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Carlos Castañeda

Gostaria de expor algo tendo como base o que NeuroFx disse, mas estou sem tempo agora. Assim que possivel faço isso.

Tbm gostaria de pedir permissão pra convidar para o forum Maestro Guntemar, um guerreiro mais evoluido no caminho, mestre ensonhador da tradição moderna.

Nossa, esse teclado ta horrivel.....que legal....rsrsrsrrsrsrs
 
Enfim, contudo, todavia, nada é pessoal, mesmo pq não me importo com isso, o tom pode soar presunçoso mas são só relatos de uma pessoa que esta nesse mundo sem ser dele.

Carol, esse post poderia durar anos aqui, só em rebater as suas afirmações e vc as minhas, realmente nada é pessoal e como o Neuro falou :

. Digo que, na minha opinião, a melhor e mais prática maneira de contestar Castaneda é realizando sua prática e verificando se é válida ou não.

A verdade não existe ! tentar nos convencer um do ponto de vista do outro é tolice.

Cabe a nos aqui agora só uma tarefa, ajudar aqueles que buscam informações sobre o Castañeda. Tanto aqueles que procuram provas para acreditar quanto aqueles que procuram provas para contestar. Ambos os lados estão bem preparados ! Que seja a própria consciência a juíza de cada cabeça.
 
1 + 1 = 2, por que consideramos que isso é verdadeiro?

Responder essa pergunta é uma das maneiras de entendermos o significado do conceito de verdade, pois nenhum ser racional negaria esse fato se fizesse uma analogia com o mundo real, então vamos ver o que isso significa, vou fazer uma analogia com algo que tenho um pouco de conhecimento, desculpem-me se eu parecer demasiadamente chato, acontece que matemática para mim é super interessante, apesar de eu ter plena consciência de que isso é completamente chato para quase qualquer outra pessoa do mundo.
Basicamente, os matemáticos, quando resolveram criar uma ferramenta que fosse útil para entender e moldar o mundo que nos é perceptivel pelo nosso eu-verbal-racional, olharam para o mundo e perceberam que em alguns aspectos a matemática deveriam ser útil para representar características, de forma muito simples, do mundo.
Assim começaram a estabelecendo pequenas verdades, baseadas no mundo obvervável, por exemplo, temos uma maneira de representar uma maçã isolada, chamamos isso de uma maçã e uma outra maneira de representar duas maçãs juntas, que chamamos simplesmente de duas maçãs, percebemos que quando juntamos duas maçàs isoladas, o estado das maçãs é exatamente igual ao estado de duas maçãs juntas, e isso se aplica a pessoas, laranjas, cogumelos e tudo o mais.
Assim foram criadosos axiomas dos números reais, que unidos fazem com que as contas que fazemos coincidam com as características encontradas no mundo, então se vamos discutir se 1 + 1 = 2, basta perguntar "estamos falando de números reais?" e não há o que discutir, pois 1 + 1 = 2, quando falamos de números reais, e se você colocar uma beterraba numa cesta e depois colocar mais uma beterraba numa cesta, então a cesta terá duas beterrabas e não há o que discutir.
Entendendo essa lógica fica claro por que discutir livros e histórias normalmente gera muitas palavras e ninguém acaba aprendendo nada, muitas afirmações são feitas, basicamente as partes não concordam com os mesmos axiomas, com as mesmas verdades, a grande maioria nem tenta descobrir quais verdades aceita sem ao mesno questionar, quase ninguém percebe que tem axiomas impressos no inconsciente.
Mas se ambas as pessoas envolvidas numa discussão discordam sobre quais verdades devem acreditar, então a discussão é completamente inútil, esse, por exemplo, é um dos motivos pelo qual deixei de discutir com a Carol, ela simplesmente acredita em coisas completamente contrárias ãs coisas que acredito, assim todas as discussões seriam infinitas e não gerariam frutos aproveitáveis.
Então, se vocês querem convencer alguém que um certo ponto de vista é o correto, ou o mais aceitável, primeiro você teria que fazer com que a pessoa acredite nas verdades que fundamentam tal ponto de vista, e só então apresentar a explicação do ponto de vista, e assim, novamente não existiria discussão.
É claro que praticamente qualquer pessoa sabe que fazer outra pessoa simplesmente aceitar axiomas é praticamente impossível, isso me faz pensar sobre o motivo principal de discutir, não vejo por que discutir com alguém, apesar de eu instintivamente acabar discutindo muito, como agora, ainda não entendi exatamente o por que desse monte de palavrás.
Talvez eu acredite que esse meu ponto de vista possa ser útil e que vocês possam aprender sobre como discutir ou pensar melhor sobre o motivo que os levam a discutir, mas, seja como for, seria melhor mudar o tom da conversa, para ao invez de quererem provar que o outro está errado, vocês passem a apresentar o que aprenderam, mostrando tanto os textos, ou as idéias que serviram de base, e mostranto como tais idéias podem fazer com que outros conceitos, ainda melhores e mais aproveitáveis possam ser criados e aproveitados, tanto como material de aprendizado, como de vida.
Mas, voltando ao ponto inicial do meu posto, o que eu basicamente quero dizer é que não é que a verdade não existe, isso também não significa que ela seja fixa e imóvel, não temos, felizmente, um suporte absoluto, o que muitos filósofos buscaram durante milénios, assim, precisamos inventar o suporte para nossos conceitos, então, essa flexibilidade do conceito de verdade é o que garante que com, mesmo sendo racionais e buscando a melhor maneira de agir, ainda sejamos capazes de manter nossa liberdade.

Agora, para voltar ao cerne da discussão:

No que vocês acreditam dos relatos de Castanheda?
Como tais crenças definem o rumo das suas vidas?


Desculpem-me se saí demais do rumo da discussão.
 
Entendendo essa lógica fica claro por que discutir livros e histórias normalmente gera muitas palavras e ninguém acaba aprendendo nada, muitas afirmações são feitas, basicamente as partes não concordam com os mesmos axiomas, com as mesmas verdades, a grande maioria nem tenta descobrir quais verdades aceita sem ao mesno questionar, quase ninguém percebe que tem axiomas impressos no inconsciente.
Mas se ambas as pessoas envolvidas numa discussão discordam sobre quais verdades devem acreditar, então a discussão é completamente inútil, esse, por exemplo, é um dos motivos pelo qual deixei de discutir com a Carol, ela simplesmente acredita em coisas completamente contrárias ãs coisas que acredito, assim todas as discussões seriam infinitas e não gerariam frutos aproveitáveis.
Então, se vocês querem convencer alguém que um certo ponto de vista é o correto, ou o mais aceitável, primeiro você teria que fazer com que a pessoa acredite nas verdades que fundamentam tal ponto de vista, e só então apresentar a explicação do ponto de vista, e assim, novamente não existiria discussão.

Estou na mesma situação sua, por isso transferi a minha atenção a quem quer formar uma opinião e procura informações para isso e não a quem já tem sua opinião formada;

O resto do seu texto é auto-explicativo e muito bem pensado ! Parabens ! e obrigado por entrar na Discussão




No que vocês acreditam dos relatos de Castanheda?

Em nada, O castaneda era antropologo conhecia varias culturas, sintetizou oq lhe convinha e escreveu uma grande fábula em cima.

"Qualquer um pode se identificar e comprovar na pele oque ele escreveu !"

É obvio que podem, uma vez que ele retirou tecnicas de doutrinas verdadeiras.

https://teonanacatl.org/threads/carlos-castañeda-entre-o-real-e-o-imaginário.1137/

"Certas partes ele realmente viveu ! como os relatos dele com Mescalito"

Sim viveu! e dai oq isso tem haver com ele inventar todo o resto? Quem quiser viver tbm ,não precisa do nagual , precisa de Mescalina. E das praticas das doutrinas verdadeiras citadas antes.


Como tais crenças definem o rumo das suas vidas?

Não define

:idea: Certa vez Falaram a Thomas Edison que ele precisou de 199 tentativas para descobrir a primeira lâmpada.

Ele respondeu que descobriu 199 maneiras de como NÃO se fazer uma lâmpada.

Sabendo que o Carlitos é um mentiroso descobri várias coisas que não se devem fazer. De como não perder anos da minha vida com oq não contribui para a minha evolução mental e espiritual.
 
Carol, esse post poderia durar anos aqui, só em rebater as suas afirmações e vc as minhas, realmente nada é pessoal e como o Neuro falou :


A verdade não existe ! tentar nos convencer um do ponto de vista do outro é tolice.

Cabe a nos aqui agora só uma tarefa, ajudar aqueles que buscam informações sobre o Castañeda. Tanto aqueles que procuram provas para acreditar quanto aqueles que procuram provas para contestar. Ambos os lados estão bem preparados ! Que seja a própria consciência a juíza de cada cabeça.

Não estou tentando convencer ngm, apenas aproveitando a oportunidade pra exercitar a "loucura controlada", agindo por "não-fazer", ilogico não??? rss Mas claro!!!!
Apenas a não-mente pode derrotar a mente, ou melhor coloca-la em seu lugar.

Sair do debate dessa maneira é comodo pra vc, reflexo da falta de propósito inflexivel, eu posso passar o tempo que for aqui rebatendo seus argumentos pq na verdade não me importo, vou fluindo, como a agua.

Qdo a situação não nos é agradável emocional/intelectual/fisicamente damos um jeito de pular fora e por essa presunção perdemos as maravilhas mágicas do mundo.
Experiência incrivel passar 6 anos de minha vida dormindo em um quartinho fedido, fritando pasteis em um buteco tendo que aguentar homens cheirando pinga e fedendo suor mexendo comigo, sem uma técnica sobre a "espreita" e um plano de ação eu não aguentaria, eis um exemplo onde o conhecimento que o nagual nos transmite pode ser aplicado.


Infected;
O que vc descreve é uma bela metodologia pra exercitarmos o raciocínio lógico.
O problema aparece qdo descobrimos que as beterabas na cesta não são beterrabas, qdo descobrimos que o numero 2 não tem sentido.
O pai da bomba atômica teve um leve vislumbre disso qdo percebeu a relatividade, até o número 2 é relativo. Claro que ciêntificamente jamais poderia te mostrar isso.



"No que vocês acreditam dos relatos de Castanheda?"

Tudo, pq ja corroborei grande parte de que ele nos transmitiu.



"Como tais crenças definem o rumo das suas vidas?"

Não são crenças, essa é uma "metodologia" pra chegarmos a não-crença, compreende?
Pra voarmos livres como se nunca tivéssemos existido precisamos nos livrar de todo o "lixo" que gruda em nós na nossa passagem por esse mundo, pela passagem por essa posição do ponto de encaixe, ou ponto de aglutinação.

O rumo de nossas vidas muda da água para o vinho qdo o conhecimento nos envolve, pois ja não trabalhamos mais pelos motivos do mundo social-comum.
Não trabalhamos por dinheiro, não trabalhamos pra construir um lâr familiar cheio de carinho e amor, não trabalhams ou oramos por temor a deus.

Agimos por "espreita", nos socializamos atravéz de nossa "loucura controlada", em mundos de "ensonho" buscamos nossos objetivos, acessar tudo que nos é acessivel perceptivamente uma de nossas metas. Queimar com o "fogo interior" acendendo todo o "casulo luminoso" de uma só vez e atravessar a "aguia" como um jato, nosso objetivo.



"Certas partes ele realmente viveu ! como os relatos dele com Mescalito"
"Sim viveu! e dai oq isso tem haver com ele inventar todo o resto? Quem quiser viver tbm ,não precisa do nagual , precisa de Mescalina. E das praticas das doutrinas verdadeiras citadas antes."

Eu poderia te dar a "posição" onde mescalito, um inorgânico habita.
Ou melhor, te passar a técnica pra vc "pescar" um aliado, claro que precisariamos da ajuda de cogumelos pra isso, pois o ponto de encaixe esta fixo na posição da razão.
Mas ja avisio, prepare uma cueca limpa pq o pavor vai ser forte. ihihihihi

O conheimento esta aberto a quem quiser corroborar, claro que para isso precisaremos de uma sobriedade sem limites e nervos de aço, como na lei da evolução natural os mais fracos serão alimento dos "predadores".



Muitoooooo bom falar com vcs, to tão feliz que mau me aguento.....rsrsrrsrsr
Vou precisar viajar, qdo eu voltar continuamos.
Boa viagem carol.......obrigada! rsrsrs


Saúdo o forum com Atenção e Respeito.
 
Mas se ambas as pessoas envolvidas numa discussão discordam sobre quais verdades devem acreditar, então a discussão é completamente inútil, esse, por exemplo, é um dos motivos pelo qual deixei de discutir com a Carol, ela simplesmente acredita em coisas completamente contrárias ãs coisas que acredito, assim todas as discussões seriam infinitas e não gerariam frutos aproveitáveis.

Carol é dificil demais pra sua mente superior interpretar oq o infected diz ?????

Sair do debate dessa maneira é comodo pra vc, reflexo da falta de propósito inflexivel, eu posso passar o tempo que for aqui rebatendo seus argumentos pq na verdade não me importo, vou fluindo, como a agua.

Errar é humano, persistir no erro é burrice.

Eu poderia te dar a "posição" onde mescalito, um inorgânico habita.
Ou melhor, te passar a técnica pra vc "pescar" um aliado, claro que precisariamos da ajuda de cogumelos pra isso, pois o ponto de encaixe esta fixo na posição da razão.
Mas ja avisio, prepare uma cueca limpa pq o pavor vai ser forte. ihihihihi

carol vc é hilária, vc não pode me dar posição nenhuma e muito menos eu precisaria de novas cuecas por isso. se vc precisou eu não sei :D


As culturas que empregam as "drogas" sacramentais as usam porque negam a realidade material o direito de ser a única forma de realidade, o conhecimento sensorial e "racional" o direito de ser a única forma de conhecer o mundo. No pensamento "religioso" ameríndio o microcosmo humano tem uma profunda relação em todos os níveis do ser (o físico, emocional, mental e espiritual) com seus correspondentes níveis macro-cósmicos. Na visão ameríndia do mundo, não existem objetos inanimados: o conceito de "anima", "espírito" não é exclusivo do ser humano, também abarca animais e plantas, lagoa, fontes e rios, pedras e montanhas. Entre as plantas, aquelas de poder psicotrópico são receptáculos, o "corpo" de um "espírito" que abre as portas da visão, auxilia e inspira os xamãs como um verdadeiro "mestre". Este é o conceito de Plantas Mestras

Os contatos com entidades espirituais, está difundido por varios lugares no mundo, senão completamente.

