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Cogumelos X Ayahuasca (Psilocibina X DMT)

Amigos porque os cogumelos não precisam de inibidores da enzima MAO?

Amigos desculpem minha simplicidade no assunto o qual sou novato, por favor alguém poderia me explicar porque a psilocibina e seu DMT não precisa dos famosos Inibidores da monoamina oxidase para poder entrar na corrente sanguínea e fazer o seu efeito tão esperado, assim como o chá ayahuasca.
 
Última edição por um moderador:
Porque a psilocina chega ao cérebro antes de ser metabolizada pela MAO, e a dose ativa é relativamente pequena.

Na verdade a pergunta é outra. O DMT (por via oral) é que precisa de IMAO para não ser metabolizado antes de chegar ao cérebro, a não ser talvez em uma dose muito alta.
 
Com todo respeito aos frequentadores de locais de Ayahuasca e com a ressalva de que os trabalhos feitos com esse chá são muito poderosos e espiritualizados, e que eu mesmo frequento e pretendo tornar a ir em um local com ritual de Ayahuasca...

Francamente me pergunto se é ideal e natural usar um enteógeno que necessita de um complemento para a mente sentir os efeitos. Se o corpo humano através da evolução de milhares ou milhões de anos terminou por suprimir o DMT em sua forma natural de absorção (oral), o que não fez com a psilocibina cuja interação é ainda mais intensa, liberta e limpante; é porque teve uma razão seletiva pra tanto. Enquanto os cogumelos permaneceram psicoativos por si mesmos, assim como outros enteógenos na natureza (a mescalina dos índios norte-americanos, por exemplo), a interação dos antepassados dos Humanos com o DMT gerou sua inefetividade por si mesmo, o que indica um resultado evolutivo que devia gerar uma reflexão se deve ser persistido seu uso diante de outras opções ainda mais eficazes.

O Ayahuasca é poderosíssimo, sim. Mas o fato de gerar uma "vontade de retornar e tomar de novo", que inexiste nos cogumelos, é para mim no mínimo preocupante (30ª exp):

Também pude ouvir atentamente algumas coisas que o cogumelo me levou a notar sobre o chá do Daime, que começo a frequentar. Achei incrível que o cogumelo seja tão mas tão integrado ao corpo humano que até mesmo em relação ao Ayahuasca eu notei uma tendência a "querer voltar pra completar o trabalho" que os cogumelos nunca me trouxeram - eles vêm e fazem tudo que precisam fazer de uma vez só, não sinto nada "por fazer" apesar de tornar a tomar o chá para continuar progredindo; mas não tenho nenhuma vontade de tomar, eu tomo porque quero ser alguém melhor depois que passam os efeitos. Atribuí a isso o fato de que o DMT não era pra ser psicoativo oralmente, e isso é forçado pelo IMAOi, enquanto o cogumelo basta a si para ter tais efeitos; então nossos antepassados pré-homo sapiens lidaram com ele muito mais e por isso o organismo consegue reagir com cogumelos até melhor do que reage com DMT. Neste âmbito, fique aqui claro que ambas são substâncias sagradas, e o Ayahuasca consegue elaborar as coisas de um jeito diferente e profundo - são dois caminhos diferentes para a luz. Mas sinto que a sensação de limpeza posterior com o cogumelo é total, sem deixar nada "por fazer" em relação aos sentimentos e pensamentos que ocorram sob seus efeitos. É como me sinto neste momento sobre o tema e espero não ofender a nenhum membro daquela religião, pois que ela me ajuda bastante; a questão aqui é apenas relativa e diz respeito a algo específico, conquanto são dois sacramentos que trazem luz e profunda reformulação de vida.

Um adendo... Acredito que, das triptaminas mais potentes psicoativamente, somente a mescalina, por ser encontrada em cactos, possa ter a mesma beneficência orgânica direta que os cogumelos. O fundamento é o mesmo que o dos cogumelos: os pré-homo sapiens só precisavam estender a mão e morder o cacto (talvez tirar os espinhos? :LOL:), sem qualquer preparo prévio, e daí a interação ao longo de milhões de anos de mutações, etc.


Felizmente os cogumelos conseguem não somente libertar a pessoa dos grilhões de outras drogas e de outros vícios ou dependências, mas também liberta a pessoa até dele mesmo. O Ayahuasca funciona com tanto poder porque dentro de um setting com várias pessoas num ritual, enquanto os cogumelos podem fazer a mesma coisa dentro de casa e até em settings contrários a reflexões. Acho uma pena que o desenvolvimento do Daime tenha sido com o DMT, e não com a psilocibina. Seria muito mais poderoso, mas talvez não tivesse tantos adeptos - tanto porque o cogumelo não pede retorno, quanto porque a forma como ele joga tudo na cara é muito mais dolorida, assim como a efetividade de seus resultados positivos.

Não que não pense em voltar ao Daime, e não que o âmbito mais "racional-espiritual" do Ayahuasca não tenha me apresentado pensamentos e elaborações que com o cogumelo não consegui - dizer isso seria ingratidão com a ajuda recebida pelo chá do Ayahuasca. Mas também atribuo a isso o cenário religioso do sacramento. Mas ainda assim lamento que os índios brasileiros não tenham se envolvido com o cogumelo, e que a tradição Daimista use DMT ao invés de psilocibina. Esta seria o ideal.

Apenas um organismo acostumado com cogumelos consegue sentir a imperfeição do sagrado Ayahuasca, porque a psilocibina consegue ter resultados orgânicos muito mais poderosos, limpantes e libertos de "continuar com os trabalhos". Há pessoas que vão pra mata com amigos e tomam cogumelo apenas uma vez na vida - e daí nunca mais fumam ou bebem, tampouco precisam tomar cogumelo de novo; há (mais de um?) relato neste sentido aqui no fórum. O mesmo não ocorre com o Ayahuasca. A pessoa pode ter os mesmos resultados que alguém tem com cogumelos, mas a tendência é se tornar um frequentador assíduo de locais de Ayahuasca. Já os cogumelos, a pessoa se cura (física ou mentalmente) e, não muito raro, nunca mais toma.

