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Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

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Espiritismo

Nabis

Cogumelo maduro
Membro Ativo
09/08/2009
86
71
Ae galera Tava lendo o livro dos espiritos de alan kardek e olha o que achei:
Meio parecido com a viajem de cogumelo

ÊXTASE
439 Que diferença existe entre o êxtase e o sonambulismo?
– O êxtase é um sonambulismo mais depurado; a alma do extático é
ainda mais independente.
440 O Espírito do extático penetra realmente nos mundos superiores?
– Sim, ele os vê e compreende a felicidade daqueles que os habitam.
Deseja, por isso, lá permanecer. Mas existem mundos inacessíveis aos
Espíritos que não são suficientemente depurados.
441 Quando o extático exprime o desejo de deixar a Terra, fala
sinceramente e não sente atuar nele o instinto de conservação?
– Isso depende do grau de pureza do Espírito; se vê sua posição
futura melhor do que sua vida presente, faz esforços para romper os laços
que o prendem à Terra.
442 Se o extático ficasse abandonado a si mesmo, sua alma poderia
definitivamente deixar seu corpo?
– Sim, poderia morrer. Por isso é preciso fazê-lo voltar apelando para
tudo o que pode prendê-lo à vida na Terra e, principalmente, fazendo-o
compreender que, se romper a cadeia que o retém aqui, será a maneira
certa de não permanecer onde ele vê que seria feliz.
443 Existem coisas que o extático pretende ver e que são evidentemente
fruto de uma imaginação impressionada pelas crenças e
preconceitos terrenos. Tudo o que vê não é, então, real?
– O que vê é real para ele, mas como seu Espírito está sempre sob a
influência das idéias terrenas pode vê-lo à sua maneira ou, melhor dizendo,
pode se exprimir numa linguagem apropriada a seus preconceitos ou
às idéias em que foi educado, ou aos vossos, a fim de melhor se fazer
compreender. É, principalmente, nesse sentido que ele pode errar.
444 Que grau de confiança se pode depositar nas revelações dos
extáticos?
–O extático pode, muito freqüentemente, se enganar, principalmente
quando pretende penetrar naquilo que deve permanecer em mistério para
o homem, porque então revelará suas próprias idéias ou se tornará joguete
de Espíritos enganadores que se aproveitam de seu entusiasmo para
fasciná-lo.
445 Que conseqüências se pode tirar dos fenômenos do sonambulismo
e do êxtase? Não seriam uma espécie de iniciação à vida
futura?
.......
fonte:http://www.tvmundomaior.com.br/download/o-livro-dos-espiritos.pdf
 
Possuo pequena biblioteca sobre o assunto e uma lista com mais de 5.000 livros de referência.
Posso te garantir que essas coisas são diferentes mas podem ter algo em comum enquanto estados alterados de consciência em relação à vigília normal. No mais, são bem diferentes entre si.
 
pode ser, eu achei interessante postar, pra tirar essa duvida...vlw mano!
 
pode ser, eu achei interessante postar, pra tirar essa duvida...vlw mano!

Também acho muito interessante. Até porque já tive as duas experiências combinadas, uma na sequência da outra. Mas é muito válido relacionar diferentes estados alterados com a experiência com os cogumelos. Comparar as percepções, as sensações, os aprendizados etc.
Existem livros especializados que tratam diretamente a relação entre enteógenos, mais especificamente os cogumelos, e os estados que você relacionou no tópico.
Se puder, veja: capítulo 446. Projeção consciente e as drogas. Do livro Projeciologia, de Waldo Vieira.
Embora as experiências sejam diferentes, elas podem se relacionar, principalmente se existir uma proposta intencional do sujeito.
Estados alterados podem combinar diversas técnicas para se tentar atingir os resultados esperados.
Seu tópico me deu até algumas idéias...
 
do Equilíbrio

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Muito se busca, muito se deseja e tudo muito rápido, tudo antes mesmo de se saber o que se quer e não são poucos os exemplos que eu poderia dar, a maioria próxima demais de qualquer um que venha a ler estas linhas, outros talvez dentro dos próprios leitores.

Nem sempre é fácil domar a ansiedade, aliás é perfeitamente normal, principalmente quando se depara com conhecimentos novos, perspectivas mais amplas ou mesmo um simples entendimento de porque cada coisa é como é e como deveria ser.

Antes de tentar mudar o mundo, de mudar a sociedade ou mesmo seu bairro, comece mudando seus hábitos, organizando seu quarto, ou mesmo apenas as gavetas do armário, controle seus vícios (e consequentemente elimine-os na medida do possível, pois não acredito que possam existir vícios bons) e principalmente: domando a fera que comumente chamamos de mente.

Dizem muito por ai de monstros inomináveis, de segredos abomináveis ou mesmo de personas que desafiam o senso da realidade, mas desconheço monstro mais ameaçador e medonho do que o que carregamos dentro de nós.

Enfrentar a verdade, a nossa própria verdade, dói e é necessário. Não tenha medo, pois você no fim das contas tem todo o tempo e habilidade de que precisa para domar essa fera mesmo que ainda não o saiba, basta parar de procurar em todo o canto e ao menos uma vez, com a devida atenção e respeito, olhar para dentro de si mesmo e buscar compreender, e não somente destruir o que lhe é desconhecido.

Antes de buscar a sinceridade e parar de mentir para o mundo, seja sincero consigo mesmo, procure saber onde está mentindo ou mesmo omitindo coisas a si mesmo. Fugir dos problemas apenas adia, e não resolve, os problemas.

A chave maior que conheço para isso é paciência, coragem e determinação. O melhor caminho para conquistá-los é meditando. Criar uma linha saudável de hábitos começa aos poucos, debaixo e lentamente, é um processo que leva tempo, e é aí onde se separa os verdadeiramente fortes dos que apenas tentam. Não busque resultados do dia para a noite, viver não é uma decisão de apenas uma noite, e viver de forma saudável é um trabalho que denota atenção e amor, se não sente amor por si mesmo, como poderá sentir por outras pessoas? Comecem, pois mais vale um passo firme numa longa estrada, do que um caminhar vacilante a jornada toda.

E por favor, poupem as próprias mentes das mesmas dúvidas, das mesmas perguntas inúteis e busquem o que realmente importa. Simplicidade e Equilíbrio, o verdadeiro segredo da mente humana.

Por Luciux (via alegrolla.blogspot.com – “do Equilíbrio”)
 
OBRA: NOS BASTIDORES DA OBSESSÃO TEMÁTICA - OBSESSÃO: FLAGÍLIO SOCIAL
De Manoel Philomeno de Miranda
(1° edição/FEB - páginas 7 a 13)

"Pululam em torno da Terra os maus Espíritos, em consequência da inferioridade moral de seus habitantes. A ação malfazeja desses Espíritos é parte integrante dos flagelos com que a Humanidade se vê a braços neste mundo. A obsessão, que é um dos efeitos de semelhante ação, como as enfermidades e todas as atribulações da vida, deve, pois, ser considerada como provação ou expiação e aceita com esse caráter". (A Gênese, de Allan Kardec, 14° edição da FEB, capítulo XIV)

A obsessão, mesmo nos dias de hoje, constitui tormentoso flagício social. Está presente em toda parte, convidando o homem a sérios estudos.
As grande conquistas contemporâneas não conseguiram ainda erradicá-la. Ignorada propositadamente pela chamada Ciência Oficial, prossegue colhendo nas suas malhas, diariamente, verdadeiras legiões de incautos que se deixam arrastar a resvaladouros sombrios e truanescos, nos quais padecem irremissivelmente, até à desencarnação lamentável, continuando, não raro, mesmo após o traspasse... Isto, porque a morte continua triunfando, ignorada, qual ponto de interrogação cruel para muitas mentes e incontáveis corações.