Atingir esse contato sozinho, requer um grande esforço, e uma grande sorte, uma vez que o mundo espiritual está aberto a todos porém dificilmente para os que somente tem curiosidade. é preciso um motivo forte, um motivo nobre para se acessar esta esfera superior


rss esse post podia ser capitulo do Mity Busters
 
O que vc descreve é uma bela metodologia pra exercitarmos o raciocínio lógico.
O ilógico também, pois o raciocínio lógico precisa de premissas, consideradas verdadeiras, para poder criar conceitos e definir o que pode ser considerado certo e errado. Mas não existem coisas certas nem erradas por si só, não existe sequer um conceito verdadeiro racional e absoluto, assim toda a interpretação racional do mundo é uma espécie de criação fantasiosa, que muitas vezes se transformam num grande labinrinto intelectual e aprisiona mentes.
No mundo existem diversas coisas que são irracionais, quando acreditamos em deus, ou deuses, quando gostamos de alguém ou de alguma coisa, quando conversamos, basta tentar entender bem tudo isso e você perceberá que acreditar em deus é um absurdo, que não uma maneira de demonstar que sua mulher ou marido te ama nem existe uma equação para medir o quanto você gosta de algo,
Por mais estranho que pareça, é exatamente isso que dá valor a todas as coisas anteriores, fosse lógico acreditar em deus não existiria fé, consequentemente não existiria religião, você não ficaria feliz ao ter certeza do amor do seu marido/esposa, mas sim ficaria entediado e só faria as coisas básicas que sustentam o raciocínio que prova que existe um amor por você.
Entender esse outro lado da razão já é alimentar aquilo que você chama de não-mente, ao invez de ficar raciocinando e buscando explicações, basta sentir e agir, assim, de certa forma, estaríamos colocando a mente no seu devido lugar e estaríamos vivendo na quase totalidade, pois assim estaríamos sendo quem realmente somos, e não seremos mais o resultado de equações estúpidas baseadas em dados desconhecidos.
Basicamente, é bom aprender a ser racional nas horas certas e ser humano, instintivo e intuitivo em outras, um bom exemplo é, ser racional na hora de comprar pão, mas ser mais intuitivo na hora de comprar um presente para a sua namorada ou namorado.

O problema aparece qdo descobrimos que as beterabas na cesta não são beterrabas, qdo descobrimos que o numero 2 não tem sentido.
As beterrabas são beterrabas, ou não seriam beterrabas, seriam simplesmente outra coisa, tem como argumentar contra isso?

O número dois por si só não faz sentido, ele é um conceito abstrato que usamos para representar coisas do dia a dia, se eu te falar que você tem 2 olhos, isso faz sentido, a não ser que você tenha problemas físicos graves.
E, antes que você fale da verdadeira forma das coisas no verdadeiro universo de verdade que existe sei lá onde que eu só posso conhecer se eu tomar cogumelos, pense no seguinte, o "2" faz sentido nesse universo-comum das pessoas no estado de consciência comum, e nesse universo-comum-das-pessoas-não-cogumeladas, a maioria das pessoas possuem 2 olhos e simplesmente não há o que discutir, agora, duvido que você seja capaz de falar que o número dois não faz sentido nesse contexto.

O pai da bomba atômica teve um leve vislumbre disso qdo percebeu a relatividade, até o número 2 é relativo. Claro que ciêntificamente jamais poderia te mostrar isso.
Falando em pai da bomba atômica e relatividade, eu só posso pensar que você deve estar falando do Einstein, antes de mais nada, até Jesus, que viveu a sei lá quantos anos sabia que no mundo as coisas são todas relativas, basta ler a bíblia. O trabalho do Einstein foi praticamente uma tentativa de acabar com a relatividade, pena que ninguém entende disso.
E é claro que você não pode me mostrar nada cientificamente, pois, além de não saber nada de lógica, razão e ciência, você está louca.

O rumo de nossas vidas muda da água para o vinho qdo o conhecimento nos envolve, pois ja não trabalhamos mais pelos motivos do mundo social-comum.
Bem aventurados os que buscam o além, pois em breve estarão distantes.


Agimos por "espreita", nos socializamos atravéz de nossa "loucura controlada", em mundos de "ensonho" buscamos nossos objetivos, acessar tudo que nos é acessivel perceptivamente uma de nossas metas. Queimar com o "fogo interior" acendendo todo o "casulo luminoso" de uma só vez e atravessar a "aguia" como um jato, nosso objetivo.
Vejo vários axiomas, que são totalmente oposto aos meus.

A minha maneira de encontrar a liberdade é envolve várias coisas, entender como a mente racional funciona, desenvolver intuição para saber quando devo desligar a razão e criar as verdades que irão determinar minhas atitudes.
Entender como a razão funciona para evitar cair em labirintos-intelectuais, esse é um risco grande pois eu estou sempre alimentando e aperfeiçoando minha razão, é inegável que ela é uma ferramenta super útil nesse mundo.
Desenvolver a intuição, pois a vida é muito pouco racional, é preciso aprender a sentir e a agir sem um suporte racional, ou acabaremos como um burrinho, que tem duas pilhas de feno, uma a direita e outra a esquerda, ambas estão a mesma distância e tem a mesma quantidade, mas o burro racional fica tentando descobrir qual a tentativa lógica e acaba morrendo de fome.
Criar verdades para dar suporte, tanto para a intuição, quando falo de verdades eu falo num sentido mais amplo, como, uma das minhas verdades é "tanto faz se deus existe ou não", outra é, "a razão é uma ferramenta importante", a primeira das verdades influencia na moral e no comportamento, já a segunda obviamente influencia na capacidade racional, já que é completamente ilógico usar a lógica para suportar a lógica.

E o que que tudo isso tem a ver com Castanheda? Sempre que eu leio um livro eu não apenas quero me divertir, normalmente eu gosto de aprender com os personagens, eu vejo sempre como fábulas, que criam conceitos e acabam servindo de inspiração na vida.
Eu prefiro aprender com livros de ficção do que com livros feitos para ensinar algo, quando eu li uns livros do Paulo Coelho, tudo o que eu senti foi nojo, pois para mim tudo aquilo era uma grande falsidade, um bando de mentiras, mas quando eu li Crime e Castigo, eu não me importei com as fantasias de Dostoiévsky, pois o livro é um romance, então resolvi aprender com Raskolnikov.

Acho que falei demais, mas espero que isso possa ser aproveitado por alguém, pois sei que para a Carol isso é completamente inútil.
 
Como é gente ninguem tem mais nada pra opinar aqui não ??? Até a Carol sumiu !! animen-se, tem muita gente aqui eu tenho certeza que le o castaneda!

Good vibes !

Dahua
 
reanimando, mas só pra corrigir um detalhe:

Eu já li vários livros do Carlos Castaneda, mas não todos.

kerida Carol, axo q jah nos encotnrmaos por aki né? ;)

Bem, estive lendo as conversas e notei algo q vc deu uma pisadinha na bola...

CarolTigs disse:
Tudo é questão de percepção, a percepção do homem é como é pos existe algo chamado "ponto de encaixe" que se localiza em todos os homens na altura do umbigo, qdo esse ponto de encaixe se move pra outra posição a percepção muda, é isso o que buscamos, a liberdade de percepção pra podermos mover o ponto de encaixe por um ato de "vontade".


aqui eu concordo, concordo tbm q vc chame "ponto de encaixe" apenas pra ilustrar a área de nosso corpo luminoso odne saem os tentáculos eo nde age nossa vontade



CarolTigs disse:
Muitos sacerdotes dessa epoca ainda estão desafiando a morte nos dias e hj, moveram seu ponto de encaixe e copiaram o modelo dos aliados, sendo assim a força rolante ou "o derrubador" ira levar muito mais tempo pra abate-los.".

CarolTigs disse:
Disse que era um desafiante da morte e que de 7 em 7 anos precisava entrar na mata pra colher certas plantas pra continuar com a possibilidade de tapar sua "brexa", que é onde a morte nos ataca por uma força conhecida pelos feiticeiros como "a força rolante" ou o "derrubador".


Bem, vc errou aqui... pois ambos sabemos que o ponto da vontade, onde vc ilustrou como "ponto de encaixe", essa área onde se localiza próximo de nosso umbigo, POREM, até hj, após todos os livros do Nagual q eu li, ficou claro q esse ponto não muda de lugar, e o q vc chama de brecha odne a morte ataca é outro lugar, é o "ponto de aglutinação", localizada entre nossas omoplatas, onde ele, sim, pode ser mudado de lugar para poder se escapar da morte.

Resumindo: é no ponto de aglutinação onde é ocncentrada nossa experência de vida qdo fazemso a recapitulação, e é onde a morte ataca. Agora o ponto onde age a vontade é outra coisa.
 
meu pitaco sobre o tema, copiado de um post que fiz no PE há algum tempo:

li a erva do diabo quando tinha uns 11 anos. uma amiga de minha mãe que estava de mudança deu uns livros pra gente e tava esse lá no meio. chapei. virou meu livro favorito. nenhum livro infanto-juvenil tinha uma estoria tão fantastica como a daquele bruxo doido e suas ervas malucas. ainda tenho memoria de ser altas horas da madruagada, todo mundo dormindo e eu insone, lendo e pirando nas historias de diableros, mescalito e o fuminho...

quando tinha 15 anos, da primeira vez que viajei sozinho, estava fazendo hora na rodoviaria de sp, esperando um bumba para ir à ubatuba, vi os outros livros dele na livraria, comprei o estranha realidade e o viagem a ixtlan. puta que pariu, foi um nó em minha cabeça de adolescente, comprei todos os outros livros na sequencia, confesso que na epoca não entendi muita coisa dos ultimos livros, onde a filosofia do nagual é destrinchada.

é por culpa da leitura precoce dessas obras que passei a buscar "algo além" dessa nossa realidade chocha, previsivel, sufocante em sua falta de saidas para os espiritos livres. imagina que meu sonho desde os 11 anos é ter um encontro com mescalito...

muita agua rolou por baixo da ponte, e hoje em dia, com quase quarenta de idade, volta e meia releio os livros e sempre descubro novos enfoques. além do que, quase 20 anos de enteogenia nas costas me fazem entender as coisas de forma muito diferente do que quando era um adolescente cabaço.

realmente não importa se o d juan é verdadeiro ou ficticio. boa parte da obra do castaneda pode ser interpretada de forma simbolica, mas tem muita coisa ali que eu achava fantasia e os estados alterados me mostraram que é pura realidade.

dá até uma certa deprê ler os ultimos livros, pois é um tapa na cara pra quem tá totalmente imerso no mundo do tonal, criando filho, pagando contas, amarrado em mil responsabilidades no mundo de maya.

ao longo da vida, aprendi que tem mesmo tudo a ver o lance de apagar a historia pessoal. realmente as ondas mentais dos outros ajudam a solidificar nossa existencia, a opinião que os outros têm a meu respeito, a memoria de minha historia na cabeça delas, isso tudo são amarras energeticas reais, que sugam muito de nosso poder de mudança e mobilidade no mundo.

em 89-90, levei vida de mochileiro nas zoropa e no oriente medio. como em terras estrangeiras não havia "testemunhas" de minha historia pessoal, varias vezes apliquei conscientemente um lance de não revelar minha verdadeira historia, e é incrivel como vc pode inventar qualquer coisa como sendo sua historia pessoal, e é muito louco constatar como as pessoas passam a se relacionar contigo conforme aquilo que vc inventa pra elas como sendo a sua historia. acho que os picaretas, os estelionatarios, usam e abusam disso para "enfeitiçar" suas vitimas.

tenho consciencia de que não sou um guerreiro, não tenho toda essa disciplina, não consigo jogar pro alto minha familia e minhas amarras no tonal e virar caçador de poder. mas já consegui zerar minha vida umas duas ou tres vezes, naquelas de apagar praticamente todos os telefones da agenda e nunca mais procurar as pessoas, sumir mesmo do mapa.

é inacreditavel como a gente consegue fabricar mudanças radicais na vida quando pura e simplesmente deixamos de estar disponiveis para as pessoas que representam nossa historia passada. é otimo virar fumaça e sumir no mundo, a gente dá saltos quantico inimaginaveis fazendo isso. mas hopje em dia não consigo mais virar fumaça, seria impossivel para mim abandonar minha filha, minha mulher, meia duzia de amigos que não apago de jeito nenhum.

mas também aprendi que existem outras formas de evoluir em direção ao nagual, a filosofia do d juan é muito cruel, na ideia fixa de que o mundo está dividido entre predadores e presas. aprendi que existe uma outra força, chamada amor, que nivela a presa e o predador, e permite a iluminação a ambos. talvez seja esse o unico ponto do castaneda que não combina muito com o que encontrei nas experiencias com enteogenos. o d juan não fala nada, absolutamente nda, sobre o amor cosmico, o poder do amor universal, que tudo permeia e é a verdadeira fonte de todo o poder. os colegas daqui que são experientes com huasca e acido talvez percebam isso também.

depois de aprender a lidar com radiestesia, praticar tai-chi e ter uns fundamentos de chi-kung, aprendi que dá pra caçar poder de outras formas, não precisa necessariamente entrar naquela viagem paranoica de presa/predador que o d juan martela na cabeça do carlos.

acho que tem a ver com o paradigma da cultura dos yaqis, depois ter ter alguma kilometragem com enteogenos deixei de me identificar com os ensimamentos deles nessa parte, minha exp pessoal com alteradores de consciencia me indica o caminho oposto, não existe presa nem predador, só existe o amor, o ilimitado amor cosmico que preenche e sustenta todo o universo.

mas continua forte dentro de mim um desejo, um sonho que acalento desde os meus 11 aninhos, que é ter um encontro real, definitivo, com mescalito.

quem sabe um dia...
 
Fala galera, muito bom ver novos comentarios aqui

Pégasso eu tinha lido seu post lá no PE só estou sem tempo pelo menos nos proximos 5 anos para novos posts rsss ... é a vida né. porém achei muito bom o seu relato, eu tive uma experiencia parecida com a sua, com o choque das informaçõeos do livro, o primeiro que eu li foi a porta para o infinito só que eu já tinha 18 anos.


realmente não importa se o d juan é verdadeiro ou ficticio. boa parte da obra do castaneda pode ser interpretada de forma simbolica, mas tem muita coisa ali que eu achava fantasia e os estados alterados me mostraram que é pura realidade.

Concordo com tudo

em 89-90, levei vida de mochileiro nas zoropa e no oriente medio. como em terras estrangeiras não havia "testemunhas" de minha historia pessoal, varias vezes apliquei conscientemente um lance de não revelar minha verdadeira historia, e é incrivel como vc pode inventar qualquer coisa como sendo sua historia pessoal, e é muito louco constatar como as pessoas passam a se relacionar contigo conforme aquilo que vc inventa pra elas como sendo a sua historia. acho que os picaretas, os estelionatarios, usam e abusam disso para "enfeitiçar" suas vitimas.

tenho consciencia de que não sou um guerreiro, não tenho toda essa disciplina, não consigo jogar pro alto minha familia e minhas amarras no tonal e virar caçador de poder. mas já consegui zerar minha vida umas duas ou tres vezes, naquelas de apagar praticamente todos os telefones da agenda e nunca mais procurar as pessoas, sumir mesmo do mapa.