Tive um amigo que virou Daimista e depois foi se isolar do mundo no interior do Brasil num sítio com cultos de Daime. Consigo imaginar isso tranquilamente com quem toma Ayahuasca. Não consigo imaginar essa tendência espiritual-alienante com quem toma cogumelos: eles nos situam na realidade com muito mais veemência. O DMT - partícula do espírito - cria a possibilidade de alienar da vida concreta. Já a psilocibina - partícula dos sentimentos - tende a trazer pra realidade e atuar no mundo ao invés de se isolar deste.

É como penso, quando faço a comparação. Isso não anula o fato de que, no entanto, pretendo continuar com meus trabalhos no Daime e atuar na melhora de meu espírito e corpo com sua força poderosa de trabalho, que é diversa da do cogumelo.

Por fim, se é também pra marcar a diferença, o DMT cria um ambiente de comunicação calma e pacífica após o uso, mas não se aproxima da conexão instintiva e emocional entre pessoas que tomar cogumelos junto cria. Há algo de educado e manso no DMT, mas não se assemelha à real conexão que a psilocibina parece estabelecer entre os envolvidos numa experiência em conjunto, acompanhada de uma profunda disposição em colaborar. Não consigo imaginar alguém logo após o uso de cogumelos se negar a prestar ajuda a um recém-chegado no local - enquanto com DMT isso aconteceu entre sorrisos de mansidão (com a justa ressalva de que outro membro antigo do local me deu a ajuda de boa-vontade). É uma das consequências do âmbito mais "racional-espiritual" do DMT, enquanto a psilocibina fica na área "emocional-espiritual", com resultados mais profundos.

Ou seja, DMT é excelente? Psilocibina é perfeita. E ambos são sagrados.
 
Última edição:
A DMT também é ativa oralmente, só que a dose ativa é maior. É necessário você tomar uma dose que exceda a capacidade do corpo oxidá-la. Com a psilocibina isso não acontece porque a primeira reação metabólica é a de defosforilação, que a transforma em psilocina (e assim ela passa pelo fígado).

a interação dos antepassados dos Humanos com o DMT gerou sua inefetividade por si mesmo, o que indica um caminho evolutivo
Os psicoativos geralmente são defesas das plantas contra possíveis predadores. Olhando por outro lado podemos considerar que o ser humano evoluiu para não ser afetado pelo DMT e assim poder consumir essas plantas (há dezenas de plantas que possuem DMT na natureza). Sem esse tipo de evolução, você provavelmente não conseguiria comer nem batatas.

O Ayahuasca é poderosíssimo, sim. Mas o fato de gerar uma "vontade de retornar e tomar de novo", que inexiste nos cogumelos, é para mim no mínimo preocupante
Não sinto essa vontade, com nenhuma das substâncias. Não antes de um bom tempo sem usar.

Talvez a sua vontade de continuar com a ayahuasca seja, na verdade, os enteógenos tentando passar uma mensagem a você?

Felizmente os cogumelos conseguem não somente libertar a pessoa dos grilhões de outras drogas e de outros vícios ou dependências, mas também liberta a pessoa até dele mesmo.
...
Não que não pense em voltar ao Daime,...
...
a psilocibina consegue ter resultados orgânicos muito mais poderosos, limpantes e libertos de "continuar com os trabalhos". ..
...
já os cogumelos, a pessoa se cura (física ou mentalmente) e, não muito raro, nunca mais toma....
...
no entanto, pretendo continuar com meus trabalhos no Daime
Pelas suas opiniões contraditórias e outras tantas experiências relatadas, você não devia continuar com nenhum dos dois. Mas vai continuar com os trabalhos, de ayahuasca e de cogumelos. Logo vê-se que estão funcionando, né @ExPoro... :rolleyes:
 
A questão é quais os processos que devem acontecer pro cogumelo ter o lugar justo na sociedade, nós como entusiastas e formadores de opinião psiconáutica que devemos fazer? Muito bonito ia ser o dia que tivessem "uniões do micélio" por ai oferecendo algo inédito às pessoas, cm o set & setting adequado, ritualístico... Quero dizer, assim como um dia alguém teve que tomar as devidas providências cm o chá do daime, o cogu não pode ser deixado pra trás pq além de ser deixado pra trás ele ainda acaba sendo marginalizado pela ignorância alheia, inclusive de mtos adeptos ai ao uso das plantas enteógenas
 
Estou achando bem interessante a discussão.....
Sou frequentador de um centro de ayauasca, a aproximadamente 5 anos.....
Acho que a questão do trabalho espiritual que é feito na ayahuasca é muito importante, tanto a parte da colheita, preparação do chá, e a união das pessoas que participam, isso reforça muito seu poder.....fazendo a pessoa se corrigir e também melhorar a convivência, se afastando de pessoas com vibrações diferentes da sua e se aproximando das que estão com o mesmo objetivo que você, e isso facilita muito a pessoa a adquirir equilíbrio e chegar aonde se quer chegar...talvez isso explique também o grau de dificuldade que é pra preparar o cha, em comparação com os cogumelos.....tudo foi arquitetado dessa forma com esse objetivo (e outros também)
Ja com o cogumelo, tive uma experiencia na minha casa, com alguns amigos.....e senti muito a falta de um guia, ou de uma interação com mais pessoas, mais objetividade....pra mim foi uma experiencia muito vaga.....acredito que se um trabalho for realizado com os cogumelos, eles podem potencializar muito o poder....pois somente a experiencia psicodelica, só a viagem.....pode ajudar um pouco, mas a constância, pode levar a pessoa a uma pratica melhor na vida....afinal acredito que o objetivo desses seres (ayahuasca e cogumelho) é equilibrar o ser humano.....e esse equilíbrio só vem com a pratica do bem na vida....
 
