Teonanacatl.org

Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

Cadastre-se para virar um membro da comunidade! Após seu cadastro, você poderá participar deste site adicionando seus próprios tópicos e postagens.

  • Por favor, leia com atenção as Regras e o Termo de Responsabilidade do Fórum. Ambos lhe ajudarão a entender o que esperamos em termos de conduta no Fórum e também o posicionamento legal do mesmo.

Relato da GH - Espectros sonoros

Ecuador

Artífice esporulante
Membro da Staff
Cultivador confiável
22/12/2007
9,070
5
98
O @EduardoAgena recuperou partes do antigo site Garagem Hermética, que foi um fórum brasileiro sobre psicoativos que teve algumas versões entre 1999 e 2002 2003.

Um dos tópicos recuperados foi um relato de experiência com cogumelos, muito bem escrito por um user da época, que usava o nick Druida (nada a ver com qualquer user atual do CM, que eu saiba). Como a GH já não está no ar decidi postar aqui o relato, já que certamente na área de cogumelos psicoativos o CM é o fórum atual mais parecido com o que foi a GH.

Segue abaixo:

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Relato de P. cubensis - Espectros sonoros

Essa foi a viagem de cogumelos mais intensa que eu tive até o momento (01/00). Desde que tenho experimentado cogumelos tenho feito uma progressão nas dosagens, afinal é inegável o fato de existir uma espécie de aura misteriosa em torno desses fungo e eu não estou afim de descobri-la sem antes conhecer suas fronteiras pois eu poderia me perder facilmente em um lugar assim.

Por estranho que pareça, minhas outras viagens foram menos intensas porém mais confusas; geralmente visuais fracos acompanhados de pensamentos esparsos e sem sentido. Mas dessa vez foi diferente, insights realmente interessantes brotaram em minha cabeça várias vezes. Acho que doses fracas de cubensis tendem a ser confusas mesmo.

Estava sozinho em casa numa tarde de sábado, a previsão para volta da minha família era de algumas poucas horas que não eram suficientes para se viajar com cogumelos em paz. Pensei um pouco e resolvi fazer um chá e guada-lo para tomar de madrugada. Já havia viajado de madrugada em uma outra ocasião e tinha gostado bastante. Apesar de dar preferência a settings naturais e ensolarados, viajar no silêncio da madrugada parece estar em outro patamar, parece que a viagem toma rumos mais introspectivos e me arrisco a dizer após essa viagem, até mesmo sobrenaturais.

Peguei meus cogumelos secos que eu mesmo havia coletado na natureza e secado e separei um tanto que me parecia ser umas 4 gramas. Não tenho certeza disso pois não pesei os cogumelos mas depois de pulverizados no liquitidicador, pelo volume pareciam mesmo umas 3,5 - 4 gramas. Sei que esse tipo de suposição pode ser perigosa mas eu já havia tomado quantidades menores daqueles mesmos cogumelos e dava pra fazer uma comparação. Peguei os cogumelos esfarelados, que lembravam um pouco fumo pronto pra bolar e joguei dentro de uma panela com água fervente. Deixei fervendo por uns 15 min. Desliguei e deixei tampado por mais 25 min, depois coloquei as 250 ml de chá dentro de uma garrafinha e guardei tampada dentro do meu quarto.

Meus pais chegaram e me chamaram pra comer mas eu disse que já tinha comido para preservar o jejum apesar de estar com o estômago completamente colado nas costelas. Esperei que fossem dormir e finalmente às 2:30 da madrugada me ví em condições de tomar o chá. Fui até o quarto para apanhar a garrafinha com o chá e meu irmão estava acordado, imerso em suas conversas virtuais no ICQ. Disse a ele que ia dormir na sala e levei a garrafinha que estava enrolada em uma camiseta.