As Disciplinas e Doutrinas decorrentes da Psicologia Experimental, nos seus diversos setores, preferem continuar teimosamente arregimentando teorias que não respondem aos resultados da observação demorada e das constatações de laboratório, como se a imortalidade somente merecesse acirrado combate e não investigação imparcial, capaz de ensejar ao homem esperanças e consolações, quando tudo lhe parece conspirar contra a paz e a felicidade.

Desde as honestíssimas pesquisas do Barão von de Guldenstubbé, em 1855, e as do Prof. Roberto Hare, insuspeito lente de Química, na Universidade da Pensilvânia, em 1856, que concluíram pela realidade do espírito preexistente ao berço e sobrevivente após o túmulo, que os cientistas conscientes das suas responsabilidades se têm entregue ao afã da verificação da Imortalidade. E todos aqueles que se dedicaram à observação e ao estudo, à experimentação e ao fenômeno, são concordes na comprovação da continuidade da vida depois da morte...

Nos EUA se tornaram famosas as experiências psiquiátricas realizadas pelo Dr. Carlos Auckland, que, utilizando-se da argumentação espírita, conseguia desobsidiar inúmeros pacientes que lhe chegavam, atormentados, ao consultório. Simultaneamente, em seus trabalhos especializados, utilizava-se de uma médium clarividente, sua própria esposa, que o ajudava na técnica da desobsessão.

Diante de Alcina incorporada pelo espírito de Galeno, em plena sessão da Salpetrière, respondeu Charcot, aos interessados no fenômeno e o que o inquiriram, que lhes não convinha se adiantassem à própria época em que viviam... Sugeriu que não buscassem raciocínios que aclarassem os resultados das investigações, devendo contentar-se somente com aquela "observação experimental", a que todos haviam presenciado. Tal atitude anticientífica tem sido mantida por respeitáveis investigadores, por temerem a realidade da vida imperecível.

Com Allan Kardec, no entanto, tiveram início os eloquentes testemunhos da imortalidade, da comunicabilidade dos espíritos, da reencarnação e das obsessões, cabendo ao insigne mestre lionês a honrosa tarefa de apresentar conveniente terapêutica para ser aplicada nos observados como também nos obsessores. A partir da publicação de O Livro dos Espíritos, todo um conjunto de regras, com um notável esquema de faculdades mediúnicas, foi apresentado, a par de seguro estudo do Espírito, nas suas diversas facetas, culminando com o exame das manifestações espiríticas, organização de Sociedades e palestras dos Espíritos Elevados, que traçaram rotas de segurança para os que ingressarem na investigação racional dos fenômenos medianímicos. A bússula para o sadio exercício da mediunidade foi apresentada com rigoroso equilíbrio, através da Obra magistral.

No entanto, diante dos lancinantes problemas da obsessão na atualidade, tem-se a impressão de que nada até o momento haja sido feito a fim de ser modificado esse estado de coisas.

De Kardec aos nossos dias, todavia, quantas edificantes realizações e preciosos estudos em torno dos médiuns, da mediunidade, das obsessões e das desobsessões têm sido apresentados! Este capítulo dos problemas psíquicos - "a obsessão" - tem merecido dos cristãos novos o mais acendrado interesse. Apesar disso, avalassaladoramente vem-se mantido em caráter epidêmico, qual morbo virulento que se alastra por toda a Terra, hoje mais do que em qualquer época...

"Sinal dos tempos", a que se referem os Escritos Evangélicos, prenuncia essa dor generalizada, a era do Espírito Imortal. Milhões de criaturas, no entanto, dormem o sono da indiferença, entregues aos anestésicos do prazer e ao ópio da ilusão.

Por todos os lugares se manifestam Espíritos advertindo, esclarecendo, despertando...

No entanto, o carro desatrelado da juventude corre na direção de abismos insondáveis. Os homens alcançam a maturidade vencidos pelos desgastes da quadra juvenil, e a velhice em desassossego padece ao abandono. Os altos índices da criminalidade de todos os matizes e as calamidades sociais espalhadas na Terra são, todavia, alguns dos fatores predisponentes e preponderantes para as obsessões... Os crimes ocultos, os desastres da emoção, os abusos de toda ordem de uma vida ressurgem depois, noutra vida, em caráter coercitivo, obsessivo. É o que hoje ocorre como consequência do passado.

A Doutrina espírita, porém, possui os antídotos, as trrapias especiais para tão calamitoso mal. Repetindo Jesus, distende lições e roteiros para os que se abeberam das duas fontes vitais.
 
Última edição por um moderador:
OBRA: TRAMAS DO DESTINO
TEMÁTICA: OBSESSÃO E TRAMAS DO DESTINO
(1° edição/ FEB - páginas 11 a 21)

Muito fácil, senão de todo improvável ao estudioso da poblemática humana, compreender do ponto de vista da unicidade das existências as tramas do destino.

Examinada apenas uma vida, mesmo com o melhor apuro psicológico, não se dispõe de dados para explicar a justiça divina, em se considerando a pluralidade dos sucessos felizes e desgraçados que gravitam em torno dos homens, e que os distingue na vasta gama policromada das suas conquistas e quedas.

De um só golpe, é inexequível tentar abarcar o campo de ação e as ocorrências num todo fixo e completo, no qual o homem seja uma peça impulsionada por um determinismo cego ou alguém cujo livre-arbítrio disponha de uma clarividência muito especial para tudo realizar numa só vida, acertando e sublimando-se, equivocando-se e reabilitando-se.

As conceituações da predestinação pela graça, das concessões pelo ingresso no paraíso e das punições infernais encontram-se ultrapassadas, mesmo no seio de algumas das religiões que as prescreviam.

Por outro lado, negando-se o Autor Divino da Criação, e a vida sendo relegada ao caos, isto não basta para explicar os porquês inteligentes que a todos assomam e dominam, diante das incontáveis aquisições do espírito humano, aturdido em face das inquestionáveis provas da sobrevivência do ser, da comunicabilidade do princípio intelectual depois do túmulo...

As modernas doutrinas da Parapsicologia, da Psicofísica e outras ciências experimentais equivalentes tentam colocar no lugar do Espírito, com que não se defrontam nos seus laboratórios, sucedâneos materialistas e energeticistas, sem o êxito que seria de esperar-se, porquanto esses mesmos agentes se esboroam, quando colocados diante de novos fatos que espocam, incessantes.

A temerária reação contra o Espírito, entidade inteligente que preexiste ao corpo e lhe sucede após a morte, vivendo com ou sem a aparelhagem somática, lentamente vai sendo vencida, embora a cautelosa posição assumida pelos pesquisadores científicos e estudiosos da atualidade.

Mantendo intransigente atitude contrária à Religião, de que a Ciência foi vítima milenarmente, transitam os modernos parapsicológicos e psicobiofísicos, com algumas exceções, adotando intolerantes posições de anátema contra a fé, numa reação injustificável.

Asseveram que ainda não têm provas concludentes, definitivas, da sobrevivência do Espírito ao túmulo, nem documentação alguma que consiga provar a existência da alma.

Toda vez que um fato novo faz soçobrar a teoria negativista anterior, apressam-se por elaborar outra que atenda com relativa eficiência ao propósito a que se aferram, na mesma inquietação e insegurança que caracterizavam os metapsiquistas de ontem e os psiquistas do passado.

A imortalidade, no entanto, triunfa sobre os seus negadores.

Os homens interexistentes, os homens psi multiplicam-se e os fenômenos de que são objeto impõem urgente reconsideração nas idéias e opiniões preconceituosas.

As enfermidades da mente sucedem-se, avassaladoras, na razão direta em que os métodos psiquiátricos, psicanalíticos e psicológicos se aprimoram, incapazes de deter a grande avalancha dos distônicos, dos esquizóides, dos neuróticos, dos psicóticos...

Saturado de tecnicismo, o homem cético arroja-se na busca das emoções fortes e ressuscita cultos demoníacos, missas negras, sabats, ansioso pelo sobrenatural, pelo fantástico...

