Pleurotus ostreatus cinza
O Pleurotus ostreatus cinza pode ser cultivado em composto a base de palha de cereais ou em composto de serragem.O inóculo usado deve ser feito em sementes de cereais.
Este cogumelo cresce em temperaturas baixas, com velocidade de colonização moderada.
O tamanho dos cogumelos varia entre 5 a 15 cm em média. Os primórdios são de coloração cinza escuro quando bem pequenos e seus esporos são de coloração branca.
O micélio em ágar é branco, a coloração do chapéu é cinza escuro na parte de cima e branca nas lamelas e no pé, a cor depende da temperatura , quanto mais baixa mais escuro fica o cogumelo.
A quantidade de luz também influi na coloração do chapéu , quanto mais luz , mais escuro ficará o cogumelo. Deve-se usar máscaras para coleta dessa espécie de cogumelo pois liberam grandes quantidades de esporos quando estão maduros.
VALORES DE PARÂMETROS PARA REFERÊNCIA
Composto: usar composto feito com palha de cereais ou feito com serragem
Tratamento térmico: Pasteurizar a 70-80ºC por 1 hora (palhas) ou esterilização a 120ºC por 1 hora (compostos com serragem)
Inóculo: preparar em sementes de cereais
Inoculação: usar 2% de inóculo (em sementes) em relação ao peso de substrato úmido ou 10 % em relação ao peso de substrato seco.
Umidade do composto: 62-63%
Incubação: temperatura ambiente: 24-26ºC, duração 19-22 dias em ausência de luz.
Indução dos primórdios: temperatura ambiente: 6-15ºC e umidade relativa de 95-100%, por 3 dias. Aumentar a aeração do ambiente e manter a iluminação equivalente a luz natural sob uma árvore durante o dia.
Frutificação: temperatura ambiente: 10-21ºC, umidade relativa 85-90%. Iluminação e aeração conforme acima. A falta de aeração causa a má formação dos cogumelos, ficando com pé comprido e chapéu diminuto.Com pouca luz o efeito é similar ao do excesso de gás carbônico.
Pleurotus pulmonarius
O Pleurotus pulmonarius pode ser cultivado em composto a base de folha de bananeira ou palha de cereais seguindo-se os procedimentos da página Preparo de composto .O inóculo usado deve ser feito em sementes de cereais . Este cogumelo cresce em temperaturas altas, sendo de colonização rápida e muito fácil de cultivar. O tamanho dos cogumelos varia entre 5 a 20 cm em média. Os primórdios e seus esporos são de coloração branca .O micélio em ágar é branco .A coloração do chapéu é bege claro a marrom claro na parte de cima e branca nas lamelas e no pé. A cor depende da temperatura , quanto mais baixa mais escuro fica o cogumelo. A produção em palhas de cereais é considerada alta devido a sua excelente adaptação aos diversos substratos de cultivo.
VALORES DE PARÂMETROS PARA REFERÊNCIA
Composto: usar composto feito com palha de cereais ou folha de bananeira
Tratamento térmico: Pasteurizar a 70-80ºC por 1 hora
Inóculo: preparar em sementes de cereais
Inoculação: usar 2% de inóculo (em sementes) em relação ao peso de substrato úmido ou 10% em relação ao peso de substrato seco.
Umidade do composto: 62-63%
Incubação: temperatura ambiente: 24-27ºC, duração 14-16 dias em ausência de luz.
Indução dos primórdios: temperatura ambiente: 15-20ºC e umidade relativa de 95-100%. Aumentar a aeração do ambiente e manter a iluminação equivalente a luz natural sob uma árvore durante o dia.
Frutificação: temperatura ambiente: 18-24ºC, umidade relativa 85-90%. Iluminação e aeração conforme acima.
Lentinula edodes
Para o cultivo do Shiitake o procedimento mais usado é o do cultivo em toras de eucalipto pois este cogumelo apresenta grande produtividade quando cultivado em toras, sendo possível também o cultivo em serragem. O composto deve ser colocado em sacos plásticos resistentes ao calor e esterilizado em panela de pressão. O micélio desse cogumelo é inicialmente branco e a medida que envelhece torna-se manchado de marrom.
VALORES DE PARÂMETROS PARA REFERÊNCIA (em serragem)
Tratamento térmico: esterilizar a 120ºC por 1 hora.
Inóculo: preparar com composto a base de serragem e inocular o composto final também a base de serragem.
Inoculação: usar 1% de inóculo em relação ao peso de substrato úmido ou 5 a 10% em relação ao peso de substrato seco.
Umidade do composto: 65-70%
Incubação: temperatura ambiente: 21-27ºC em ausência de luz.
Fase de amadurecimento do micélio: Amadurecer o composto inoculado de 1 a 2 meses após a colonização completa em temperatura entre 18-20ºC. Abaixar a umidade relativa do ar (50-70%) e aumentar a aeração até que se forme uma capa micelial marrom externa ao bloco de composto colonizado (cultivo em sacos plásticos) e para que os blocos reduzam o peso pela perda de água evaporada. Para a indução dos primórdios os blocos devem ser imersos em água em temperatura de 7-13ºC por 24-48 horas.