Às 2:44 tomei a primeira subdose e 20 min depois a última. Após meia hora deitado com apenas iluminação da tv e da luz difusa que entrava pela porta que é de vidro e pela janela, eu já começei a sentir os primeiros efeitos, que foram diferentes dessa vez, senti uma espécie de energia fluindo pelo meu corpo, uma sensação bem agradável. Geralmente apenas sinto um relaxamento. Minhas gengivas pareciam entorpecidas.

Passava um filme de velho oeste na TV, com John Waynne acho. Após uns 40 min da 1a dose comecei a notar os personagens de maneira estranha. Era como se eles estivessem maiores na tela, mais gordos e aparentando cansaço, como se eles estivessem de saco cheio daquele filme. Foi uma sensação engraçada. O som da TV estava mais alto e confuso. Fiquei assistindo aquilo por mais algum tempo e desliguei a TV. Deitei de barriga para cima e fiquei observando o teto à meia luz, ele parecia estar respirando, se contraindo e se dilatando vagarosamente. Meu campo visual estava alterado, sombras se movimentavam em suas laterais e a sala parecia mais alta do que o normal. Havia se passado 1 hora da ingestão e eu sentia a viagem batendo cada vez mais forte. Em certo momento olhando ainda para o teto eu comecei a ver um aglomerado de formas fractais escuras desenhadas nele. No centro havia um buraco preto que parecia um portal(!); fiquei olhando aquilo fixamente, meio pasmo até. Era incrível a definição do desenho. Logo percebi as paredes da sala ficando escuras, após alguns segundos eu via apenas o fractal. Eu estava hipnotizado por ele. Então por um impulso involuntário surgido do nada (leia-se medo), movi meu braço no ar e voltei a ver o resto da sala, como se tivesse desintonizado aquele visual. Olhei para o teto para ver se a figura ainda estava lá, mas ela tinha sumido. Foi estranho. Comecei então a brincar com meu braço pois quando eu o movimentava percebia um tênue rastro azul-escuro logo atrás. Era interessante ficar ‘desenhado’ formas no ar movimentando-o de um lado pro outro rapidamente.

Notei um ruído que me acompanhou por praticamente a viagem inteira. Era um som metálico meio zumbido, já tinha escutado em outra viagem mas dessa vez era bem mais forte. Era como a trilha sonora da viagem, me lembrava ruídos sintetizados de músicas eletrônicas mas era absolutamente caótico. Não era bom nem ruim. Após 1 hora e meia eu sentia que já estava alcançando o pico. Olhei para o relógio e eram 4:15. A sala parecia ser feita de gelatina, as paredes vibravam na penumbra. Visuais com os olhos abertos estavam fracos porém constantes. Resolvi mudar de posição e me virei de lado. Fechei os olhos e comecei viajar mais forte, os visuais se sincronizavam com meus ruídos corpóreos. O mais marcante foi uma massa verde ovalada toda embolada com linhas ramificadas que pareciam raízes de árvores. Era em duas dimensões (oscilava entre 2 e 3 dimensões, tenho a impressão que com 1g a mais na dose e seria competamente em 3d), e tinha cores opacas. As ‘raízes’ ficavam se movimentado por cima dessa massa compulsivamente como se estivessem se alimentando dela e havia um som tbm que não me lembro bem como era. Então comecei a sentir o primeiro fenômeno sinéstesico da viagem, comecei a sentir as texturas dessas linhas dentro da minha boca como se aquilo estivesse acontecendo em cima da minha língua. Depois de alguns segundos eu estava dentro da minha própria boca assintindo à aquele espetáculo bizarro(!). Era mais ou menos o que eu sentia.

