais comum no Brasil é o Psilocybe cubensis. Há uma variação desta espécie, o Psilocybe subcubensis e diversos outros Psilocybes: semilanceata cyanescens, azure. Depois de colhidos, estes cogumelos são comidos crus, ou consumidos em forma de chá. Também podem ser secados para serem ingeridos depois. Os efeitos dos cogumelos são muito similares ao de um ácido, apesar de alguns relatarem uma viagem mais "natural" e a sensação de descolamento da realidade. Pequenas doses podem trazer excitação e euforia, enquanto que doses altas podem trazer distorções de formas e cores e alucinações.

LSD - O LSD altera a percepção da realidade. Ele pode levá-lo a ver o mundo como um lugar mágico, sublime e engraçado. Durante uma viagem, as cores podem parecer mais intensas, os objetos são vistos de maneiras bizarras ou maravilhosas e todos os sentidos podem se tornar confusos e distorcidos. Sintetizado por acaso, a partir de substâncias vasoconstritoras derivadas do ergot, o LSD vem usualmente em pequenos quadradinhos de papel. Ele pode demorar de 20 min a 2 horas para dar um efeito que dura de 7 a 12 horas. Não há como saber o quão forte é uma dose ou o quanto ela pode afetar o usuário. Algumas pessoas voltaram a sentir os efeitos do LSD dias ou mesmos semanas depois de tomá-lo.
 
Realmente acho interessante ddiscorrermos sobre este assunto, muito mais eu que não tenho muita informação sobre o assunto.
Estou iniciando o cultivo de Cogumelos e com certeza vou experimenta-los de várias maneiras e dependendo como for a reação que se manifestar em mim não sei se voltarei a toma-los.
A muito tempo tomei e me senti muito bem espero que seja sempre assim ou melhor

Jhon Lock
 
É possível criar e transformar um grão de areia considerando que esse é principalmente dióxido de silício (SiO2)

e como se formou esse dióxido?? á sim, veio da união de tripertuleonetronioide , e isso vem da onde?? á sim, vem da união do esteroide extra molecular da pinideia ribounucleica

Na relatividade especial o princípio de que a massa não pode ser criada ou destruída não vale mais.

Realmente desaparecer com um átomo no sentido restrito da palavra é meio complicado. Mas existem diversas possibilidades. Em geral uma coisa se transforma em outra.

"A vida continua" ? :confused:

Eu realmente não entendo suas conclusões nem suas frases no contexto de discutir ciência e por isso vou me ausentar da discussão, mesmo porque eu já disse que não gosto de discutir isso aqui no CM. :)

E sim, eu pergunto coisas para físicos (a maioria deles bem conceituados) quase todos os dias.

:pos:


e como se formou esse dióxido?? á sim, veio da união de 3 íons de tripertuleonetronioide , e isso vem da onde?? á sim, vem da união do esteroide extra molecular da pinideia ribounucleica, e assim se segue...

sou muito grato a química sim, eu sei que sem ela não estariamos aqui discutindo

tenho um dos melhores professores de quimica do meu estado, e até ele, é de fato com dúvidas em relação ao que estuda, a quase mais do que minha idade e a sua junta

na verdade não quero discutir ciência, não tenho culpa se levou ao pé da letra o que postei

somente coloquei por fora bruta como a ciência pode ou quer explicar os efeitos químicos dos cogumelos em nós


te agradeço pelas informações que postou, me desculpe por algo.:pos::)
 
Porra não dá pra ninguém debater sem confusão? ¬¬

Esse tópico vai ser mais um daqueles em que só vai haver choque de opiniões... não está havendo nenhum tipo de discussão séria. Neuro, se não for pedir muito... apague este tópico. Outros melhores surgirão no lugar desse. Ultimamente percebi uma descarga de tópicos aqui no fórum. Dos quais alguns deles geraram pequenos atritos. Apague este aqui por favor.
 
Apagar não que acho que existe aqui muita informação. O pessoal tem é que debater com mais calma...
 
.a Experienci Psicodelica E Caracterizada Pela Percepcao De Aspectos Mentais Originalmente Desconhecidos...
E Uma Jornada A Novos Reinos Da Conciencia...
 
Estudo liga gene da inteligência à esquizofrenia

Um estudo feito por investigadores norte-americanos mostrou que a inteligência e a esquizofrenia podem estar ligadas por um gene que aumenta a habilidade do cérebro para pensar.

O trabalho, desenvolvido no Instituto Nacional para a Saúde Mental dos Estados Unidos, em Bethesda, no Estado de Maryland, indica que a esquizofrenia, uma condição psicótica que afecta cerca de 60 milhões de pessoas no mundo, pode ser o risco que determinadas pessoas têm de correr no desenvolvimento extraordinário de capacidades intelectuais.

A investigação, publicada no Journal of Clinical Investigation, sugere que alguns dos factores genéticos que envolvem as capacidades cognitivas podem apresentar problemas, deixando uma parte dos indivíduos com maior probabilidades de ter problemas mentais.

Os investigadores examinaram uma variação comum de um gene, o DARPP-32, que faz com que a região do cérebro responsável pelo raciocínio mais sofisticado seja mais eficiente, melhorando o processo de transmissão de informações.

Contudo, o gene também foi ligado a funções cerebrais registadas em pacientes com esquizofrenia. Uma investigação em 257 famílias com historial de esquizofrenia mostrou que o gene é bastante comum entre pessoas com a doença.

O gene aumenta a capacidade de processamento de informação e, quando o cérebro funciona normalmente, o indivíduo ganha flexibilidade para pensar e um melhor desempenho da memória.

Entretanto, outros genes e as condições de vida do indivíduo podem fazer com que o cérebro encontre dificuldades para gerir aquele ganho, levando a um efeito colateral. «Seria o equivalente neurológico de uma mega-auto-estrada terminando num beco sem saída», comparou o pesquisador Daniel Weinberger, em entrevista ao jornal britânico The Times.

A esquizofrenia é uma condição que pode causar alucinações e delírios e que, em casos muito graves, pode fazer com que o paciente se torne incapaz de interagir socialmente com outras pessoas. Estima-se que cerca de 1% da população do mundo tenha sintomas da doença.

Na história, há vários exemplos de nomes famosos que foram diagnosticados como esquizofrénicos, como o matemático John Forbes Nash - retratado no filme «Uma Mente Brilhante» -, o músico Syd Barrett, ex-guitarrista do grupo Pink Floyd, o escritor norte-americano Jack Kerouac e o poeta e dramaturgo francês Antonin Artaud.

09-02-2007 12:30:31
 
Tripman não sei se era isto que pretendias chegar mas ha uma teoria que dizem que um esquizofrenico caiu no "mar"

vou tentar explicar. Um monge ao longo da sua vida vai meditando e aquirindo conhecimento como se estivesse a entrar no mar aos bocados e aprendendo a nadar até entrar numa zona sem pé, enquanto que um esquizofrenico caiu logo numa zona sem pé e como não sabe "nadar" (não consegue compreender e perceber o que é aquilo) fica "maluquinho".
 
Não recomendo a ninguem que já apresenta algum tipo de disturbio mental a ingerir qualquer tipo de estimulante.


Dêem uma lida no livro do Timothy Leary. É muito bom.
 
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