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Notícias sobre o Universo

  • Criador do tópico Mauricio
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abraços ecuador

Obrigado pelos abraços.

Mas se foram pela exclusão você perdeu seu tempo. Ainda que concordo com o moderador que excluiu. Se você não recebeu um aviso o post foi excluído com o motivo "inútil". Já o post do @samuca, ou o quote que está lá, não foi excluído, pois não é inútil, apesar de não haver impedimento técnico para ser excluído ou editado, ao contrário do que você parece pensar. O motivo pelo qual o post dele não é inútil é que sugere que você faça algo que agregue ao tópico, ao invés de ficar criticando a leitura dessa ou aquela revista ou site.

Voltando ao assunto:


Bilhões de planetas na zona habitável
POR SALVADOR NOGUEIRA
18/03/15 05:57

Para cada estrela no Universo, deve haver entre um e três planetas em sua zona habitável — a região nem muito quente, nem muito fria, que permite a presença de água em estado líquido na superfície. É basicamente a condição essencial para a existência de vida. Apenas na Via Láctea, a nossa galáxia, são cerca de 200 bilhões de estrelas. Faças as contas e pare para pensar no que isso significa, só por um instante.


Pensou? Agora vamos em frente. A estimativa extraordinária acaba de ser apresentada por um trio de astrônomos na Austrália e na Dinamarca, aliando alta tecnologia do século 21 — dados do satélite Kepler — a ciência do século 18.

É isso mesmo que você leu. Ciência do século 18. Faz algum tempo que os astrônomos Charley Lineweaver e Timothy Bovaird, da Universidade Nacional Australiana, andam brincando com um conceito conhecido como a relação de Titius-Bode. Ela foi descoberta em 1766 por Johann Titius e popularizada por Johann Bode em 1772, numa época em que apenas um sistema planetário era conhecido: o nosso. A dupla notou que as órbitas dos planetas pareciam obedecer a uma regra matemática simples.

(Você se interessa pelo tema busca por vida extraterrestre e deseja se aprofundar no assunto? Dê uma olhadinha nisto aqui!)

Olhe para esta sequência de números:

0, 3, 6, 12, 24, 48, 96, 192, 384…

À exceção dos dois primeiros, todos os outros são o dobro do anterior. Baba. Agora, mais uma operação matemática simples. Some 4 a todos eles. Terminamos com:

4, 7, 10, 16, 28, 52, 100, 196, 388…

Agora divida tudo por dez. E eu juro que esta é a última conta que você vai precisar fazer aqui hoje. Pois agora, como num truque de mágica, você pode usar esta sequência para prever as distâncias médias que cada um dos planetas do nosso Sistema Solar guarda do Sol, em unidades astronômicas (UA). Uma unidade astronômica é, por definição, a distância média da Terra ao Sol, cerca de 150 milhões de km. Mas veja como (quase) tudo se encaixa.

Planeta Distância T-B (UA) Distância real (UA)
Mercúrio 0,4 0,39
Vênus 0,7 0,72
Terra 1,0 1,00
Marte 1,6 1,52
Ceres (cinturão de asteroides) 2,8 2,77
Júpiter 5,2 5,20
Saturno 10,0 9,54
Urano 19,6 19,20
Netuno 38,8 30,06
Note que, quando Titius e Bode primeiro revelaram essa estranha coincidência, a posição entre Marte e Júpiter estava vazia, e o último planeta conhecido era Saturno. Não só Urano, descoberto em 1781, seguia bem de perto a tal regra, como o astrônomo Giuseppe Piazzi encontraria, em 1801, o planeta anão Ceres (feito famoso recentemente pela espaçonave Dawn) bem onde a singela relação matemática sugeriria a possível presença de alguma coisa.

Acabou que eram algumas coisas — havia um cinturão de asteroides inteiro naquele espaço, o que roubou parte da magia da previsão. E Netuno, o oitavo planeta, descoberto em 1846, também não seguia de perto a regra, o que acabou levando os astrônomos a tratá-la como nada mais que uma grande, enorme, imensa coincidência.

SÓ QUE NÃO
Lineweaver e Bovaird parecem determinados a reabilitar a velha relação, usando para isso os planetas fora do Sistema Solar. Em 2013, o Mensageiro Sideral descreveu um trabalho da dupla que demonstrava que uma versão genérica da regra de Titius-Bode (em que os parâmetros iniciais e de multiplicação variam) parecia se encaixar incrivelmente às arquiteturas dos sistemas multiplanetários descobertos até então.