Aquilo tinha sido maravilhoso. Era como se eu estivesse tentando romper minha pele e a qualquer custo sair. Não posso explicar porquê senti isso após aquela visão (ou visual?), o fato é que foi algo que nuca havia sentido, algo externo e ao mesmo tempo interno, como uma união incompreensível. E realmente esse era o rumo que a viagem tomava. Percebi ali, naquele momento, os primeiros resquícios daquilo que procurava com o auxílio dos cogumelos, aquilo que não pode ser nomeado simplesmente por nós não termos a mínima idéia do que seja, talvez nossa própria essência, talvez uma realidade paralela onde se encontram respostas às grandes questões, talvez uma simples alucinação(ah não). Acho que seria prepotência querer nomear aquilo que não se conhece mas de qualquer maneira é simplesmente ‘aquilo’.

Resolvi acender a luz e ver como as coisas estavam. Levantei e percebi que meu equilíbrio estava bastante afetado, eu dava grandes passos em câmera lenta em direção ao interruptor que apesar de estar a uns 2 metros de mim parecia bem mais longe. Quando acendi me espantei com o aspecto da sala, ela estava tããão diferente(…). Fui até o espelho para dar uma olhada. Minha expressão estava diferente, meus olhos estavam alegres, eles pareciam algo aparte do meu rosto, flutuando no meio dele. Minha imagem no espelho não era apenas um reflexo, parecia mesmo uma outra pessoa do outro lado de uma janela, é difícil explicar.

Fui apagar a luz e deitei novamente. Antes de apagar, no caminho até o interruptor minha atenção foi capturada pela imagem da minha gata se espreguiçando. Parei e fiquei observando. Ela parecia toda desconjuntada se esticando e se contorcendo daquele jeito, ela se esticava demais para ser verdade. Eu quase sentia o alívio dela. Passei a mão em sua cabeça e fui apagar a luz. Deitei e fiquei apreciando os visuais que iam se manifestando pelos cantos da sala. Às vezes me assustava com suas aparições súbitas, pensava que a qualquer momento um duende ia sair pulando de trás da cortina :).

Meus pensamentos começaram a ficar confusos. Comecei a ter pensamentos que iam fluindo rápido demais para fazerem algum sentido, exatamente como tinha acontecido com minha viagem anterior. O som das vozes em minha mente pareciam distorcidos; certas horas a velocidade aumentava e logo depois diminuia, mais ou menos como um disco de vinil arranhado. Comecei então a tentar controlar esses pensamentos e depois de uns minutos (acho) consegui atenuar bem o fluxo de idéias sem sentido. Não sei como pois no meio daquela confusão foi algo surpreendente até para mim. O ruído que começou com a viagem ainda retumbava em minha cabeça. Tudo se misturava como em uma massa de bolo sendo batida no liquitificador mas eu conseguia ficar indiferente a esses sons.

Já não enxergava direito que horas eram no VCR e a viagem estava no máximo. Me sentia bem apesar de toda aquela loucura. Me sentia forte. Parecia que os cogumelos estavam tentando entrar em contato ou coisa parecida. Um ar de mistério pairava no ar. Não sei quanto tempo depois resolvi fechar os olhos novamente e me deixar levar pra onde quer que eles estivessem me levando. Não tenho certeza se foi exatamente essa a minha intenção na hora, tamanha era a irracionalidade em que me encontrava. Eu apenas fechei os olhos. Então uma das coisas mais fabulosas que eu já presenciei em toda minha vida aconteceu.

Qdo fechei meu olhos me ví completamente imerso a uma inconciência absoluta. Um negrume denso me envolvia numa sensação de completa irrealidade. Não vou tentar explicar essa sensação pois seria perda de tempo. Após pouco tempo o ruído que me acompanhava desde o começo da viagem começou a tocar mais e mais forte e algo começou a surgir num dos horizontes daquele lugar escuro: Era uma espécie de forma arredondada vermelha-alaranjada que possuia três bolas parecidas com a primeira só que menores, soldadas às etremidades da bola maior. Ela ia emergindo do horizonte negro vagarozamente. Era como um sol bizarro que emanava pouca luz no entanto. Os ruídos ditos anteriormente começaram então a se transformar, começaram a ficar harmônicos como uma música, uma música tocada por instrumentos que eu jamais havia escutado, instrumentos fora de qualquer padrão encontrado nesse planeta. Era alto e claro como se estive saindo de um amplificador do meu lado, tinha centenas de camadas e notas e parecia ser tocada por centenas de instrumentos também.

