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Notícias sobre o Universo

  • Criador do tópico Mauricio
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Querida, destruí o Universo

POR SALVADOR NOGUEIRA

11/09/14 05:54

Stephen Hawking ataca novamente. O famoso físico britânico lançou um alerta à humanidade ao destacar que a manipulação do bóson de Higgs — a tal “partícula de Deus”, descoberta em 2012 no maior acelerador de partículas do mundo — pode levar à destruição do próprio Universo.

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“Great Scott!” O físico Stephen Hawking agora diz que podemos desestabilizar o continuum espaço-tempo!

OK, todos sabemos que o bom e velho Hawking é mesmo dado a afirmações grandiosas. Recentemente ele disse que talvez buracos negros não existissem. Mas esta bateu todos os recordes. Poderia mesmo um experimento de física levar ao fim do cosmos como o conhecemos?

O físico delineia a ideia não num trabalho científico, mas no prefácio de um novo livro chamado “Starmus”, um apanhado de artigos de astrônomos e astronautas renomados, reunidos num festival científico de mesmo nome realizado em Tenerife, na Espanha, em 2011 (a segunda edição acontecerá em duas semanas).

“O potencial de Higgs tem a preocupante característica de que possa se tornar metaestável em energias acima de 100 bilhões de giga-elétronvolts (GeV)”, escreveu o cientista britânico. “Isso significa que o Universo poderia sofrer um decaimento catastrófico do vácuo, com uma bolha do vácuo verdadeiro se expandindo à velocidade da luz. Isso poderia acontecer a qualquer momento, e não veríamos o que nos atingiu.”

É de apavorar, não? Mas calma, não priemos cânico. Vamos primeiro tentar entender a história, e depois perceber que não é tão ruim quanto parece.

DICA: Stephen Hawking deu dois grandes alertas à humanidade antes. Quer saber quais? Eu conto tudo no meu novo livro, “Extraterrestres: Onde eles estão e como a ciência tenta encontrá-los”

O SEGREDO DA MASSA
O bóson de Higgs, talvez você se lembre, causou muito alarde em 2012, quando foi finalmente descoberto, após meio século de busca. Os experimentos conduzidos no LHC, o Grande Colisor de Hádrons, confirmaram que essa partícula — a peça que faltava no quebra-cabeças da física de altas energias — de fato existe e é a responsável pela massa de todas as outras partículas.

Talvez não soe tão grandioso posto dessa forma, mas lembre-se: a massa é o que gera a gravidade. E, se não houvesse gravidade no Universo, estrelas não poderiam se formar, nem planetas, nem nós. Não é à toa que o físico ganhador do Nobel Leon Lederman deu a ela esse apelido imponente, “partícula de Deus” (ou “partícula-Deus”, como queira).

Um detalhe importante: não é a partícula em si que produz a massa. É o campo associado a ela — uma entidade real que permeia o espaço. Em essência, o campo de Higgs é como uma gosma pegajosa que existe em toda parte. As demais partículas, ao atravessá-lo, sofrem resistência. E com isso ganham suas massas. Cada partícula interage de forma diferente, e por isso tem massa diferente. Já uma partícula que parece indiferente ao campo de Higgs é o fóton, que faz a luz. Por isso a luz viaja pelo espaço na velocidade máxima permitida — ela não sente a gosma pegajosa e, portanto, não tem massa.

Certo. O que Hawking está dizendo é que alguns cálculos sugerem que nem sempre esse campo de Higgs se comporta dessa maneira — o potencial é “metaestável”. Se você colocar energia suficiente nele, talvez ele se torne outra coisa. E aí é como desligar a massa das partículas, reajustá-la ou invertê-la. A gravidade para de funcionar do jeito tradicional e o espaço se expande violentamente. A própria matéria se dissipa, com seus componentes todos subitamente acelerando à velocidade da luz, sem ter mais as amarras da gosma pegajosa.

Não bom.

SEM RISCO IMEDIATO
A única coisa que nos deixa tranquilos é a energia envolvida para que isso — talvez, apenas talvez — aconteça. Hawking fala em 100 bilhões de gigaelétron-volts. É um montão. Para que se tenha uma ideia, o Higgs foi descoberto no LHC com uma energia de 4.000 gigaelétron-volts. De 4.000 para 100.000.000.000 tem um bocado de zero a mais.

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O LHC encontrou o bóson de Higgs. Não tente isso em casa.

“Um acelerador de partículas que atinja 100 bilhões de gigaelétron-volts teria de ser maior que a Terra, e é improvável que seja financiado no atual clima econômico”, brinca o físico britânico.