Indução dos primórdios: temperatura ambiente: 10-16ºC (linhagem para baixa temperatura) e 16-21ºC (linhagem para alta temperatura) com umidade relativa variando várias vezes ao dia entre 70-100% por 3 dias. Se o bloco úmido for colocado direto na sala de cultivo com umidade em torno de 100% ocorrerá uma contaminação por bolores verdes. A flutuação da umidade desencoraja o desenvolvimento do contaminante. Três dias depois da imersão dos blocos na água, a umidade relativa deve ser regulada para 70-75%.
Frutificação: temperatura ambiente: 20-30ºC, umidade relativa 70-75%, iluminação conforme acima. Depois da colheita os blocos devem ser secos por 7 a 10 dias (umidade relativa 30-50%) e o processo de indução por imersão em água fria é repetido para uma nova colheita.
Flammulina velutipes (ENOKITAKE)
O cultivo do cogumelo Flammulina velutipes (Enoki ou Enokitake) pode ser feito em serragem
Procede-se a inoculação com inóculo feito com grãos de cereais, os vidros inoculados são incubados em ambiente escuro com temperatura em torno de 25ºC até que o micélio atinja o fundo dos frascos.
Aguarda-se então 20 dias até que o micélio fique mais compacto e retira-se a tampa dos vidros. Com a ajuda de uma colher flambada ao fogo, retira-se a camada superior do substrato (cerca de 1 cm), para que o micélio se forme uniformemente de novo sobre a superfície do substrato. Cada frasco é então colocado dentro de uma embalagem plástica transparente e com tampa. Dentro da embalagem plástica coloca-se no fundo uma camada de água de 1-2 cm de altura para manter seu interior com umidade elevada. Coloca-se as embalagens plásticas (tampadas) contendo os vidros (destampados) em seu interior dentro da geladeira para que ocorra a formação dos primórdios da Flammulina que se formam quando a temperatura está em torno de 7-10ºC.
Devemos agora permitir que o micélio recubra toda a superfície do substrato, ficando novamente todo branco. Quando isso ocorrer devemos abrir cada embalagem plástica uma vez por dia para que ocorra uma leve aeração e iluminação do micélio na superfície do substrato (alguns minutos somente), retornando sempre o conjunto para a geladeira. Após alguns dias seguindo esse procedimento, observa-se a formação de primórdios cinza claro em grande número na superfície do substrato. Esses primórdios irão evoluir para cogumelos com pés compridos, finos e chapéu diminuto de cor bege claro formando uma espécie de touceira de cogumelos. Quanto menor a exposição à luz mais claros os cogumelos ficarão.
Para colhê-los, devemos retirar todos de uma vez, limpando os restos de resíduo aderidos aos pés dos cogumelos. Para uma segunda produção devemos raspar novamente a superfície do substrato com uma colher flambada ao fogo, deixar que o micélio cresça até ficar branco de novo e então cobrir a superfície do substrato com água tratada, deixando essa água por 15 a 20 minutos e depois escorrer o excesso deixando os frascos de boca para baixo.
Devemos colocar os vidros novamente nas embalagens plásticas com água no fundo na geladeira e repetir o procedimento de abrir os frascos uma vez por dia até que se formem novos primórdios e novos cogumelos. Essa segunda produção de cogumelos será bem menor que a primeira.
Pholiota Nameko
Para o cultivo do cogumelo Nameko o procedimento mais usado é o do cultivo em toras de eucalipto pois este cogumelo apresenta boa produtividade quando cultivado em toras. Pode ser cultivado em serragem também, podendo-se usar até 15% de farelo de arroz em relação à serragem
Este cogumelo apresenta um chapéu de cor marrom alaranjada, com diâmetro de 2 a 5cm recoberto por uma grossa camada gelatinosa, transparente e adesiva e com pé de 1cm de diâmetro. As lamelas são levemente amareladas, ficando marrons com o amadurecimento dos esporos. Os esporos são de cor marrom. Apesar do aspecto, essa camada gelatinosa desaparece depois de ser cozido e preparado para consumo. É muito exigente com relação a umidade da tora e do ambiente, que devem ser altas. Nota-se que a tora de eucalipto só produz uma única vez, pois fica tão apodrecida que se quebra e descasca com facilidade além da casca permanecer muito mais úmida do que o Shiitake, por exemplo.
VALORES DE PARÂMETROS PARA REFERÊNCIA (em serragem)
Inóculo: feito com serragem. Usar 1% sobre peso úmido de substrato.
Incubação: Incubar a 23ºC em ausência de luz. Dura cerca de 20 dias
Fase de amadurecimento do micélio: Temperatura ambiente 18-20ºC por cerca de 50 dias.
Indução dos primórdios: Temperatura ambiente 10-16ºC, umidade relativa de 98-100%, com luz e muita aeração, durando em torno de 7 a 10 dias. Importante manter a umidade relativa próxima de 100% para evitar a morte dos primórdios. Forma-se inicialmente uma camada gelatinosa alaranjada na superfície do composto para depois emergirem os primórdios sobre essa camada. Cortar a boca do saco plástico deixando uma sobra de 7 a 10cm acima do composto para que se forme uma espécie de parede em volta da superfície do composto. Esta parede ajuda a preservar a umidade auxiliando na formação dos primórdios. Se for produzido em frascos de vidro, apenas retirar a tampa e aplicar as condições para indução dos primórdios. Para uma segunda frutificação, raspar a camada superficial do composto com um garfo desinfetado com álcool e submeter às condições de indução de primórdios novamente, até que se forme a camada gelatinosa alaranjada novamente.