À moda dos astrônomos do século 18, os australianos então usaram os espaços “vazios” indicados pela regrinha para “prever” a existência de 141 exoplanetas ainda não descobertos em sistemas previamente estudados.

Em seguida, outros astrônomos foram procurá-los, fuçando nos dados públicos do satélite Kepler, o caçador de planetas da Nasa. De 97 planetas previstos pela dupla da Austrália, Chelsea Huang e Gáspár Bakos, da Universidade de Princeton, puderam encontrar apenas cinco. E um sexto que parecia estar ligeiramente no lugar errado, a julgar pela previsão. Na opinião deles, uma confirmação de só cinco planetas, em meio a 97, é muito pouco para redimir a relação de Titius-Bode. “A taxa de detecção está aquém do limite inferior do número esperado, o que indica que o poder de previsão da relação de Titius-Bode é questionável”, escreveram.

Ainda assim, o fato de que cinco planetas candidatos foram descobertos desse modo e estavam todos onde a regrinha sugeria que deveriam estar ainda deixa uma ponta de dúvida (sobretudo porque o sexto, que não obedeceu à relação, se mostrou bem esquisito). Por isso, Lineweaver e Bovaird voltaram à carga, aliados a Steffen Jacobsen, da Universidade de Copenhague.

VIÉS DE SELEÇÃO
O novo estudo leva em conta uma amostra ainda maior de sistemas multiplanetários descobertos, mas que parecem “incompletos”, a julgar pela relação de Titius-Bode. E analisa os achados de Huang e Bakos sob a perspectiva de qual deveria ser a taxa de sucesso esperada, chegando à conclusão de que era mais ou menos isso mesmo: 5% das previsões. Afinal, há várias limitações de tamanho dos planetas e de alinhamento dos sistemas que impedem a detecção da maior parte dos planetas “perdidos”.

“Eu considero a detecção de 5% uma evidência de apoio interessante para nossas previsões, porque é isso mesmo que se deveria esperar”, disse Lineweaver ao Mensageiro Sideral. “Também é importante considerar o fato de que todos os outros pesquisadores que estão analisando os sistemas multiplanetários do Kepler sem usar nossas previsões só conseguiram achar dois novos exoplanetas, e esses dois também são consistentes com nossas previsões.”

Na nova lista, os astrônomos foram mais cautelosos com suas previsões, limitando-se a sistemas cuja inclinação favoreça mais a detecção dos planetas “previstos”. No total, eles apresentam 228 mundos “perdidos” em torno de 151 estrelas e fazem uma afirmação ousada, ao prever a taxa desses planetas que deve ser encontrada numa análise mais cuidadosa dos dados brutos do Kepler: 15%.

120 BILHÕES DE TERRAS?
O que nos leva de volta ao começo da história. Se Lineweaver e seus colegas estiverem certos, e a relação de Titius-Bode for mesmo uma boa pista de como se configuram as arquiteturas dos sistemas planetários, juntando as descobertas já confirmadas do Kepler às previsões, cada estrela deve ter em média entre um e três planetas na zona habitável de sua estrela. E logo saberemos se isso está mesmo certo, porque os astrônomos australianos já estão mais uma vez fuçando os dados do satélite em busca das confirmações — e elas devem ser representativas do estado geral dos planetas em toda parte.

“Nosso resultado de um a três planetas é baseado somente nos sistemas descobertos pelo Kepler. Contudo, baseando-nos nas formas mais plausíveis de corrigir os efeitos de seleção do satélite, a evidência favorece fortemente a ideia de que todas as estrelas têm sistemas planetários e que esses sistemas são provavelmente quase todos multiplanetários. Fingir que tudo que o Kepler é capaz de ver é tudo que existe é irrealista.”

O argumento de Lineweaver faz todo sentido. Para detectar planetas, o sistema precisa estar de tal modo alinhado que esses mundos passem periodicamente à frente de suas estrelas com relação ao satélite. Com esses alinhamentos se distribuem aleatoriamente, sabemos que o Kepler só é capaz de, na melhor das hipóteses, detectar 5% dos sistemas existentes numa dada região do céu, e mesmo assim só a poucos milhares de anos-luz de distância. Ou seja, tudo de fascinante que foi descoberto pelo satélite até agora representa 5% do que existe naquela pequena região do céu, e só nas vizinhanças mais próximas do Sistema Solar.

