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Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

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Problemático Clones do Estiva.

Diário de cultivo problemático.
Saudações a todos!!!
Resolvi abrir este tópico e compartilhar minha luta com micologia, na esperança de angariar mais conhecimento na área.
Moro no interior do estado do mato grosso do sul, onde o clima é louco. Quando não chove 3 semanas ininterruptas, ficamos 3 meses sem chuva e com umidade do deserto. Minha cidade é tida como rural, então tem muito pastos, e uma possibilidade de coleta absurda quando chove. Não preciso plantar, a natureza me fornece o suprimento farto o ano todo.
Mas como o destino me favoreceu de maneira grandiosa, me dando um terreno onde era um pasto, e cheio de cogumelos, não tenho outra ideia a não ser clonar os cogumelos que estão nascendo no meu terreno. Vai ser fabuloso eu contar para os meus netos, que onde eu moro era um pasto que foi destruído para construir meu bairro, e que eu pude ter um exemplar em seu habitat natural , que é meu terreno...
Como não deu no dia pra retirar uma amostra descontaminada ou possivelmente pouco contaminada, peguei uma amostra na cabeceira de um rio chamado estiva, do lado da mina que forma o córrego. Ele estava sobe um torrão de bosta bovina, e o torrão estava colonizado. Levei para a casa o torrão e fiz um casing com terra e fibra de coco. Este frutificou e eu posso dar andamento neste tópico.
Lembrando que esta clonagem é teste para o posterior que virá.
Creio que não tenho o melhor ambiente para realizar este procedimento, mas o fiz mesmo sob o risco de contaminação e tudo muito rustico.
Cortei 4 pedaços de tecido interno não contaminado, e coloquei sobre papelão esterilizado dentro de potes descontaminados. Como retirar pedaços e a esterilização do papelão, foi replicado a partir de fontes do CM.
Aguardando os quatros potes apresentar resultados, e tomará que positivos.
Sem mais...
 

Anexos

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Bem vindo @odorg!

Uma dúvida: qual critério você utilizou para determinar se o espécime seccionado não está contaminado?
Não usei nenhum critério, só eliminei as fontes de contaminação. Retirei do pasto e pus em um ambiente estéril, fiz um case mais avantajado com fibra de coco esterilizada, e grossa a camada. A ventilação onde se encontra o espécime é branda, e batizo a água do borrifador com água oxigenada para evitar a dispersão de contaminantes. Eu retirei o tecido externo, tipo descascando o cogumelo, e extraí o tecido que se encontra no centro do cogumelo.
Eu realmente não sei se contaminou... Vou ter que esperar mais alguns dias para descobrir.
 
Então vamos lá...
O primeiro ponto para o qual quero chamar sua atenção é: o espécime colhido in natura, em contato com a fezes já está contaminado por n organismos. E, ao levá-lo para um ambiente "estéril", você está apenas evitando que esse mesmo espécime interaja com mais organismos contaminantes. Porém, aqueles organismos que já estabeleceram um sítio nesse espécime, irão se manifestar, saindo de seu estado amorfo, quando você fornecer as condições necessárias (p.ex. um meio nutritivo como o ágar-ágar ou grãos previamente esterilizados).
Agora, o segundo ponto diz respeito ao método de "esterilização" utilizado. Pois, ao que me parece, você não esterilizou nada. Afinal, o que acontece ao se miturar água oxigenada com água pode ser representado da seguinte forma:
H2O2(aq) + H2O(l) → H2O(l) + H2O(l) + (O-)(g)
H2O2(aq) → H2O(l) + (O-)(g)
E essa reação ocorrerá devido à propriedade intrínseca da água de se auto-ionizar em temperaturatura ambiente.

Assim, dentro do contexto no qual nos situamos – a micologia amadora –, esterilizante será a substância ou composto capaz de causar desnaturação proteica da membrana do organismo contaminante por hidrólise. E os exemplos de esterilizantes são: água sanitária, álcool 70% ou até mesmo iodo, conforme descoberto por nosso amigo @Trismegisto. E não água oxigenada*, que agirá apenas como um emulsificante.