Frutificação: Temperatura ambiente: 13-18ºC, com umidade relativa de 90-95% com luz suave e boa aeração. Dura cerca de 5 a 8 dias. Entre uma frutificação e outra, manter o substrato bem úmido.
Stropharia rugoso annulata
O cultivo da Stropharia em outros países é feito geralmente em palha de cereais (principalmente a palha de trigo). Não utilizar o procedimento alternativo feito com água de cal porque esse cogumelo tem sua produção inibida em presença de sais de Cálcio. Portanto deve-se evitar usar cal ou calcário também para o acerto do pH do substrato de cultivo. Esse cogumelo também pode ser cultivado em cavacos de madeira frescos. O inóculo usado pode ser feito com sementes de cereais. Pode-se preparar também um inóculo com palhas de cereais picadas em pequenos pedaços (1 a 2 cm), o qual é menos suscetível à contaminação. As palhas picadas são umedecidas e depois esterilizadas em panela de pressão por 1:30 horas dentro de vidros de palmito. Após o resfriamento, inocular este material com o micélio em ágar. Usar este material, após estar totalmente colonizado pelo micélio, no lugar dos grãos de cereais. Para o cultivo em cavacos de madeira frescos, usar um inóculo preparado com serragem e cavacos de madeira com umidade em torno de 60%.
O micélio deste cogumelo cresce em faixa de temperatura ampla (entre 4ºC e 32ºC), sendo de colonização relativamente lenta porém considerado fácil de cultivar.
O tamanho dos cogumelos alcança tamanho avantajado entre 4 a 15cm em média, porém deve ser consumido ainda pequeno para aproveitar melhor o sabor e aroma. Os primórdios são de coloração vinácea com o chapéu coberto de algumas pequenas escamas brancas e com o pé branco. Possui um anel membranoso unindo o chapéu ao pé do cogumelo quando o chapéu ainda está fechado. Os esporos são de coloração púrpura e o micélio em ágar é branco. A coloração do cogumelo maduro é marrom avermelhada na parte de cima do chapéu e azulada na parte de baixo devido às lamelas recobertas de esporos. O pé apresenta a base em formato bulboso com micélios ramificados aderidos à esta.
É necessário recobrir toda a superfície do substrato de cultivo (após ter sido totalmente colonizado e estar isento de contaminantes visíveis), com uma camada de terra (3 a 4cm de altura) que tenha boa capacidade de retenção de água e com boa porosidade. Tenho usado uma mistura de terra vegetal peneirada, isenta de restos de madeira apodrecida, misturada com vermiculita (para reter umidade) e pó de xaxim (para dar estrutura à terra) e com um pouco de húmus de minhoca (fornece os micro-organismos necessários). A vermiculita é um tipo de mineral muito leve e com grande capacidade de retenção de água. Seu aspecto lembra a cortiça moída em pó. Esta terra é tratada com formol líquido para eliminação de insetos, porém antes de ser usada como cobertura, devemos deixar que o cheiro de formol desapareça por completo. Como alternativa tratar com vapor d'água em temperatura máxima de 60ºC e por um tempo máximo de 1 hora de tratamento. Se exceder muito o tratamento com vapor, as bactérias presentes na terra morrerão e a produção ficará prejudicada.
Esse tipo de cogumelo depende da microflora presente na terra de cobertura para que frutifique, por isso não produz em terra que foi esterilizada. Outra função da terra de cobertura é fornecer água e os minerais, além dos micro-organismos necessários para a formação e crescimento dos cogumelos.
Para aplicar a terra, deve-se antes umedecê-la bem até estar saturada ao máximo, porém sem água em excesso, evitando que a água fique escorrendo. Após esparramar a terra de cobertura sobre o substrato (já colonizado) e nivelá-la, devemos cobri-la com uma folha plástica limpa e deixar que o micélio colonize essa terra de cobertura até alcançar a superfície. Quando o micélio alcançar a superfície devemos aumentar a aeração do local de cultivo, porém mantendo a umidade relativa do ar elevada. Espirrar água em pequenas quantidades com um borrifador de gotas finíssimas sobre a superfície da terra de cobertura. Não permitir que se acumulem gotas d'água sobre a superfície da terra ou sobre os primórdios dos cogumelos. É melhor usar o pouca água por vez e aplicá-la mais vezes durante o dia do que aplicar muita água de uma só vez e em poucas vezes.
Os cogumelos da foto acima foram cultivados em composto preparado com bagaço de cana triturado recentemente (de usina ou de alambique), adicionado de 5% de farelo de arroz e 65% de água. A terra de cobertura usada foi a descrita acima.