As orgias de sangue, sexo e droga fazem-no recuar às origens do primitivismo, revelando a falência das conquistas extrínsecas e o malogro da ética dissociada das aspirações legítimas, tornada passadista...

Fantasmas reais e imaginários prenunciam hecatombes gerais, desde que as parciais se sucedem por toda parte.

As soluções superficiais e apressadas não resolvem as questões complexas de profundidade, atenuando na superfície os efeitos, sem remover nas causas as legítimas raízes em que se fixam os males contínuos.
O homem hodierno se encontra aturdido.

Adicionando-se a essas inquietantes injunções, surgem as parasitoses espirituais, que os acadêmicos insistem em ignorar, teimando desconsiderá-las.

Não obstante, nas células espíritas onde vibram as harmonias do Consolador prometido por Jesus, reaparece a terapêutica do Evangelho, através de técnicas especiais com que se libertam perseguidos e perseguidores, facultando-se-lhes a saúde íntima, a paz...

nas suas nobres tarefas de desobsessão, defrontam-se os dois mundos em litígio: o espiritual e o físico, de cujos painéis se pode apreender, nas causas reais, a lógica dos efeitos que engendram e produzem as tramas dos destinos.

Mediante o conhecimento da reencarnação, da pluralidade das existências planetárias, pode-se formar o quadro esclarecedor, para se entenderem as ocorrências que escapam, aparentemente misteriosas, muitas vezes inexplicáveis...
O homem não experimenta uma só e única vida terrestre.

A terra é seu berço e sua escola, onde evolute, demandando mais altas aquisições espirituais.
Suas experiências exitosas ou malsucedidas produzem a engrenagem em que se movimentará no futuro.
A cada ação corresponde uma reação equivalente.

Nâo sendo a morte mais do que uma transferência de posição vibratória, a vida mantém sua interação e harmonia nas diversas situações no corpo físico e fora dele, sem qualquer solução de continuidade ou defasagem perturbante.

Muitos dos problemas graves, no contingente da saúde física e mental que a Medicina depara a cada momento, têm suas raízes no pretérito espiritual do paciente.

Seus erros e suas aquisições fazem-se os agentes da sua paz ou da sua perturbação.
Reencarnando cada qual com a soma das próprias experiências, diferentes são as situações pessoais, conforme se observa no mundo.

Vinculados aos desafetos de que se desejaram livrar, mas de que não se liberaram, padecem-lhes as injunções e influências maléficas.
Auto-obsessões, obsessões, subjugações são capítulos que merecem da Patologia Médica estudo simultâneo, à base dos postulados do Espiritismo.

A reencarnação é a chave para a explicação dos seus enigmas.
Ao lado das terapêuticas valiosas, ora aplicadas nos obsessos de vário porte, impõe-se os recursos valiosos e salutares da da fluidoterapia e das expressivas contribuições doutrinárias da Terceira Revelação, que traz de volta os insuperáveis métodos evangélicos de que se fez expoente máximo Jesus, o Divino Médico de todos nós.

O amor e a prece, o perdão e a caridade, a tolerância e a confiança, a fé e a esperança não são apenas virtudes vinculadas às religiões passadas, porém, insubstituíveis valores de higiene mental, de psicoterapia, de laborterapia, que se fazem de urgência para neutralizar as ondas crescentes do ódio e da revolta, da vingança e da mágoa, da intolerância e da suspeita, da descrença e da desesperança, que irrompem e se instalam no homem, tudo avassalando intempestivamente.

A Doutrina Espírita dispõe de valiosos tesouros para a aquisição da felicidade na Terra e depois da desencarnação.
Conhecê-la e praticar-lhe os ensinos representa uma ensancha ditosa para aqueles que aspiram a melhores dias, anelam por paz e laboram pelo bem.

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Mergulham, diariamente, na roupagem carnal, com objetivos relevantes, Espíritos felizes que se olvidam dos gozos que podem fruir, objetivando, através do amor, alçarem às Regiões da Ventura antigos companheiros que, por teimosia, equívoco ou rebeldia contumazes, naufragaram nas experiências da evolução, detendo-se em lamentáveis estados de perturbação.

Enxameiam por toda parte províncias de sombra e agonia, cujas paisagens ermas e doentias mais envenenam os que ali se detêm, graças à exteriorização miasmática dos seus pensamentos em desalinho e das suas personalidades enfermas...

Aglutinados em magotes compactos ou formando comunidades inditosas, constituem esses locais verdadeiras "cidades de dor", onde expungem, esses desventurados seres, os gravames que os ferreteiam, sicários uns dos outros, conforme as habilidades e as permissividades que cultivaram pela astúcia ou pela perversidade, enquanto transitaram pelo domicílio corporal...

Hebetados uns e enfurecidos outros, constituem estranha e inditosa mole que se movimenta sem direção, padecendo indescritíveis horrores ou produzindo deploráveis dores em si mesmos como no próximo, a quem se vinculam ou imantam consoante afinidades existentes que os fixa, reciprocamente, em vigorosas sintonias obsidentes.

O conceito teológico sobre o Inferno, extraindo-se dele o caráter de eternidade que não possui, empalidece, tendo-se em vista esses múltiplos submundos que se multiplicam terrificantes, quer na Terra, em locais específicos, quer em torno do Orbe, experimentando as mesmas conjunturas da gravitação a que se prende o Planeta...

Nessas lôbregas sociedades espirituais raramente vigem a piedade e a esperança, graças aos inconcebíveis conciliábulos da desdita que subjuga os ali recolhidos, cujos chefes draconianos se arrogam direitos de justiçar, perseguindo não apenas os que lhes facultam o assédio após a desencarnação, como os homens que lhes experimentam a influência por natural processo de vinculação moral e psíquica, em torpe comércio obsessivo de grave porte.

Sucede que a vida humana, assinalada pelo desequilíbrio na superfície do mundo, reflete só palidamente as realidades que promanam das Esferas Espirituais Inferiores, por serem nestas que surgem os fatores reais, modeladores daqueles insucessos... Dessa forma, em tais labirintos de pesadelos e horror, programam-se incontáveis desgraças, individuais ou coletivas, que estrugem violentas entre os deambulantes das formas físicas...

Nada obstante, o vigilante amor de Nosso Pai compadecido procede periodicamente a expurgos lenificadores, emigrações em grupo, encaminhando legiões desses desditosos, coletivamente, à experiência reencarnacionista, com vistas à melhoria deles e à diminuição da psicosfera que os envenena e degenera, perturbando, de certo modo, a economia moral da Terra...

Frequentemente, em nome desse amor, caravanas de abnegados enfermeiros espirituais e missionários da caridade condensam suas energias sutis e vão até esses dédalos de alucinação e crime, usando a misericórdia e a solidariedade com que sensibilizam os mais feridos e agoniados, ajuntando-os a se renovarem interiormente, propiciando-lhes a modificação vibratória com que se deslocam mentalmente dos martírios que os supliciam e, sob a cariciosa vitalização da prece como da afetividade em redespertamento, permitem-se recolhê-los e encaminhá-los a ninhos de repouso e campo de refazimento, onde se armam de forças para os cometimentos futuros...

Abençoados por verdadeiros indultos divinos que lhes facultam o pagamento das pesadas dívidas em clima menos denso de angústia, nos círculos do sofrimento corporal e moral, são recambiados, logo possível, à carne, esse bendito escafandro para a atmosfera terrestre, nossa escola de redenção.

Ante o claro lucilar das estrelas em cada noite, sob o pálio da prece luarizante, tais Mensageiros da bondade e da renúncia descem às furnas ou deambulam nos rumos dos hospitais-purgatórios coletivos, a recolherem os arrependidos e os sensibilizados que foram atingidos pela magnanimidade do Cordeiro Celeste e de sua Augusta Mãe, a Excelsa Mãe de toda a Humanidade, sublime intercessora de todos nós.