Com todo respeito aos frequentadores de locais de Ayahuasca e com a ressalva de que os trabalhos feitos com esse chá são muito poderosos e espiritualizados, e que eu mesmo frequento e pretendo tornar a ir em um local com ritual de Ayahuasca...

Francamente me pergunto se é ideal e natural usar um enteógeno que necessita de um complemento para a mente sentir os efeitos. Se o corpo humano através da evolução de milhares ou milhões de anos terminou por suprimir o DMT em sua forma natural de absorção (oral), o que não fez com a psilocibina cuja interação é ainda mais intensa, liberta e limpante; é porque teve uma razão seletiva pra tanto. Enquanto os cogumelos permaneceram psicoativos por si mesmos, assim como outros enteógenos na natureza (a mescalina dos índios norte-americanos, por exemplo), a interação dos antepassados dos Humanos com o DMT gerou sua inefetividade por si mesmo, o que indica um resultado evolutivo que devia gerar uma reflexão se deve ser persistido seu uso diante de outras opções ainda mais eficazes.

O Ayahuasca é poderosíssimo, sim. Mas o fato de gerar uma "vontade de retornar e tomar de novo", que inexiste nos cogumelos, é para mim no mínimo preocupante (30ª exp):




Felizmente os cogumelos conseguem não somente libertar a pessoa dos grilhões de outras drogas e de outros vícios ou dependências, mas também liberta a pessoa até dele mesmo. O Ayahuasca funciona com tanto poder porque dentro de um setting com várias pessoas num ritual, enquanto os cogumelos podem fazer a mesma coisa dentro de casa e até em settings contrários a reflexões. Acho uma pena que o desenvolvimento do Daime tenha sido com o DMT, e não com a psilocibina. Seria muito mais poderoso, mas talvez não tivesse tantos adeptos - tanto porque o cogumelo não pede retorno, quanto porque a forma como ele joga tudo na cara é muito mais dolorida, assim como a efetividade de seus resultados positivos.

Não que não pense em voltar ao Daime, e não que o âmbito mais "racional-espiritual" do Ayahuasca não tenha me apresentado pensamentos e elaborações que com o cogumelo não consegui - dizer isso seria ingratidão com a ajuda recebida pelo chá do Ayahuasca. Mas também atribuo a isso o cenário religioso do sacramento. Mas ainda assim lamento que os índios brasileiros não tenham se envolvido com o cogumelo, e que a tradição Daimista use DMT ao invés de psilocibina. Esta seria o ideal.

Apenas um organismo acostumado com cogumelos consegue sentir a imperfeição do sagrado Ayahuasca, porque a psilocibina consegue ter resultados orgânicos muito mais poderosos, limpantes e libertos de "continuar com os trabalhos". Há pessoas que vão pra mata com amigos e tomam cogumelo apenas uma vez na vida - e daí nunca mais fumam ou bebem, tampouco precisam tomar cogumelo de novo; há (mais de um?) relato neste sentido aqui no fórum. O mesmo não ocorre com o Ayahuasca. A pessoa pode ter os mesmos resultados que alguém tem com cogumelos, mas a tendência é se tornar um frequentador assíduo de locais de Ayahuasca. Já os cogumelos, a pessoa se cura (física ou mentalmente) e, não muito raro, nunca mais toma.

Tive um amigo que virou Daimista e depois foi se isolar do mundo no interior do Brasil num sítio com cultos de Daime. Consigo imaginar isso tranquilamente com quem toma Ayahuasca. Não consigo imaginar essa tendência espiritual-alienante com quem toma cogumelos: eles nos situam na realidade com muito mais veemência. O DMT - partícula do espírito - cria a possibilidade de alienar da vida concreta. Já a psilocibina - partícula dos sentimentos - tende a trazer pra realidade e atuar no mundo ao invés de se isolar deste.

É como penso, quando faço a comparação. Isso não anula o fato de que, no entanto, pretendo continuar com meus trabalhos no Daime e atuar na melhora de meu espírito e corpo com sua força poderosa de trabalho, que é diversa da do cogumelo.

Por fim, se é também pra marcar a diferença, o DMT cria um ambiente de comunicação calma e pacífica após o uso, mas não se aproxima da conexão instintiva e emocional entre pessoas que tomar cogumelos junto cria. Há algo de educado e manso no DMT, mas não se assemelha à real conexão que a psilocibina parece estabelecer entre os envolvidos numa experiência em conjunto, acompanhada de uma profunda disposição em colaborar. Não consigo imaginar alguém logo após o uso de cogumelos se negar a prestar ajuda a um recém-chegado no local - enquanto com DMT isso aconteceu entre sorrisos de mansidão (com a justa ressalva de que outro membro antigo do local me deu a ajuda de boa-vontade). É uma das consequências do âmbito mais "racional-espiritual" do DMT, enquanto a psilocibina fica na área "emocional-espiritual", com resultados mais profundos.

Ou seja, DMT é excelente? Psilocibina é perfeita. E ambos são sagrados.
Exporo


Quantas vezes você tomou Ayahuasca? E em que contexto? Dentro das religiões?

Cara, nós não temos embasamento algum para comparar os elementais desses poderosos professores da natureza. Podemos conhecer um pouco sobre as substâncias... mas isso não é nada comparado com o todo que envolve a experiência com as plantas de poder.

Cogumelo não é melhor do que Ayahuasca, Ayahuasca não é melhor que Jurema, Jurema não é melhor que San Pedro e etc.

Tudo vai depender da relação que cada um tem com a força de cada planta.

Tudo o que você creditou a psilocibina, também pode se experenciar com o DMT. Tomar sozinho em casa. Tomar uma vez e nunca mais tomar, ter experiências onde tudo é jogado na cara....