Esse composto foi fermentado dentro de uma caixa de isopor de 120 litros tampada porém foi virado totalmente a cada dois dias para que fermentasse aeróbicamente. Durante a fermentação do composto a temperatura chega a atingir em torno de 70ºC no meio do composto. Esta temperatura elevada atua causando uma pasteurização natural do composto. Com a diminuição do teor de oxigênio no interior do composto, a temperatura de fermentação começa a diminuir, devendo-se proceder a viragem do mesmo, para alimentar com mais oxigênio os micro-organismos responsáveis pela fermentação. A viragem é feita despejando-se o composto em fermentação em cima de uma folha plástica que depois é retornado para o interior da caixa de isopor. A finalidade da viragem é permitir a introdução de oxigênio em todo o composto para que ocorra a fermentação por bactéria aeróbicas (que respiram oxigênio). A fermentação anaeróbica (sem ar) realizada por bactérias anaeróbicas produz um composto mal cheiroso e inadequado ao crescimento do cogumelo, sendo portanto indesejada. A temperatura de fermentação voltará a subir novamente enquanto houver nutrientes e oxigênio disponível no interior do composto. As viragens ocorreram até que a temperatura de fermentação pare de subir após cada viragem. Coloca-se o composto em caixas plásticas quadradas e inocula-se esse composto camada após camada até quase encher a caixa. Deixar um espaço vazio para que possa ser colocada a terra de cobertura posteriormente. Cobrir com plástico e incubar até que fique totalmente tomado pelo micélio da Stropharia. Proceder a cobertura do composto com a mistura de terra tratada com formol conforme explicado acima e seguir os procedimentos descritos para se conseguir a frutificação dos cogumelos.
VALORES DE PARÂMETROS PARA REFERÊNCIA
Composto: usar composto feito com palha de cereais pasteurizada em água quente ou cavacos de madeira frescos.
Tratamento térmico: Pasteurizar a 70-80ºC por 1 hora
Inóculo: preparar com sementes de cereais ou com palhas picadas, ou no caso do cultivo em cavacos usar inóculo feito com serragem e cavacos misturados.
Inoculação: usar 4% de inóculo em relação ao peso de substrato úmido ou 20% em relação ao peso de substrato seco. Se usar uma quantidade maior de inóculo, o tempo de colonização será menor, pois este cogumelo apresenta crescimento do micélio um pouco lento, devendo ser compensado com maior quantidade de pontos de inoculação.
Umidade do composto: 62-63% (palhas)
Incubação: temperatura ambiente: 21-27ºC, duração 25-45 dias em ausência de luz.
Colocação da terra de cobertura: Cobrir com uma camada de 3 a 4 cm de altura. Duração do crescimento do micélio nesta camada aproximadamente 14 a 21 dias
Indução dos primórdios: temperatura ambiente: 10-16ºC e umidade relativa de 95-100%. Aumentar a aeração do ambiente e manter a iluminação equivalente a luz natural sob uma árvore durante o dia. Borrifar água em gotas finíssimas sobre a terra de cobertura, evitando que esta resseque.
Frutificação: temperatura ambiente: 16-21ºC, umidade relativa 90-95%. Iluminação e aeração conforme acima. Duração 7-14 dias. Colher os cogumelos ainda jovens no ponto antes que o anel sob o chapéu tenha se rompido.
De acordo com Stamets este cogumelo não deve ser consumido por muitos dias seguidos nem em presença de álcool, pois pode causar desarranjo gastrointestinal quando consumido em excesso pela inibição das enzimas responsáveis pela digestão. Consumir então com cuidado e sem exageros.
Hericium erinasceus
O cultivo do cogumelo Hericium erinasceus é feito de acordo com o procedimento da página Serragem. Procede-se a inoculação com inóculo feito com grãos de cereais, os vidros inoculados são incubados em ambiente escuro com temperatura em torno de 25ºC até que o micélio atinja o fundo dos frascos. Aguarda-se alguns dias até que o micélio fique mais compacto e retira-se a tampa dos frascos, transferindo-os para uma caixa plástica transparente com tampa. No interior da caixa coloca-se uma camada de cerca de 1,5cm de água de torneira para manter a umidade elevada (85-95%) e coloca-se os frascos abertos no fundo da caixa, tampando-a. O ambiente adequado para a frutificação deve ter temperatura em torno de 18-24ºC. Passados alguns dias, começará a se formar pequenas montinhos de agulhas brancas na superfície do substrato. Essas agulhas de crescimento lento irão se ramificando e a medida que crescem ficam com aspecto de um pompom ou de uma anêmona marinha. Caso a umidade caia muito, ocorrerá a morte das células de crescimento que irão amarelar, murchar e morrer. Por isso é muito importante manter a caixa fechada e com uma camada de água no fundo. A quantidade de luz ambiente deve tal que se consiga ler com facilidade um jornal com o braço esticado. Não deve haver incidência de luz solar direta sobre a caixa. Quando os cogumelos amadurecem irão liberar milhões de esporos de cor branca que irão recobrir tudo que estiver próximo. Se forem cultivados em composto de serragem esterilizados em sacos de polipropileno, podemos fazer furos pequenos com agulhas na parede dos sacos plásticos, logo depois que o composto estiver todo colonizado. Os primórdios se desenvolverão destes diminutos furos e formarão cogumelos de volume e aspecto arredondado, desde que sejam mantidas as condições de umidade aeração e temperatura adequadas. Abaixar a umidade relativa do ambiente para 60-70% entre 4 a 8 horas antes da colheita para diminuir um pouco o teor de água do cogumelo e aumentar o tempo de estocagem.