Guardando, porém, com a retaguarda donde procedem, os vínculos de dor e aspirando as forças psíquicas com que se sustentaram longamente, trazem para os círculos carnais os sinais dos erros, os estigmas de que necessitam liberar-se, bem como as fixações da demência em que se escondem dos sicários ou as matrizes para oportunas realizações, em consórcio obsessivo com que seerguerão da desgraça e poderão alçar à felicidade os antigos asseclas, que lhes foram vítimas, ora travestidos em algozes impenitentes...

Na tecelagem dos destinos humanos, os fios que atam as malhas das redes dos compromissos procedem sempre das vidas transadas.

Nenhum acaso existe regendo ocorrências, nenhuma força fortuita aparece acolhendo a esmo.
Os atos geram efeitos que rumam na direção de opções ao alcance das circunstâncias para a eclosão das Leis Divinas, dentro do equilíbrio cármico, através das "causas e efeitos".

Em toda obsessão, simples ou subjugadora, como quer que se apresente, a trama dos destinos se situa no passado espiritual dos litigantes em forma de fatores causais.
Forrar-se de amor e conhecimento, a fim de ajudar com proficiência, tal deve ser a atitude de quem se candidata a esse ministério de terapia providencial.
 
Última edição por um moderador:
Bem, amigos do fórum, que boa a oportunidade deste tópico para os Espíritas se manifestarem, exporem os pontos centrais de seus pensamentos, não para fins de proselitismo, mas sim para fins informativos. Assim como outros tópicos deste subfórum me fizeram ver outras tradições religiosas/espirituais com mais clareza e derrubando até preconceitos, mesmo sem as aderir, espero que também este tópico possa contribuir neste sentido em relação ao Kardecismo.

Acho que o mais importante na Doutrina não é o seu aspecto científico (se é ou não ciência, tal debate possui tópico próprio - Ciência, o método científico e outros discursos), nem tampouco o filosófico. O que realmente importa são as diretrizes morais resultantes de seu aspecto propriamente religioso, no qual as pessoas são orientadas a melhorar umas com as outras, a fazerem do mundo um lugar melhor, mais amoroso, independentemente da crença ou total falta desta de quem caminha conosco nesta vida.

Neste âmbito da ética, enxergo o Espiritismo (aqui compreendido o termo como sinônimo de Kardecismo, apesar de eu discordar desse arrogante preciosismo dos kardecistas, pois as tradições afro-brasileiras têm todo o direito de se apropriarem do termo como bem lhes der na telha, cabendo aos Kardecistas aceitar que não podem controlar o uso do português e que apenas o termo "Kardecismo" lhes é exclusivo hoje em dia) como um conjunto de conhecimentos e diretrizes extraídas a partir da razão, e alguns deles totalmente independentes de qual seja o credo da pessoa, ou se há vida após a morte ou não.

Assim, gostaria de abrir minha participação neste tópico com o seguinte texto que, apesar de estar no Evangelho Segundo o Espiritismo, acho difícil que alguém discorde sobre seu acerto como um todo, ou de que traz boas orientações independentemente de religião ou falta de religião de quem o leia, e ainda também independente até de detalhes culturais de um local ou outro. Mesmo que em um elemento ou outro a pessoa discorde (por exemplo, ateus não terão fé em Deus), não se pode negar que quem age conforme o descrito abaixo, atua com ética e procura fazer do mundo um lugar melhor, vencendo suas más tendências. A razão é uma ferramenta universal, afinal de contas.

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O Homem de Bem

"O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e caridade, na sua maior pureza. Se interroga a sua consciência sobre os próprios atos, pergunta se não violou essa lei, se não cometeu o mal, se fez todo o bem que podia, se não deixou escapar voluntariamente uma ocasião de ser útil, se ninguém tem do que se queixar dele, enfim, se fez aos outros aquilo que queria que os outros fizessem por ele.

Tem fé em Deus, na sua bondade, na sua justiça e na sua sabedoria; sabe que nada acontece sem a sua permissão, e submete-se em todas as coisas à sua vontade.

Tem fé no futuro, e por isso coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.

Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções, são provas ou expiações, e as aceita sem murmurar.

O homem possuído pelo sentimento de caridade e de amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperar recompensa, paga o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte e sacrifica sempre o seu interesse à justiça.

Encontra sua satisfação nos benefícios que distribui, nos serviços que presta, nas venturas que promove, nas lágrimas que faz secar, nas consolações que leva aos aflitos. Seu primeiro impulso é o de pensar nos outros, antes que em si mesmo, de tratar dos interesses dos outros, antes que dos seus. O egoísta, ao contrário, calcula os proveitos e as perdas de cada ação generosa.

É bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças nem de crenças, porque vê todos os homens como irmãos.

Respeita nos outros todas as convicções sinceras, e não lança o anátema aos que não pensam como ele.

Em todas as circunstâncias, a caridade é o seu guia. Considera que aquele que prejudica os outros com palavras maldosas, que fere a suscetibilidade alheia com o seu orgulho e o seu desdém, que não recua à ideia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever do amor ao próximo e não merece a clemência do Senhor.

Não tem ódio nem rancor, nem desejos de vingança. A exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas, e não se lembra senão dos benefícios. Porque sabe que será perdoado, conforme houver perdoado.

É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência, e se lembra destas palavras do Cristo: “Aquele que está sem pecado atire a primeira pedra”.

Não se compraz em procurar os defeitos dos outros, nem a pô-los em evidência. Se a necessidade o obriga a isso, procura sempre o bem que pode atenuar o mal.

Estuda as suas próprias imperfeições, e trabalha sem cessar em combatê-las. Todos os seus esforços tendem a permitir-lhe dizer, amanhã, que traz em si alguma coisa melhor do que na véspera.

Não tenta fazer valer o seu espírito, nem os seus talentos, às expensas dos outros. Pelo contrário, aproveita todas as ocasiões para fazer ressaltar a vantagens dos outros.

Não se envaidece em nada com a sua sorte, nem com os seus predicados pessoais, porque sabe que tudo quanto lhe foi dado pode ser retirado.

Usa mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe tratar-se de um depósito, do qual deverá prestar contas, e que o emprego mais prejudicial para si mesmo, que poderá lhes dar, é pô-los ao serviço da satisfação de suas paixões.

Se nas relações sociais, alguns homens se encontram na sua dependência, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus. Usa sua autoridade para erguer-lhes a moral, e não para os esmagar com o seu orgulho, e evita tudo quanto poderia tornar mais penosa a sua posição subalterna.

O subordinado, por sua vez, compreende os deveres da sua posição, e tem o escrúpulo de procurar cumpri-los conscientemente.

O homem de bem, enfim, respeita nos seus semelhantes todos os direitos que lhes são assegurados pelas leis da natureza, como desejaria que os seus fossem respeitados.

Esta não é a relação completa das qualidades que distinguem o homem de bem, mas quem quer que se esforce para possuí-las, estará no caminho que conduz às demais".

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo 17.3
 
Falava sozinho e ainda anotava o recado.

Depakote 500 mg

@Trismegisto, me pareceu que esta sua postagem foi por conta do facepalm que lhe dei na postagem anterior. Mas nem o de lá nem o de cá são por conta da sua opinião pessoal, que é um direito seu; mas apenas por não as trazer de uma forma que tenha contribuído para a discussão do tópico, que é sobre religião. Acredito que tópicos que tratem sobre religião devam ser objeto de uma postura de pelo menos maior respeito e cuidado por parte dos membros. Pode-se criticar, é claro, mas a crítica pela crítica não leva a nada. Pode-se polemizar se quiser, mas é mais útil trazer elementos argumentativos escritos de uma forma racional se deseja fazer valer um ponto de vista, e também para possibilitar a contra-argumentação em dialética - de preferência helicoidal.

Enfim, ao lhe dar rating facepalm não pretendia atingir seu ego, apenas estimular um discurso mais elaborado.

Bem, deixado isto claro e terminando de expressar estas ideias, parei pra reler sua última mensagem e a piada foi boa. Pra você é verdade o que disse, pra mim não. Mas, engraçado falar isso dessa forma.