Importante ressaltar que a relação de Titius-Bode não diz nada sobre o tamanho dos objetos que ocupam as faixas indicadas. O que significa dizer que nem todos os planetas presentes na zona habitável de suas estrelas serão rochosos, como a Terra. Em seu novo artigo, publicado no periódico “Monthly Notices of the Royal Astronomical Society”, Lineweaver e seus colegas estimam que um terço desses mundos sejam de fato rochosos (com no máximo 1,5 diâmetro terrestre). Ainda assim, quando você multiplica 2 (média de planetas por sistema) por 0,3 (percentual de planetas rochosos) por 200 bilhões (estimativa do número de estrelas na Via Láctea), terminamos com nada menos que 120 bilhões de mundos similares em composição à Terra e posicionados numa região do sistema planetário compatível com a presença de água líquido — requisito essencial para a vida.

É um pensamento tão assustador quanto encantador. Como não perder algum tempo refletindo sobre esses números e imaginando a incrível variedade de sistemas existentes lá fora? A cada momento descobrimos algo incrível sobre os diversos mundos que orbitam o nosso Sol, aqui no quintal de casa. Imagine isso multiplicado por centenas de bilhões, só para a nossa Via Láctea. E então imagine centenas de bilhões de galáxias como a nossa. Este é o Universo em que vivemos. Não dá para não se apaixonar. E tenho certeza de que Titius e Bode teriam ficado encantados com tudo isso, estivessem aqui conosco.

http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/03/18/bilhoes-de-planetas-na-zona-habitavel/
 
Última edição:
Não posso deixar de imaginar uma teoria bem mais simples para explicar o fato de hipotéticas inteligências extraterrestres não terem entrado em contato conosco:

O universo não se limitaria ao que entendemos como universo visível sendo muito maior do que imaginamos, talvez até infinito, e portanto um sem número de civilizações inteligentes existem, existiram e virão a existir. As civilizações cósmicas são separadas por enormes, quiçá intransponíveis, barreiras de espaço e de tempo. Qual é a maior velocidade possível para a matéria física? Nessa hipótese a raça humana seria um fenômeno sem nada de extraordinário, comum. As civilizações que se encontram em distâncias possíveis de fazer contato, com tecnologia para tal, não o fazem porque não existiriam motivos práticos para isso. Somos mais uma entre infinitas civilizações jovens espalhadas pelo cosmos, não despertamos atenção por nossa insignificância. Nossa própria escala física, por estarmos num planeta pequeno, é desprezível. Basicamente não valeríamos o esforço. Como se fôssemos uma ilha rochosa de quinhentos metros quadrados no meio do pacífico habitada por caramujos e cracas...Nossos recursos naturais, genéticos, teóricos seriam pífios. Não interessamos a ninguém nem mesmo para sermos estudados e observados.

E porque não detectamos sinais de rádio? Não entendo de física suficientemente para explicar a propagação de ondas de rádio pelo cosmos, sua perenidade, se podem ser bloqueadas, distorcidas, se a partir de uma determinada distância percorrida no espaço-tempo o que começou como um sinal inteligível torne-se ruído (talvez até por cruzar com, quem sabe, bilhões de outros sinais), realmente não possuo conhecimento pra falar sobre isso. Mas é possível que os sinais de rádio de todas as civilizações que em períodos curtos de seu desenvolvimento os utilizaram ou estão utilizando não cheguem até nos de maneira possível de se codificar. Sei , factualmente, que moro próximo a uma grande antena de rádio e essa estação não pega direito em casa, hahahaha.

Tudo teoria de botequim...Mas pra mim é muito ilógico imaginar que os processos que levaram ao desenvolvimento da humanidade não possam se repetir com tamanho lastro numérico existindo no universo. Posso ser só um leigo falando de coisas acima de minha compreensão mas leiam o texto da Revista Galileu e me digam....Minha hipótese não é mais lógica do que a que diz que toda a civilização em algum momento se auto destrói ao criar nano máquinas que formam uma aterrorizante "gosma cinza".
 
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