De um modo geral, entendo que você fez uma comparação da utilização dos cogumelos com uma religião, e não com a Ayahuasca. Dizer que o DMT cria uma comunicação calma e pacífica e que isso não se aproxima da conexão instintiva e emocional dos cogumelos pra mim é uma furada... tanto nos cogus, como na Ayahuasca existe um infinito... e se encontrar, mesmo que por um instante nesse infinito, depende de cada um.

Na verdade, tive várias experiências, principalmente na força dos cogumelos, Jurema e Ayahuasca em que senti, no meio da trip, que jamais devo ousar comparar essas medicinas. Elas carregam além das substâncias que as constituem, a força do seu elemental e toda sua ancestralidade.
 
Bem, segundo a tradição Jesus já nasceu como filho de Deus, enquanto Buda é outra história ;)

Mas, digamos que tenham havido, ou hajam, mestres que simplesmente não fundaram grupos. Nem saberíamos deles. Algumas referências budistas falam em budas anteriores ao Buda histórico, o Sakiamuni, que se iluminaram mas não giraram a roda do Dharma.

Não vejo como deduzir que a experiência social tende a ser realizada em caráter de sagrada, enquanto a experiência individual seja mais subjetiva neste aspecto. E aliás o que vemos por aí são vários grupos religiosos bem suspeitos quanto ao representarem um caminho para o sagrado.
Como assim outra hostória???
 
Como assim outra hostória???


Para parte dos budistas Buda nasceu como um ser senciente, preso a renascimentos descontrolados no samsara, como todos os outros seres sencientes. E alcançou a iluminação nesse renascimento como Sidarta Gautama, liberando-se do samsara.

Entretanto há outras tradições budistas que consideram Buda Shakiamuni uma emanação de um ser que já tinha se iluminado antes, e que renasceu como Sidarta Gautama para demonstrar o caminho para a iluminação, e para girar a roda do Dharma.
 
Para mim é impossível comparar, pois os efeitos somente seria muito superficial. Existem muitos graus de cipó, é uma mescla e não somente dmt, existem formas de uso, muito além do tradicional utilizado nas cidades, existe o ponto grau que você bebê não sente absolutamente nada no físico, mas seu meio é transformado sem você perceber, tanto de olhos fechados como abertos. Se você está realmente concentrado, ligado, plugado, tanto uma microdose de hongos, quanto um fio de cipó vai ter grandes resultados, não é o que tem dentro do copo, mas o que tem dentro de sua cabeça. Ou melhor, o que não tem dentro dela. O intuito é você chegar ao mesmo ponto, sem precisar mais de auxílio, isto leva tempo, trabalho e querer. E principalmente entender o propósito verdadeiro da vida, então creio que a partir daí poderemos começar a entender os hongos e o cipó. Fora isso, são apenas experiências figuradas em letras garrafais.
 
existe o ponto grau que você bebê não sente absolutamente nada no físico, mas seu meio é transformado sem você perceber,

Gostei muito de como escreveu. Mas não entendi esse trecho que o meio é transformado mas não sente nada físico. Pode dizer mais?
 
Salve, psilonautas!

Gostaria muito que esse tópico não morresse, pois a discussão realmente estava interessantíssima.
Uma pergunta que sempre passa na minha cabeça: Será que já aconteceu de alguém fazer uso dos cogumelos em contexto espiritual/religioso ou algo nesse sentido, em grupo? Pra poder contestar as principais diferenças, tentando manter o set and setting o mais parecido possível?

Me lembro que comecei a estudar sobre Cogumelo depois de um documentário sobre a Maria Sabina, pois sempre curti o que é conhecido hoje como "Xamanismo." Mas, infelizmente, não tive experiências tão ricas e intensas com a Psilocibina, como já obtive com a DMT, nesse caso, com a Ayahuasca. Suponho que, parte disso se dá, por nunca ter tomado uma dose acima de 3g de Cogumelo, e já tomei mais de 70ml numa única dose de uma Ayahuasca submel. Inclusive, já tive uma "bad" (na ayahuasca é conhecido como peia) que só de lembrar eu me arrepio todo. Tinha certeza que minha sanidade mental não ia mais voltar e muito menos meu corpo físico, tudo isso regrado a visuais de olho aberto e sensações físicas e emocionais que não dá pra descrever em palavras.

Não tenho parâmetro pra comparar com a psilo, nesse nível. Mas as principais diferenças que pude perceber até então, em doses moderadas, é que as ideias são muito mais voláteis, rápidas, mas preenchidas de conhecimento. Não tive "visões", como se fossem as mirações da ayahuasca, mas de olhos abertos vi paredes respirando e teto se mexendo como se fosse um formigueiro. Tive boas sensações, as coisas todas pareciam muito mais bonitas, inclusive e principalmente a natureza, sensações como água tocar as mãos eram EXTRAORDINÁRIAS, e as músicas, gostosas de se escutar.

Porém, eu não tive aquela entrega total que há numa dose "alta" de ayahuasca. Você se conecta 100% com as músicas, e é como se passasse um filme em sua cabeça. Em nenhum momento, enquanto a força tá alta, você quer abrir os olhos, e há visuais ricos, além de uma conexão profunda com você mesmo... Foi isso que senti falta.

São realmente diferentes a esse ponto, ou realmente a dose foi baixa? li também que pode ser a strain...
Muitas dúvidas, hahaha
 
A primeira vez tomei 0.7 gramas de cubensis e pqp que foi forte o trabalho. Limpeza profunda de parasitas e aranhas e cura do relacionamento com pai, que me liberou da minha dermatite "cronica". Acredito que so depende da nossa propria conexão e entrega naquele momento.
 