Não há "sagrado" intocável no espiritismo. Vamos rir mesmo, que de séria já tem muita gente religiosa nesse mundo que não sabe ser amável com o próximo, enquanto defende em palavras lindas a própria religião. No fim só o que importa não é que eu esteja certo ou que você esteja errado :troll:, mas que sejamos amanhã melhores seres humanos do que antes :anjo:.
 
Falava sozinho e ainda anotava o recado.

Depakote 500 mg


Pode explicar por favor essa mensagem, @Trismegisto?

Embora piadas não sejam, como regra geral, vetadas nos diversos sub-fóruns, lembro que:

Artigo 2º - Do conteúdo das mensagens públicas
§ 1° É expressamente proibida a abertura de tópicos ou mensagens que contenham agressões verbais, ofensas pessoais ou de caráter discriminatório ou sobre qualquer assunto vexatório que possa constranger qualquer membro do fórum.

e:

§ 3° Se você for ofendido, não responda da mesma forma.


https://teonanacatl.org/help/regras/


Se a intenção foi retaliar o @ExPoro ou escarnecer de uma crença peço que pare.
 
O espiritismo deveria ter avançado mais, pois pelo que vejo o MOVIMENTO ESPÍRITA fez o que Kardec sempre foi contra:
A DOGMATIZAÇÃO.
O espiritismo em si não possui dogmas (pontos indiscutíveis e/ou fundamentais de uma doutrina ou religião) e nem deve, pois se encontra sobre os alicerces da FILOSOFIA-CIÊNCIA-RELIGIÃO. Através da filosofia observamos e indagamos, com a ciência experimentamos e com a religião (sentimento divino que prende o homem ao Criador segundo Emmanuel) sentimos no espírito as manifestações de nosso aprendizado.
Pois bem, sendo assim deveriam ocupar-se não só com os 5 livros de Kardec e os outros tantos de Chico Xavier, mas valorizar obras que vêm surgindo já algum tempo como Ramatís e principalmente as psicografias de médiuns umbandistas como Rubens Saracenni, Woodrow Wilson da Matta e Silva, entre outros e sem falar nas obras do Espírita (kardecista) Robson Pinheiro que muito escreve sobre entidades de umbanda, mas é criticado por ambos os lados.
A espiritualidade não se divide, tudo é UM!
A umbanda só surgiu por causa de preconceitos dos dirigentes da casa espírita em que Zélio Ferrnandino de Morais havia encorporado o Caboclo das 7 encruzilhadas que estava com outros espíritos de indios e negros acompanhando-o. Orgulhosos pelos títulos acadêmicos que muitos dos espíritas possuem, acreditaram que indios e escravos eram IGNORANTES demais para se manifestarem naquele recinto onde a caridade e a evolução deveriam ser o foco maior. Não sabiam estes espíritas que a moral e a inteligência caminham de lados opostos??
Se em uma vida o espírito evolui muito em moral ele evoluirá menos em inteligência e vice-versa, pois são caminhos diferentes que levam ao mesmo fim que é a perfeição e que devem ser trilhados um de cada vez, eis o porque nada seríamos sem as várias reencarnações onde aprendemos de tudo um pouco na medida que retornamos.
Já conheci pessoas que não sabiam ler ou escrever, mas que possuíam um coração incapaz de odiar, uma boca incapaz de amaldiçoar e uma mão incapaz de ferir, tiravam a roupa do corpo para ajudar alguém que precisasse. O que dizer então desses índios e escravos que sofreram humilhações, dores físicas e morais, todos vítimas de homens com inteligência superior a deles e que hoje (na verdade desde sempre) descem a Terra procurando SERVIR os mesmos homens que lhes ceifaram a vida?
Ignorância é um homem julgar o outro pela aparência que este se apresenta.
Pior ainda é um espírita que sabe que a matéria é apenas uma roupa temporária, vir dizer que índios e escravos são seres ignorantes, sem conhecimento, sem capacidade, inferiores por causa da aparência da ultima encarnação. Eis porque Yeshoua não era aceito como messias por seu povo, pois era pobre, não aceitava gorjetas, criticava os "sábios doutores da Lei", quebrava regras como a do sábado, a de lavar as mãos, a de não comer com homens marginalizados, etc...
O movimento não aceita mudanças ou acréscimos na doutrina (pontos estes que Kardec jamais dispensava) e faz da psicografia uma ferramenta única para os espíritos se comunicarem nas reuniões.
Tudo que surge como novo dentro do Espiritismo acaba tendo que se separar e formar uma nova organização, por exemplo, a Projeciologia, a umbanda, a UDV, a Fraternidade Ramatís, entre outros movimentos que surgem aos montes todos os dias em busca dos temas que não são discutidos e ignorados nas casas espíritas.
O espiritismo está ficando ultrapassado e não era para ser assim.
Na casa espírita uma desobsessão pode levar dias, semanas, meses, na umbanda leva horas, instantes, pois a manifestação dos espíritos é mais forte, atuam mais livremente na manipulação da energia (MA+GIA) porque utilizam elementos da natureza e estão trabalhando com médiuns calejados de tanto lutarem contra obsessores das piores espécies. Até mesmo nas igrejas uma desobsessão é mais rápida que na Casa Espírita, pena que o obsessor se torna pior ou se não era obsessor, passa a ser a partir daquele momento onde foi "queimado" durante o culto.
Os doutrinadores preferem chamar o algoz pra conversar, pra orar, pra convencê-lo....
Diferente da Umbanda onde os soldados (Exu) levam à força o meliante direto para a prisão e depois de esgotado vai para a regeneração.
Não há tempo para conversa, o trabalho chama, os necessitados gritam!!
Espiritismo e umbanda deveriam ser compreendidos da seguinte forma:
Doutrina Espirita = ESCLARECIMENTO E EVANGELIZAÇÃO
Umbanda = TRABALHO E MANIFESTAÇÃO MEDIÚNICA UNIVERSALISTA (universalista pois acolhe a todos os espíritos desejosos de servir sem estarem estes num degrau maior da escala evolutiva)
Não escolhi uma organização religiosa por não me enquadrar em nenhum dos padrões, por isso vou aos Kardecistas me esclarecer e me evangelizar e vou na umbanda para me sentir útil para quem precisa de ajuda e para quem está disposto a servir ao meu lado, pois sabemos que oração, passe e água não são tudo.

Mas existe um desequilíbrio forte nos dois lados:
1 Os espiritas estudam muito e manifestam pouco
2 Os umbandistas manifestam muito e estudam quase nada ou até mesmo passam longe de livros (me refiro a grande maioria) porque acreditam que as entidades ensinam tudo.
3 As reuniões Kardecistas são fechadas, na Gira entra qualquer um, sendo assim, de um lado quem precisa não pode entrar, mas do outro entra até quem não precisa.

Espero que ninguém tenha se sentido atacado, falei sobre coisas que eu mesmo vi.
Devo lembrar também que não faço parte de nenhuma organização religiosa, mesmo estudando na casa espirita e trabalhando na umbanda, para mim não passa disto: escola e trabalho.
Paz, força e Luz!
 
Última edição:
Pagar o Mal com o Bem

"3 – Se o amor do próximo é o princípio da caridade, amar aos inimigos é a sua aplicação sublime, porque essa virtude constitui uma das maiores vitórias conquistadas sobre o egoísmo e o orgulho.

Não obstante, geralmente nos equivocamos quanto ao sentido da palavra amor, aplicada a esta circunstância. Jesus não pretendia, ao dizer essas palavras, que se deve ter pelo inimigo a mesma ternura que se tem por um irmão ou por um amigo. A ternura pressupõe confiança. Ora, não se pode ter confiança naquele que se sabe que nos quer mal. Não se pode ter para com ele as efusões da amizade, desde que se sabe que é capaz de abusar delas. Entre pessoas que desconfiam umas das outras, não pode haver os impulsos de simpatia existentes entre aquelas que comungam nos mesmos pensamentos. Não se pode, enfim, ter a mesma satisfação ao encontrar um inimigo, que se tem com um amigo.

