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Problemático Pletorus Osteatus (Shimeji Branco) - Primeira Experiência...

Diário de cultivo problemático.
Senhôures, hoje (05/06) fiz uma experiência um tanto desastrada com shimeji branco.

Foi pura falta de planejamento: não estava esperando por isso, pois estava difícil encontrar shimeji aqui onde moro, então não tinha o material em casa. Como encontrei uma bandeja relativamente nova (os cogumelos foram ensacados três dias atrás) de surpresa, dando sopa, resolvi que devia realizar uma experiência e tentar iniciar um cultivo.

O mais provável é contaminação total e completa. Isso dito, pode ser que funcione. Então, resolvi postar a tentativa. Pode valer como exemplo da necessidade de preparo, se nada mais.

Comprei três potinhos de coleta esterilizados, fervi faca, copos e tesoura (ia usar pra abrir o saquinho) em água mineral com um pouco de água sanitária (a quantia indicada para esterilizar) por pouco mais de cinco minutos, limpei a mesa e deixei tudo pronto. Depois passei água mineral em tudo, pra água sanitária não matar algum esporo 'bonzinho'.

Como li que é difícil carimbo de shimeji dar certo, tinha que preparar placas com nutrientes para tentar clonagem. Fiz uma gelatina incolor com açúcar mascavo e coloquei junto umas batatas cortadas bem finas, porque não sabia se tinha uma marca de gelatina apropriada para o que estava fazendo ou se qualquer uma servia. Fervi por cinco minutos, pra batata soltar nutrientes. Coloquei a gelatina ainda quente nos potes e copos esterilizados (que tampei com papel alumínio). Depois, a gelatina fria, cortei pedaços da carne interna de um cogumelo e deitei no nutriente. Tampei tudo e coloquei em um canto escuro, fresco e com umidade boa (embora estejam tampados).

Como sou um cara curioso, coloquei também dois chapéus de cogumelos em cima de papel alumínio, em um lugar iluminado e morno , mas sem luz direta do sol, com copos em cima, pra ver se imprimem esporos. Não estou entusiasmado com a idéia, mas achei que valia a tentativa.

Se vingar alguma coisa além de cobweb, pretendo estar mais preparado. Mas, francamente, duvido. Pelo que tenho visto aqui, é necessária uma maior assepsia. Tirei algumas fotos, mas só tenho intenções de postá-las se algum micélio útil vingar. Se não, fica como experiência falha e curiosidade sanada.

Abração.

***

Um update interessante: 06/06 - dei uma olhadinha nos chapéus e eles estão liberando calor e umidade. Os copos estão suando por dentro!

Não estou vendo nenhum sinal de print, só de água. Mas também não sei que cor têm os prints. Procurei no Google Images por 'Shimeji spore prints', por 'Pletorus Ostreatus prints', 'Shimeji prints', e não achei. Se forem brancos fica mais difícil de ver. Maaasss... provavelmente não está dando muito certo. Com essa de suar o copo, entretanto, fiquei agradavelmente surpreso. Talvez depois que fecharem 24h eu tente outros chapéus em condições diversas.

***

08/06 - Só pra dar um update: a primeira coisa que aconteceu foi que os lugares em torno dos pedaços de cogumelo se liquefizeram. Na hora, atribuí isso ao aquecimento e liberação de umidade que já havia notado quando tentava fazer um print. Depois percebi um desenvolvimento leitoso nessa água em torno dos fungos, e assumi imediatamente que era um contaminante.

Mesmo assim, como não sei de que forma o micélio do shimeji se desenvolve nesse tipo de cultura, pensei em deixar mais uns dias pra ver o que acontece. Parece haver um crescimento fúngico bem branquinho sobre dois pedaços, então não sei mais nada. O que tenho certeza é que a gelatina tinha que ter sido mais firme e/ou os copos tinham que ter menos agar (para os cogumelos não afundarem). Eu abri um pote que tinha essa água leitosa e não tinha cheiro de mofo nem de álcool. Vamos esperar pra ver.
 
Última edição:
Gelatina?

Ficou sólida à temperatura ambiente?
 
Ficou sólida, sim. Como coloquei a batata usei um pouco mais de água do que era especificado na caixinha, mas o resultado foi uma gelatina normal, talvez um pouco mole. Deixa eu ir conferir.
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Mole nada, ficou sólida. Acho que em gel desenvolve melhor, não? Pelo menos é assim nas placas de petri.
 
