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Salvando a reprodução (transferência micelial de bolo para agar)

NeuroFX

Viajante
Membro da Staff
Cultivador confiável
23/01/2005
904
83
Lendo um post aqui do CM me passou pela cabeça a seguinte situação:

Uma pessoa gastou todo seu único print num cultivo. Tudo ia bem com os bolos, porém por alguma razão (e isso acontece) eles não frutificaram. E agora? O que fazer? Mandar logo outra carta pro FSRE pra obter mais esporos? Eles estão sem estoque no momento? :( :rolleyes:

Bem, pode dar um certo trabalho, mas...

Dependendo do motivo da não-frutificação, pensei se uma solução não seria retirar parte do tecido micelial de um bolo e jogá-lo num agar BDA ou num pote com Karo. O micélio se reproduziria dando a possibilidade de se refazer seringas de inoculação ou inóculos (agar), agora com micélio vivo.

Indo mais além, se o processo fosse realizado com sucesso, poderíamos pensar em destinar pelo menos um bolo de cada nova strain que for cultivada para a confecção de seringas de micélio vivo. Por quê? Porque uma seringa com micélio coloniza mais rápido e melhor, porque é uma fonte "inesgotável" de reprodução etc. Assim, a retirada de prints serviria apenas como um recurso emergencial, caso o processo das seringas de micélio (ou inóculo) contaminasse, por exemplo.

Evidente que o processo teria que ser realizado em condições extremamente assépticas, visto que muitos sabem como a reprodução de micélio vivo é vulnerável a contaminações. Mesmo que haja contaminação ou se o micélio do bolo estiver fraco, é possível isolarmos as partes saudáveis recortando elas e transferindo para outro agar estéril até chegar a um micélio puro (dá trabalho, mas é possível).

Opinem!

[]'s
 
Se a questão é iniciar novos bolos visto que o primeiro não frutifica, não seria mais prático fazer em G2G? Pegaria-se algumas partes desse bolo e era só inoculá-lo em outros novos, sem precisar fazer crescer o micélio em agar ou karo. Acho que o ágar só valeria a pena - seja a partir de pedaço do bolo ou de micélio vivo - para se aprimorar a genética ou isolar contaminantes, selecionando as melhores partes do micélio.

Confere?
 
Fala Waver!

De fato. Fazer G2G também seria uma alternativa, menos trabalhosa por sinal. Mas numa questão que envolve a sobrevivência do micélio, a necessidade dele estar saudável é grande. Talvez a vantagem maior de se fazer no agar é justamente isso que vc falou, já que é bem provável que o bolo esteja já a algum tempo no terrário, sujeito a diversas variações, transformações e contaminações (que pode ser o motivo da não-frutificação) poderíamos isolar o micélio sadio.

Por G2G seria mais prático, mas por agar seria mais seguro.

Pode-se fazer os dois juntos tb.
 
A cinco anos atrás eu não sabia o que sugerir, hoje suponho que passe por aqui, nesse trecho abaixo, um fator importante para não haver frutificação.
Eu já tive vários bolos e casings que não frutificaram, mesmo nas condições certas.
O nº de esporos dentro da seringas é de milhões, entretanto não houve compatibilidade naquela seleção, em especial. Outra seleção, do mesmo carimbo, pode gerar compatibilidade.
Por isso acho que tirar o micélio que não reproduziu talvez não dê certo.

http://geocities.ws/tiagohi/psilocybe.html

Ciclo vital do Psilocybe cubensis.

Com a continuação da produção das hifas monocarióticas, elas acabam tornando-se um micélio monocariótico. Este micélio cresce até encontrar um outro micélio monocariótico, germinado a partir de outro esporo, que seja um tipo compatível para a reprodução. Se o micélio monocariótico não encontrar um outro compatível, ele acaba morrendo, eventualmente. Quando dois micélios monocarióticos compatíveis entram em contato, ocorre um processo chamado somatogamia, que é a fusão de células somáticas dos dois micélios. Entretanto, neste processo, não ocorre a fusão dos núcleos, ou seja, forma-se um micélio dicariótico, com dois núcleos por célula. O estágio de micélio dicariótico é a fase mais prolongada do ciclo vital do fungo, e o estágio de maior assimilação de nutrientes.