Esse sentimento, por outro lado, resulta de uma lei física: a da assimilação e repulsão dos fluidos. O pensamento malévolo emite uma corrente fluídica que causa penosa impressão; o pensamento benévolo envolve-nos num eflúvio agradável. Daí a diferença de sensações que se experimenta, à aproximação de um inimigo ou de um amigo. Amar aos inimigos não pode, pois, significar que não se deve fazer nenhuma diferença entre eles e os amigos. Este preceito parece difícil, e até mesmo impossível de se praticar, porque falsamente supomos que ele prescreve darmos a uns e a outros o mesmo lugar no coração. Se a pobreza das línguas humanas nos obriga a usarmos a mesma palavra, para exprimir formas diversas de sentimentos, a razão deve fazer as diferenças necessárias, segundo os casos.

Amar aos inimigos, não é, pois, ter por eles uma afeição que não é natural, uma vez que o contato de um inimigo faz bater o coração de maneira inteiramente diversa que o de um amigo. Mas é não lhes ter ódio, nem rancor, ou desejo de vingança. É perdoá-los sem segunda intenção e incondicionalmente, pelo mal que nos fizeram. É não opor nenhum obstáculo à reconciliação. É desejar-lhes o bem em vez do mal. É alegrar-nos em lugar de aborrecer-nos com o bem que os atinge. É estender-lhes a mão prestativa em caso de necessidade. É abster-nos, por atos e palavras, de tudo o que possa prejudicá-los. É, enfim, pagar-lhes em tudo o mal com o bem, sem a intenção de humilhá-los. Todo aquele que assim fizer, cumpre as condições do mandamento: Amai aos vossos inimigos."

O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 12.3
 
A Lei de Amor não nos proíbe de nos defendermos quando necessário; mas quando agimos para afastar o mal diante da necessidade de fazê-lo, devemos atuar com a devida firmeza e até contundência, não com raiva nem interesse de vingança.

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Se Alguém te Ferir na Face Direita

8 –
Os preconceitos do mundo, a respeito daquilo que se convencionou chamar ponto de honra, dão esta suscetibilidade sombria, nascida do orgulho e do exagerado personalismo, que leva o homem à geralmente retribuir injúria por injúria, golpe por golpe, o que parece muito justo para aqueles cujo senso moral não se eleva acima das paixões terrenas. Eis por que dizia a lei mosaica: Olho por olho e dente por dente, mantendo-se em harmonia com o tempo em que Moisés vivia. Mas veio o Cristo e disse: “Não resistais aos que vos fizer mal; mas se alguém te ferir na tua face direita, oferece-lhe também a outra”. Para o orgulhoso, esta máxima parece uma covardia, porque ele não compreende que há mais coragem em suportar um insulto, que em se vingar. E isto, sempre, por aquele motivo que não lhe permite enxergar além do presente. Deve-se, entretanto, tomar essa máxima ao pé da letra? Não, da mesma maneira que aquela que manda arrancar o olho, se ele for causa de escândalo. Levada as últimas conseqüências, ela condenaria toda repressão, mesmo legal, e deixaria os campos livres aos maus, que nada teriam a temer; não se pondo freio às suas agressões, bem logo todos os bons seriam suas vítimas. O próprio instinto de conservação, que é uma lei da natureza, nos diz que não devemos entregar de boa-vontade o pescoço ao assassino. Por essas palavras, Jesus não proibiu a defesa, mas condenou a vingança. Dizendo-nos, para oferecer uma face quando formos batidos na outra, disse, por outras palavras, que não devemos retribuir o mal com o mal; que o homem deve aceitar com humildade tudo o que tende a reduzir-lhe o orgulho; que é mais glorioso para ele ser ferido que ferir; suportar pacientemente uma injustiça que cometê-la; que mais vale ser enganado que enganar, ser arruinado que arruinar os outros. Isto, ao mesmo tempo, é a condenação do duelo, que nada mais é que uma manifestação do orgulho. A fé na vida futura e na justiça de Deus, que jamais deixa o mal impune, é a única que nos pode dar força de suportar, pacientemente, os atentados aos nossos interesses e ao nosso amor próprio. Eis por que vos dizemos incessantemente: voltai os vossos olhos para o futuro; quanto mais vos elevardes, pelo pensamento, acima da vida material, menos sereis feridos pelas coisas da Terra.

O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 12.8
 
Oferecer a outra face....
Com vistas na vida futura estas palavras fazem todo sentido e são essências para a redução do orgulho em nosso EGO.

Mas isto pode também ser interpretado da seguinte forma:
Se te batem na face da paz, mostre a face da guerra, aquela que é útil para sua sobrevivência em um mundo onde o fraco é oprimido pelo mais forte.

A religião sempre ensinou a sermos brandos e pacíficos, mas estes tipos são mais fáceis de serem controlados ou "manipulados" pelos governantes, pois nada questionam e tudo suportam, talvez seja por isso que a Igreja colocou Jesus como salvador da humanidade e quem não segui-lo irá para o inferno.
Uma pessoa humilde está constantemente sendo humilhada, mas claro, pois ser humilde sem se humilhar é impossível!
Neste caso eu penso até quando o SERVIDOR DO BEM deverá abaixar a cabeça ou oferecer os dois lados da face para receber uma agressão??
Já passei por situações onde vieram me agredir verbalmente, mas mudaram de ideia quando viram do que eu seria capaz de fazer para me defender, é uma questão de lógica. O próprio bulling nas escolas é praticado por alunos rebeldes e as vítimas são alunos pacíficos, muitos deles com problemas no lar e/ou no íntimo. Estas humilhações a longo prazo, deixam-os loucos por vingança e capazes de destruir uma escola inteira por conta das humilhações que passaram, mas ninguém vai atras do "valentão" para tirar uma com a cara dele porque sabem que irão sair no prejuízo.

Eis um grande dilema:
Apanhar para não bater ou bater para não apanhar?
Eu prefiro cortar o mal pela raiz da árvore que não dará bons frutos.
 
Oferecer a outra face....
Com vistas na vida futura estas palavras fazem todo sentido e são essências para a redução do orgulho em nosso EGO.

Mas isto pode também ser interpretado da seguinte forma:
Se te batem na face da paz, mostre a face da guerra, aquela que é útil para sua sobrevivência em um mundo onde o fraco é oprimido pelo mais forte.

A religião sempre ensinou a sermos brandos e pacíficos, mas estes tipos são mais fáceis de serem controlados ou "manipulados" pelos governantes, pois nada questionam e tudo suportam, talvez seja por isso que a Igreja colocou Jesus como salvador da humanidade e quem não segui-lo irá para o inferno.
Uma pessoa humilde está constantemente sendo humilhada, mas claro, pois ser humilde sem se humilhar é impossível!
Neste caso eu penso até quando o SERVIDOR DO BEM deverá abaixar a cabeça ou oferecer os dois lados da face para receber uma agressão??
Já passei por situações onde vieram me agredir verbalmente, mas mudaram de ideia quando viram do que eu seria capaz de fazer para me defender, é uma questão de lógica. O próprio bulling nas escolas é praticado por alunos rebeldes e as vítimas são alunos pacíficos, muitos deles com problemas no lar e/ou no íntimo. Estas humilhações a longo prazo, deixam-os loucos por vingança e capazes de destruir uma escola inteira por conta das humilhações que passaram, mas ninguém vai atras do "valentão" para tirar uma com a cara dele porque sabem que irão sair no prejuízo.

Eis um grande dilema:
Apanhar para não bater ou bater para não apanhar?
Eu prefiro cortar o mal pela raiz da árvore que não dará bons frutos.

