Em governos democráticos o povo naturalmente deseja a paz e o exército a guerra, dizia Tocqueville. Não se pode dizer que os americanos não quiseram ou que não quiseram não querer a guerra esse povo totalmente autocentrado. O externo é estranho.
Existe ali uma crença arraigada de que o modelo americano é um farol para guiar a humanidade. Pura arrogância, mas quando o povo apoiou a guerra é porque criam nessa missão civilizatória de sua nação, e ainda crêem apesar do fracasso. Quando a situação se torna contrária, tudo se reverte, e o apoio se esvai.
A segunda afirmativa se confirma sempre, em todos as ocasiões, em todas as nações: o exército deseja a guerra. Casta guerreira da sociedade, que vive de suas hierarquias e espírito combativo.
Os falcões na administração Bush eram os que se aliavam aos homens do pentágono que tem força extraordinária num país tão militarizado (é a vantagem e ônus exorbitantes de qualquer potência), e a conseqüência é a mais trágica possível. Tanto os falcões quanto os homens fortes do pentágono tiveram sua formação durante guerra fria, eram os homens que queriam o confronto direto, que tiveram dessa vez sua oportunidade numa posição mundial que não permite retaliação (como uma da URSS).
Insanidade é deixar homens que respiram guerra, pensam guerra, vivem guerra, influenciar políticas de Estado. Quem elegeu Bush foi o povo americano, num país em que 50% da população se abstém de votar, ou seja, foi eleito por 25% de uma população que vota republicanos ou democratas. E o novo presidente nomeu seus ministros, coselheiros e vices com suas sandices militaristas e flertes com o pentágono.
Quem dera não estivesse tanto poder nas mãos de tão poucos e tão poucos sensatos.
), eu separo bem a minha raiva do que seria realmente capaz de fazer e matar não é uma delas...