EDIT: Paz e bons estudos!
*: EDIT²
 
Última edição:
O primeiro ponto para o qual quero chamar sua atenção é: o espécime colhido in natura, em contato com a fezes já está contaminado por n organismos. E, ao levá-lo para um ambiente "estéril", você está apenas evitando que esse mesmo espécime interaja com mais organismos contaminantes. Porém, aqueles organismos que já estabeleceram um sítio nesse espécime, irão se manifestar, saindo de seu estado amorfo, quando você fornecer as condições necessárias (p.ex. um meio nutritivo como o ágar-ágar ou grãos previamente esterilizados).

Corretíssimo!!!!! Eliminei o fator contaminante pasto, fiz um case avantajado e coloquei dentro de um terrário, pra não ter mais interferência de outros contaminantes. Mas não posso retirar os contaminantes da minha amostra, até porque o o fungo preterido já se encontra em simbiose com a atividade biológica que veio com a amostra.


Agora, o segundo ponto diz respeito ao método de "esterilização" utilizado. Pois, ao que me parece, você não esterilizou nada. Afinal, o que acontece ao se miturar água oxigenada com água pode ser representado da seguinte forma:
H2O2(aq) + H2O(l) → H2O(l) + H2O(l) + (O-)(g)
H2O2(aq) → H2O(l) + (O-)(g)
E essa reação ocorrerá devido à propriedade intrínseca da água de se auto-ionizar em temperaturatura ambiente.


Bom á solução de H2O2 + H2O, que eu citei serve para aspergir dentro do terrário, primeiro por ser um bactericida simples e sem resíduo, e é menos agressivo que os que vc citou logo abaixo. Eu utilizo alcool 70% e lisol nos instrumentos e recipientes que utilizo.
Eu utilizei tecido interno do cogumelo, mas fiquei em duvida... è possivel contaminantes como bactérias, fungos ou leveduras , estarem dentro do cogumelo???
se sim trabalho perdido então...


Assim, dentro do contexto no qual nos situamos – a micologia amadora –, esterilizante será a substância ou composto capaz de causar desnaturação proteica da membrana do organismo contaminante por hidrólise. E os exemplos de esterilizantes são: água sanitária, álcool 70% ou até mesmo iodo, conforme descoberto por nosso amigo @Trismegisto. E não água sanitária, que agirá apenas como um emulsificante.
EDIT: Paz e bons estudos![/QUOTE]


Eu trabalhei em industrias de alimentos, e utilizava-se muito a água oxigenada como bactericida. Inclusive em dosagens de 3% por litro. Não acho bom jogar hipoclorito em cima do bolo, a carga residual daquilo causaria danos severos.
Por favor, caso tiver idéia de como isolar um espécime nestas mesmas condições fala aí, pois até agora me guiei com o site.
 
Achei muito boa a iniciativa !!
Papelao e muito bom para clonar !
Sorte e acompanhando !!
 
Tentou fazer um carimbo desse cogumelo. Talvez aí sim poderia livrar a amostra de contaminantes.
Como anda o papelão? Micélio já deu sinal?
Caso apareça contaminante no papelão, é mais fácil de isolá-lo repicando em outros papelões até ter uma amostra limpa.

Paz.
 
E os exemplos de esterilizantes são: água sanitária, álcool 70% ou até mesmo iodo
Esterilizantes são as substâncias capazes de exterminar toda 'vida' das superfícies as quais têm contato, deixando as superfícies estéreis, ou seja, mata 100% dos microorganismos aos quais têm contato, como ácido peracético e o óxido de etileno na forma de vapor. Talvez você esteja falando de desinfetantes, que são aquelas substâncias capazes de reduzir significativamente a concentração de microorganismos nas superfícies. O álcool é um desinfetante, antisséptico e antiviral mas não possui ação sobre esporos de fungos e bactérias. O iodo tem ação similar, porém em altas concentrações ele é também esporicida, ou seja, mais eficiente. Já o cloro é eficiente contra todos os citados: vírus, bactérias, fungos e esporos. O peróxido nas concentrações corretas é esporicida, bactericida, virucida o problema dele é que logo ele é desnaturado e se transforma em água, portanto a solução tem ação por um período bastante reduzido.
è possivel contaminantes como bactérias, fungos ou leveduras , estarem dentro do cogumelo???
Não sei. O micélio produz enzimas peroxidase para se defenderem desse tipo de invasores.
 