Eae, DMenT, sei que sua resposta foi como você se posiciona e sente, mas gostaria de fazer algumas reflexões... :)

Pena que demorei demais pra responder a essa postagem, que na época eu tava bem iluminado e cheio de reflexões no tema por ter terminado meses antes um período de conflitos em que eu havia me determinado por absoluta falta de opção a "apenas bater até ficar inconsciente" em alguém que estava prejudicando a minha sanidade, bem como a minha vida e da minha família (meu filho inclusive) de forma persistente e covarde (pelas costas) ao longo de 2 anos. O desejo? Matá-lo ou aleijá-lo - e muitos no meu lugar teriam matado o sujeito, inclusive os que me criticaram sem verem que em mais de 30 anos nunca fui forçado a chegar sequer perto de tal nível. Mas aí seria vingança. Infelizmente como não podia me afastar da situação nem tinha opção inteligente a seguir, que é sempre a primeira opção (sou pacifista desde que comecei a ter consciência da dor alheia, no começo da adolescência; e isso foi parte do que o fez abusar ao extremo da minha boa índole), fui autorizado pelas minhas entidades a usar de "firmeza" física, mas não de "violência" (são dois conceitos diferentes) para fazer cessar o mal - eu poderia bater até ficar inconsciente (veja que triste a que ponto chegou) para que cessasse o mal e fim (editado: deletei o resto do parágrafo por ser desnecessário).

Por alguma feliz razão, mesmo sem desejo de vingança mas apenas querendo afastar o mal, e talvez por isso mesmo, Deus interveio e a história tomou outro rumo, já tendo sido resolvida hoje em dia. Assunto passado. Agora, de volta à resposta...​

Veja bem. Até mesmo o filhote de cachorro ou de gato mais covarde, se for acuado e não puder correr, vai morder por puro reflexo. Qualquer um é capaz de qualquer coisa se for deixado sem saída ou se levado à beira da loucura - e parte disso se evita no sábio provérbio "não mexa com quem tá quieto". E a vida nos leva a essas situações, sim, em que temos que agir, ou não somente nossas vidas serão prejudicadas (disso até abro mão), como as daqueles que amamos (não abro mão), enquanto o mal prospera. Então como devemos agir com contundência (não truculência) contra o mal que persiste em nos prejudicar injustamente, enquanto os que nos prejudicam sentem prazer? Sem ter prazer ao afastar o mal, pois se houver prazer, há vingança e houve excesso. Mas eventualmente haverá uma satisfação ao desfazer o mal - mas esta será algo mais como um alívio de se tirar um espinho, não como uma volúpia de se encravar uma estaca de volta.

Existe diferença entre afastar o mal (parar o mal que nos destrói por conta de outrem) e aplicar a vingança (sentir prazer de volta, com ou sem excesso). Por isso gosto da orientação passada no último trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo que publiquei aqui: "Se Alguém te ferir na Face Direita":

Por essas palavras, Jesus não proibiu a defesa, mas condenou a vingança. Dizendo-nos, para oferecer uma face quando formos batidos na outra, disse, por outras palavras, que não devemos retribuir o mal com o mal; que o homem deve aceitar com humildade tudo o que tende a reduzir-lhe o orgulho; que é mais glorioso para ele ser ferido que ferir; suportar pacientemente uma injustiça que cometê-la; que mais vale ser enganado que enganar, ser arruinado que arruinar os outros.

Então, é "melhor sofrer que fazer sofrer", sim; mas se alguém lhe aponta uma arma para lhe matar e você mata de volta para não morrer e não havia outra opção, não há aí erro por parte de quem meramente se defendeu e o karma não vai permitir que o morto venha lhe perturbar como obsessor, pois ele deu causa à própria morte - supondo que a situação seja de fato justa em todos os matizes (morais e espirituais) para quem sobrevive.

A vingança se relaciona ao sentimento de ódio e revanchismo, enquanto o afastamento do mal se relaciona ao que as entidades de Umbanda chamam de firmeza. Eis que para o progresso dos ímpios basta a inação dos bons, mas se estes perdem a razoabilidade se tornam em ruins da mesma forma: imobilize, mas não mate, se for possível. Seja firme, não seja vingativo. Não faz bem aquele que deixa a maldade prosperar, pois afastar o mal é também uma forma de se fazer o bem, eis que abre na mente do malfeitor a chance de reflexão pela consequência negativa de sua ação sobre si, ainda nesta vida.

A diferença entre afastar o mal e se vingar pode ser vista em até que ponto você vai para reprimir o mal. Se passar do necessário voluntariamente, cria-se karma negativo quanto mais consciente se foi e quanto mais a pessoa podia se conter.

Então sua pergunta final ficaria assim respondida por mim:

Apanhar para não bater ou bater para não apanhar?

Nenhum dos dois. Afaste o mal com firmeza e repudie a vingança. Viva sua vida preferindo ser vítima a ser algoz, ou seja, busque não prejudicar os outros; e afaste o mal quando necessário e possível. Isso é também uma forma de caridade moral, o fato de não querer se vingar enquanto se desfaz o mal que sobre nós incide; porque engloba não se ver superior ao outro (mesmo que seja), e daí não julgá-lo, mas apenas fazer com que o outro deixe de nos fazer mal.

E lembrando também que um padre que furta 2 reais cria pior karma do que um aborígene canibal que mata e come um prisioneiro de guerra para absorver sua força física; a conduta ao afastar o mal (e o eventual excesso - sem querer ou proposital, no caso de vingança) também será julgada de acordo com as condições e limitações espirituais, física, emocionais e psicológicas no momento da ação - e outros fatores do contexto.

Defenda-se e está O.K. Vingue-se e não estará O.K.

Eu particularmente sempre procuro me esquivar e me afastar, se não for possível usar a inteligência. Só ajo quando sou acuado e não tenho a opção de ir embora, nem há opção inteligente disponível, e atinge alguém que amo ou dependa de mim.

Num exemplo da época da escola, certa vez falei uma palavra errada e um grupo de conhecidos começou a me zoar por dias, até que fui dar um abraço no zoador (abri um sorrisão de amigaço porque estava brincando comigo, super tranquilo e parceiro) e o sujeito parou, porque ficou com medo da aproximação super-amigável se voltasse a zoar - e fiz isso em mais de uma situação, sempre com o resultado esperado. Uma opção inteligente. Se não puder me afastar, eu sempre opto pela saída inteligente. Em mais de 30 anos, apenas na situação narrada no começo dessa resposta não pude nem me afastar, nem aplicar uma solução inteligente, e tive que partir pra ação física, mesmo assim fruto de muita reflexão.

Então, sou brando e pacífico (na medida da minha atual evolução espiritual), mas sou firme. São conceitos diferentes. Eis que até Jesus um dia entrou no templo e botou pra correr os vendedores: nem tudo são preces e orações e espera pela atuação divina, pois precisamos atuar também.

Dar a outra face não é deixar prosperar o mal, assim como afastar o mal não é se vingar. :coffee:

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Aliás, hoje escrevi um conto que tem relação com o assunto:

O Menino e o Demônio

Tudo começou como um sonho bom, até excitante. O sonhador acordou logo que começou e se deu conta de que era daqueles que voltam mesmo depois de acordado, se não demorar muito pra voltar a dormir. Interessado no desfecho da história onírica, que subitamente começava a ganhar contornos estranhos, forçou ainda pela manhã o retorno ao sono.

Subitamente a sensação de integração com as demais pessoas do sonho começou a ficar estranha. Da aceitação passou-se a um sentimento de rejeição, inicialmente suave, na medida em que a quantidade de pessoas envolvidas aumentava. No rápido acordar, tinha acabado de passar do meio-dia. Tornou a dormir.

Tudo se passava num cenário que não era gigante, mas era enorme. Algo como algumas quadras de esportes, algumas arquibancadas de expectadores, poucos prédios que surgiam de fundos penhascos, um ônibus onde tudo começou, uma parte de trás de um avião, terrenos de casas... E desde o começo havia um jogo na quadra que ele não conseguia entender as regras, mas que era parte do objetivo de todos ali, na busca pelo prazer e felicidade. Mas ninguém lhe ensinava, enquanto as pessoas aos poucos se tornavam cada vez menos amigáveis e mais fechadas.