Foi, sem exageros, a música mais bela que eu já ouvi em toda a minha existência, tinha uma vibração muito boa. Simplesmente indiscritível. E conforme as notas eram tocadas, comecei a ver coisas parecidas com pedras preciosas lapidadas (porém eram bem diferentes de pedras) surgindo de trás do horizonte negro e passando ao redor daquele ‘sol’. Elas tinham cores que refletiam o tom das notas; notas mais baixas geravam ‘pedras’ com cores mais frias e notas mais altas geravam 'pedras' com cores mais vivas. Eram centenas de pedras surgindo ao mesmo tempo formando um degradé fantástico, sempre girando e desaparecendo gradativamente ao redor daquele sol que ia se colocando cada vez mais para fora do horizonte. Logo o sol saiu por completo do horizonte e ficou imóvel por algum tempo pairando sobre ele,com a música ainda tocando a todo vapor. O centro desse sol era meio móvel, líquido. Então, infelizmente eu abri meus olhos, não por vontade própria.

Naquele lugar era como se eu não estivesse com os olhos fechados, então qdo os abri fiquei um pouco confuso, afinal como eu podia abrir os olhos se eles já estavam abertos?!? Mas logo depois fiquei maravilhado, mal conseguia pensar tamanha excitação que me tomou. Levei um bom tempo para conseguir digerir o ocorrido. Desculpem a minha relativa incompetência ao tentar descrever essa viagem, mas descrever coisas dessa ordem é missão quase impossível. Vcs sabem como é.

Aquele havia sido o nascer do sol dos cogumelos para mim, eles estavam me revelando uma pequena parte daquele mundo maravilhoso. O nascer do sol acompanhada de uma sinfonia fabulosa tocada por seres inconcebíveis. Pena não te-los visto no meio daquela escuridão mas sentia que eles estavam perto. Não sei se eram vários seres ou apenas um mas eu sentia uma presença externa muito nítida. Não podia ser apenas minha mente.

Após isso percebi a viagem baixando um pouco. Não sei por qto tempo tinha ficado naquele lugar, talvez o mesmo tempo que o sol leva pra nascer em nosso mundo. A viagem parecia oscilar um pouco. Às vezes batia mais forte outras mais fraca. Depois disso não consegui ter mais visuais descentes com os olhos fechados, pelo menos não que me recorde. Sentia apenas a realidade característica dos cogumelos.

Devia ser umas 4 e tanto da madrugada quando eu resolvi levantar novamente e dar uma andada pela casa. Acendi a luz, dei uma olhada no espelho que fica na sala e minha imagem refletida parecia ser a de outra pessoa, tinha um sorriso sobrenatural estampado na face. Percebi que eu estava muito alto ainda para fazer barulho pela casa e correr o risco de alguém acordar. Resolvi abrir a porta da sala e ir lá fora sentir um pouco a natureza, pois o lugar onde moro tem muita vegetação e as criaturas noturnas fazem um barulho danado. Quando saí, havia uma brisa úmida batendo, ela me trouxe um sentimento diferente. Era fria e o cheiro de terra molhada me fazia sentir bem. Eu sempre gostei desse cheiro mas dessa vez ele estava especial.

Fui até o meio da rua e olhei em volta, as luzes dos postes deixavam rastros que sumiam em frações de segundo. A noite estava viva como sempre esteve mas isso parecia tão novo pra mim! Estava com vontade de mijar então fui até o outro lado da rua onde há um terreno baldio e concretizei o ato. Minha urina sob a luz dos postes era idêntica a pequenos cristais arrendodados. Como era gostoso mijar cristais!