Fonte: Cogumelo Hobby
O Pleurotus ostreatus cinza pode ser cultivado em composto a base de palha de cereais ou em composto de serragem.O inóculo usado deve ser feito em sementes de cereais.
Este cogumelo cresce em temperaturas baixas, com velocidade de colonização moderada.
O tamanho dos cogumelos varia entre 5 a 15 cm em média. Os primórdios são de coloração cinza escuro quando bem pequenos e seus esporos são de coloração branca.
O micélio em ágar é branco, a coloração do chapéu é cinza escuro na parte de cima e branca nas lamelas e no pé, a cor depende da temperatura , quanto mais baixa mais escuro fica o cogumelo.
A quantidade de luz também influi na coloração do chapéu , quanto mais luz , mais escuro ficará o cogumelo. Deve-se usar máscaras para coleta dessa espécie de cogumelo pois liberam grandes quantidades de esporos quando estão maduros.
VALORES DE PARÂMETROS PARA REFERÊNCIA
Composto: usar composto feito com palha de cereais ou feito com serragem
Tratamento térmico: Pasteurizar a 70-80ºC por 1 hora (palhas) ou esterilização a 120ºC por 1 hora (compostos com serragem)
Inóculo: preparar em sementes de cereais
Inoculação: usar 2% de inóculo (em sementes) em relação ao peso de substrato úmido ou 10 % em relação ao peso de substrato seco.
Umidade do composto: 62-63%
Incubação: temperatura ambiente: 24-26ºC, duração 19-22 dias em ausência de luz.
Indução dos primórdios: temperatura ambiente: 6-15ºC e umidade relativa de 95-100%, por 3 dias. Aumentar a aeração do ambiente e manter a iluminação equivalente a luz natural sob uma árvore durante o dia.
Frutificação: temperatura ambiente: 10-21ºC, umidade relativa 85-90%. Iluminação e aeração conforme acima. A falta de aeração causa a má formação dos cogumelos, ficando com pé comprido e chapéu diminuto.Com pouca luz o efeito é similar ao do excesso de gás carbônico.
Pleurotus pulmonarius
O Pleurotus pulmonarius pode ser cultivado em composto a base de folha de bananeira ou palha de cereais seguindo-se os procedimentos da página Preparo de composto .O inóculo usado deve ser feito em sementes de cereais . Este cogumelo cresce em temperaturas altas, sendo de colonização rápida e muito fácil de cultivar. O tamanho dos cogumelos varia entre 5 a 20 cm em média. Os primórdios e seus esporos são de coloração branca .O micélio em ágar é branco .A coloração do chapéu é bege claro a marrom claro na parte de cima e branca nas lamelas e no pé. A cor depende da temperatura , quanto mais baixa mais escuro fica o cogumelo. A produção em palhas de cereais é considerada alta devido a sua excelente adaptação aos diversos substratos de cultivo.
VALORES DE PARÂMETROS PARA REFERÊNCIA
Composto: usar composto feito com palha de cereais ou folha de bananeira
Tratamento térmico: Pasteurizar a 70-80ºC por 1 hora
Inóculo: preparar em sementes de cereais
Inoculação: usar 2% de inóculo (em sementes) em relação ao peso de substrato úmido ou 10% em relação ao peso de substrato seco.
Umidade do composto: 62-63%
Incubação: temperatura ambiente: 24-27ºC, duração 14-16 dias em ausência de luz.
Indução dos primórdios: temperatura ambiente: 15-20ºC e umidade relativa de 95-100%. Aumentar a aeração do ambiente e manter a iluminação equivalente a luz natural sob uma árvore durante o dia.
Frutificação: temperatura ambiente: 18-24ºC, umidade relativa 85-90%. Iluminação e aeração conforme acima.
Lentinula edodes
Para o cultivo do Shiitake o procedimento mais usado é o do cultivo em toras de eucalipto pois este cogumelo apresenta grande produtividade quando cultivado em toras, sendo possível também o cultivo em serragem. O composto deve ser colocado em sacos plásticos resistentes ao calor e esterilizado em panela de pressão. O micélio desse cogumelo é inicialmente branco e a medida que envelhece torna-se manchado de marrom.
VALORES DE PARÂMETROS PARA REFERÊNCIA (em serragem)
Tratamento térmico: esterilizar a 120ºC por 1 hora.
Inóculo: preparar com composto a base de serragem e inocular o composto final também a base de serragem.
Inoculação: usar 1% de inóculo em relação ao peso de substrato úmido ou 5 a 10% em relação ao peso de substrato seco.
Umidade do composto: 65-70%
Incubação: temperatura ambiente: 21-27ºC em ausência de luz.
Fase de amadurecimento do micélio: Amadurecer o composto inoculado de 1 a 2 meses após a colonização completa em temperatura entre 18-20ºC. Abaixar a umidade relativa do ar (50-70%) e aumentar a aeração até que se forme uma capa micelial marrom externa ao bloco de composto colonizado (cultivo em sacos plásticos) e para que os blocos reduzam o peso pela perda de água evaporada. Para a indução dos primórdios os blocos devem ser imersos em água em temperatura de 7-13ºC por 24-48 horas.