Outro dia eu tentei clonar Shiitake e Shimeji, com procedimento semelhante ao seu, só que tentei a clonagem em cultura líquida (H2O+dextrose). Contaminou tudo, descartei ontem. Mas não vou desistir, um dia há de dar certo! Desejo-lhe sucesso. Acompanhando. :)
 
Opa, obrigado, Ashtar. Só pra eu entender direitinho, o processo semelhante foi o de tentar uma clonagem tendo esterilizado os instrumentos só com água fervendo e água sanitária, é isso?

Se contaminar aqui, eu meio que já estou esperando. Só queria fazer o teste. Obrigado pelas boas vibrações!
***
Um update interessante: 06/06 - dei uma olhadinha nos chapéus e eles estão liberando calor e umidade. Os copos estão suando por dentro!

Não estou vendo nenhum sinal de print, só de água. Mas também não sei que cor têm os prints. Procurei no Google Images por 'Shimeji spore prints', por 'Pletorus Ostreatus prints', 'Shimeji prints', e não achei. Se forem brancos fica mais difícil de ver. Maaasss... provavelmente não está dando muito certo. Com essa de suar o copo, entretanto, fiquei agradavelmente surpreso. Talvez depois que fecharem 24h eu tente outros chapéus em condições diversas.
 
Eu esterilizei os instrumentos só com álcool 90%, e creio que isso não foi suficiente. Mas a gente chega lá!

O fato dos chapéus estarem liberando calor e umidade pode ser somente devido ao processo de desidratação e desintegração, não necessariamente que estejam esporulando. De qualquer maneira, tomara que carimbem. Força aí!
 
Bão... tá certo. Provavelmente não estão.

Sobre o álcool: a desinfecção é mais eficiente é em torno de 70% (acho que 73%, se não me engano). 90% não é nem de perto tão efetiva. A razão disso é que o álcool a 73% invade as células das bactérias e faz com que as paredes de suas células se rompam. Um álcool com valor maior ou menor de hidratação não tem esse mesmo efeito porque a célula não absorve ele.

E concordo com você: a gente chega lá!!! Vamos trocando informação. Cê me falou da desidratação eu te falei do álcool. São duas coisas que aprendemos. A próxima fornada já vai ser diferente!
 
08/06 - Só pra dar um update: a primeira coisa que aconteceu foi que os lugares em torno dos pedaços de cogumelo se liquefizeram. Na hora, atribuí isso ao aquecimento e liberação de umidade que já havia notado quando tentava fazer um print. Depois percebi um desenvolvimento leitoso nessa água em torno dos fungos, e assumi imediatamente que era um contaminante.

Mesmo assim, como não sei de que forma o micélio do shimeji se desenvolve nesse tipo de cultura, pensei em deixar mais uns dias pra ver o que acontece. Parece haver um crescimento fúngico bem branquinho sobre dois pedaços, então não sei mais nada. O que tenho certeza é que a gelatina tinha que ter sido mais firme e/ou os copos tinham que ter menos agar (para os cogumelos não afundarem). Eu abri um pote que tinha essa água leitosa e não tinha cheiro de mofo nem de álcool. Vamos esperar pra ver.
 
08/06 - Senhôures, vou encerrar este tópico aqui. Imagino que pra alguns dos que estão acostumados a lidar com culturas de cogumelos tenha sido um tópico engraçado.
:D
Eu mesmo achei graça depois que li que liquefação da gelatina é sinal de contaminação por bactérias. Mas sério, sou novo nisso, não tinha idéia. Aí... descartei a fornada.
A moral é: esta fornada contaminou. Maaaasss... teve desenvolvimento de micélio. Em duas das cinco culturas que fiz. Levantou bonito, branquinho. Um desenvolvimento que me levou a um passo importante: agora sei como o micélio do shimeji parece. E, consequentemente, posso seguir adiante, com determinação.
Até a próxima. Eu tirei fotos dessa 'fornada', mas não acho que valha a pena postar, porque não fotografei a liquefação do agar. De qualquer maneira, acho que é melhor registrar o que funciona, não?
Abração a todos, e espero estar de volta brevemente pra relatar uma futura tentativa.
 
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