Até o momento tive duas trips (4g e 3g), na primeira, com 4g, nem de perto foi algo próximo do que é Ayahuasca, talvez pq eu tenha tomado com amigos sem um set and setting apropriado.
Na segunda vez tomei com minha ex-namorada, ela também toma Ayahuasaca e em parte da trip tentamos fazer um trabalho concentração igual fazemos nas cerimônias, teve aquele momento de introspecção e reflexão, mas foi breve e também nada intenso como nas cerimônais de Ayahuasca.

A música também foi outra coisa, na Ayahuasca é como se eu virasse um só com a música, ela guia totalmente a trip. Com os cogus não senti tanto isso.
Os visuais aconteciam mais de olhos abertos, enquanto na Aya acontecem mais de olhos fechados.

Uma coisa que acontece comigo na Ayahuasca é fechar os olhos e parece que entrei num portal pra outro universo, parece que paro de percereber o ambiente a minha volta e estou completamente imerso naquilo que vejo de olhos fechados e nos meus pensamentos. E quando abro os olhos é como se estivesse tudo normal no salão.
Aliás, na minha primeira vez com Ayahuasca eu fiquei com medo durante a força e depois que percebi que ficando de olhos abertos eu conseguia 'cortar' a força, fiquei boa parte da cerimônia de olhos abertos. Demorei algumas cerimônias para me entregar totalmente e ficar de olhos fechados.

Com cogu de olhos fechados dava uma instrospecção legal, mas eu ficava muito disperso, meus amigos estavam na sala conversando e direto o papo deles me distraía. Mas teve momentos que eu consegui focar bem na minha trip, acho que com dosagens mais altas talvez o ambiente externo se torne menos influente sobre a minha trip (no sentido de barulhos ou vozes ficarem me distraindo)


Sobre o comentário do @ExPoro Poro, não sei se é válido compara as duas medicinas, cada uma tem o seu propósito. Não acho que haja melhor uma melhor que a outra.


A questão de "querer voltar para completar o trabalho" não acontece com todo mundo, eu mesmo não sinto isso. Consagro Ayahuasca em intervalos espaçados, quando eu sinto que é o momento; Similar com oq vejo de relatos de membros aqui do fórum que decidem tomar os cogus quando querem resolver algo consigo mesmos ou quando sentem que é o momento pra uma nova trip.

E mesmo dizendo que cogumelos não dão essa vontade de "voltar pra terminar o trabalho", algumas pessoas aqui do fórum e até você mesmo já tiveram dezenas de trips. Será mesmo que os cogus não dão esse gostinho de quero mais? Eu particularmente senti esse desejo mais com cogus do que a Ayahuasca, tanto é que demorei mais de 3 meses pra ter uma nova experiência com a Ayahuasca, e com cogu logo após a primeira trip eu já comprei mais cogus para programar a próxima.

Sobre a Ayahuasca ter tendência espiritual-alienante, acho complicado pegar um exemplo isolado para afirmar isso.
Aqui no fórum mesmo estava lendo o relato de uma mina que tomou cogumelos e parecia alguém bastante alienada, não lembro qual o post agora e não achei pra linkar aqui, mas era uns papo bem zoado, a mina tava tomando cogu igual água e falando várias coisas como se as trips fossem a realiadade.
Pegar o exemplo dela para falar que quem tomar Cogu pode vir a ficar desse jeito não seria coerente, visto que temos trocentos outros relatos bem mais 'normais' por aqui.

Eu também questiono até onde é de todo mal seu amigo ter ido para o interior do Brasil viver com os Daimistas. Isso o prejudicou de alguma forma?
Ás vezes a pessoa ressignificou a vida e quis ir viver dessa forma, pode estar até melhor do que era quando vivia na cidadade.

Eu conheço algumas pessoas que viraram hippies depois da experiência com cogumelos e passaram a viver uma vida mais alternativa. Eu fui pra São Thomé das Letras recentemente e conheci algumas pessoas que se mudaram para lá querendo ter essa vida mais alterna justamente depois de terem tomado os mágicos cogumelos.
Acho que essa é uma experiência equivalente ao do seu amigo Daimista que foi para o interior.

E sobre o seu último paragráfo de citar as diferenças nas relações após o uso de DMT e Cogus.

Acho que o contexto do dois é bem diferente. Coguemlos a gente geralmente toma com conhecidos, poucas pessoas, num set and setting mais social.
Ayahuasca é tomada em grupo, porém com um set and setting de concentração, um trabalho mais individual.

Talvez essa diferença diga o pq com Cogu a gente sente mais essa conexão com o outro do que com Ayahuasca, se bem que nas vezes que consagrei junto com a minha namorada, eu me se sentia bem mais conectados com ela, não só com ela, mas com todos do salão.

Você comentou de uma situação que passou com DMT que diz não se vê passando pelo mesmo depois de uma sessão com Cogus.
Será mesmo se num salão com 40 pessoas desconhecidas realmente não tem a possibilidade de acontecer algo similar com oq rolou com você?

Tem relatos aqui no fórum de insultos e até mesmo agressões durante a trip com cogu...

Acho que se houvessem cerimônias abertas de cogumelos como há de Ayahuasca, a gente teria ocorrências parecidas com as que vc vivenciou com Aya.

Mas no final, volto a dizer que não acho válido compararar as duas medicinas.
Tanto pelo contexto em que são usados como pelo propósito de ambas, que são diferentes.
 
Última edição:
acho que com dosagens mais altas talvez o ambiente externo se torne menos influente sobre a minha trip (no sentido de barulhos ou vozes ficarem me distraindo)
Bem pelo contrário, quanto maior a dosagem, mais qualquer barulho vai mudar o rumo inteiro da sua trip.
Seja um cachorro latindo lá fora, um mosquito que entrou ou mesmo o barulho da eletricidade do carregador do celular.

Pelo menos é assim pra mim. Tomar cogumelo e ter pessoal falando por perto acaba com toda a trip, ou uma TV ligada ou até teus vizinhos conversando.