Indução dos primórdios: temperatura ambiente: 10-16ºC (linhagem para baixa temperatura) e 16-21ºC (linhagem para alta temperatura) com umidade relativa variando várias vezes ao dia entre 70-100% por 3 dias. Se o bloco úmido for colocado direto na sala de cultivo com umidade em torno de 100% ocorrerá uma contaminação por bolores verdes. A flutuação da umidade desencoraja o desenvolvimento do contaminante. Três dias depois da imersão dos blocos na água, a umidade relativa deve ser regulada para 70-75%.
Frutificação: temperatura ambiente: 20-30ºC, umidade relativa 70-75%, iluminação conforme acima. Depois da colheita os blocos devem ser secos por 7 a 10 dias (umidade relativa 30-50%) e o processo de indução por imersão em água fria é repetido para uma nova colheita.
Flammulina velutipes (ENOKITAKE)
O cultivo do cogumelo Flammulina velutipes (Enoki ou Enokitake) pode ser feito em serragem
Procede-se a inoculação com inóculo feito com grãos de cereais, os vidros inoculados são incubados em ambiente escuro com temperatura em torno de 25ºC até que o micélio atinja o fundo dos frascos.
Aguarda-se então 20 dias até que o micélio fique mais compacto e retira-se a tampa dos vidros. Com a ajuda de uma colher flambada ao fogo, retira-se a camada superior do substrato (cerca de 1 cm), para que o micélio se forme uniformemente de novo sobre a superfície do substrato. Cada frasco é então colocado dentro de uma embalagem plástica transparente e com tampa. Dentro da embalagem plástica coloca-se no fundo uma camada de água de 1-2 cm de altura para manter seu interior com umidade elevada. Coloca-se as embalagens plásticas (tampadas) contendo os vidros (destampados) em seu interior dentro da geladeira para que ocorra a formação dos primórdios da Flammulina que se formam quando a temperatura está em torno de 7-10ºC.
Devemos agora permitir que o micélio recubra toda a superfície do substrato, ficando novamente todo branco. Quando isso ocorrer devemos abrir cada embalagem plástica uma vez por dia para que ocorra uma leve aeração e iluminação do micélio na superfície do substrato (alguns minutos somente), retornando sempre o conjunto para a geladeira. Após alguns dias seguindo esse procedimento, observa-se a formação de primórdios cinza claro em grande número na superfície do substrato. Esses primórdios irão evoluir para cogumelos com pés compridos, finos e chapéu diminuto de cor bege claro formando uma espécie de touceira de cogumelos. Quanto menor a exposição à luz mais claros os cogumelos ficarão.
Para colhê-los, devemos retirar todos de uma vez, limpando os restos de resíduo aderidos aos pés dos cogumelos. Para uma segunda produção devemos raspar novamente a superfície do substrato com uma colher flambada ao fogo, deixar que o micélio cresça até ficar branco de novo e então cobrir a superfície do substrato com água tratada, deixando essa água por 15 a 20 minutos e depois escorrer o excesso deixando os frascos de boca para baixo.
Devemos colocar os vidros novamente nas embalagens plásticas com água no fundo na geladeira e repetir o procedimento de abrir os frascos uma vez por dia até que se formem novos primórdios e novos cogumelos. Essa segunda produção de cogumelos será bem menor que a primeira.
Pholiota Nameko
Para o cultivo do cogumelo Nameko o procedimento mais usado é o do cultivo em toras de eucalipto pois este cogumelo apresenta boa produtividade quando cultivado em toras. Pode ser cultivado em serragem também, podendo-se usar até 15% de farelo de arroz em relação à serragem
Este cogumelo apresenta um chapéu de cor marrom alaranjada, com diâmetro de 2 a 5cm recoberto por uma grossa camada gelatinosa, transparente e adesiva e com pé de 1cm de diâmetro. As lamelas são levemente amareladas, ficando marrons com o amadurecimento dos esporos. Os esporos são de cor marrom. Apesar do aspecto, essa camada gelatinosa desaparece depois de ser cozido e preparado para consumo. É muito exigente com relação a umidade da tora e do ambiente, que devem ser altas. Nota-se que a tora de eucalipto só produz uma única vez, pois fica tão apodrecida que se quebra e descasca com facilidade além da casca permanecer muito mais úmida do que o Shiitake, por exemplo.
VALORES DE PARÂMETROS PARA REFERÊNCIA (em serragem)
Inóculo: feito com serragem. Usar 1% sobre peso úmido de substrato.
Incubação: Incubar a 23ºC em ausência de luz. Dura cerca de 20 dias
Fase de amadurecimento do micélio: Temperatura ambiente 18-20ºC por cerca de 50 dias.
Indução dos primórdios: Temperatura ambiente 10-16ºC, umidade relativa de 98-100%, com luz e muita aeração, durando em torno de 7 a 10 dias. Importante manter a umidade relativa próxima de 100% para evitar a morte dos primórdios. Forma-se inicialmente uma camada gelatinosa alaranjada na superfície do composto para depois emergirem os primórdios sobre essa camada. Cortar a boca do saco plástico deixando uma sobra de 7 a 10cm acima do composto para que se forme uma espécie de parede em volta da superfície do composto. Esta parede ajuda a preservar a umidade auxiliando na formação dos primórdios. Se for produzido em frascos de vidro, apenas retirar a tampa e aplicar as condições para indução dos primórdios. Para uma segunda frutificação, raspar a camada superficial do composto com um garfo desinfetado com álcool e submeter às condições de indução de primórdios novamente, até que se forme a camada gelatinosa alaranjada novamente.