é inacreditavel como a gente consegue fabricar mudanças radicais na vida quando pura e simplesmente deixamos de estar disponiveis para as pessoas que representam nossa historia passada. é otimo virar fumaça e sumir no mundo, a gente dá saltos quantico inimaginaveis fazendo isso. mas hopje em dia não consigo mais virar fumaça, seria impossivel para mim abandonar minha filha, minha mulher, meia duzia de amigos que não apago de jeito nenhum

Muito Interessante experiencia de vida. a gente pode comprovar como as pessoas reagem a nossa "personalidade" seja ela verdadeira ou não em coisas bem cotidianas ....

Vou contar uma historia curiosa a respeito do meu Nick :

Certa vez entrei em uma loja de artigos indianos em que uma grande amiga havia trabalhado e perguntei a menina que estava no balcão se ela conhecia a "Lua" (que é o verdadeiro nome da minha amiga), e se eu estava na loja correta. A menina falou que sim que já havia tempo que não falava com ela. Eu me interessei na menina uma loirinha meio hippie e falei:

Eu tenho o email dela anota o meu e depois te passo o dela( Já estava maquinando um meio de manter o contato com ela)

Passei o email e ela perguntou meu nome eu falei ... Dahua ( daRua ). Ela falou que o nome era muito interessante e me perguntou origem eu falei que era filho de havaino.

Isso me veio como um estalo na mente, enfim, dali conversamos por muito tempo sobre as minhas historias Havainas. E realmente acho que se não fosse isso nada teria acontecido.

Voltando ao castaneda eu não acho que mentir sobre quem voce é é apagar a historia pessoal, na minha opnião isso tem a ver com a importancia que certas pessoas dão a personalidade e não aquilo que elas são na essencia como seres iluminados. Mal comparando é como vida carnal e espiritual, pra quem acredita em reencarnação, certas pessoas se apegam a historia pessoal, que é a a historia de apenas uma vida, sem se dar conta que a personalidade atual que apresentam não é a personalidade do proprio espirito, que pode ter vivido incontaveis encarnações de diferentes personalidades. enfim apagar a historia pessoal é viver com a certeza que hoje voce é uma coisa, ontem voce foi outra e amanhã será uma terceira diferente.

depois ter ter alguma kilometragem com enteogenos deixei de me identificar com os ensimamentos deles nessa parte, minha exp pessoal com alteradores de consciencia me indica o caminho oposto, não existe presa nem predador, só existe o amor, o ilimitado amor cosmico que preenche e sustenta todo o universo.

Exelente conclusão.

Acho que "copiar" os acontecimentos dos livros como se fosse o proprio carlitos é um erro tremendo. além de não levar a lugar nenhum, ainda te cega para os verdadeiros ensinamentos. Acho que quem quer chegar a um resultado solido com os ensinamentos deve esmiuçar os livros, compreender para que está sendo usada determinada "ferramenta" e adaptar a sua propria "ferramenta" no contexto atual da propria existencia.
 
Don Juan explicou a Castaneda que os Centros Abstratos eram um estratagema, uma tampa que selaria toda a informação anteriormente passada, e que era também um último recurso relativo à razão.
Eu entendo, no que diz respeito a ser um estratagema, que os temas tratados pelos Centros Abstratos não podem ser racionalizados, e que portanto tentar entendê-los seria um exercício inútil, algo para desgastar nossa mania de sempre querer usar a razão para tudo. A única forma que realmente captá-los seria através do conhecimento silencioso.
Mesmo assim, envolver-se com os temas dos Centros nos faz permanecer em contato com os fatos energéticos mencionados por eles, daí a utilidade, a existência e uso do Centros Abstratos no aprendizado.

O fato de Castaneda não ter revelado os outros dois Conjutos também é significativo, já que ele mesmo disse que sua tarefa era revelar impecavelmente todo o conhecimento que ele havia recebido. Deve haver um motivo para essa omissão.

Seria possível que D. Juan não tenha tido tempo de revelar os outros dois Conjuntos a ele? Poderia Castaneda não ter conseguido relembrar dessas informações, que teriam permanecido ocultas em seu lado esquerdo?
Ou seria uma indicação do Espírito, um presságio, para que Castaneda não os relevasse? Isso poderia indicar que o conteúdo dos Centros, já que tudo no Universo está em constante mudança, não seriam mais os mesmos, e que os Centros que regiam outros tempos não sejam mais os que vão ordenar o tempo daqui para frente. Assim, seria uma nova tarefa, para os novos guerreiros, descobrir essa nova formatação.

Alguem tem algo a dizer?


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A humanidade nada pode fazer, apenas reagem a estimulos exteriores que afetam suas emoções, pensamentos e provocam os desejos. Assim segue os adormecidos reagindo a estimulos, elaborando milaborantes teorias racionais que entorpecem sua percepção, escravos.
Alguns poucos homens escaparam e agora buscam libertar outros, são senhores de si mesmos, adquiriram propriedades perceptivas como a Consciência, a Vontade, um Eu indivisivel capaz de Fazer e não apenas reagir a extimulos externos, ja não possui desejos, sua Vontade domina os desejos, e só a Vontade é por natureza LIVRE!

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E115; não se prenda a essas teorias, muito raciocinio, pouca ação.
"Ponto de encaixe" é o ponto de aglutinação.
Traduziram para o português de forma péssima esse termo, pra melhor ententimento verbal preferimos usar o termo "ponto de encaixe".

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Passes Magicos:
Foram revelados outros passes, o ensinamento tolteca na prática.

Passe Mágico EL SALVAVIDAS

Esse passe é mais fácil de fazer do que de descrever.
Se seguir as instruções, logo se “consegue o modo”,
Porque na realidade é fácil.
Este passe vale – como a Tensegridade em sua totalidade –da capacidade “pegajosa” que temos mãos, pés, braços e pernas; o qual nos permite “manipular” a energia própria e – em circunstâncias específicas apropriadas – também a alheia para “tarefa de bruxaria”.

Com a posição já conhecida para as praticas de tensegridade ( plantas dos pés firmemente apoiadas no solo (recarregar-se) nos calcanhares, pés separados na altura dos ombros e o corpo ligeiramente para a diante.
Os músculos das coxas na parte traseira e as panturrilhas estão contraídos.
Os braços caem nos lados do corpo livremente
Com os dedos curvados ligeiramente na altura do primeiro nó.

Com os dedos em garra, começa pela esquerda na altura do ombro um
movimento de giro. Primeiro jogando ambas mãos até um ponto exato atrás.
É bom se guiar por algum objeto que esteja atrás e que marque mais ou menos aproximadamente a metade de uma linha imaginária que vá desde a frente até
a parte traseira, atravessando até o infinito.

O movimento se faz com força, atirando para trás ambos braços e mãos basculando ritmicamente, como que chicoteando, usando o torso como eixo e contrapeso;
Porém sem perder a verticalidade da posição e com os joelhos sempre para a frente
ainda que o torso e a cabeça basculem com os braços.

Quando sentir que um calor invade o corpo, se detém o movimento e inicia a seguinte seqüência : Imagine que estás inserido em uma espécie de balão invisível, cujos limites internos estão em todo redor, tão amplo quanto alcançarmos com as pontas dos dedos
com os braços estendidos desde a ponta da cabeça até a planta dos pés.

Com os braços estendidos adiante e com as mãos contraídas em posição de garra, ambas palmas voltadas para direita; jogamos para trás ambos braços ( na altura da cabeça, ombros cintura ou mais abaixo; sem agachar nem dobrar o corpo e sem mudar a posição básica das pernas, utilizando só o torso), girando para esquerda, alargando ao máximo os braços e levando-os para atrás até o limite.

Começa a rasgar o interior da bolha com a ponta dos dedos em garra, lentamente. Primeiro indo da esquerda para a direita com as palmas voltadas para direita e logo ao contrário.
Depois de uns giros em um e outro sentido, e se está efetuando corretamente o movimento se começa sentir, como as mãos e os dedos recolhem uma substancia “massiva” que se acumula entre os dedos e as palmas.

O movimento se faz até onde é possível irem os braços (com a sensação de “alcançar” as paredes internas do balão) e levando p olhar fixo na ponta dos dedos ou com os olhos fechados, porém intentando alcançar e rasgar o interior da bolha.

Como não é possível efetuar fisicamente o rasgo de toda bolha (uma parte das costas fica fora do nosso alcance normalmente), se intenta rasgar desde a metade traseira da esquerda até juntar-se novamente com esse lugar depois de girar pela frente até o lado direito.

Quando os movimentos dos braços terminam em cada sentido (da esquerda para direita e da direita para esquerda) recolhe os braços enquanto se aperta um ponto de energia recuperada, e se deposita uma mão (com a mão em concha – como se ali tivesse uma bola sólida – e com um leve golpe, como se empacotasse massa em uma mochila sobre as costas), nas homoplatas e a outra como se “untando” sobre as costas mais para o lado abaixo das costelas.

Quando o movimento de rasgar se faz da esquerda para direita, deposita com a mão esquerda sobre a homoplata e com a direita sobre as costas .
Quando se rasga da direita para a esquerda, se deposita com a direita na homoplata esquerda e se unta com a esquerda no lado esquerdo das costas.

Se inspira quando se rasga e se solta o ar quando se empacota e se unta.
Se não se conhece outros passes que servem para amassar fluidificar e redistribuir a energia dispersa; então tem que intentar que a energia se faça fluida e se redistribua por si mesma para onde mais tenha necessidade.

Se o intento de fazer a energia recuperada fluida e redistribuída não for correto, podemos acabar com uma massa de energia nas mãos , que não serve para nada.
Para evitar ter as mãos cheias de energia inservível, se pode fazer o seguinte ao terminar esses passes:
A) Esfregar as mãos até focarem quentes e untar a energia fluida sobre o corpo, intentando redistribuir e que flua pelos centros de mistério por si mesma.
B) Sacode os dedos – como se as mãos tivessem molhadas- salpicando por todos os lados de si, intentando que a energia se redistribua pelos centros de mistério

Os benefícios desses passes são instantâneos . É muito poderoso e útil; inclusive quando o guerreiro estiver fisicamente enfermo ou debilitado.

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Treinem a atenção, TUDO é questão de Atenção.


A Atenção

"Quase todo mundo sabe o que é 'prestar atenção' a uma coisa e também como é difícil sustentá-la, se não estivermos interessados ou motivados. Podemos nos colocar num estado de atenção, porém mais cedo ou mais tarde ele se dispersa... Em toda essa atividade de atrair a atenção, o indivíduo fica num papel passivo; reage a algo que vem de fora. Tal atenção é involuntária. O que estamos buscando é a atenção voluntária, na qual somos nós mesmos que tomamos a iniciativa." (J. G. Benett)

A atenção não é um fenômeno único. Ela é uma ferramenta da consciência e por isso existem diversas formas de atenção. Dependendo do nível de consciência da pessoa que a está utilizando, ela poderá apreender aspectos qualitativa e quantitativamente diferentes da realidade e também, atuar de acordo.

Atualmente, vemos que a manutenção do estado de atenção está, cada vez mais, sendo relegado a um segundo plano. As pessoas não mais são requisitadas à prestar atenção. A própria exigência por memorizar fatos ou dados, antes um estado que obrigatoriamente despertava a atenção, agora é auxiliada pelo uso de equipamentos eletrônicos e gradativamente, está sendo menosprezada.

Porém, quando os indivíduos se voltam para a busca de um auto aperfeiçoamento, a atenção volta a se tornar um elemento chave, pois para tanto, é necessário estar-se atento tanto aos estados internos quanto à realidade. Muito pouco pode ser aprendido em um estado adormecido. As atitudes e visões da realidade se tornam extremamente parciais e dependentes dos conteúdos de personalidade, tais como, opiniões, preferências, idéias, visões de mundo, etc.. Quanto mais limitados tais conteúdos, mais limitada será a capacidade de aprendizado e crescimento.

Numa visão mais atual, R. A. Wilson em seu livro Ascensão de Prometeus chama à visão limitada do ser humano da realidade e suas respostas reacionais de "túnel de realidade". Ele afirma que enquanto este túnel for por demais restrito, menor será a chance do indivíduo de alcançar algum tipo de liberdade dos mecanismos automáticos internos.

Vale lembrar que apesar da atenção ser um fenômeno "absoluto", no sentido de que, ou se está ou não se está atento, torna-se necessário trabalhar-se uma das qualidades da atenção que é a sua "capacidade de expansão". A capacidade de expansão da atenção ocorre apenas quando nós temos certo domínio sobre esta e somos capazes de simultaneamente estarmos concentrados e difusos em termos da atenção. No início desse processo, costuma-se solicitar que o indivíduo centralize sua atenção na sensação do seu próprio corpo e, gradualmente, sem perder esta sensação orgânica, passe a prestar atenção em áreas sucessivamente mais amplas.

Abaixo, citamos como as gradações da atenção e seus efeitos no ser humano são definidas por Escolas clássicas:

Quando a atenção está perdida, não focalizada ou não difundida e quando não temos consciência do corpo, dizemos que esse estado qualifica o Homem Dormindo.

Quando a atenção está focalizada num problema qualquer, mas ainda não existe uma real sensação do corpo, dizemos que esse estado refere-se ao Homem Esquecido.

Quando a atenção está "solta", não focalizada mas também não está voluntariamente à procura da percepção global do ambiente, ela caracteriza o Homem Sonhador, imerso em devaneios.

Quando, por ocasião de uma crise ou perigo qualquer, os processos cerebrais automáticos sofrem uma interrupção temporária para permitir com que haja um melhor contato com a realidade para se obter o máximo de informações no mínimo de tempo, surge o Homem Alerta, que está pronto para receber informações e atuar de acordo com estas. Nestas circunstâncias, igualmente, se abre um espaço que permite com que funções superiores do Homem possam atuar, com um conseqüente aumento da capacidade de auto-observação e de energia disponível: o indivíduo sente-se "vivo" e cheio de vitalidade.

Quando o indivíduo tenta chegar ao estado de Homem Alerta através de suas próprias forças e convicções, com o uso de estratégias e recursos que lhe podem ser dados através de terceiros, surge o Homem Em Luta, que procura agora, criar condições para que esteja sempre em estado de alerta, independentemente de estímulos externos. Nesta fase o homem poderá tanto voltar para um dos três níveis inicialmente descritos, como, evoluir para um nível superior, onde agora sua atenção está suficientemente treinada para mantê-lo em estado de alerta contínuo.

