É, eu bem que tentei. Larguei os psicodélicos, diminuí o fumacê, arrumei um trabalho responsa e vesti o uniforme do Grande Irmão. Minha mãe não poderia reclamar. A cada momento uma nova ilusão nascia e morria feito fumaça. A cada respiração uma visão distorcida da realidade se esvaia. Até que voltei a mim.
Queria ver se aquietava minha mente mas não deu. Não há como aquietar minha mente. Parece que o buraco que fiz nela é grande demais pra voltar pro lugar. Andei procurando lá fora mas só consegui confundir mais ainda. E esse é o jogo dos caçadores canibais de cabeça de gente.
Durantes alguns anos eu me afastei desse mim e procurei por toda periferia por outro sentido, algo que não fosse aquela loucura estranha, aquele caleidoscópio colorido de caos que eu tinha comigo.
- Não pode ser! Deve haver outro eu fora daqui!
Em vão! Totalmente em vão meus amigos! Andei em círculos! Perdi meu tempo!
Sou mesmo isto e não há nada lá fora que possa criar outra ilusão mais confortável!
Confortável? Que palavra escrota! Desde quando faz parte do meu vocabulário?
Daí que resolvi voltar ao meu pequeno mundo psiconautico. Vomitei toda aquela gororoba indigesta que vinha regurgitando nesses anos vazios e resolvi deliciar os velhos manjares e voltar a ser aquele espiral louco de mim.
- Chega de cutucar aquela ferida pustulenta hein menino! - Disse a professora Marijuana outro dia.
- Obrigado titia!
Juntei a tralha e resolvi cultivar um pouco de êxtase cogumélico. Me pus a reestudar pacientemente a arte do cultivo da magia psilocibínica e não me espantou o êxito logo de cara. Muitos camaradas aqui do fórum apanharam tanto pra cultivar no passado e com isso acumularam tanto conhecimento empírico que hoje em dia só se o cara for uma toupeira não vai conseguir cultivar.
Seguindo as recomendações que praticamente fazem parte do consciente coletivo da CM eu fui cultivando. Chegava a ouvir a voz onipresente do Mortandello me xingando quando eu abria o terrário pra ver os nenéns! =)
Muitos frutos abençoados se manifestaram rapidamente, muito mais do que jamais sonhei Fico agradecido de coração a essa galera iluminada aqui do forum! Vocês são FODA!
Cada vez que chegava em casa no fim do dia eu ria feito uma criança diante do parque de diversões novo na cidade.
Aí chegou a hora de experimentar o veneninho doce dos frutos do meu labor, mas fui de leve. Era dia de semana ainda, (que é semana?) e eu queria carne fresca!
Escolhi o mais belo entre eles, olhei bem no fundo dos seus olhos fractálicos e clamei: Endoidai-me! Fiz uma breve prece pela vida sendo transcendida e CHOMP. Masquei a fruta como uma bruxa mazateca faria, até virar papinha. Fui mordendo e mascando cada pedacinho, uma delícia de quitute psicodélico.
Segundo minhas contas cabalísticas aquele era o cogumelos mais potente do cultivo. Era grande, viçoso, azuladão e estava sendo colhido em uma lua cheia de fazer lobisomem enlouquecer. Acho que daria pra ter uma prévia da potência mágica da minha prole.
Não deu 2 minutos e senti aquele raio de energia cogumélica percorrendo minha espinha. Terminei de lavar a louça rapidinho e fui deitar com alguma música sui generis ligada.
Meia hora depois começou a moleza. As pernas molonas, feito dois tentáculos de lula. Mais mole do que o habitual, até pensei que essa raça (mex) deve ter magias relaxantes mais pronunciadas. Estava rompendo meu cabaço com cogus cultivados então não sabia muito bem o que esperar. Sempre fui comedor de cocô de vaca com gumelos primitivos. Ainda não saquei essas maravilhas modernas cultivadas no calor do lar.
Quando bateu uma hora eu comecei a ver uns flashs coloridos por trás das pestanas. Bolinhas vermelhas iam se espalhando feito algum jogo de atari. Raios azuis percorriam toda o campo visual e linhas verdes se entrelaçavam timidamente. Estava de fato viajando. Não era forte e nem algo que valesse muita consideração mas nem foi essa a intenção da empreitada.
Depois de um tempo lavantei e percebi que estava encogumeladaço, a coordenação motora daquele jeito gostoso, toda perdida. A sensibilidade musical ia aumentado e logo eu não suportava músicas paradonas, sem ritmo. Ia passando a lista até que rolasse algo com um ritmo alegre e perfumado. Numa dessas rolou uma banda de uns malucos que passaram um ano compondo com uma tribo de pigmeus em Camarões. A tribo se chama Baka e a banda é Baka Beyond. Nada que eu fosse notar se estivesse ordinário mas com as sinapses encharcadas de suco azul o som sintonizou absurdamente com aquela leve viagem.
O ponto alto foi quando tocou uma música dessa banda que literamente me arrebatou. Eu não conseguiria explicar exatamente como quando e onde. Tudo que posso dizer é que eu me transformei em bolinhas vermelhas e me espalhei pelo quarto, feito poeira. Não adianta querer dizer muito mais do que isso que vai ser inútil. Mas eu tava lá, feito de bolinhas vermelhas com aquele pensamento assim: Hãããããããã?
Quando me “rejuntei”, só conseguia pensar em pontos de exclamação. Gargalhei por dentro e abri os olhos devagar. Tudo no lugar.
Senti que não viria mais nada do lado de lá mas meu teste estava feito e o a conclusão clara: Cogumelos altamente potáveis para experiências hiperdimensionais enteógenas. Eles que me aguardem!