Sentei no meio da rua com as pernas cruzadas como costumo fazer (aqui não passam carros nem durante o dia, imagine de madrugada) e fiquei observando as coisas. A gata estava acordada e veio até mim à procura de algum calor, ela subiu no meu colo. Suas pupilas estavam tão dilatadas quanto as minhas. Ela parecia estar sem sono e assim como eu girava a cabeça rapidamente ao sinal de qualquer ruído à procura de seu emissor. Minha audição estava tão aguçada quanto a da gata, eu ouvia qualquer pequeno ruído que surgisse.

Eu podia ouvir o som dos carros que passavam pela rodovia. O som chegava distorcido como se tivesse passado por algum equipamento eletrônico junto com o latido dos cachorros que não paravam de latir um instante sequer. Corujas, grilos, galos; haviam tantos sons que eu nunca tinha prestado atenção e que eram tão bonitos por sua simplicidade e originalidade. Nenhuma nota era repetida mas havia uma coerência qualquer no conjunto. Eu mal podia raciocinar, só conseguia ficar ouvindo aqueles sons. Comecei a me sentir como um animal, sim, um animal. Eu tinha entrando em uma espécie de harmonia com a natureza, eu me sentia parte dela de outra forma, não como um ser humano em seu papel devastador como eu sempre pensava mas como um simples animal irracional. Um ‘macaco’ ou um pássaro ou um gato ou todos eles juntos, não sei. Eu apenas me sentia um animal. Nunca as ações de minha gata me fizeram tanto sentido. Eu quase saí pulando atrás de um grilo que passou por perto (brincadeira :)

Após +/- meia hora eu comecei a sentir os efeitos se dissipando e uma fome batendo forte. Me levantei e decedi entrar e assaltar a geladeira. Quando passei pela sala ví que era, pro meu espanto, quase 6 horas. Eu ainda estava bastante descordenado, mas já conseguia pensar melhor. Fui até a geladeira e comi um pouco de goiabas em calda, enfiando tudo pela boca. Pegar um prato no armário me parecia complexo demais. Bebi quase um litro de leite direto da caixinha para minha boca. Copos eram instrumentos futurísticos. Tudo parecia divinamente bom, eu comia com voracidade e isso porque eu não gosto de goiaba em calda.

Fui pro meu quarto e meu irmão ainda estava no computador, mas acho que não percebeu o meu estado. Deitei e fiquei tendo algumas idéias ‘cogumelescas’ e depois de um bom tempo dormi, quando o sol já começava a bater na janela.

No outro dia senti um pouco de ressaca, um certo desiquilíbrio e falta de apetite mas nada alarmante.

Após essa viagem mudei completamente a visão que tinha sobre os cogumelos. Eles não te levam onde você quer ir, apenas te conduzem pelos lugares que acham que vc deva conhecer. Se você está passando por algum tipo de conflito, este será explícito durante a viagem; se você estiver de bem consigo mesmo eles podem te mostrar algo mais. A sua complexidade está contida em sua essencia simples e sem mistérios. Para ver essa simplicidade basta olhar com os olhos certos e para se olhar com os olhos certos vc tem de descobrir quais são os seus. Não quero bancar o tipo dono da verdade e friso aqui que o que penso sobre os cogumelos é a interpretação daquilo que me foi mostrado por eles, não quer dizer que ela seja válida, é apenas a minha interpretação.

E realmente, os cogumelos falam!

-Druida-

06/02/2000
 
Última edição:
Que relato incrível!

14 anos atrás... e o tempo voa...

Interessante a parte em que ele se sentiu quase igual à gata: olhos e ouvidos apurados. Os cogumelos têm esse potencial: de te carregarem para a mente ancestral: onde o instinto de sobrevivência era muito forte. É como um rewind da evolução.

Obrigado @EduardoAgena e @Ecuador por ter disponibilizado o relato!
 