Frutificação: Temperatura ambiente: 13-18ºC, com umidade relativa de 90-95% com luz suave e boa aeração. Dura cerca de 5 a 8 dias. Entre uma frutificação e outra, manter o substrato bem úmido.
Stropharia rugoso annulata
O cultivo da Stropharia em outros países é feito geralmente em palha de cereais (principalmente a palha de trigo). Não utilizar o procedimento alternativo feito com água de cal porque esse cogumelo tem sua produção inibida em presença de sais de Cálcio. Portanto deve-se evitar usar cal ou calcário também para o acerto do pH do substrato de cultivo. Esse cogumelo também pode ser cultivado em cavacos de madeira frescos. O inóculo usado pode ser feito com sementes de cereais. Pode-se preparar também um inóculo com palhas de cereais picadas em pequenos pedaços (1 a 2 cm), o qual é menos suscetível à contaminação. As palhas picadas são umedecidas e depois esterilizadas em panela de pressão por 1:30 horas dentro de vidros de palmito. Após o resfriamento, inocular este material com o micélio em ágar. Usar este material, após estar totalmente colonizado pelo micélio, no lugar dos grãos de cereais. Para o cultivo em cavacos de madeira frescos, usar um inóculo preparado com serragem e cavacos de madeira com umidade em torno de 60%.
O micélio deste cogumelo cresce em faixa de temperatura ampla (entre 4ºC e 32ºC), sendo de colonização relativamente lenta porém considerado fácil de cultivar.
O tamanho dos cogumelos alcança tamanho avantajado entre 4 a 15cm em média, porém deve ser consumido ainda pequeno para aproveitar melhor o sabor e aroma. Os primórdios são de coloração vinácea com o chapéu coberto de algumas pequenas escamas brancas e com o pé branco. Possui um anel membranoso unindo o chapéu ao pé do cogumelo quando o chapéu ainda está fechado. Os esporos são de coloração púrpura e o micélio em ágar é branco. A coloração do cogumelo maduro é marrom avermelhada na parte de cima do chapéu e azulada na parte de baixo devido às lamelas recobertas de esporos. O pé apresenta a base em formato bulboso com micélios ramificados aderidos à esta.
É necessário recobrir toda a superfície do substrato de cultivo (após ter sido totalmente colonizado e estar isento de contaminantes visíveis), com uma camada de terra (3 a 4cm de altura) que tenha boa capacidade de retenção de água e com boa porosidade. Tenho usado uma mistura de terra vegetal peneirada, isenta de restos de madeira apodrecida, misturada com vermiculita (para reter umidade) e pó de xaxim (para dar estrutura à terra) e com um pouco de húmus de minhoca (fornece os micro-organismos necessários). A vermiculita é um tipo de mineral muito leve e com grande capacidade de retenção de água. Seu aspecto lembra a cortiça moída em pó. Esta terra é tratada com formol líquido para eliminação de insetos, porém antes de ser usada como cobertura, devemos deixar que o cheiro de formol desapareça por completo. Como alternativa tratar com vapor d'água em temperatura máxima de 60ºC e por um tempo máximo de 1 hora de tratamento. Se exceder muito o tratamento com vapor, as bactérias presentes na terra morrerão e a produção ficará prejudicada.
Esse tipo de cogumelo depende da microflora presente na terra de cobertura para que frutifique, por isso não produz em terra que foi esterilizada. Outra função da terra de cobertura é fornecer água e os minerais, além dos micro-organismos necessários para a formação e crescimento dos cogumelos.
Para aplicar a terra, deve-se antes umedecê-la bem até estar saturada ao máximo, porém sem água em excesso, evitando que a água fique escorrendo. Após esparramar a terra de cobertura sobre o substrato (já colonizado) e nivelá-la, devemos cobri-la com uma folha plástica limpa e deixar que o micélio colonize essa terra de cobertura até alcançar a superfície. Quando o micélio alcançar a superfície devemos aumentar a aeração do local de cultivo, porém mantendo a umidade relativa do ar elevada. Espirrar água em pequenas quantidades com um borrifador de gotas finíssimas sobre a superfície da terra de cobertura. Não permitir que se acumulem gotas d'água sobre a superfície da terra ou sobre os primórdios dos cogumelos. É melhor usar o pouca água por vez e aplicá-la mais vezes durante o dia do que aplicar muita água de uma só vez e em poucas vezes.
Os cogumelos da foto acima foram cultivados em composto preparado com bagaço de cana triturado recentemente (de usina ou de alambique), adicionado de 5% de farelo de arroz e 65% de água. A terra de cobertura usada foi a descrita acima.