Ayahuasca é como se eu virasse um só com a música, ela guia totalmente a trip. Com os cogus não senti tanto isso.
Nunca tomei ayahuasca, então só posso falar da experiencia com cogumelos.
Mas eu realmente acho que os cogus não te guiam mesmo.
Nunca tive uma trip que ele me colocou na cadeira e me ensinou algo.
Mas todas as vezes que "perguntei algo", ele me respondeu.

Então eu acredito que seja assim mesmo, ele só pode te dar o que você pede.
É aquele professor que espera você ter dúvidas e perguntar, do que ficar repetindo a mesma coisa que você não conseguiu entender.

Não acho que haja melhor uma melhor que a outra.
Não haveria motivo para ter.
Nem todo mundo procura as mesmas coisas.

quando eu sinto que é o momento
No meu caso, eu tomo em intervalos fixos, eu querendo ou não.
É o meu acordo com os cogumelos haha
A cada 15 dias, daqui a pouco pode virar a cada 30 dias, mas sempre respeito o meu intervalo fixo.
Mas isso é pessoal mesmo, não regra

não dão essa vontade de "voltar pra terminar o trabalho"
Sempre vejo o pessoal usando a expressão trabalho para ayahuasca e até aqui no forum pra cogumelos mesmo.
A única coisa que eu consigo pensar é a pessoa que manda foto no whatsapp com um copo de cerveja e escrito "Inicio aos trabalhos".
Eu prefiro chamar a trip com cogumelos de exploração, mas seria muito egocêntrico da minha parte querer que alguém seguisse a minha maneira de falar hahahaha
Só uma reflexão interna kkk

Sobre a Ayahuasca ter tendência espiritual-alienante
Tem sim, bastante...
Assim como cogumelos.

oguemlos a gente geralmente toma com conhecidos, poucas pessoas, num set and setting mais social.
Na verdade, o padrão é tomar sozinho, talvez com sitter. Mas tem louco pra tudo. Ficou meio contraditória tua frase "Ayahuasca é tomada em grupo". Já que você mesmo percebeu a diferença que Ayahuasca é em grupo, com manual de instruções e "guia".

Acho que se houvessem cerimônias abertas de cogumelos como há de Ayahuasca, a gente teria ocorrências parecidas com as que vc vivenciou com Aya.
Eu acho que tem direto ocorrência assim com cogumelo.
a gente só não recebe relatos e não fica sabendo.
Por isso sou um cultivador totalmente contrário ao comércio pela internet...
Não é por eu querer ser um criminoso, mas evitar que dediquem atenção pra mim ou qualquer outro cultivador.
[/QUOTE]
 
Bem pelo contrário, quanto maior a dosagem, mais qualquer barulho vai mudar o rumo inteiro da sua trip.
Seja um cachorro latindo lá fora, um mosquito que entrou ou mesmo o barulho da eletricidade do carregador do celular.

Pelo menos é assim pra mim. Tomar cogumelo e ter pessoal falando por perto acaba com toda a trip, ou uma TV ligada ou até teus vizinhos conversando.


A minha primeira trip foi com amigos aqui em casa e a gente ficou na sala, eu deitado no sofá e eles sentados numas poltronas conversando, isso me desconcentrou muito, toda vez que eu começava a me aprofundar em algum pensamento a fala deles me distraía.
Mas teve momentos que parecia que eu "desligava" e nem lembrava do que tava rolando a minha volta, abria olho dps de uns minutos sem entender nada kkk

Nunca tomei ayahuasca, então só posso falar da experiencia com cogumelos.
Mas eu realmente acho que os cogus não te guiam mesmo.
Nunca tive uma trip que ele me colocou na cadeira e me ensinou algo.
Mas todas as vezes que "perguntei algo", ele me respondeu.


Eu quis dizer que a música durante uma trip de Ayahuasca parece interferir muito mais na trip do que durante uma tirp de Cogu.
Mas não sei também, talvez seja pq nas cerimônias de Ayahausca a gente não tem liberdade de só trocar a música que está tocando.

Por exemplo, em dado momento do ritual começa a tocar umas músicas que itensficam muito o "trabalho", são umas músicas que até incomodam um pouco, são músicas com sons de didgeridoo, djambe, charango,não sei bem, mas o processo fica bem intenso mesmo.
Já teve umas cerimônias que pedia a todos os deuses pra que a música que tava tocando parasse logo. Eu sentia meu corpo sendo rasagado pelos elementos da música.

Com minhas dosagens de 3g e 4g não cheguei a sentir nada parecido, da música "entrar na mente" dessa forma.


Tem sim, bastante...
Assim como cogumelos.

Será que isso está mais relacionado a substância / setting dela?

Pergunto pq no meio ayahuasqueiro tem várias vertentes, várias casas, cada uma guia o trabalho de uma forma e eu já vi algumas casas que estimulam as pessoas a ficarem alienadas mesmo.
Do tipo da pessoa chegar lá confusa com o que rolou na trip e falarem que a pessoa tem algum dom, que ela é medium, que ela recebeu algum tipo de chamado, que ela acessou dimensōes asssim ou assado.

Sei lá, vejo algumas pessoas achando que tem "superpoderes" dps de consagrarem ayahuasca por acaharem que conseguem se comunicar com outras dimensões, entidades, e etc.
Não que eu seja descrente de tudo isso, na verdade eu sou um pouco, mas sei lá, não gosto muito de ficar duvidando das crenças dos outros.



Na verdade, o padrão é tomar sozinho, talvez com sitter. Mas tem louco pra tudo. Ficou meio contraditória tua frase "Ayahuasca é tomada em grupo". Já que você mesmo percebeu a diferença que Ayahuasca é em grupo, com manual de instruções e "guia".

Não entendi muito bem essa parte do seu comentário.