Última edição:
Fala galera micologistas!!
Hoje posso dar continuidade no meu diário, já que pude observar mudanças significativas no meu processo de clonagem. Não observei nenhuma mudança de cor, ou qualquer detalhe que possa indicar contaminação.
Consegui fazer um carimbo dessa stream, mas juntou gotículas de água entre o papel alumínio e o cogumelo, molhando e possivelmente contaminando, descartei. Por pura curiosidade estou testando clonagem em meio liquido com mel, reproduzindo um artigo da biblioteca da CM. O problema é que eu só tenho mel de samora, e no artigo ela não deixa especificado, fiquei tipo na roleta russa, mas vale para o aprendizado.
Essa semana eu irei preparar o substrato, e pretendo fazer algumas técnicas para testar a mão. As fotos estão horrível, mas dá para observar o processo. Até a próxima.

Tentou fazer um carimbo desse cogumelo. Talvez aí sim poderia livrar a amostra de contaminantes.
Como anda o papelão? Micélio já deu sinal?
Caso apareça contaminante no papelão, é mais fácil de isolá-lo repicando em outros papelões até ter uma amostra limpa.

Paz.
Fiz um carimbo mas não deu certo, molhou...
Pensei nisso a semana inteira... estou na torcida contra os trolls.
 

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Última edição por um moderador:
Consegui fazer um carimbo dessa stream, mas juntou gotículas de água entre o papel alumínio e o cogumelo, molhando e possivelmente contaminando, descartei.
Essas gotículas que se formam vem da água que evapora do chapéu. Se tomou as devidas precauções como limpar bem o recipiente onde ficou chapéu, não haveria perigo de contaminação. Seria o caso de apenas remover o píleo e colocar um pouco de sílica gel para evaporar essa água. Mas já que jogou fora fica a dica pra próxima vez ;).

Interessante essa CL com mel, ainda não tinha visto aqui no CM, boa sorte com ela e paz.
 
É, umidade no carimbo acontece, e por isso tem aquele tempo de espera depois de tirar o píleo, pra dar uma secada, creio eu. Caso esteja muito úmido demais da conta (sô), tem a sílica gel pra ajudar como disse o nobre @Finganforn. :coffee:
 
Saudações galera... Tudo bem com vcs??
Acho que a sorte não me felicitou, quebrei meu celular e meu meio de tirar fotografias, e depender da ajuda dos outros é complicado.
Bom para inicio de atualização, fiz 4 clones, todos muito bonitinhos e sem nenhuma contaminação... Resolvi inocular uns potes com outra stream, e resolvi aproveitar o embalo e fazer o bulk do papelão para os grãos de milho esterilizado. Foi uma tragédia... eu não possuia ainda a grovebox, 2 potes contaminou de cara. Confirmei outro hoje, só me resta um exemplar de um litro de milho (pensa na doideira).
Se caso este teime em contaminar, terei que esperar a chuva novamente, e novamente repetir a técnica... Não irei desistir, esta estream é mística, e o local não vai existir mais daqui um tempo.
Para clonar utilizei este artigo: https://teonanacatl.org/biblioteca/técnica-de-clonagem-em-papelão.107/
Para o preparo do milho, usei este artigo: https://teonanacatl.org/biblioteca/milho-de-pipoca-substrato-para-casing.65/
E pelo andar da carruajem, irei da próxima vez utilizar esta técnica: https://teonanacatl.org/biblioteca/procedimentos-simplificados-de-clonagem-com-karo.97/

Se alguém puder indicar um método mais infalível, por favor , doe-nos seu conhecimento, pois assim crescemos ambos. Até a próxima atualização.
 

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Amigo @odorg bela iniciativa a sua em preservar esse exemplar local.
Se está tendo algum problema com a a clonagem em papelão, como eu tive, pode usar o painço como meio para a clonagem. Após esterilização do copo com painço é só jogar uma lasquinha do cogumelo e deixar em incubação até o micélio crescer. Poder encontrar mais detalhes pelo fórum. Espero ter ajudado ;)

Paz
 
Última edição:
Amigo @odorg bela iniciativa a sua em preservar esse exemplar local.
Se está tendo algum problema com a a clonagem em papelão, como eu tive, pode usar o painço como meio para a clonagem. Após esterilização do copo com painço é só jogar uma lasquinha do cogumelo e deixar em incubação até o micélio crescer. Poder encontrar mais detalhes pelo fórum. Espero ter ajudado ;)

Paz

Obrigado pela ideia, com certeza vou testar e pesquisar sobre ele.
 
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