Esse composto foi fermentado dentro de uma caixa de isopor de 120 litros tampada porém foi virado totalmente a cada dois dias para que fermentasse aeróbicamente. Durante a fermentação do composto a temperatura chega a atingir em torno de 70ºC no meio do composto. Esta temperatura elevada atua causando uma pasteurização natural do composto. Com a diminuição do teor de oxigênio no interior do composto, a temperatura de fermentação começa a diminuir, devendo-se proceder a viragem do mesmo, para alimentar com mais oxigênio os micro-organismos responsáveis pela fermentação. A viragem é feita despejando-se o composto em fermentação em cima de uma folha plástica que depois é retornado para o interior da caixa de isopor. A finalidade da viragem é permitir a introdução de oxigênio em todo o composto para que ocorra a fermentação por bactéria aeróbicas (que respiram oxigênio). A fermentação anaeróbica (sem ar) realizada por bactérias anaeróbicas produz um composto mal cheiroso e inadequado ao crescimento do cogumelo, sendo portanto indesejada. A temperatura de fermentação voltará a subir novamente enquanto houver nutrientes e oxigênio disponível no interior do composto. As viragens ocorreram até que a temperatura de fermentação pare de subir após cada viragem. Coloca-se o composto em caixas plásticas quadradas e inocula-se esse composto camada após camada até quase encher a caixa. Deixar um espaço vazio para que possa ser colocada a terra de cobertura posteriormente. Cobrir com plástico e incubar até que fique totalmente tomado pelo micélio da Stropharia. Proceder a cobertura do composto com a mistura de terra tratada com formol conforme explicado acima e seguir os procedimentos descritos para se conseguir a frutificação dos cogumelos.
VALORES DE PARÂMETROS PARA REFERÊNCIA
Composto: usar composto feito com palha de cereais pasteurizada em água quente ou cavacos de madeira frescos.
Tratamento térmico: Pasteurizar a 70-80ºC por 1 hora
Inóculo: preparar com sementes de cereais ou com palhas picadas, ou no caso do cultivo em cavacos usar inóculo feito com serragem e cavacos misturados.
Inoculação: usar 4% de inóculo em relação ao peso de substrato úmido ou 20% em relação ao peso de substrato seco. Se usar uma quantidade maior de inóculo, o tempo de colonização será menor, pois este cogumelo apresenta crescimento do micélio um pouco lento, devendo ser compensado com maior quantidade de pontos de inoculação.
Umidade do composto: 62-63% (palhas)
Incubação: temperatura ambiente: 21-27ºC, duração 25-45 dias em ausência de luz.
Colocação da terra de cobertura: Cobrir com uma camada de 3 a 4 cm de altura. Duração do crescimento do micélio nesta camada aproximadamente 14 a 21 dias
Indução dos primórdios: temperatura ambiente: 10-16ºC e umidade relativa de 95-100%. Aumentar a aeração do ambiente e manter a iluminação equivalente a luz natural sob uma árvore durante o dia. Borrifar água em gotas finíssimas sobre a terra de cobertura, evitando que esta resseque.
Frutificação: temperatura ambiente: 16-21ºC, umidade relativa 90-95%. Iluminação e aeração conforme acima. Duração 7-14 dias. Colher os cogumelos ainda jovens no ponto antes que o anel sob o chapéu tenha se rompido.
De acordo com Stamets este cogumelo não deve ser consumido por muitos dias seguidos nem em presença de álcool, pois pode causar desarranjo gastrointestinal quando consumido em excesso pela inibição das enzimas responsáveis pela digestão. Consumir então com cuidado e sem exageros.
Hericium erinasceus
O cultivo do cogumelo Hericium erinasceus é feito de acordo com o procedimento da página Serragem. Procede-se a inoculação com inóculo feito com grãos de cereais, os vidros inoculados são incubados em ambiente escuro com temperatura em torno de 25ºC até que o micélio atinja o fundo dos frascos. Aguarda-se alguns dias até que o micélio fique mais compacto e retira-se a tampa dos frascos, transferindo-os para uma caixa plástica transparente com tampa. No interior da caixa coloca-se uma camada de cerca de 1,5cm de água de torneira para manter a umidade elevada (85-95%) e coloca-se os frascos abertos no fundo da caixa, tampando-a. O ambiente adequado para a frutificação deve ter temperatura em torno de 18-24ºC. Passados alguns dias, começará a se formar pequenas montinhos de agulhas brancas na superfície do substrato. Essas agulhas de crescimento lento irão se ramificando e a medida que crescem ficam com aspecto de um pompom ou de uma anêmona marinha. Caso a umidade caia muito, ocorrerá a morte das células de crescimento que irão amarelar, murchar e morrer. Por isso é muito importante manter a caixa fechada e com uma camada de água no fundo. A quantidade de luz ambiente deve tal que se consiga ler com facilidade um jornal com o braço esticado. Não deve haver incidência de luz solar direta sobre a caixa. Quando os cogumelos amadurecem irão liberar milhões de esporos de cor branca que irão recobrir tudo que estiver próximo. Se forem cultivados em composto de serragem esterilizados em sacos de polipropileno, podemos fazer furos pequenos com agulhas na parede dos sacos plásticos, logo depois que o composto estiver todo colonizado. Os primórdios se desenvolverão destes diminutos furos e formarão cogumelos de volume e aspecto arredondado, desde que sejam mantidas as condições de umidade aeração e temperatura adequadas. Abaixar a umidade relativa do ambiente para 60-70% entre 4 a 8 horas antes da colheita para diminuir um pouco o teor de água do cogumelo e aumentar o tempo de estocagem.
Fonte: Cogumelo Hobby