Quando o homem não necessita fazer grandes dispêndios de energia para se manter alerta, passa então a dispor da atenção como uma ferramenta para reformular sua realidade e completá-la. Neste ponto percebe o quão limitada era a sua concepção prévia de realidade e o quanto lhe falta obter; porém já deu um passo decisivo, venceu sua morosidade inicial e venceu seu principal inimigo: a si mesmo. Temos aqui, o Homem que Caminha.

Quando o Homem que Caminha adquiriu proficiência no uso da ferramenta da atenção e adquiriu considerável quantidade de informações que agora lhe permitem estabelecer um quadro causal mais completo da Realidade, este deixa de se preocupar com causas e efeitos e começa a procurar a Causa Última das Coisas, a Essência das Coisas; assim, ele abandona o Mundo das Formas e passa ao Mundo das Energias e das Relações: temos aqui o Homem que Compreende.

Quando o Homem que Compreende, baseado na sua própria compreensão, aceita a realidade como um fato básico e contínuo, sem início ou fim e situa a si próprio dentro deste fato, integrando-se nos acontecimentos sem procurar neles interferir, temos o Homem Feliz.
Quando o Homem Feliz passa a atuar como um intermediário e como aquele que atua sobre os processos da Criação, temos então o Homem que Obedece.

Quando o Homem que Obedece, passa a ser o próprio objeto dos processos de Criação do nível em que está vivendo, temos o Homem Perfeito, ou a Verdade Presente.

Quando o Homem Perfeito, em função da sua própria presença, passa agora a refletir em si próprio a totalidade da Criação do nível em que vive, transcende a qualidade humana e passa a apresentar qualidades que só poderiam ser denominadas de "angelicais" ou "super- humanas" ele é chamado de "Supra Humano".

Quando este "supra-humano" passa a ter consciência da sua relação e posição dentro do Raio da Criação, temos então o "Homem Solar", ou o Taumaturgo.

Assim, podemos notar que, de um grau extremamente limitado de atenção dispersa, perdida numa confusão de pensamentos, sensações e reações mal elaboradas, podemos progressivamente passar para graus crescentes de atenção e percepção do "corpo", até atingir um nível de ser que nos é inconcebível, e que reflete a qualidade que a atenção pode adquirir e os processos de desenvolvimento que isso pode desencadear.

É necessário ainda enfatizar que existe uma relação entre a atenção e a sensação de passagem de tempo. Quanto a tenção se intensifica, a sensação é de que o tempo para ou de que vivemos numa espécie de atemporalidade ou eternidade. "A relação entre atenção e sensação de tempo é inversamente proporcional, ou seja, quanto menor a atenção, maior é a dependência para com fluxo de tempo de tal forma que num extremo, quando a atenção é máxima, o tempo para." (Gold 2001). Essa característica pode ser usada como um bom sinalizador da qualidade de atenção que está sendo exercida.

Para finalizar essa introdução, é importante lembrar que o trabalho com a atenção deve ser encarado como uma batalha diária. O automatismo e a preguiça inerentes em qualquer processo que visa o trabalho com a personalidade em seu aspecto mais adormecido não devem representar um empecilho. Por isso, é útil citar aqui os comentários de Epiteto, um filósofo do primeiro século, e seu texto Sobre a Atenção, que já falava sobre a importância disto: "É possível escapar inteiramente do erro? Não, é impossível, mas é possível colocar a nossa mente de forma contínua na decisão de não errar. Porque vale a pena persistir nessa proposta. Se no final escaparmos a uns poucos erros e não mais, ainda assim valeu a pena. Como se diz: 'Irei fixar a minha atenção amanhã', o que significa, permita-me dizer, que você 'hoje será desavergonhado, inoportuno e abjeto, que outros terão o poder de envergonhá-lo, que você hoje será o portador da ira e da inveja'. Olhe para que erros você se permite conduzir. Não! Se é bom fixar a atenção amanhã tanto melhor será fixá-la hoje, para que você possa fazer a mesma coisa amanhã e não apenas postergar esse ato para depois de amanhã."


Saúdo-os.
 
a porta para o infinito-* versão mp3

estava olhando por ai e achei este negocio

castaneda em mp3 não baixei ainda pois minha internet e muito lenta, mas vou baixar este fim de semana.......

quem tiver internet mais rápida e quizer baixar....... está ai

A Porta para o Infinito - Versão Mp3

Pessoal, usando o Soft de leitura fiz um arquivo com a leitura do livro "Porta para o infinito completa", esta em formato mp3 e tem 12 horas....só 88mb.

Sou um grande fa do programa TextAloud(Lê qualquer tipo de texto para voce). Mandei o programa "ler"todo o Castañeda,"Porta para o infinito" e salvar ele em um arquivo mp3...é só baixar eu ouvir, são doze horas de narração e o tamanho do arquivo é de 88mb.

Porta para o Infinito - Versão Mp3
http://rapidshare.com/files/55283064/Ca<WBR>rlos_Castaneda_-_Porta_para_o_Infinito.m<WBR>p3
 
e para quem nunca leu:

CASTANEDA - Mágica ou Realidade - Matéria de Capa da Revista Time de 5 de março de 1973.
A matéria abaixo é um documento importante, embora com aspectos lamentáveis. Escrita num momento crucial em que a fama e a repercussão de Castaneda estavam no auge, com livros vendendo como água, tinha o propósito implícito e explícito de classificá-lo como um mentiroso fantasioso. A reportagem sedimentou a informação, ao meu ver equivocada, dos dados biográficos de Castaneda relativos ao Peru. Na entrevista a Carmina Fort, de 1991, Castaneda lamenta o ocorrido e ironiza o esforço da revista em situar seus antepassos entre índios: "talvez achassem mais coerente que eu fosse um tipo de índio ou coisa que valha".

CASTANEDA - Mágica ou Realidade
Matéria de Capa da Revista Time de 5 de março de 1973.
Fonte: http://www.erowid.org/library/review/review_carlos_castaneda1.shtml

Tradução de Miguel Duclós

A fronteira do México é um grande divisor. Abaixo dela, o amontoado de estruturas da racionalidade ocidental hesita e afunda. O modelo familiar de sociedade proprietário e camponês, padre e político, aparece por sobre um estranho chão - o México oculto, com seus brujos e carismáticos, seus feiticeiros e videntes. Alguns de seus costumes datam de 2000 a 3000 anos, como o uso do peiote, o cogumelo e o culto da glória da manhã dos antigos toltecas e astecas. Quatro séculos de repressão católica em nome da fé e da razão reduziram estes antigos costumes a uma subcultura, ridicularizada e perseguida. Mesmo num país de 53 milhões de habitantes, onde muitos mercados nas cidadezinhas tem vendedores de ervas medicinais, botões de peiote e beija-flores secos, o mundo dos feiticeiros ainda persiste. Seus cultos tem sido alvo de interesse de antropólogos há tempos. Mas cinco anos atrás, dificilmente alguém poderia adivinhar que uma tese de mestrado neste assunto recôndito, publicado na conservadora editora da Universidade da Califórnia, pudesse se tornar um dos livros mais vendidos do início dos anos 70.

VELHO YAQUI. O livro era Os ensinamentos de Don Juan: O caminho Yaqui de conhecimento (1968) (1). Suas seqüências Uma Estranha Realidade (2) e o atual Viagem a Ixtlan (1972) fizeram os EUA cultuar a figura de seu autor e seu tema: um antropólogo chamado Carlos Castaneda e um misterioso velho yaqui de Sonora chamado Don Juan Matus. Os livros de Castaneda são essencialmente histórias de como um ocidental racionalista é iniciado na prática da feitiçaria indígena. Eles cobrem um espaço de dez anos, durante os quais, sob a estranha, exigente e às vezes cômica tutelagem de Don Juan, um jovem acadêmico é obrigado a introduzir-se e compreender o que chama de a "estranha realidade" do mundo dos feiticeiros. O aprendizado da iluminação é um tema comum entre as leituras favoritas dos jovens americanos de hoje (por exemplo, Herman Hesse com seu romance Sidarta). A diferença é que Castaneda não apresenta seu ciclo de Don Juan como ficção, mas como um documentário sem embelezamentos.

O malicioso e musculoso bruxo velho e seu aluno acadêmico certinho encontraram primeiramente audiência nos jovens da contra-cultura, dos quais muitos ficaram intrigados pelos relatos das experiências com plantas alucinógenas (ou psicotrópicas). Erva-do-diabo, cogumelos mágicos, peiote. Os Ensinamentos venderam mais de 300 mil cópias de capa mole e está sendo vendido atualmente numa taxa de 16 mil cópias por semana. Mas os livros de Castaneda não são propaganda de drogas, e agora a classe-média pseudo-intelectual começou a abordá-lo. Ixtlan é um best-seller de capa dura, e suas vendas com capa mole (3), de acordo com o editor Ned Brown, irão fazer seu autor milionário.

Para dezenas de milhares de leitores, o primeiro encontro de Castaneda com Juan Matus, que aconteceu num empoeirado ônibus do Arizona, é um evento literário mais conhecido do que o encontro de Dante e Beatrice perto de Arno. Porque os ensinamentos de Don Juan foram impressos no exato momento em que, mais do que nunca, os americanos estão dispostos a levar em conta abordagens "não racionais" da realidade. Esta nova abertura de mente se mostra em vários níveis, dos experimentos de ESP financiados indiretamente pelo governo dos EUA até a multidão chorosa de 13 anos da Califórnia tornando-se exultante com a chegada de um guru infantil num jato fretado de Bombay. O acupunturista agora divide os holofotes com Marcus Welby, M.D, e suas agulhas parecem funcionar, sem que ninguém saiba por quê. Entretanto, a fama crescente de Castaneda trouxe também dúvidas crescentes. Don Juan não tem outra testemunha verificável, e Juan Matus é um nome tão comum entre os índios yaquis quanto John Smith é mais adiante, no norte. Castaneda é real? Se sim, ele inventou Don Juan? Ou Castaneda apenas está colocando-o no mundo real?

Dentre essas possibilidades, uma coisa é certa: não há dúvida que Castaneda, ou um homem sob este nome, existe: ele está vivo e bem em Los Angeles. É um falante antropólogo de olhos castanhos, rodeado de provas concretas de existência como uma caminhonete Volkswagen, um cartão de crédito, um apartamento em Westwood e uma casa de praia. Sua celebridade também é concreta. Ela o dificulta a dar aulas e palestras, especialmente depois de um incidente ano passado no campus de Irvine da Universidade de Califórnia, quando um professor chamado John Wallace conseguiu uma cópia de xerox do manuscrito de Viagem a Ixtlan , colocou junto com algumas anotações de um seminário sobre xamanismo que Castaneda dava, e vendeu o resultado para a revista Penthouse. Isso enfureceu Castaneda a tal ponto que ele tornou-se relutante em se comprometer a proferir qualquer tipo de palestra no futuro. No momento ele vive em Los Angeles .tão inacessível quanto possível., recuperando as forças de tempos em tempos no lugar que Don Juan chamou de .ponto de poder., no topo de uma montanha próxima ao norte de Malibu, que é uma cadeia de montanhas mirando o Pacífico. Muito se distancia das ofertas para filmar: .Eu não quero ver Antonny Quinn como Don Juan., disse com aspereza. Qualquer um que tente sondar a vida de Castaneda encontra um labirinto de contradições. Mas, para os admiradores de Castaneda, isto pouco importa. .Veja desta forma., disse um, .ou Castaneda está dizendo a verdade documental acerca de si e de don Juan, e neste caso é um grande antropólogo, ou é uma verdade fantasiosa, e neste caso ele é um grande romancista. De uma forma ou de outra, Castaneda vence...

De fato, apesar de o homem ser um enigma embrulhado em um mistério embrulhado em uma tortilla¸o trabalho é maravilhosamente lúcido. O relato de Castaneda desdobra-se com poder narrativo sem igual em outros estudos antropológicos. Seu terreno ornado de cactos organ pipe, desde as deslumbrantes montanhas do deserto mexicano até o interior bagunçado da cabana de Don Juan parece perfeitamente real. É um mundo profundamente articulado em detalhes, como o país Yoknapatawpha de Faulkner. Em todos os livros, mas especialmente em Viagem a Ixtlan, Castaneda faz o leitor experimentar a pressão de ventos misteriosos e o farfalhar de folhas no crepúsculo, a atenção especial do caçador para o som e o cheiro a crueza extrema da vida indígena, o cheiro cru da tequila, o odioso e fibroso gosto do peiote, a poeira no carro e o alteamento do vôo do corvo. É um ambiente admiravelmente concreto, denso e com sentido animista.

A educação de um feiticeiro, como Castaneda descreve, é árdua. Através de Don Juan ela destrói necessariamente a interpretação do mundo dos antropólogos; do que pode e não pode ser chamado "real". Os Ensinamentos descrevem os primeiros passos deste processo, que envolvem drogas naturais. Uma é a Lophophora williamsii, o cacto de peiote que, como promete Don Juan, revela a entidade chamada Mescalito, um poderoso mestre que ensina a você o "modo correto de viver". Outra é a Erva do Diabo, que Don Juan trata como uma presença feminina implacável. A terceira é o humito¸ o "fuminho", preparado com restos do cogumelo Psilocybe, secos e envelhecidos por um ano e então misturados com cinco outras plantas, incluindo sálvia. Ele é fumado com um cachimbo ritual e usado para adivinhações.

Estas drogas, Don Juan insiste, dão acesso ao .poder. de forças impessoais na amplitude do mundo que um .homem de conhecimento. . seu termo para feiticeiro . deve aprender a usar. Preparadas e administradas por Don Juan, estas drogas levam Castaneda a confrontos cada vez mais empolgantes ou apavorantes. Após mastigar botões de peiote, Castaneda tem encontros sucessivos com Mescalito como um cão preto, uma coluna, uma luz cantante ou uma espécie de grilo com a cabeça enrugada. Ele ouve impressionantes ruídos, impossíveis de se interpretar, oriundos das imóveis cadeias de montanhas de lava. Após fumar o humito e convesar com um coiote bilíngüe, ele vê o .guardião do outro mundo. aparecer na sua presença como um mosquito de cem pés com crista espetada e mandíbulas salivantes. Após esfregar seu corpo num ungüento feito com datura, o apavorado antropólogo sente várias sensações de estar voando.

Através de tudo isso, Castaneda raramente tem alguma idéia do que está acontecendo. Ele não pode ter certeza do que isto significa e mesmo se tudo isto "realmente" aconteceu, afinal de contas. Esta interpretação teve de ser fornecida por Don Juan.