O que eu comentei foi uma resposta à esse trecho do comentário do ExPoro.
Por fim, se é também pra marcar a diferença, o DMT cria um ambiente de comunicação calma e pacífica após o uso, mas não se aproxima da conexão instintiva e emocional entre pessoas que tomar cogumelos junto cria. Há algo de educado e manso no DMT, mas não se assemelha à real conexão que a psilocibina parece estabelecer entre os envolvidos numa experiência em conjunto, acompanhada de uma profunda disposição em colaborar. Não consigo imaginar alguém logo após o uso de cogumelos se negar a prestar ajuda a um recém-chegado no local - enquanto com DMT isso aconteceu entre sorrisos de mansidão (com a justa ressalva de que outro membro antigo do local me deu a ajuda de boa-vontade).

O fato de cogus serem tomados em grupos pequenos e de amigos e o ambiente ser mais social, isso minimizam as chances de acontecer uma situação indelicada no pós-sessão e favorecem essa conexão mais profunda pois quem está a sua volta já são pessoas próximas, vocês já tem algum tipo de conexão prévia e durante a trip ainda conversaram, interagiram.


Eu gostaria muito de participar de uma sessão de cogumelos que fosse guiada de forma semalhante a uma cerimônia de Ayahuasca, acho que eu tiraria mais proveito da trip.

Digo isso pq o fato de eu poder fazer o que quiser durante uma trip de cogu me impede de me aprofundar no meu processo, nas trips de cogus que tive eu sempre levantava pra fazer alguma coisa, bebe água, ir ao banheiro me olhar no espelho, trocar a música, brincar com o gato, enfim.

Nas próximas eu consiga guiar melhor a minha trip sem me distrair tanto. Queria um trabalho de concentração mesmo. Mas também me pergunto se estou querendo a coisa certa, tenho a impressão de que estou querendo ter o mesmo resultado com cogu com que tenho com Aya kkkk
Talvz a trip com Cogu seja isso mesmo, algo mais livre.
 
Eu quis dizer que a música durante uma trip de Ayahuasca parece interferir muito mais na trip do que durante uma tirp de Cogu.
Mas não sei também, talvez seja pq nas cerimônias de Ayahausca a gente não tem liberdade de só trocar a música que está tocando.
Ou talvez você tenha colocado uma playlist que não proporcionasse isso?

[quote/Com minhas dosagens de 3g e 4g não cheguei a sentir nada parecido, da música "entrar na mente" dessa forma.[/quote]
Bom. eu nunca senti.
Mesmo com dosagens mais fortes eu sempre consegui separar música da realidade e da trip.
Digamos assim, a música pode trazer insights, ser muito profunda, mas nunca parece entrar na mente.
Pra mim, é o efeito contrário, a música "sai da mente" para os seus ouvidos. Não entra.

Como já conversei aqui com o pessoal do chat.
Nas minhas dosagens não faz sentido eu escolher uma música, já que parece que eu quem estou criando naquele momento.
Mas por enquanto só eu comentei sobre esse "efeito". Então acho que eu seja exceção nesse sentido.

Não que eu seja descrente de tudo isso, na verdade eu sou um pouco, mas sei lá, não gosto muito de ficar duvidando das crenças dos outros.
Eu gosto.
Era impossível eu ser mais cético do que eu era antes de conhecer os cogumelos.
Ainda sou, mas um pouquinho menos.
Acontece que mesmo crenças podem fazer sentido. Mesmo que ainda estejam erradas, se você consegue fundamentar uma crença, parece ser bem válida.

O que eu gosto é de duvidar da crença dos outros para ver se consigo respostas ou incentivar a pessoa a procurar essas respostas.
Assim como eu espero que sempre tenha alguém para duvidar das minhas. Pra me fazer perceber quando eu estava errado, quando estava certo.
Se ninguém duvidar da crença de ninguém, temos várias ilusões e mentiras paralelas, onde todo mundo parou de evoluir.

Sei lá, vejo algumas pessoas achando que tem "superpoderes" dps de consagrarem ayahuasca por acaharem que conseguem se comunicar com outras dimensões, entidades, e etc.
As pessoas sóbrias muitas vezes já acreditam ter "superpoderes" não sobrenaturais.
Como a frase: "Todo mundo é idiota, menos eu".
E também, todo mundo quer ser especial né? Qualquer resquício que possa significar que a pessoa seja, ela vai confiar até o último instante e até mesmo quando ela perceber que não é. vai continuar lutando para fingir.
Principalmente quando a vida dela não é muito boa fora daquele ambiente.
Isso acontece até em religiões sem uso de substancias, imagina nesse mundo da ayahuasca e cogumelo que tudo parece ser divino ou ter um significado.


Eu gostaria muito de participar de uma sessão de cogumelos que fosse guiada de forma semalhante a uma cerimônia de Ayahuasca, acho que eu tiraria mais proveito da trip.
Bom, acho que vai de cada um.
Eu não me vejo tendo trip com mais alguém.
Eu adoro ficar sozinho.

Mas tem pessoas que aprendem melhor com um professor e outras que só saem errando, aprendendo e errando de novo até aprender.

nas trips de cogus que tive eu sempre levantava pra fazer alguma coisa
Eu também, não vejo problema.

Mas também me pergunto se estou querendo a coisa certa, tenho a impressão de que estou querendo ter o mesmo resultado com cogu com que tenho com Aya kkkk
Talvz a trip com Cogu seja isso mesmo, algo mais livre.

Talvez. Por isso que eu gosto tanto.
Você é livre.
Se quiser pensar sobre abobrinhas, vai pensar.
Até se quiser pensar sobre festa, besteira e putaria vai pensar.