E foi assim. Meio prolixo mas não consegui escrever menos.
Abraços psicodélicos
Queria ver se aquietava minha mente mas não deu. Não há como aquietar minha mente. Parece que o buraco que fiz nela é grande demais pra voltar pro lugar. Andei procurando lá fora mas só consegui confundir mais ainda. E esse é o jogo dos caçadores canibais de cabeça de gente.
Durantes alguns anos eu me afastei desse mim e procurei por toda periferia por outro sentido, algo que não fosse aquela loucura estranha, aquele caleidoscópio colorido de caos que eu tinha comigo.
- Não pode ser! Deve haver outro eu fora daqui!
Em vão! Totalmente em vão meus amigos! Andei em círculos! Perdi meu tempo!
Sou mesmo isto e não há nada lá fora que possa criar outra ilusão mais confortável!
Confortável? Que palavra escrota! Desde quando faz parte do meu vocabulário?
Daí que resolvi voltar ao meu pequeno mundo psiconautico. Vomitei toda aquela gororoba indigesta que vinha regurgitando nesses anos vazios e resolvi deliciar os velhos manjares e voltar a ser aquele espiral louco de mim.
- Chega de cutucar aquela ferida pustulenta hein menino! - Disse a professora Marijuana outro dia.
- Obrigado titia!
Juntei a tralha e resolvi cultivar um pouco de êxtase cogumélico. Me pus a reestudar pacientemente a arte do cultivo da magia psilocibínica e não me espantou o êxito logo de cara. Muitos camaradas aqui do fórum apanharam tanto pra cultivar no passado e com isso acumularam tanto conhecimento empírico que hoje em dia só se o cara for uma toupeira não vai conseguir cultivar.
Seguindo as recomendações que praticamente fazem parte do consciente coletivo da CM eu fui cultivando. Chegava a ouvir a voz onipresente do Mortandello me xingando quando eu abria o terrário pra ver os nenéns! =)
Muitos frutos abençoados se manifestaram rapidamente, muito mais do que jamais sonhei Fico agradecido de coração a essa galera iluminada aqui do forum! Vocês são FODA!
Cada vez que chegava em casa no fim do dia eu ria feito uma criança diante do parque de diversões novo na cidade.
Aí chegou a hora de experimentar o veneninho doce dos frutos do meu labor, mas fui de leve. Era dia de semana ainda, (que é semana?) e eu queria carne fresca!
Escolhi o mais belo entre eles, olhei bem no fundo dos seus olhos fractálicos e clamei: Endoidai-me! Fiz uma breve prece pela vida sendo transcendida e CHOMP. Masquei a fruta como uma bruxa mazateca faria, até virar papinha. Fui mordendo e mascando cada pedacinho, uma delícia de quitute psicodélico.
Segundo minhas contas cabalísticas aquele era o cogumelos mais potente do cultivo. Era grande, viçoso, azuladão e estava sendo colhido em uma lua cheia de fazer lobisomem enlouquecer. Acho que daria pra ter uma prévia da potência mágica da minha prole.
Não deu 2 minutos e senti aquele raio de energia cogumélica percorrendo minha espinha. Terminei de lavar a louça rapidinho e fui deitar com alguma música sui generis ligada.
Meia hora depois começou a moleza. As pernas molonas, feito dois tentáculos de lula. Mais mole do que o habitual, até pensei que essa raça (mex) deve ter magias relaxantes mais pronunciadas. Estava rompendo meu cabaço com cogus cultivados então não sabia muito bem o que esperar. Sempre fui comedor de cocô de vaca com gumelos primitivos. Ainda não saquei essas maravilhas modernas cultivadas no calor do lar.
Quando bateu uma hora eu comecei a ver uns flashs coloridos por trás das pestanas. Bolinhas vermelhas iam se espalhando feito algum jogo de atari. Raios azuis percorriam toda o campo visual e linhas verdes se entrelaçavam timidamente. Estava de fato viajando. Não era forte e nem algo que valesse muita consideração mas nem foi essa a intenção da empreitada.
Depois de um tempo lavantei e percebi que estava encogumeladaço, a coordenação motora daquele jeito gostoso, toda perdida. A sensibilidade musical ia aumentado e logo eu não suportava músicas paradonas, sem ritmo. Ia passando a lista até que rolasse algo com um ritmo alegre e perfumado. Numa dessas rolou uma banda de uns malucos que passaram um ano compondo com uma tribo de pigmeus em Camarões. A tribo se chama Baka e a banda é Baka Beyond. Nada que eu fosse notar se estivesse ordinário mas com as sinapses encharcadas de suco azul o som sintonizou absurdamente com aquela leve viagem.
O ponto alto foi quando tocou uma música dessa banda que literamente me arrebatou. Eu não conseguiria explicar exatamente como quando e onde. Tudo que posso dizer é que eu me transformei em bolinhas vermelhas e me espalhei pelo quarto, feito poeira. Não adianta querer dizer muito mais do que isso que vai ser inútil. Mas eu tava lá, feito de bolinhas vermelhas com aquele pensamento assim: Hãããããããã?
Quando me “rejuntei”, só conseguia pensar em pontos de exclamação. Gargalhei por dentro e abri os olhos devagar. Tudo no lugar.
Senti que não viria mais nada do lado de lá mas meu teste estava feito e o a conclusão clara: Cogumelos altamente potáveis para experiências hiperdimensionais enteógenas. Eles que me aguardem!
E foi assim. Meio prolixo mas não consegui escrever menos.
Abraços psicodélicos