Por que, então, numa época cheia de descrições de viagens, boas e ruins, as descrições de Castaneda são mais importantes do que as outras? Primeiro, porque elas são aparentemente conduzidas por um sistema - embora ele não tenha percebido isso quando ocorriam . imposto sacerdotalmente e com rigorosa disciplina pelo seu guia índio. Segundo, porque Castaneda manteve notas extensas e extraordinariamente vívidas. Um exemplo de descrição do efeito do peiote: .Em questão de instantes, um túnel formou-se ao redor de mim, muito baixo e estreito, duro e estranhamente frio. Sentia-se o seu toque como um muro de alumínio sólido... Lembro-me de ter que rastejar ao redor de uma espécie de ponto redondo onde o túnel acabava. Quando finalmente cheguei, se cheguei, havia esquecido tudo acerca do cachorro, Don Juan, e de mim mesmo.. Talvez o mais importante, Castaneda permanece sempre um racionalista tradicional. Seu único alívio são as perguntas: um constante, e às vezes infrutífero, esforço de manter um diálogo socrático com Don Juan.

Eu voei como um pássaro? Você sempre me pergunta questões que eu não posso responder... O que você quer saber não faz sentido. Pássaros voam como pássaros e um homem que tenha fumado erva do diabo também.. .Então eu não voei realmente, Don Juan, eu voei na minha imaginação. Onde estava meu corpo?.. E por aí vai.

De acordo com ele, a primeira fase do aprendizado vai de 1961 até 1965 quando, assustado por estar perdendo seu senso de realidade . e possuindo então milhares de páginas de anotações . se afastou de Don Juan. Em 1968, quando os Ensinamentos apareceram, voltou a descer ao México para dar ao velho uma cópia. Um segundo ciclo de instruções então começou. Castaneda percebeu gradualmente que o uso de plantas psicotrópicas para Don Juan não era um fim em si mesmo, e que o caminho do feiticeiro poderia ser trilhado sem drogas.

Mas isto requer um perfeito aguçamento da vontade. Don Juan insiste que um homem de conhecimento só pode transformar-se a partir de um .guerreiro. . não literalmente um soldado profissional, mas um homem inteiramente ligado no seu ambiente, ágil, descarregado de sentimentos ou de .história pessoal.. Um guerreiro sabe que cada ato pode ser o último. E está sozinho. A morte é a base de sua vida, e sob sua presença constante ele age sempre .impecavelmente.. Este estoicismo existencialista é a idéia central dos livros. O objetivo do guerreiro é o de se tornar um .homem de conhecimento., e então entrar no clube seleto dos feiticeiros, isto é, .ver.. .Ver., no sistema de Don Juan, significa sentir o mundo diretamente, agarrando-se à sua essência, sem interpretá-lo. O segundo livro de Castaneda, Uma Estranha Realidade, descreve os esforços de Don Juan para induzi-lo a .ver. com a ajuda do fumo de cogumelo. Viagem a Ixtlan¸ apesar de recontar muitas experiências no deserto anteriores à sua introdução ao peiote, datura e o cogumelo, lida com o segundo estágio: .ver. sem as drogas.

A dificuldade, diz Castaneda, .está em aprender a perceber com todo seu corpo, e não apenas com seus olhos e a razão. O mundo se torna uma correnteza de eventos tremendamente rápidos e únicos. Então você deve preparar seu corpo para fazê-lo um bom receptor; o corpo é consciente, e deve ser tratado impecavelmente.. Mais fácil dizer do que fazer. Parte do treino exige uma sintonia concentra, detalhada, e mesmo religiosa, com o sentido do deserto, com seus animais e pássaros, sons e sombras, com as mudanças de seus ventos, e os locais onde um xamã pode confrontar suas entidades espirituais: pontos de poder, buracos ou abrigos. Quando Castaneda descreve seu aprendizado como caçador e colhedor de plantas, aprendendo sobre as propriedades das ervas e as ciladas para coelhos, a narrativa é absorvente. Don Juan e o deserto o tornam apto, esporadicamente e sem drogas, a .ver. ou, nas palavras de um yaqui, .parar o mundo.. Mas tal estado de interpretação da experiência livre confunde a descrição mesmo para aqueles que acreditam que Castaneda fala sinceramente.

SÁBIOS. Nem todo mundo pode, faz ou quer. Mas em alguns locais o trabalho de Castaneda é admirado extravagantemente como uma revivificação de um modo de cognição que foi bastante negligenciado pelo Ocidente, soterrado pelo materialismo e pelo desespero de Pascal, desde a Renascença. Mike Murphy, fundador do Instituto Esalen diz: .O essencial das lições que Don Juan tem a ensinar são aquelas lições eternas, que foram ensinadas pelos grandes sábios da Índia e os mestres espirituais da modernidade.. O autor Alan Watts argumenta que os livros de Castaneda oferecem uma alternativa tanto para o judaico-cristianismo cheio de culpa quanto para os pontos de vista cego dos homens mecanicistas: .O estilo de Don Juan leva o homem para algo central e importante. Não nos separar da natureza nos põe de volta a uma posição de dignidade..

Mas estes reconhecimentos e analogias não validam, de forma alguma, a proclamação mais mundial da importância dos livros de Castaneda: a sutileza de que são a consideração antropológica, específica e confiável de um aspecto da cultura indígena do México como mostradas pela fala de uma pessoa, um xamã chamado Juan Matus. Esta prova depende da credibilidade de Don Juan como criatura e Castaneda como testemunha. Ainda que não haja corrobação, além dos escritos de Castaneda, de que Don Juan tenha feito o que ele disse que fez, e mesmo que tenha, afinal de contas, existido.

Desde que os Ensinamentos apareceram, candidatos a discípulos e turistas da contracultura têm viajado para o México atrás do velho homem. Alguém poderia esperar a Primeira Convenção dos Procuradores de Don Juan no QG do Bar dos Brujos do Hotel Mescalito. Jovens mexicanos estão animados com o fato de que os livros de Castaneda sequer podem ser lançados lá em tradução espanhola. Um estudante mexicano que está procurando por conta própria Don Juan disse: .Se os livros forem lançados, a busca por ele pode se tornar facilmente o estouro de uma corrida para o ouro..

Castaneda afirma que seu mestre nasceu em 1891 e sofreu com a dispersão dos yaquis por todo o México desde a década de 1890 até a revolução de 1910. Seus pais foram mortos por soldados. Ele então se tornou nômade. Isto ajuda a explicar porque os elementos da feitiçaria de Don Juan são combinações de crenças xamanísticas de diferentes culturas. Alguns deles não são, de forma alguma, representativos da cultura yaqui. Muitas tribos indígenas, como os huichols, usam o peiote ritualmente, tanto ao norte quanto ao sul da fronteira . algumas numa mistura sincrética do Cristianismo e do xamanismo. Mas os yaquis não são usuários de peiote.

Don Juan, portanto, pode se tornar difícil de encontrar, porque sabiamente se afasta de seus admiradores inconvenientes. Ou talvez seja um índio mestiço, uma colagem de outros. Ou pode ser um xamã puramente fictício criado por Castaneda.

As opiniões divergem larga e apaixonadamente, mesmo entre os admiradores mais profundos dos escritos de Castaneda. .É possível que todos esses livros sejam não-fictícios?., pergunta o romancista Joyce Carol Oates candidamente. .Eles me parecem excelentes trabalhos de arte num tema parecido com o de Hesse, da iniciação de um jovem em "outros modos" de realidade. Eles são admiravelmente construídos. O personagem de Don Juan é inesquecível. Existe uma motivação novelística, crescente, repleta de suspense, e uma gradual revelação do personagem..

GULLIVER. É verdade, a leitura dos livros de Castaneda é como um Bildungsroman altamente orquestrado. Mas os antropólogos se preocupam menos com a excelência literária do que com a ilusão do xamanismo, assim como com a sua aparente desconexão com os yaquis. .Eu acredito basicamente que o trabalho tem um alto grau de imaginação., diz Jesus Ochoa, chefe do museu de etnografia do Museu Nacional de Antropologia do México. O Dr. Francis Hsu da Universidade do Noroeste repreende: .Castaneda é uma nova moda. Eu gostei dos livros da mesma maneira que das viagens de Gulliver.. Mas os colegas veteranos de Castaneda na UCLA, que deram o PHD por Ixtlan ao seu antigo estudante, discordam: Castaneda, como um professor colocou, é um .gênio nato., para o qual a rotina oficial e o lenga-lenga burocrático são desconsiderados; sua confiabilidade como testemunha não é posta em questão.

De qualquer forma, no mínimo é óbvio que .Don Juan Matus. é um pseudônimo usado para proteger a privacidade de seu professor. A necessidade de ser inacessível e esquivo é um tema central dos livros. Mais de uma vez Don Juan encoraja Castaneda a segui-lo e livrar-se não apenas das rotinas diárias, com sua percepção estúpida, mas também do próprio passado. .Ninguém sabe minha experiência pessoal., explica o velho homem em Ixtlan. .Ninguém sabe quem eu sou ou o que faço. Não apenas eu... ou nós tomamos tudo como certo e real, ou não. Se seguirmos o primeiro caminho, nos entediamos até a morte conosco mesmos e com o mundo. Se seguirmos o segundo e apagarmos a história pessoal, criamos uma névoa em torno de nós, um estado muito misterioso e excitante..

Desafortunadamente para qualquer um que esteja ansioso para ter garantias acerca da vida de Castaneda, o aprendiz de Don Juan tomou a lição muito cuidadosamente. Depois que os Ensinamentos tornaram-se um bestseller underground, muito se supôs que seu autor era o El Freako da Academia do Ácido, adornado com peles e olhos de pebolim, e com seu cérebro sendo um labirinto corroído iluminado por misteriosos alcalóides, viajando sobre o deserto com um corvo em sua cabeça. Mas Castaneda significa bosque de castanhas, e o homem se parece pouco com uma castanha: um robusto e cortês latino-americano, de 1.65 de altura e 68kg e aparentemente encorpado por vitaminas. O cabelo escuro e crespo é cortado curto, e os olhos brilham umedecidos e atenciosos. No vestuário, Castaneda é tradicional a ponto de passar desapercebido, cobrindo-se ou com paletós de negócios escuros ou com calças Lee esportiva do tipo Trevino. Seu adorno são as palavras, que escorrem dele num fluxo incessante, auto-irônico e fascinante. .Oh, eu sou um mentiroso!., ele gargalha, abrindo suas mãos calosas e curtas. .Oh, como eu gosto de espalhar besteira por aí!..

NÉVOA. Castaneda diz que não fuma e não bebe destilados; não usa maconha; e mesmo café o desagrada. Diz que não usa mais peiote, e sua a única experiência com drogas foi aquela com Don Juan. Seu encontro com a cultura do ácido foi improdutivo. Convidado em 1964 para uma festa em East Village em que estavam presentes luminares como Timothy Leary, ele simplesmente achou o papo absurdo: .Havia crianças entregues a revelações incoerentes. Um feiticeiro toma alucinógenos por uma razão distinta da cabeça, e após chegar onde queria, ele para de tomá-los..

A apresentação de si mesmo de Castaneda como Sr. Certinho, deve-se notar, não podia ser melhor planejada para contrariar aqueles que buscam saber sua história pessoal. O que, de fato, está por trás de tudo? O Castaneda .histórico., antropólogo e aprendiz de xamã, começa quando ele encontra Don Juan em 1960; os livros e sua carreira bem documentada na UCLA contam na sua vida a partir essa data. Antes disso, a névoa.

Estando durante muitas horas com Castaneda em algumas semanas, a correspondente da TIME, Sandra Burton, o achou atraente, solícito e convincente . até um certo ponto . mas bastante firme em avisar que ao falar de sua vida pré-Don Juan, poderia trocar nomes, lugares e datas sem, entretanto, alterar a verdade emocional sobre sua vida. .Eu não menti nem inventei., disse a ela. .Inventar seria voltar atrás e não dizer nada ou dar as certezas que todos buscam.. À medida que a conversa prosseguia, Castaneda mostrou várias versões de sua vida, que continuaram mudando quando Burton mostrou a ele o fato de que muitas de suas informações não batiam, emocionalmente ou de qualquer outra forma.

De acordo com ele, Castaneda não é seu nome original. Ele nasceu anonimamente, disse, numa .bastante conhecida. família de São Paulo, no dia de Natal, em 1935. Seu pai, que depois se tornou um professor de literatura, tinha 17 anos, e sua mãe 15. Como seus pais eram tão imaturos, o pequeno Carlos foi encaixado para ser criado pelos avós maternos numa granja de galinhas no interior do Brasil.

Quando Carlos tinha seis anos, a história continua, seus pais tomaram a criança de volta, e o trataram com uma afetuosidade cheia de culpa.. .Foi um ano infernal., ele diz sem rodeios, .porque eu estava vivendo com duas crianças.. Mas um ano depois sua mãe morreu. O diagnóstico médico foi de pneumonia, mas os Castanedas eram indolentes, uma condição de indolência adormecida, que ele acredita ser a doença cultural do Ocidente. Ele fala de uma lembrança emocionante: .Ela era morosa, muito bonita e insatisfeita, um ornamento. Meu desespero era que eu queria fazer alguma coisa por ela, mas como ela podia me ouvir? Eu tinha apenas seis anos...

Castaneda foi então deixado com seu pai, uma figura imprecisa que ele cita nos livros com um misto de ternura e piedade disfarçando o desprezo. A fraqueza de vontade de seu pai é o contrário da .impecabilidade. de seu pai adotivo, Don Juan. Castaneda descreve os esforços do seu pai de tornar-se um escritor como uma farsa de indecisão. Mas acrescenta: .Eu sou meu pai. Antes de encontrar Don Juan, passaria anos apontando meus lápis, e então pegaria uma dor de cabeça cada vez que sentasse para escrever. Don Juan me ensinou que isso é estúpido. Se você quer fazer uma coisa, faça impecavelmente. Isto é tudo que importa...

Castaneda foi posto numa .muito apropriada. escola de Buenos Aires, Nicolas Avellaneda. Ele conta que permaneceu lá até fazer 15 anos, aprendendo o espanhol (ele também fala italiano e português) com o qual posteriormente entrevistaria Don Juan. Mas ele tornou-se tão incontrolável que um tio, o patriarca da família, o colocou numa família adotiva em Los Angeles. Em 1951 mudou-se para os EUA e se alistou no segundo grau de Hollywood. Formando-se cerca de dois anos depois, tentou cursar escultura na Academia de Belas Artes de Milão, mas .Eu não tinha a sensibilidade ou abertura de espírito para me tornar um grande artista.. Deprimido, em crise, ele voltou para Los Angeles e começou um curso de psicologia social na UCLA, se transferindo depois para o curso de antropologia. Ele diz: .Eu realmente lancei minha vida através da janela. Disse a mim mesmo: se algo deve funcionar, deve ser algo novo.. Em 1959 mudou seu nome oficialmente para Castaneda.