O cogumelo é como se fosse um pai.
Não tem aquele carinho natural de mãe, mas te ajuda com o que precisar.
Se você quiser se afundar, ele é aquele que vai te avisar para não fazer isso, mas se fizer, ele vai entrar junto com você e vai cavar o poço junto com você.
Se você quiser aprender matemática, ele vai ler um monte de livro para tentar te ajudar a tirar suas dúvidas, mas não para te ensinar e dar instruções.
Ele não vai fazer nada se você só ficar sentado, sem intenção de descobrir, sem buscar conhecimento.
Você preenche tua mente com o que quiser aprender e ele só faz as ligações entre o seu próprio conhecimento.

Se esse é o resultado que você busca, ter um "tutor" para explorar sua mente ou quem sabe o universo, ele é bem útil.

Mas é um tutor bem maleável.
O que eu te falei é o "meu tutor".
Mas você meio que pode "escolher" conforme a tua personalidade e o que precisa e não é nada fixo.

Só você vai saber se é o que está buscando.
 
Mas como tornar a experiência dos cogumelos "sagrada", assim como é a da ayahuasca?

E como fazer um "trabalho" com cogumelos?

O cultivo dos cogumelos por si só é uma experiência e tanto, mas beira mais a ciência (micologia) do que o ritual, como a preparação da ayahuasca (colheita, fervuras e etc). E além disso é normalmente uma experiência individual, pois o cultivo, do início ao fim, pode ser e normalmente é feito por apenas 1 pessoa. Não há necessidade de muitos braços... Enquanto a ayahuasca já começa de forma social, com o feitio sendo executado por um grupo.

No caso existe também a possibilidade da caçada, mas esta também devido à natureza de fácil coleta e consumo dos cogumelos, não favorece ou incentiva que seja uma caçada em grupo.

Fazer um trabalho em grupo com cogumelos me parece que seja possível, mas pela ausência de caráter social já desde a preparação, acredito que este item também já começa prejudicado.

Então a forma de se igualar o set & setting, creio que seria trazer a ayahuasca para a mesma situação dos cogumelos, ou seja, tomar ayahuasca em casa ou no campo, fora dos grupos e igrejas, no mesmo contexto em que um tenha o costume de consumir os cogumelos. Ayahuasca fora do contexto - ou sem contexto.

Ou fundamos a nossa própria igreja...
Amém :alien:
 
Comparar duas direções bem diferentes, ambas partes mudam drasticamente referente a dose. Se você nunca tomou uma dose cavalar de ayahuasca, ainda não conhece bem, o preparo da ayahuasca o nível de folhas, apuração, espécie utilizada e até o adubo utilizado, influenciam diretamente. Normalmente em igrejas e instituições é padronizado em graus, fora deste contexto no meio amazônico, tanto peru,colombia, brasil, etc... Se tem alguns cipós muito fortes, que não se dá para qualquer pessoa beber, é necessário ter muita experiência e firmeza mental. No meio dos cogumelos acredito que possa ter algumas situações de loop mentais em fixações devido ao mal preparo de muita gente, lembrando também a questão dos contaminantes que influenciam neste processo. Até mesmo algo químico, não só biológico vivo, pois uma água quente resolveria isso, psilocibina pode ter um LD50 ALTO, mas o que foi medido foi apenas a substância e não o conjunto, por isso atenção é sempre bom ter. Enfim... Comparar da mesma maneira um peiote, poderia ser mais simples por ter um processo físico mais próximo, mas como existem processos que os cogumelos podem passar despercebidos fisicamente, acaba deixando muitos ayahuasqueiros abismados e perdidos, por estarem acostumados em alguns miasmas mentais de vomitos, e pegadas de físico anunciantes. Entre ayahuasca e cogumelos, eu sempre prefiro os pajezinhos, Em rituais grandes, acima de 30 pessoas, deu para ver bem a espiritualidade se mostrando, tanto quanto ayahuasca. Além de uma série de outras coisas, eu diria resumidamente assim, nenhum dos dois e os dois, tudo decorrente realmente de como este ritual esta sendo guiado, alicerçado, esclarecido. Este ponto faz muita diferença, conheço ambos por um tempo considerável, este ponto é evidente demais para ser ignorado. Na colombia Barrancabermeja, nas margens do
rio magdalena, a muito tempo atrás, foi uma das mais impressionantes experiências de uns sujeitinhos pegos pela região, um amigo esteve em sonora méxico para conhecer o bufo, e depois acabou conhecendo alguns pajezinhos e relatou muita coisa. Creio que se relaciona muito também com nosso momento presente, onde estamos, entre muitos outros pontos. Descrever algo tão grande e resumir apenas como psilocibina ou dmt, não creio que seja o caminho. Sempre vão estar abertas muitas lacunas. De um modo geral, Ayahuasca com um cipó mais apurado, daria algo muito próximo aos cogumelos(mais alinhado), no durante e após, já os cogumelos vai depender muito do cultivo, nem diria tanto a espécie, mas o cultivo realmente dá um aspecto gritante no final, e não creio ser somente a psilocibina... enfim, outra lacuna. Você já conheceu ayahuasca gel líquido, tem que conhecer antes para ter mais parâmetros de ayahuasca. Simplesmente pelo menor manipulação humana, mesmo tendo de forma mais indireta, os pajezinhos são realmente os diferenciados, sem contar que conheço ayahuasca a mais de 20 anos, jogando por baixo mais ou menos 1000 rituais estando participando de corpo e alma. Os pajezinhos 20% disto, em rituais da mesma forma. Não sinto a menor vontade desta conexão fora de um meio em conjunto, perde muita coisa, a interação é preciosa sempre. Não tenho muito a buscar na solitude com algo deste calibre, sem desmerecer nenhum pouco quando quero algo sozinho prefiro um bom rapé. E olha que já percebi que muita gente não conhece esta ferramenta também, para utilizar individualmente é a única que me traz o que preciso. Claro tudo isso é assunto particular meu, e todos tem suas opniões, apenas o que percebi nesta caminhada. No meu caso particular, COGUMELOS...
 
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