O micélio dicariótico podecontinuar vivendo indefinidamente, crescendo apenas vegetativamente, sem entrar em um estágio de reprodução sexual e produção de esporos. Entretanto, havendo condições apropriadas, o micélio dicariótico pode ser induzido à frutificação.
 
Pois é Maurício, eu nunca fiz o que sugeri no tópico, não sei se daria certo.

Dentro de uma rede micelial já composta, como no caso que sugeri acima, a causa da não frutificação ser a incompatibilidade entre os micélios é bem provável mesmo, uma vez que a rede está estagnada e daí retira-se uma pequena parte (estagnada) com o intuito que ela cresça novamente. Teoricamente um micélio dicariótico na ausência de alimento entraria em fase de frutificação, desde que observadas as outras condições para isso ocorrer.

Agora, há de se investigar se a causa dos insucessos nos seus casings se deve a isso também, porque acredito que dentro do universo esporular após a inoculação a probabilidade do micélio se tornar dicariótico enquanto a rede micelial se desenvolve é grande.

Se essa probabilidade for pequena, então o processo de seleção natural dos fungos é extremamente rígido. Para um reino de tamanha importância no ecossistema suponho que não haja tamanha rigidez seletiva.

Seleção natural dos fungos daria um tópico hein.
 
Normalmente, a produção de uma carga reprodutiva grande, no caso esporos, e para aumentar as chances de sucesso. Porque as incompatibilidades, perdas, deficiencias, essas, consomem números elevados das unidades reprodutivas. Não é de surpreender que numa carga de esporos possa ter muitos deles já incapacitados de germinar, isso é bem visível numa cultura líquida. Desses restantes, gerarem micélio que não alcancem outro micélio ou alcancando que seja incompatível. É tudo especulação.

Aí vem também a seleção natural, que avança determinados grupos, melhores adaptados e retarda ou aniquila outros não adquados. Essa seleção pode está ocorrendo no carimbo de um único píleo.

Por isso é bom raspar os esporos de 1 carimbo de forma circular para abranger todo carimbo se quiser ter maior chance de sucesso num cultivo. Priorizar uma área pode ocorrer de selecionar a área que está sendo retardada.
 
Por isso é bom raspar os esporos de 1 carimbo de forma circular para abranger todo carimbo se quiser ter maior chance de sucesso num cultivo. Priorizar uma área pode ocorrer de selecionar a área que está sendo retardada.

Boa Mauricio ! ...rs... cara isso é tão complexo, estou com dificuldades de frutificação de um clone de shitake e acho que esteja inteiramente ligado a isso ... consegui uma grande quantidade de celulas vivas do plíneo ... e depois tbm bastante micélio sadio ... já tentei de diversas formas e postarei em breve... mais não frutifica ... acredito eu que toda cadeia de lindos micélios vieram de uma pequenicima parte de um cogumelo e que depois não se reproduzem .... é possivel? ...

gosto da ideia do Neuro de isolamentos ...talvez isso possa ser resolvido com varios meios de cultura da mesma strain ... por exemplo a mescla na hora da inoculação de diferentes micélios anteriormente guardados... guardo micélio de um ecuador em janeiro de um carimbo, em fevereiro quando tiver outro carimbo tbm faço uma cultura dele ... quando inocular inoculo um pouco de cada... ai abre-se uma gama de diversidade mais difícil de se dar errado ...

enfim ... eu repiro fundo ... do risada e começo de novo...rs... o foda é o dinheiro investido um micélio lindo... que num frutifica... kkk...

até
 
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