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Como cortar uma bad trip?

  • Criador do tópico Aureus
  • Data de início
Cuidados com essas dicas. Dão a falsa sensação de que tem um botão de desligar facilmente acessível. Mas não tem.

Se a pessoa realmente surtar e os cuidadores não puderem lidar com a situação somente benzodiazepínicos e/ou antipsicóticos podem interromper. Não sem efeitos colaterais, é claro. E não é o tipo de coisa que se possa fazer em casa.

@Ecuador, realmente, dar esse tipo de dica é um tanto quanto problemático, concordo que realmente não existe botão de desligar facilmente acessível. O único surto violento que presenciei (não era de cogumelos), precisou de 5 pessoas para segurar a pessoa e ir acalmando aos poucos, demorou uns 40 minutos.

Penso também que uma bad trip é bem diferente de um surto e talvez algo do tipo que mencionei possa ajudar em alguns casos mais brandos, sem nenhum efeito colateral (a não ser que seja um diabético).

Faltou elaborar um pouco mais o post. Valeu pelo toque.

De qualquer forma essa é uma das experiências que pretendo fazer e postarei os resultados. Abraço
 
O tópico...

:!: FAQ da Crise Psicodélica :!:

... é um documento que resume diversas técnicas e conhecimentos sobre como melhor lidar em caso de crises psicodélicas. Recomendo a leitura. Trata inclusive de parte medicamentosa, com boas ressalvas a certos compostos. Acredito que as manobras ali descritas, e que já foram aplicadas por mim pra cortar crises (bads) de amigos com sucesso, serão de grande valia pra qualquer um que tenha trips acompanhado ou que seja sitter de iniciante.

Basicamente, não se trata de "cortar" a bad, como este tópico sugere, mas de ajudar a pessoa a passar por ela sem danos a si e aos outros.

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Agora, especificamente sobre remédios pra cortar efeito, peço a licença para discordar de alguns dos amados amigos de fórum e dizer...

Essa informação de cortar com medicamentos é algo que, se dependesse de mim, nunca seria divulgado, mas isso é impossível, então melhor informar corretamente. O protocolo médico deveria ser, inclusive, não dar remédio nenhum pro usuário que usou além do que aguentava e se ferrou. O certo era só reter fisicamente (camisa de força) o sujeito e deixar a substância ir embora - e realmente não entendo porque o protocolo não é esse, já que a pessoa assim detida não pode fazer mal a ninguém e o efeito vai passar, enquanto adicionar um antipsicótico ou benzodiazepínico pode causar danos. E os médicos, em regra, não possuem grandes conhecimentos de medicina próprios pra lidar com crises psicodélicas, pois eles não estudam pra isso. Exceto aqueles que se dedicam a redução de dano - e que provavelmente não será aquele da emergência.

Exceção: em caso de ingestão incidental ou sem conhecimento da pessoa, acredito que a medicação seja então a melhor opção pra acalmar quem não estava nem sequer disposto a ter uma trip.

Mas infelizmente os médicos enxergam que o estado de sofrimento emocional, espiritual ou o que for gerado pelo psicodélico é um estado de doença que deve ser desfeito por algum medicamento pra aliviar logo o "abençoadinho" que meteu os pés pelas mãos. É uma visão humanitária, de fato, mas errada.

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Pra dar um exemplo pessoal...

A pior (e única real) bad que já tive na vida foi numa reunião de ayahuasca quando não conhecia a psicodelia, há quase 20 anos atrás. Eu não tinha a menor noção de como lidar com uma bad ("peia" no caso) e vieram coisas que eu não queria pensar, foi horrível. Eles do centro sim agiram certo - ao contrário do que médicos fariam. Me levaram pra um quarto dos "peias" e me deram assistência comigo num colchonete no chão, enquanto o tempo passava e ia embora o efeito, me acalmaram de que ia passar. Lembro até hoje a estranha que nunca mais vi, em pé, ao lado de todos que passavam mal, de olho na gente. No fim, minha consciência naturalmente foi retornando ao normal, de forma confortável. Fiquei bem e assisti a todo o resto da noite do culto sem tomar as duas redosagens faltantes.

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E pra você que um dia pode entrar numa bad e surtar pra ir pra uma emergência (como se eles fossem te salvar de ficar louco caso você realmente fosse ficar):

Meteu a cabeça no buraco,
agora beija o tatu.

...é o meu ditado que diz basicamente "tomou, agora aguenta", ou o famoso "tá no Inferno, abraça o Capeta".
 
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