Eventualmente a única pessoa que no sonho amava foi-se embora para fazer algo em outro lugar, e sem ninguém a quem se dirigir, percorreu ainda mais sozinho o lugar. Mas antes encontrou várias pessoas agora já descansando dentro da parte de trás do avião que estava escondida atrás de um prédio: escondiam-se dele? Ao voltar para relatar isso a quem amava, a mulher ao lado dela fazia cara de desdém, e foi quando elas saíram para fazer algo em outro lugar.

Resolveu então se dirigir à quadra, que cada vez mais ganhava o aspecto de uma das quadras na escola, durante sua infância e adolescência. Subiu na cerca e foi perguntar à mulher ali em cima como eram as regras das pessoas lá embaixo, porque também queria se integrar. Não houve resposta coerente. E começou a sentir desespero.

Quando desceu e foi perguntar a alguns que considerava amigos - do começo do sonho, quando ainda era agradável - recebeu em troca sarcasmo e uma risadaria coletiva se instalou contra ele. Neste momento, se escondeu atrás de uma das arquibancadas e torceu para ninguém lhe encontrasse. Sentia medo, muito medo. Não entendia porque aquilo acontecia. O que tinham contra ele?

Mas o desejo de se integrar e de compartilhar a felicidade lhe era maior, mas literalmente um apego. Desceu e foi ter com o povo que se organizava agora para um novo jogo, enquanto ele parcialmente descobria as regras do jogo que tinha acabado. Subitamente sentiu uma agressividade maior contra si vindo de um deles. E começou o novo jogo.

Devagar as pessoas se amontoaram nas regras do novo jogo e formaram um único e gigantesco corpo, que parecia se direcionar a ele. Não havia espaço para também participar desse jogo, e no momento em que saia da quadra, viu-se de súbito na quadra ao lado enquanto alguém falava que apesar do chinelo ter deixado, não iria participar por certa razão... E essa razão dizia respeito ao sonhador. Confirmava então a problemática toda contra si daquelas pessoas.

Foi quando acordou pela sexta ou sétima vez, já no meio pro fim da tarde. Cogitou sobre simplesmente deixar pra lá o sonho e ir embora, mas sentia ódio ao pensar que nenhuma daquelas pessoas ia se importar com seu sofrimento. Isso seria deixar barato. Mas... perae, era um sonho. Então ele poderia voltar lá de novo e com a determinação certa matar todo mundo, pois era seu o sonho.

Fechou os olhos e retornou. Mandou subir quatro muros gigantes em torno de toda a área do sonho, além de um teto: estavam todos numa caixa fechada gigante, que seria a sepultura deles, pois ninguém conseguiria escapar. Desta vez com um machado na mão, que usou pra matar a primeira rejeição do sonho - a única pessoa que conhecia na vida real, com exceção de sua amada. Voltou um pouco no tempo e matou duas conhecidas de um sonho anterior que também pareciam lhe ter sacaneado, e daí voltou pro sonho onde teria centenas de pessoas pra esquartejar - umas na frente das outras.

Foi pegando um a um, enquanto a correria era geral. Para cada, uma ferramenta diferente e uma forma violenta, doentia e diferente de matar. A cada morte, a sensação de rejeição ia embora. Talvez matar torne a opinião de quem foi morto indiferente? Ou será que a sensação de onipotência ao tirar a vida substitua a necessidade por aprovação do antes algoz, agora falsa-vítima?

Foi até o avião que ficava atrás dos prédios que se erguiam de penhascos, fechou todos dentro e jogou fogo. Viu-os queimarem vivos. Lembrou então da mulher ao lado de sua amada que havia lhe levado embora, e a fez se materializar de volta no ambiente do sonho. Essa mulher foi a primeira a ser desmembrada depois de morta com aquela ferramenta de abrir buracos no chão diretamente no pescoço.

A essa altura as pessoas haviam corrido todas para a quadra - a mesma das risadarias. Ele se pôs em uma entrada, enquanto elas se amontoavam apavoradas no fundo, ainda umas duzentas. O sorriso e o prazer eram deliciosos, doce vingança. Sua auto-estima com certeza já estava bem melhor, era como sentia, mas a diversão não iria acabar até o último estar em pedaços.

Finalmente resolveu assumir uma forma demoníaca corpulenta, chifruda e vermelha de dois metros e meio, com diversos braços, cada qual uma arma: martelo que esmagou cabeças, lâminas gigantes a retalhar qualquer um, etc. Com seu rabo puxava o próximo e matava cada qual de uma forma diferente. Tornou a ressuscitar um dos que lhe havia mais sido sarcástico pra garantir mais uma morte prazerosa para si. O último desta leva partiu ao meio puxando o tronco pra direita, e as pernas pra esquerda.

Cansado do extermínio na quadra, resolveu brincar. Abriu uma passagem entre a quadra e o prédio ao lado e nem precisou mandar para que todos corressem para dentro do prédio. Ia brincar de pique-esconde-mata com todos, devagar. Antevia o prazer no terror de estarem escondidos e serem sempre encontrados, porque havia uma trapaça: seus olhos podiam ver o brilho da alma das pessoas através das paredes e encontrar qualquer um. E assim foi, achou o primeiro escondido como um rato e o dilacerou. Havia ainda um prédio inteiro acima de si, até que resolvesse mudar o jogo - e este ele sabia bem as regras, assim como do próximo, mas eles não. Quem está rindo agora?

Neste momento, reparou no canto do olho alguém que se encontrava do lado de fora do prédio. Saiu do prédio e reparou que essa alma estava atrás das arquibancadas, no mesmo local em que havia se escondido com medo antes. Se aproximou e ficou surpreso ao ver quem saiu dali.

Era ele mesmo, mas criança. Um menino assustado de 8 anos, que imediatamente o fez ficar parado enquanto se encaravam. Foi quando finalmente sua personalidade ainda se subdividiu em mais um: agora um homem, que era ele mesmo, e que estava sentado em frente ao demônio de si e ao seu infantil eu.

Ao olhar pra criança, apesar do medo que ela sentia, também podia sentir o desejo do bem. Aquela imagem de certa forma iniciou no demônio o questionamento do que fazia, e daí deu nascimento ao homem, que, sentado na arquibancada, decidia para que lado deveria ir. Mas havia um sofrimento diferente dentro do demônio, que ele queria se livrar apesar do prazer da vingança e que aumentava com esta; enquanto o sofrimento da criança era natural e purificador.

Foi quando a criança andou até o demônio e estendeu sua mão ao seu peito, o qual tocou. Neste lapso, com um rápido retorno à sanidade, viu que o mesmo que carrega medos é também aquele que traz esperanças, e se conecta a uma Ordem Universal maior e amorosa. Todos aqueles sentimentos que naquele terror havia esquecido eram muito superiores a qualquer vingança bem-feita.

Sua decisão foi errada. Deveria ter ido embora quando viu que realmente havia uma rejeição injusta sobre si, e deixado que os injustos se regojizassem e continuassem com sua consciência e felicidade. Porque "é melhor sofrer do que fazer sofrer". Foi quando criança e demônio sumiram, restando apenas o sonhador sentado na arquibancada, com a solução em sua cabeça.

Levantou-se, desceu os muros que cercavam a área do sonho e voltou no tempo, como o sonho lhe permitia. Voltou para o exato instante em que se sentiu mais humilhado, quando confirmou a rejeição. Virou as costas e finalmente foi embora, deixando que todos vivessem suas vidas. Com isso, salvou a criança e a esperança dentro de si, que de alguma forma se liga ao sofrimento que lhe foi causado, e que agora sente - mas é melhor que o torpor da vingança e os resultados para sua alma.

Acordou bem? Nem tanto. Acordou triste, é verdade, mas ao menos sabia que tinha feito a escolha certa. Pelo menos nos sonhos é possível voltar no tempo.​
 
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