BIOGRAFIA. Esta é a autobiografia de Castaneda. Ela cria uma consistência elegante . o impetuoso jovem mudando de seu pano de fundo acadêmico numa cultura européia exausta e provinciana para a revitalização através de um xamã; o gesto de abandonar o passado para desembaraçar-se de lembranças debilitantes. Infelizmente, nada disso é verdade.

Entre 1955 e 1959 Castaneda estava cadastrado, com esse nome, com uma especialização pré-psicologia no Colégio da Cidade de Los Angeles. Seus estudos nas artes liberais incluem, em seus primeiros dois anos, dois cursos em escrita criativa e um em jornalismo. Vernon King, seu professor em psicologia criativa no CCLA, ainda tem uma cópia dos Ensinamentos com a dedicatória .Para um grande professor, Vernon King, de um de seus estudantes, Carlos Castaneda..

Mais do que isso, registros de imigração mostram que Carlos Cesar Arana Castaneda realmente entrou nos EUA, em São Francisco, no ano que diz que entrou, em 1951. Este Castaneda também tinha 1.65m e pesava 64 kilos e veio da América Latina. Mas ele era peruano, nascido no dia de natal, em 1925, na antiga cidade inca de Cajamarca, o que faz com que ele tenha 48 anos, e não 38, neste ano. Seu pai não era um acadêmico, mas um ourives e relojoeiro chamado Cesar Arana Burungaray. Sua mãe, Susana Castaneda Navoa, morreu quando Carlos tinha 24, e não seis anos. Seu filho passou três anos no ensino médio na escola local e então se mudou para Lima em 1948, quando se formou no Colegio Nacional de Nuestra Senora de Guadalupe. Então estudou escultura e pintura não em Milão, mas na Escola de Belas Artes de Peru. Um de seus colegas ali, Jose Bracamonte, se lembra do seu amigo Carlos como alguém esperto e cheio de recursos, que vivia basicamente de jogos de azar (cartas, jóquei, dados) e guardava com obsessão o desejo de mudar-se para os EUA. .Nós todos gostávamos de Carlos., lembra Brecamonte, .ele era brilhante, imaginativo, animado . um grande mentiroso e um verdadeiro amigo..

IRMÃ. Castaneda escrevia para casa esporadicamente, pelo menos até 1969, o ano em que Don Juan veio à tona. Sua prima Lucy Chavez, que foi criada com ele .como uma irmã., ainda guarda suas cartas. Elas indicam que ele lutou no exército norte-americano, e o deixou após sofrer um ferimento leve ou .choque nervoso.. Lucy não tem certeza sobre isso. ( O Departamento de Defesa, entretanto, não tem nenhum registro do serviço de Carlos Arana Castaneda).

Quando a TIME confrontou Castaneda com estes detalhes como o período e a transposição da morte de sua mãe, Castaneda ficou opaco. .Os sentimentos de alguém sobre sua mãe., declarou, .não dependem da biologia ou do tempo. Parentesco como sistema não tem nada a ver com sentimentos.. A prima Lucy lembra quando a mãe de Castaneda morreu, ele ficou estupefato. Recusou-se a comparecer no funeral, trancando-se num quarto por três dias sem comer. E quando saiu anunciou que estava saindo de casa. Apesar disso a explicação de Castaneda sobre suas mentiras é ao mesmo tempo perfeita e totalmente esquiva: .Me pede para confirmar minha vida dando-me minhas estatísticas., diz, .é como usar ciência para validar feitiçaria. Rouba do mundo sua mágica e faz a todos nós nos afastarmos do ponto.. Em resumo, a programação de Castaneda pretende um absoluto controle sobre sua identidade.

Muito bem. Mas onde uma licença poética, a .auto-representação artística. que o programa de Castaneda pretende, termina? Enquanto os livros vendem-se aos montes, a resistência aumenta. Três paródias de Castaneda apareceram nas revistas de Nova York, e depois papers indicando que a crítica prepara-se para taxar Don Juan como uma espécie de Ossian antropológico, aquele lendário poeta gaélico do terceiro século cujos trabalhos James Macpherson fraudou no século XVIII para os leitores britânicos.

Os fãs de Castaneda não devem assustar-se, no entanto. Uma estranha justifica pode ser dada afirmando-se que os livros sobre Don Juan estão num nível diferente de honestidade do que o passado pré-Don Juan de Castaneda. Por exemplo, qual é o motivo de um erudito acadêmico trazê-lo à tona? Os Ensinamentos foram submetidos a uma editora universitária e surpreendentemente projetou-se para o sucesso de vendas. Além disso, ganhar um grau acadêmico da UCLA não é algo tão difícil para que um candidato empregue uma confabulação tão vasta apenas para evitar a pesquisa. Uma pequena fraude, talvez, mas não um sistema inteiro à maneira dos Ensinamentos, escrito por um estudante desconhecido, a princípio, sem esperanças de sucesso comercial.

Porque esta era a situação de Castaneda no verão de 1960: um jovem estudante peruano com ambições limitadas. Não há motivos para dúvidas de seu testemunho de como seu trabalho começou. .Eu queria entrar na graduação e fazer um bom trabalho para ser um acadêmico e sabia que se tivesse oportunidade de publicar um paper pequeno precocemente, eu o faria.. Um de seus professores na UCLA, Clement Meighan, o influenciou a interessar por xamanismo. Castaneda decidiu que o campo mais fácil seria etnobotânica, a classificação das plantas psicotrópicas usadas pelos feiticeiros. Então apareceu Don Juan.

As visitas para o sudoeste e o deserto Mexicano gradualmente se tornaram a espinha dorsal da vida de Castaneda. Impressionado com seu trabalho, o grupo da UCLA encorajou-o. O professor Meighan lembra: .Carlos era o tipo de estudante que um professor espera.. O professor de sociologia Harold Garfinkel, um dos pais da etnometodologia, deu a Castaneda estímulos constantes e duras críticas. Depois da primeira experiência com peiote (Agosto de 1961), Castaneda apresentou a ele uma longa .análise. de suas visões. .Garfinkel disse: `Não explique para mim. Você não é ninguém. Apenas me fale diretamente e em detalhes o jeito que aconteceu`. A riqueza de detalhes era tudo na parceria. O perplexo estudante passou anos revisando sua tese, vivendo de trabalhos estranhos como motorista de táxi e garoto de entregas, e mandou para ele novamente. Garfinkel continuou sem se impressionar. .Ele não gostou do meu esforço para explicar o comportamento de Don Juan psicologicamente. .Você quer ser o queridinho em Esalen?., perguntou.. Castaneda reescreveu a tese pela terceira vez.

Assim como as várias versões da vida de Castaneda, os livros eram um convite para a consideração de visões contraditórias da verdade. No centro de seus livros e do método de Don Juan estava, é claro, a hipótese de que a realidade não é algo absoluto. Ela vem para cada um de nós culturalmente determinada, altamente pré-concebida. .O mundo se torna coerente pela nossa descrição dele., argumenta Castaneda, repetindo Don Juan. .Desde o momento do nascimento, o mundo está sendo descrito para nós. O que nós vemos é apenas uma descrição..

MULTIUNIVERSO. Em resumo, o que o homem toma como realidade, assim como suas noções das possibilidades racionais do mundo, é determinado pelo consenso, por um contrato social que varia de cultura para cultura. Através da história, a coisas tem sido dura para qualquer pessoa que questionar sua larga reprodução, especialmente se, como Castaneda, tenta persuadir os outros a aceitar sua própria visão.

Antropologia, por sua natureza, lida com diferentes visões, e, portanto, com realidades literalmente diferentes, em diferentes culturas. Como nota Edmund Carpenter, colega de Castaneda no Colégio Adelphi nota, .Nativos tem muitas realidades diferentes. Eles acreditam num multiuniverso, ou biuniverso, mas não num universo como nós acreditamos..Ainda que esse relativismo erudito seja indigesto para muitas pessoas que gostam de assegurar-se que existe apenas um mundo e que a .validade. de interpretação de uma cultura deve ser medida apenas contra essa norma. Qualquer mito, eles diriam, pode convenientemente ser visto como uma forma embrionária do que o Ocidente chama de história linear, uma dança da chuva é apenas um meio .ineficiente. de fazer o que um semeador de nuvens faz bem.

Os livros de Castaneda insistem em uma outra forma. Ele é eloqüente e convincente em explicar como é inútil explicar ou julgar outra cultura nos termos das categorias particulares de sua própria. .Suponhamos que haja um antropólogo Navajo., ele diz, .Seria muito interessante convidá-lo a estudar-nos. Ele poderia perguntar questões extraordinárias, como .quantos no seu grupo de parentesco foram enfeitiçados?. Esta é uma questão tremendamente importante nos termos dos Navajos. E é claro, você diria `Eu não sei` e pensaria `que questão idiota`. Enquanto isso, o Navajo está pensando `Meu deus, que ser rastejante! Rastejante e primitivo!...

Inverta os papéis, argumenta Castaneda e você tem o típico antropólogo ocidental no trabalho de campo. .é infernal a quantidade de trabalho., ele diz, referindo-se aos anos passados junto com Don Juan. .O que Don Juan fez comigo foi simples assim: ele estava fazendo seu grupo de feiticeiros disponível, preparando os passos necessários.. O Professor Michael Harne da Nova Escola de Pesquisa Social, amigo de Castaneda e uma autoridade em xamanismo, explica: .A maior parte dos antropólogos apenas fornece os resultados. Ao invés de sintetizar as entrevistas, Castaneda nos leva através do processo..

Não são esses anos de estudos, mas sim a natureza da revelação que ele oferece que deixou Castaneda em apuro com os racionalistas. Para entrar no consenso sobre a realidade de outro homem, o seu próprio deve cair, e como ninguém pode abandonar facilmente sua própria descrição habitual, ela deve forçosamente ser quebrada. Os precedentes históricos, mesmo no Ocidente, são abundantes. Mesmo desde o mistério das religiões de êxtase da Grécia, nossa cultura tem sido continuamente desafiada pelo desejo de escapar de suas próprias propriedades dominantes: o linear, o categórico, o fixo.

O que quer que Castaneda seja - uma figura central na evolução da antropologia, como pensam alguns líderes acadêmicos ou apenas um novelista brilhante com conhecimento único do deserto e da sabedoria indígena, seus trabalhos devem ser considerados. E eles continuam. Neste momento, ele está terminando o quarto e último volume da série de Don Juan, Contos de Poder (4), programado para lançamento no próximo ano.

PONTO DO PODER.. Ele pode apresentar, mais claramente do que nos primeiros três livros, o objetivo final dos dolorosos ensinamentos de Don Juan: um uso especial do antigo desejo de conhecer, apaziguar e, se possível, usar as misteriosas forças do universo. Neste propósito, a divisão do átomo, o pecado de Prometeu e a busca de Castaneda pelo .ponto do poder. perto de Los Angeles, tudo pode ser remotamente ligado. Um bom exemplo da mágica de Don Juan nos livros (fazendo Carlos acreditar que seu carro havia sumido, naquele momento) soa como a trapaça da corda do faquir que os gurus pensam ser estúpida. De todo modo, também, os livros comunicam um sentido primordial de um poder percorrendo o mundo, arrumando nossas percepções da realidade assim como fios de ferro sob um grande campo magnético.

O poder de um feiticeiro, Castaneda insiste, é .inimaginável., mas a extensão que um aprendiz de feiticeiro pode esperar usar é determinada, entre outras coisas, pelo seu grau de compromisso. O uso total do poder só pode ser conseguido com a ajuda de um .aliado., uma entidade espiritual que anexa-se ao aprendiz como um guia . de uma maneira perigosa. O aliado desafia o aprendiz quando este aprende a .ver., como Castaneda fez nos primeiros livros. O aprendiz pode se esquivar desta batalha. Porque se ele brigar com o aliado . como Jacó com o anjo . e perder, ele vai, nos termos ligeiramente obscuros de Don Juan, ser .sugado.. Mas se ganhar, seu prêmio será o .verdadeiro poder de entrar finalmente no mundo dos feiticeiros, quando todas as interpretações cessam..

Castaneda alega ter se esquivado até agora sua batalha final com um aliado. Ele admite enfrentar um conflito interno nesse assunto. Diz que às vezes se sente fortemente puxado para longe do mundo dos feiticeiros e de volta com o mundo ordinário. Ele tem uma desejo real de ser reconhecido como escritor e antropólogo, e usar seu recém adquirido poder da fama em publicar um livro atrás do outro para lançar luzes comunicáveis sobre outras realidades para os leitores famintos.

ÁPICE. Mais do que isso, como as maiores partes dos que experimentaram realidades diferentes e voltaram, ele parece ter problemas em voltar. De acordo com os livros, Don Juan o ensinou a abandonar os horários regulares . para trabalho e diversão . e mesmo em seu apartamento em Los Angeles ele como e dorme quando dá na telha, ou foge para o deserto. Mas seu trabalho de escritor é freqüente e ocupa cerca de 18 horas por dia. Ele tem grande habilidade em evitar o público. Ninguém pode saber onde encontrá-lo a uma determinada hora do dia, ou do ano. .Carlos irá ligar para você de uma cabine telefônica., diz Michael Korda, seu editor na Simon & Schuster .e dizer que está em Los Angeles. E então o operador vai cortar a ligação para cobrar mais, e ele se move e está em Yuma.. Seus poucos amigos próximos não dão um basta à sua inconstância porque são assistentes, mas em parte porque sua própria experiência é misteriosa e eles não sabem explicá-la. Ele teve uma namorada mas nem mesmo seus amigos sabem seu sobrenome. Ele evita fotógrafos como a anunciadores de um desastre. .Eu vivo com este fluxo de pessoas muito estranhas que estão esperando uma palavra de mim. Elas esperam algo que eu não posso dar de forma alguma. Eu tive uma classe de alunos em Irvine que era bastante cheia, e parecia que eles estavam apenas esperando que eu explodisse..

Em outros momentos ele parece decidido em se tornar um verdadeiro feiticeiro ou ser derrotado. .O poder cuida de você., diz, .e você não sabe como. Agora eu estou na borda, e mudei todo minha forma. Escrever para ganhar o PhD foi meu feito, minha feitiçaria e agora estou no ápice de um círculo que inclui notoriedade. Mas esta é a última coisa que eu vou escrever sobre Don Juan. Agora eu me tornarei um feiticeiro de verdade. Apenas minha morte pode impedir isto.. É uma função romântica, esta gesticulação antropológica através de uma toca de entidades que, em outro tempo, poderiam serem chamadas de demônios. Será que Castaneda se tornará o Doutor Fausto de Malibu, atendido por um Mefistófeles de sombreiro? Fique ligado no próximo episódio. Enquanto isto, seus livros tornaram difícil para os leitores usar o termo primitivo com um ar condescendente de novo.