Fabuloso! Obrigado por desenterrarem e compartilharem conosco!
 
Obrigado por resgatar esse relato. Apesar da nostalgia, posso dizer que essa é a descrição coerente de uma experiência sensata e pautada na segurança pessoal e familiar. De grande valia para mim, agradeço novamente!
 
Certamente foi um dos melhores relatos que eu já li! Grato @Ecuador !!
Muito bem escrito e o que mais me impressionou foi a capacidade do altor em detalhar os vários momentos épicos da experiência!

E este zumbido metálico sinistro que ele escutava e posteriormente virou a música mais bela que ele já havia escutado...alguém teve algo semelhante em suas experiências?
Esse zumbido eu tive nas experiências mais fortes com os cogumelos, com a hoasca tenho uma versão de "som" mais grave no zumbido, o instrumento que mais se aproxima desta música formado pelo zumbido é o didgeridoo sem dúvidas, mas só passei a perceber como "música" depois de algumas experiências, porque as primeiras vezes parecia um zumbido de inseto, motor como de moto-serra!

Logo o sol saiu por completo do horizonte e ficou imóvel por algum tempo pairando sobre ele,com a música ainda tocando a todo vapor. O centro desse sol era meio móvel, líquido. Então, infelizmente eu abri meus olhos, não por vontade própria.
Esta é outra questão que sempre me chama atenção em minhas experiências médias ou profundas, quando estou do outro lado, vislumbrando a vastidão e seus mistérios, quando aparentemente estou chegando ao pico de todos mistérios, diante do momento mais revelador de todos, meus olhos se abrem, no meu caso, antecedido por uma aparente descarga elétrica que desce de minha cabeça até meus pés, que me faz sair completamente daquela realidade. A sensação que fica é que por algum motivo fui impedido de continuar vislumbrando ou que não é permitido "entender" mais profundamente "AQUILO".

O relato me arrepiou em vários momentos da leitura!
 
Última edição:
Eu ouço um zumbido metálico quando tomo doses mais altas em chá (que em mim bate mais rápido que os secos). Parece um som de choque. E eu sinto esse choque, também, principalmente no couro cabeludo e rosto.

Eu acho que é efeito do tsunami nas ondas cerebrais, ou algo a ver com os músculos da região do ouvido, e vasoconstrição.
 
cara tive uma vez esse tal zumbido metálico, mas na verdade era um choque eletrico mesmo que senti e foi na região da nuca como se fosse no cerebelo ou no SNC, e vou dizer foi a uma das coisas mais terríveis que já senti, esse lance rolou numa bad que tive depois de estar chapado de cerveja e injeri uma grama apenas deles secos, parecia simplesmente que meu cérebro ia pro saco:morto:, alguém já teve a mesma impressão, fiquei pensando será q acabei com mais neurônios ou surgiram mais?:contente:
 
Esqueci de dizer que o zumbido e os choques não são desagradáveis, para mim são só mais uma sensação a ser explorada.

Apesar de "fritar", não acho que esteja queimando os neurônios... Só provocando uns curto-circuitos, ligação direta :LOL:
 
nostalgia, eu lembro bem do GH, não era o braço brasileiro do Lysergia ?
 
não era o braço brasileiro do Lysergia ?

A última versão do fórum era hospedada no Lycaeum.

A GH não teve ligação com o Lisergia.
 
rapaz, que relato incrível...!!! Chega a ser intangível em relação as palavras.

Não gosto muito de ler relatos pois nas viagens fico preso a eles... Alguém sabe uma maneira de se desintoxicar dos relatos de experiências? hahahahaha
 
A última versão do fórum era hospedada no Lycaeum.

A GH não teve ligação com o Lisergia.

Isso, troquei A por B. E diz ai, acho que você é o último sobrevivente daquela garagem não? Não vi mais ninguém por ai. Ou trocaram de nomes.
 
Back
Top