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Utilização de ágar com peróxido de hidrogênio

mantonelli

Oompa Loompa, do-ba-dee-doo
Membro Ativo
25/02/2011
394
85
Olá,

Estou fazendo alguns testes com a utilização do peróxido de hidrogênio nas placas de petri, tomei como base o livro Psilocybin Mushroom Handbook (https://teonanacatl.org/threads/psilocybin-mushroom-handbook.6104).

Como primeiro teste, após distribuir o ágar entre as placas, apenas as envolvi em papel filme e as deixei na incubadora por uma semana.
Nenhuma delas apresentou qualquer sinal do desenvolvimento de contaminantes, o que considerei um excelente sinal.

Continuando com os testes, fiz a transferência de uma pequena porção de micélio para cada uma delas, para observar como seria o desenvolvimento. Aqui estou tendo uma situação bem curiosa e gostaria da opinião de vocês.

DSCN1079_MINI.JPG DSCN1087_MINI.JPG
Micélio inicial e porção transferida à nova placa

Em algumas placas o micélio se recusa a colonizar o ágar, em outras até está acontecendo uma colonização, mas praticamente desprezível.
Essa transferência foi feita há duas semanas

DSCN1089_MINI.JPG DSCN1090_MINI.JPG DSCN1091_MINI.JPG
Desenvolvimento em três placas diferentes, após duas semanas

A proporção que utilizei de peróxido foi de 3%. Seria essa proporção alta demais a ponto de agredir um micélio já desenvolvido?
Em caso negativo, o que poderia estar dificultando essa colonização, dado que temperatura e umidade estão controlados e estáveis?

Grato!
 
A proporção que utilizei de peróxido foi de 3%. Seria essa proporção alta demais a ponto de agredir um micélio já desenvolvido?


Quando diz 3% de peróxido é sobre o total?

Porque a receita que vi no livro é de 8ml de uma solução a 3% de peróxido para aproximadamente 1 litro de meio.
 
Devo ter batido a cabeça quando fiz a receita então... :)

Eu fiz 300ml de ágar com 3% de peróxido, logo foram 9ml.
A proporção informada no livro é inferior a 1%.

Vou manter essa cultura para ver até onde ela vai, mas também vou fazer uma nova receita seguindo proporções documentadas no livro e volto a postar os resultados aqui.
 
Eu fiz 300ml de ágar com 3% de peróxido, logo foram 9ml.
A proporção informada no livro é inferior a 1%.


Bem menor. Inferior a 0,25%.

Peróxido de hidrogênio, ou H2O2, é um oxidante bem potente. E pode fazer danos variados conforme a situação e a concentração. Por isso seu poder antisséptico.


Ooops, correção.

Creio que me atrapalhei com as casas decimais. Na verdade inferior a 0,025% 0,00025%.
 
Última edição:
Bem... matemática nunca foi o meu forte,
boa iniciativa, acompanhando.
 
Quando diz 3% de peróxido é sobre o total?

Porque a receita que vi no livro é de 8ml de uma solução a 3% de peróxido para aproximadamente 1 litro de meio.
O livro diz 8 ml de H2O2 a 3% para 1 litro de solução. (páginas 95/97)

Água oxigenada a 10 volumes = 3% de concentração.

Desta forma:

1 litro de BDA - 8 ml de água oxigenada 10 vol.
500 ml de BDA - 4 ml
100 ml de BDA - 0,8 ml

Se usar água oxigenada 20 volumes (6%, o dobro da concentração) basta adicionar apenas metade (4 ml para 1 litro)

Creio que me atrapalhei com as casas decimais. Na verdade inferior a 0,025% 0,00025%.
Não se enganou não.

8 ml x 3% / 1000 ml x 100% = 0,024%

De qualquer forma a concentração não é tão importante, já que o livro já dá a medida para diluir a água oxigenada 10 volumes direto.

Vou testar aqui pra ver, já que o @mantonelli sumiu :rolleyes:
 
Eu comecei agora a cultivar. Mas venho estudando o processo há alguns meses. Nesta minha primeira tentativa, ingenuamente, inoculei apenas dois vidros esterelizados. Num deles encontrei contaminação. Resolvi tentar salvar a parte sadia e borrifei água axigenada volume 10 em todo o micélio separado do contaminante. Acrescentei mais substrato esterelizado. Para minha surpresa o ciclo se manteve e aparentemente de forma sadia. Em breve terei mais informações...
 
Eu comecei agora a cultivar. Mas venho estudando o processo há alguns meses. Nesta minha primeira tentativa, ingenuamente, inoculei apenas dois vidros esterelizados. Num deles encontrei contaminação. Resolvi tentar salvar a parte sadia e borrifei água axigenada volume 10 em todo o micélio separado do contaminante. Acrescentei mais substrato esterelizado. Para minha surpresa o ciclo se manteve e aparentemente de forma sadia. Em breve terei mais informações...

99% de chance de continuar contaminado.

Uma vez que abriu substrato estéril, já era.
Separar a parte saudável funciona, apenas e as vezes, quando spawna pra bulk.
Também em g2g, que é o contrário.

Se fez mais substrato, imagino que não tenha inoculado diretamente pela falta de carimbo.

A única opção viável é separar parte do micélio saudável (contanto que não esteja contaminado internamente) e utilizar como inóculo.
Fazer o inverso, adicionando mais substrato não tem como garantir a esterilidade do processo, além da chance da contaminação colonizar primeiro.

As chances melhoram se tiver utilizado SAB.

Mais uma dica, se contaminou logo na primeira etapa, é ainda mais improvável dar certo, porque algo não foi feito corretamente desde o início.
Ou a preparação da seringa ou a esterilização ineficiente ou durante a inoculação.

A utilização de peróxido é aceitável em alguns casos com cobweb ou outros fungos mais fracos, pois também enfraquece o cubensis, então na competição ele precisa ser mais resistente ou ter colonizado bem mais que o contaminante, para o enfraquecimento ser diminuído pela quantidade de micélio.
Trichoderma, por exemplo, resiste mais ao peróxido do que o cubensis.

De qualquer forma, não estou agorando teu cultivo, apenas falando sobre as minhas experiências.

Espero que dê certo e possa ajudar quem tenha contaminações.
 
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