Notas
(1)No Brasil A Erva do Diabo. (N do T)
(2) Talvez Uma Outra Realidade ou Uma Realidade Diferente sejam soluções mais adequadas para o título.(N do T)
(3) Nos Estados Unidos, a publicação do livro por vezes se divide em paperback e hardback. (N do T)
(4) No Brasil, Porta Para o Infinito.(N do T)

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CARLOS CASTANEDA - Resumo das informações pertinentes a obra e principais comentadores - por Miguel Duclós



Carlos Castaneda (1935- 1998) nasceu no Brasil, numa cidade do Vale do Paraíba, e passou a infância em uma fazenda próxima de Mairiporã, interior de São Paulo. A fazenda era de seu avô paterno, e sua mãe foi provavelmente uma emprega Castaneda declara que foi um ato sexual pobre, que os pais mal se deram conta do que haviam feito, pois eram muito jovens (15 e 17 anos) . Teria passado a infância com visitas periódicas do pai nessa fazenda. Caçava. Fazia travessuras na cidadezinha próxima e saía correndo. Foi continuar seus estudos na Argentina, país que lhe agradou. Então, com ajuda paterna e muito esforço próprio foi para Los Angeles, fazer antropologia na UCLA. Era um aluno aplicado. Namorou uma moça loira. Teve um filho, que não criou. Apesar disto, sempre gostou de crianças.


Os livros de Castaneda são autobiográficos, e por ter um conteúdo extraordinário, por muitos são considerados fantasiosos. São um relato de seu aprendizado com Don Juan Matus e de suas experiências de iniciação à feitiçaria, entendida como um conhecimento formado a partir da antiga cultura tolteca pré-colombiana. Juan Matus é um nome falso, porque nomes tem poder, e não devem ser manipulados em vão. Castaneda estava se formando em sua faculdade quando partiu em pesquisa de campo afim de levantar dados para sua tese de doutorado, cujo assunto era o uso de plantas medicinais entre os índios mexicanos. Preencheu muitas páginas com anotações e entrevistas nessa pesquisa. Então resolveu ir atrás de informações sobre alucinógenos usados em rituais, como o peiote, a erva do diabo (estramônio) e o cogumelo mexicano. O peiote já havia sido objeto de pesquisa ocidental acadêmica. Sintetizaram o seu agente químico, a mescalina. Aldous Huxley tomou essa droga e sua experiência serviu de base para o ensaio As Portas da percepção e Céu e Inferno.


Através de um conhecido de Castaneda, Bill, ele teve um primeiro encontro com Don Juan, numa estação de ônibus. Bill havia falado que aquele velho sabia do assunto mas era intratável e vivia bêbado. Castaneda foi logo pedindo informações sobre o peiote, dizendo que sabia muitas coisas sobre isso quando na verdade sabia pouco. Don Juan captou sua mentira e refletiu-a com um olhar. Esse olhar marcou Castaneda. Mais tarde Don Juan afirmou que lhe mostrou pela primeira vez a segunda atenção. Envergonhado, Castaneda se preparou durante seis meses e voltou, descobrindo a casa de Don Juan por meio dos habitantes do vilarejo. Don Juan, muito caricato, o recebeu, e desde o início usou de subterfúgios, armou situações e explorou o sentido figurado das frases. Ele era um yaqui de Sonora, nascido por volta de 1875, mas é meio mítico. Nunca entrou em algum contato com o público ocidental e seus ensinamentos envolviam uma sutil manipulação da realidade perceptível. Pouco se sabe de seu passado. Teria perdido o pai e mãe ainda jovem. Era muito forte. Trabalhou em uma fazenda, sendo explorado por um empregado, que ele chama de pequeno tirano, como escravo. Levou um tiro dos capangas e foi achado e curado pelo seu benfeitor, nagual Julian. Um de seus primeiros ensinamentos - conforme relata Castaneda em seu terceiro livro, Viagem a Ixtlan - é para se apagar a história pessoal. Pois você tem de alimentar a opinião dos outros com ela, com relatos. Assim deve uma obrigação, fica fixo. Se começar a não falar realmente o que você faz, fala Don Juan, ficará envolto numa áurea de mistério.


Ocorrem muitos desentendimentos entre o jovem estudante e o velho índio. Castaneda passa a impressão que é inepto e medroso. Mas essa é uma artimanha e uma forma humilde de passar sua mensagem. Para se livrar das amarras da realidade consensual e entrar na consciência e percepção mágica, adquirindo fluidez, o bruxo tem que preencher muitos requisitos e fazer muitas tarefas, até mergulhar no mistério da essência e adquirir a percepção extraordinária conhecida como ver. Há muitas coisas para se ver, como os ovos luminosos, a realidade última do ser humano. Essas revelações foram dadas aos poucos por Don Juan. Castaneda foi entrando profundamente até se ver engolido pelo sistema de crenças que se dispôs a estudar como antropólogo. Os dois primeiros livros, A erva do diabo- um caminho yaqui para o conhecimento (no título original Os ensinamentos de Don Juan) e Uma estranha realidade, lançados em 1968 e 1971, falam das experiências com alucinógenos. Mas Castaneda, que estava adquirindo prática na feitiçaria, retoma o início da aprendizagem de 1960, 1961 no terceiro livro, de 1973 - Viagem a Ixtlan. Don Juan no princípio se recusou a falar do peiote, e as experiências alucinógenas, de fato, não são a parte principal do pensamento do autor, como ficou disseminado. Cada capítulo em Viagem a Ixtlan funciona como uma martelada. O objetivo de Don Juan desde o princípio foi fazer o aprendiz parar o mundo. O mundo é o que é porque desde o início das nossas vidas somos obrigados a empregar um sistema de interpretações pela influência dos mais velhos em nós. Com um inventário de memórias e de ítens, e com um diálogo interno progressivamente mais complexo, nossa percepção se torna fixa e enxergamos o mundo da mesma forma todos os dias. Assim, parar o mundo é parar o modo como o Ego conduz subjetivamente nossa consciência. Don Juan bombardeou sucessivamente o Ego de Castaneda, realçando sua pequenez diante da eternidade e da vida. É preciso perder a importância própria para apreciar realmente o mundo ao redor. A vaidade faz com que nos ocupemos com nossos problemas como se fôssemos a coisa mais importante do mundo, e nós tratamos a realidade com uma mesquinharia tremenda. Assim, um bom exercício para se perder a importância própria é conversar em voz alta com as plantas.


De fato, se compararmos os acontecimentos ordinários com a morte, eles perderão a importância. Por isso a morte deve ser usada como uma conselheira. Devemos perguntar à ela, ensina Don Juan, se já chegou a hora de seu toque. Sem Castaneda falar nada, Don Juan viu nele o dia em que sua morte deu um aviso. Foi quando ele era criança e estava caçando um falcão albino. Don Juan também fez Castaneda ver uma sombra de relance. Era sua morte. Ela sempre está à nossa esquerda, a um braço de distância. No O Fogo Interior, livro que relata as experiências na segunda atenção, com a consciência em estado intensificado, Castaneda explica melhor. A morte é uma sombra negra na luminosidade da pessoa que chega a ficar do tamanho dessa e dar uma estocada na fenda que temos no ovo luminoso, debaixo do umbigo. A força rolante, uma força do universo martela nesse ponto sem cessar, até que a pressão se torna muito forte e o casulo se enrola, como um tatu-bola, e é levado para ser consumido.


Em 1961, Castaneda aprendeu a ser um caçador. Um caçador é humilde, fala pouco e caça o necessário. Não tem rotina, pois são elas que fazem o mundo parecer fixo e maçante. A rotina cria uma força, que enfraquece e molda os hábitos. Devemos romper com ela. Castaneda conseguiu romper com ela fazendo coisas como escrever noturnamente e comer apenas quando sentia fome. Don Juan passa a levar mais a sério e se dispor mais com Castaneda quando percebe augúrios ou presságios do espírito, indicando Castaneda como discípulo. Um feiticeiro sabe ler o mundo, e o Espírito dá sinais o tempo inteiro para quem sabe observar. Don Juan adverte que corvos não são simples corvos. Podem muito bem dar indicações importantes para as pessoas, como o sentido em que se deve prosseguir. Don Juan tinha uma ligação com corvos. Na verdade, adorava-os.


Um bruxo, ou guerreiro assume a responsabilidade por seus atos. Cumpre sua missão de forma impecável, e não se preocupa com as conseqüências. Uma maneira de ser impecável é seguir o caminho do guerreiro, que é um modo ético de se servir o Espírito. Um guerreiro é inacessível. toca o mundo sem exagero e não está disponível para o capricho das pessoas. Mas caça o poder, se mostrando para ele.


No breu absoluto da noite do deserto mexicano, Don Juan ensina à seu aprendiz o passo do poder. Fala para ele confiar no nosso seu poder pessoal, e usar de passo especial, levantando o joelho até o abdômen. Assim, pode-se correr à noite. É uma maneira de desenvolver seu propósito, sua intenção. Matreiramente, Don Juan observa que um velho como ele correr a noite no deserto seria suícidio, não fosse o passo de poder. E para incentivar Castaneda, dá pequenas voltas troteando em torno dele, dizendo que não sabe caminhar nestas condições, só correr. Sozinho na escuridão, Castaneda precisa seguir o pio de coruja de Don Juan para chegar até ele. Mas, depois de um tempo, o pio passa a ser imitado pelos entes da noite. Assim, Castaneda narra um primeiro contato marcante com os seres inorgânicos. Os seres inorgânicos são melhores explicados no último livro, A arte de sonhar. Sonhar significa sonhar com um propósito, consciente e controlando os sonhos. O primeiro portão do sonhar se atinge quando estamos conscientes de estarmos caindo no sono. Um exercício para treinar a atenção é olhar as mãos no sonho. Assim, você se lembra de uma ordem dada quando estava acordado. Olhando para um item e para sua mão, sucessivamente os sonhos não se alteram. É uma técnica um tanto rudimentar, mas de início, dá resultado. O segundo portão se atinge pulando de um sonho para outro, ou acordando de um sonho para outro sonho. A verdadeira tarefa do segundo portão é isolar e seguir um batedor. Um batedor é um ser de alguma parte do universo infinito que freqüenta os nossos sonhos, sem sabermos. Os seres inorgânicos mandam batedores para os nossos sonhos. Eles se destacam nos sonhos porque são objetos estranhos. Os seres inorgânicos podem se tornar aliados de um bruxo, conversar telepaticamente. Não são bons nem maus, mas aos olhos de quem não vê são apavorantes. Tem um poder muito grande. Castaneda relata diversas aparições desses seres enquanto estava acordado. Os bruxos antigos adoravam seus aliados. A nova linhagem os vê com mais distância. A nova linhagem surgiu com a reagrupamento de bruxos depois da conquista espanhola, que massacrou populações. Don Juan fazia parte dessa linhagem, cujo objetivo é alcançar a liberdade e o abstrato, atingir um estado explicado em O fogo interior como a terceira atenção, quando todos os lugares que o ponto de aglutinação do bruxo esteve são acendidos de uma só vez, e ele se torna o que realmente é, uma explosão de energia. Os bruxos dessa linhagem não são necessariamente índios. Há o relato de diversos brancos que participaram dela. Don Juan faz uma crítica ao poder mesquinho que a segunda atenção pode despertar. Alguns usam esse poder para se apegar às coisas do mundo, como o dinheiro ou fixar a atenção em outras pessoas até fazer-lhes mal. O homem tem um lado sombrio que é refletido também na segunda atenção.


Falando em voz alta sua intenção no sonho, pode-se seguir um aliado até o reino deles. O reino deles é descrito como tendo várias partes e três tipos de seres inorgânicos. É escuro e cheio de corredores. Castaneda fez diversas visitas para esse reino, até que caiu numa armadilha e ficou preso lá. Don Juan reuniu seu grupo e foi buscá-lo, com o corpo físico. Assim, Castaneda ficou livre para o terceiro portão. O terceiro portão é alcançado quando vemos a nós próprios dormindo. O guerreiro está preparado para esse momento, e em vez de acordar, como fariam a maioria das pessoas, passa a examinar o lugar que seu corpo está dormindo. Porque ele está no corpo energético. Através da prática do sonhar, chega-se ao corpo energético, ou corpo sonhador. Nesse portão o corpo sonhador move-se como a energia, rápida e diretamente. O quarto portão é alcançado quando se sonha o mesmo sonho junto com outra pessoa. Castaneda sonhou com um bruxo pré colombiano e voou nas asas do intento. O intento é a força que permeia tudo, perscrutando o ser e o tornando consciente. O intento é a potência do espírito. O bruxo desenvolve seu intento através da vontade. Com um propósito inflexível, se põe num nível maior que ele mesmo, mais louco do que poderia imaginar. Mas esse são os ensinamentos da segunda atenção. O bruxo de que falei é conhecido como o inquilino, ou o desafiador da morte. Pegando energia dos naguais da linha de Don Juan, consegue fechar sua fenda e escapar da morte. É um grande feiticeiro, poderosíssimo, o último da original linhagem tolteca vivo. Vive num espaço diferente, como em sonho. Castaneda se encontrou com ele e ficou dez dias na segunda atenção. A segunda atenção é o círculo extra de poder que o bruxo desenvolve. As pessoas tem um círculo de poder que é posto em funcionamento no momento em que nascem. Ele faz com que vejamos o mundo. O feiticeiro desenvolve um segundo círculo de poder, para perceber mais. É uma metáfora. A atenção é o resultado final da percepção. É o estado de vigília incessante. A primeira atenção é a do mundo ordinário, a segunda faz parte de uma coisa maior, como ver energia. A atenção do ser humano é divida pelo tonal e o nagual. O tonal é tudo o que podemos imaginar e consta na nossa mente e no nosso inventário. O nagual faz parte da atenção do ser consciente de sua luminosidade. Se tudo o que conhecermos for posto numa mesa, todos os itens, poderíamos supor que a mesa é o tonal. O universo à volta é nagual. O bruxo sai da segurança do tonal para encarar o inconcebível. Essa teoria é exposta no quarto livro, Porta para o Infinito. Para desenvolver a segunda atenção, é necessário não fazer. Fazer é o que torna o mundo do jeito que o enxergamos. Uma pedra só é uma pedra porque conhecemos o fazer necessário para isso. Não fazer seria tudo aquilo que nós não temos um valor cognitivo. É o corpo quem Não faz. É um método, conseguido por coisas estranhas à razão, que torna o mundo diferente. O mundo é uma sensação, e a realidade é uma interpretação. Não fazer é necessário para parar o mundo. Um ponto importante para se seguir adiante no aprendizado é conseguir parar o diálogo interno. O diálogo interno é mais uma coisa que mantém a percepção fixa, sendo necessário pará-lo e ficar apenas sentindo para romper com o esquema de direção e norteamento que a razão dá. Assim, pode-se entrar num transe e outras coisas.


Em um certo período, Castaneda teve de se preocupar com seu adversário valoroso,La Catalina. La Catalina era uma conhecida de don Juan, amistosa com ele. Mas ele falou que era sua inimiga para Castaneda enfrentá-la e usar tudo que tinha aprendido. Ela o atacou, se transformava em pássaro e usave de outros meios para apavorá-lo.


Depois que Castaneda se tornou realmente aprendiz de Don Juan, este deu plantas de poder para ele. Elas era necessária para Castaneda vencer sua razão. A razão nos faz encarar o mundo de forma rígida, não admitindo percepções extraordinárias. Para ficar mais fluído, Castaneda tomou essas plantas. Mascou peiote e viu um cachorro brilhando, seus fluídos internos. Don Juan interpretou como o Mescalito, divindade contida na planta de peiote. Mescalito ensinou uma canção à Castaneda. Sob a influência do mescalito e de Don juan, adquiriu a percepção de um corvo. Sentiu seu corpo se transformando em um, e voou com seus companheiros pássaros. Foi o inquilino que ensinou essa técnica para Don Juan, que a passou para Castaneda. Castaneda também usou a erva do diabo. Don Juan alerta que é uma planta perigosa e muito poderosa, cheia de caprichos. Faz-se um extrato da planta, e passa-se pelo corpo. Não pode passar na testa. Castaneda passou e entrou fundo na Segunda atenção. Com dois lagartos, um no ombro falando para ele, teve muitas visões. Fez uma pergunta acerca do mundo real e ela foi respondida.


E Castaneda teve suas experiência com um fumo de cogumelo alucinógeno. Viu o guardião do outro mundo, uma aberração gigantesca. Quando estava entrando na segunda atenção, fixou-a num mosquito, e viu a aberração. Não quis mais fumar, e ficava desesperado quando Don Juan sugeria o uso. Igualmente desesperado ficava quando Don Genaro, um companheiro de Don Juan, lhe mostrava o não fazer. Don Genaro era extremamente potente, brincalhão e alegre. Tinha outros aprendizes, Pablito, Nestor e Benigno. Genaro mostrou as linhas de energia do mundo. Pulava para uma montanha a quilometros de distância. E quando Castaneda perguntava como isso era possível, a visão desaparecia. Tinha muitas danças de poder. O grupo todo de Don Juan tinha dezesseis pessoas, sendo que doze mulheres. Depois que Don Juan foi embora, Castaneda teve um período de interação com os outros aprendizes. Foi muito conflitante. Destacava-se Elena, a La Gorda, que o ajudou a se lembrar da sua segunda atenção e a organizar seu saber. Castaneda brigou com Soledad, suposta mãe de Pablito. Fez o seu duplo sair algumas vezes. Esses relatos estão no amedontrador livro O Segundo círculo do poder. No livro seguinte, O presente da Águia, depois de mais interações com os aprendizes, Castaneda conta que se lembrou da segunda atenção.


O seu aprendizado se divide em duas partes: uma de 1960 a 1965, quando deixou o aprendizado, outra de 1968 a 1973, quando Don Juan partiu do mundo. A última instrução direta de Don Juan para Castaneda foi para ele pular de um abismo, e entrar totalmente no lado esquerdo, ou segunda atenção. Castaneda pulou, e depois de uma série de visões, voltou a terra. Nunca mais viu Don Juan. Mas, se lembrando do lado esquerdo, são outros livros com ensinamentos mais profundos. Castaneda aprendeu o regulamento que fala da Águia. A Águia seria a fonte de tudo, responsável por uma realidade transcedente, que forma o mundo. O mundo é constituído de filamentos infinitos de energia, que exudam consciência e provém da Águia, pois emanam dela. É o poder que governa o destino de todos os seres vivos. O vidente olha a Águia e quatro relâmpagos revelam como ela é e o que está fazendo. A Águia está devorando a consciência de todas as criaturas mortas, pois consciência é o seu alimento. Como uma recicladora de matéria espiritual. A Águia é impiedosa, e com ela não se brinca. Ela concede um presente a cada uma nas criaturas vivas: o de perpetuar a consciência depois da morte. Para isso, a criatura tem que buscar a abertura. Para se guiar até essa abertura, a Águia criou o nagual. O nagual é uma criatura duplicada, que tem o poder de ser um conduto do espírito. Por causa disso, os seres que conduzem ao nagual (segunda atenção) são chamados de naguais. Os naguais tem quatro compartimentos de energia, enquanto as criaturas normais tem apenas dois. Don Juan e Castaneda são naguais. Só que Castaneda não é um nagual completo, pois tem só três compartimentos. Don Juan havia se enganado na interpretação de sua visão. Os outros quatro tipos de criaturas , nos homens, são: os homens de conhecimento, estudiosos. O segundo é o homem de ação. O terceiro é o organizador por trás dos bastidores, misterioso, o quarto é o mensageiro. Seu papel é viajar adiante do nagual e contar seu relato. Não funciona por si só. No grupo de Don Juan, Vicente é do primeiro tipo, Genaro do segundo, Silvio Manuel do terceiro. As mulheres , além das naguais, são de quatro tipos, ou quatro direções: norte, sul, leste e oeste, cada qual com características predominantes de essência e comportamento. As mulheres podem ser sonhadoras ou espreitadoras.


Na realidade transcendente das emanações da Águia, os videntes descobriram, ao ver um ovo luminoso, que a consciência é um brilho e pode ser usada como um elemento do ambiente. Pode se fundir na água e usá-la para viajar na segunda atenção. Nessa interpretação, o ovo luminoso também é constituído de emanações da Águia. É um casulo luminoso, e as emanações que estão dentro se alinham com as que estão fora. A percepção é o alinhamento, quando há a compatibilidade entre o ser e o exterior, se constrói o mundo. O mundo não é fixo, pois é infinito. Apenas uma ínfima parte das emanações são percebidas pelos humanos, reduzida ainda mais pela consciência cotidiana. Essa pequena parte é selecionada por um ponto no casulo: o ponto de aglutinação da percepção. Esse ponto seleciona uma parte das faixas que compõe o universo e fixa um mundo. São infinitas posições, mas uma, que a humanidade atualmente usa é a da razão. O ponto de aglutinação está fixo em um lugar na humanidade. Quando isso acontece, vêm o esquecimento de outras posições, e no caso, vem o esquecimento da condição do homem como criatura de pura energia, de luz, assim como o mundo. Para movê-lo, os bruxos desenvolveram três técnicas, a da espreita, a da consciência e a do sonho.


Espreitar consiste em controlar o comportamento. Quando se comporta de maneira fora do usual, o ponto de aglutinação se move um pouco. Dá para usar seu comportamento para um objetivo em mente, iludir as pessoas, etc. Espreitar possui várias técnicas sutis. A mestria da consciência e desenvolvida a partir de ver. É poderosa, consiste na elaboração de técnicas enquanto videntes. A outra mestria é a do intento.


O ponto máximo, a coroação do desenvolvimento da segunda atenção implica uma maneira alternativa de morrer. Um homem de conhecimento que manipulou seu ponto de aglutinação em muitos lugares pelo ovo luminoso e recapitulou sua vida pode passar pela Águia e ser iluminado pelo Fogo Interior. Castaneda fala que isso aconteceu com Don Juan. Todas as células de seu corpo se tornaram conscientes de si mesma, e todas as emanações contidas no interior do casulo são iluminadas. Passou então para outro plano de existência, outro mundo. Definitivamente. Quando se dorme, o ponto de aglutinação se move levemente para a esquerda, criando o sonho. Sonhar é usado para fixar a nova posição do ponto de aglutinação. O ponto crucial de toda a feitiçaria é mover o ponto de aglutinação. Castaneda diz também, que ele é a espinha atravessada na garganta da humanidade, que não sabe de sua existência. O caminho do guerreiro é um modo de fechar as os pontos de escape, e economizar energia, necessária para ver. Considerando o lado mágico da consciência, Castaneda fala que fez uma recapitulação completa de sua vida. Recapitulou todas as interações com todas as pessoas, minuciosamente. Assim , ficou livre para sonhar.


Carlos Castaneda influenciou muitos jovens interessados em adentrar no mistério da consciência, alterando sua percepção e buscando interpretações alternativas do mundo. Muitos são os autores exotéricos e esotéricos que beberam dessa fonte, pois em muitos pontos seu trabalho . O antigo grupo, de Pablito e La Gorda se dissolveu, pois Castaneda não era o líder apropriado para eles. Castaneda conta que passou a interagir com um novo grupo, reunido por Don Juan antes de morrer, e formado por mulheres, Florinda Donner Grau, Taisha Abelar (que escreveram livros) e Carol Tiggs. Existem muitos pretensos herdeiros de sua obra, e m,mesmo uma corporação fundada sob seu nome que vende exercícios de "passes mágicos". Em todo caso, numa obra deste teor, surgem sempre inevitáveis dúvidas. Como por exemplo, ele explicaria o fato de passar dias em consciência intensificada e não se lembrar depois, nem dar conta disso quando estava normal? Nem sequer supunha saber algo a mais, como descreveu no Segundo círculo do poder. E a guinada de estilo que aconteceu entre o livro O poder do silêncio e o A Arte de sonhar? No mês de junho de 1998 veio a notícia, discreta, de sua morte. Um furo do jornal Los Angeles Times. A agente do autor revela que ele morrera dois meses antes, de câncer. Como ele mesmo relata, jamais conseguiu reunir conhecimento suficiente para se tornar um feiticeiro do porte de seus mestres. Fica a dúvida se o contato com don Juan fez bem ou não para ele, visto que 24 anos depois da morte de seu guia, ainda estava tentando recordar tudo o que acontecera, e continuava falando do velho índio. Ainda vivia sob a sombra de Don Juan ou apenas explorava o valor literário desse fascinante personagem? Uma coisa é influenciar um indivíduo a tal ponto que ele queira viver sob a mesma regência que a sua, mas depois de ensinado e feito tudo o que podia, esse indivíduo tem que ter a heteronomia de buscar ir além, ao mesmo não entrar em círculos viciosos de consciências, que tudo o que fazem são enfraquecer. Principalmente se tratando de um mundo tão sério e tão impiedosamente cruel e difícil como o mundo da energia, da consciência intensificada. De qualquer forma estamos em dívida. O contato com uma cultura diferente é sempre engrandecedor, e podemos divisar o fim do etnocentrismo quando um antropólogo de cultura ocidental estudando povos indígenas admite para si e para o mundo que seu objeto de estudo é mais vasto e profundo do que o de sua formação.
 
Fantástico, muito semelhante aos antigos Taoístas.

Realmente é duro de aceitar para quem não praticou a atenção constante ainda.

Falem mais sobre suas experiências! Ajudem-nos a enfraquecer o transe coletivo.
 

quem de vcs está ligado a algum grupo de nagualismo ou comunidade que tenha seus princípios baseados na obra de Castañeda? Pessoas que já tenham uma certa maturidade e levem a sério o imediatismo que estamos vivendo? Que não estejam perdendo tempo miseravelmente e nem borbuleteando de flor em flor? Peço ajuda, pois necessito unir para fortalecer. Os primeiros passos são desequilibrados...

Gostaria de manter mails com pessoas que pudessem me dar uma orientação, uma ajuda no caminho...Que façam um gesto por mim pois dai em diante é de minha responsabilidade...

tenho tido muitas experiências com a ayahuasca tem me mostrado muita coisa que estava oculta. Quando estou na força vejo o meu lado esquerdo como uma índia velha e o direito como um índio Sioux que é toda equanidade. É como se eu tivesse na não-piedade, grande como um gigante mas totalmente sereno.
Tenho tido sonhos que são elustrativos mas para mim não são aclaradores pois desconheço o seu significado oculto. Sonhei com dois homens, que eu conheço, mas no sonho tinham aparência de pessoas malandras, de barbichas e pardos. O primeiro tinha um colar de contas alongadas por debaixo da pele que se moveu como uma serpente, deu uma volta em seu pescoço e passou para o colo do outro, circulou o pescoço do outro e foi para o braço esquerdo do mesmo. Quando li nas obras de Castañeda algo que Dom Juan fala da humanidade como uma grande egrégora que se assemelha a um colar de terço... liguei os fatos...´Contudo...Como diz Caetano, ou não...

Estava em sonho e parecia que estava na força também, embora já faça 15 dias que não bebo, o chá né! e no sonho rodopiei fazendo um círculo parei e já ia para a direção indicada quando diziam ... Não vá por este caminho.....
Ora, papagaios é uma poxa mesmo, como diz o baiano, tá certo que Dom |Juan fala sobre o caminho do coração, se queres escolher algum caminho, poi não existem caminhos... mais eu também não o conheço, pois não se trata de servilismo e auto-indulgência...

O melhor que há é o livro de Armando Torres, Encontros com o Nagusl. doc, pois ali existe uma didática que pode ser aplicada, é o que tenho feito e tenho colhido resultados.

Gostaria de poder trocar informações com pessoas que estejam na mesma sintonia, que tenham um ideal de superação interior...
 
Última edição por um moderador:
É o seguinte e é simples...

O fato eh que ainda hje existem indios que vivem no brasil e seguem o xamanismo de uma maneira MUITO semelhante à apresentada por castaneda. além disso, os celtas tbm culminavam uma cultura extremamente semelhante a mesma já citada.

DEIXANDO BEM CLARO Q OS LIVROS NAO TEM NENHUMA IMPORTANCIA, SO O QUE IMPORTA É O Q É APRESENTADO!!

o ponto "x" é simples... o Grande Espirito, Águia, Deus, Xiva ou seja lah mais quem for são todos uma representação do imensurável Criador. digo imensurável pelo fato de q QUALQUER pessoa que tenha vontade de tomar prova disso pode o fazer, pois como andarilho pelo caminho do conhecimento, posso dizer q tudo o que castaneda disse eu já havia pensado e já mantinha minha vontade nas crenças (também podem chamar de fé!) antes de le-lo e sei que essas "coisas" existem, e é simples de crer nisso. Faça uma coisa simples, enquanto a utilização de algum dos "pequenos" façam uma pergunta a ele sobre isso, mas faça com respeito e consciencia do que deseja saber a respeito disso q tenho certeza q atendendo a esses requisitos vcs serão respondidos.

abraços e vivam bem.
 
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