A grande pergunta é: o potencial do Higgs é mesmo metaestável? Ou seja, é possível em tese bagunçá-lo e zoar o Universo? Ninguém sabe. Contudo, não parece absurdo.

Afinal, alguma coisa muito parecida com isso deve ter acontecido lá atrás, 13,8 bilhões de anos atrás, para dar início à expansão do Universo. Em seu texto, Hawking sugere que a melhor forma de investigarmos essa questão cientificamente é justamente olharmos para trás, para o Big Bang, onde talvez tenha havido a energia necessária para desestabilizar o Higgs.

UMA IMODESTA ESPECULAÇÃO
Permita-me, caro leitor, compartilhar um voo da minha imaginação diante dessas observações de Hawking.

Imagine por um momento que houvesse um outro universo antes do nosso — antes do familiar Big Bang, ocorrido 13,8 bilhões de anos atrás. Nesse antigo cosmos hoje inacessível, talvez até destruído ou sobreposto pelo nosso, havia uma civilização tão curiosa quanto a humana. Eles gradualmente galgaram os degraus do avanço tecnológico, indo de paus e pedras a bombas atômicas e aceleradores de partículas, como nós fizemos.

Então eles excederam nossas atuais capacidades. Em muito. E descobriram, com certo espanto, que seu Universo não era tão confortável quanto poderia ser. Talvez tenham identificado que ele fosse acabar num Big Crunch, esmagado pela própria gravidade, ou quiçá consumido pelo frio e inexorável avanço da entropia, destruindo toda e qualquer estrutura que pudesse nutri-los. Mas esta civilização não queria morrer, nem queria ver o cosmos encontrar seu fim.

Decidiram então aplicar todos os seus conhecimentos avançados em um experimento final — a desestabilização do campo de Higgs e a consequente ressurreição do Universo. A iniciativa produziria uma imensa bolha de espaço-tempo, crescendo a uma velocidade espantosa e convertendo energia do vácuo em matéria. Um novo cosmos nasceria. Talvez eles pudessem adentrá-lo no instante exato para sobreviver em seu interior. Talvez não. De toda forma, tomaram todo o cuidado, em seus cálculos, para produzir a quantidade exata de matéria e energia no processo de expansão cósmica, de forma que o novo cosmos não só fosse duradouro e hospitaleiro, como também plano e infinito até onde se pudesse ver. Amigável à vida. Nascia daí o nosso Universo, cuja sintonia fina é aparente e espanta os cosmólogos, mas somos hoje incapazes de compreender por quê.

Será que algo assim pode ter acontecido? Deixo ao leitor a inglória tarefa de julgar a verossimilhança.

http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2014/09/11/querida-destrui-o-universo/
 
Buracos negros não existem

Os misteriosos buracos negros são os objetos mais escuros e mais densos do universo, que nem sequer deixam escapar luz.

Muito já foi teorizado sobre eles, mas uma pesquisa recente pode levar todo esse campo de estudo por água abaixo: ao fundir duas teorias aparentemente conflitantes, Laura Mersini-Houghton, professora de física na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill (EUA) disse ter provado matematicamente que os buracos negros não existem.
“Eu ainda estou em choque”, disse Mersini-Houghton. “Estamos estudando esse problema [de fundir duas teorias diferentes] por mais de 50 anos e esta solução dá-nos muito que pensar”.

As duas hipóteses mencionadas por Mersini-Houghton são a teoria da gravidade e a mecânica quântica.

Os contraditórios buracos negros
Cientistas creem que os buracos negros se formam quando uma estrela massiva colapsa sob sua própria gravidade em um único ponto do espaço (para entender o que isso significa, imagine a Terra sendo esmagada em uma bola do tamanho de um amendoim). Esse ponto único é chamado de singularidade.

Eles também creem que uma membrana invisível conhecida como horizonte de eventos envolve a singularidade. Cruzar esse horizonte significa que você nunca poderia voltar – esse é o ponto onde a força gravitacional de um buraco negro é tão forte que nada pode escapar dela.

A razão pela qual os buracos negros são tão bizarros é que colocam duas teorias fundamentais do universo uma contra a outra.

A teoria da gravidade de Einstein prediz a formação de buracos negros, mas uma lei fundamental da teoria quântica afirma que nenhuma informação do universo pode desaparecer. Esforços para combinar essas duas teorias levam a um absurdo matemático, conhecido como o “paradoxo da perda de informação em buracos negros”.

Tentativa de combinação

Em 1974, Stephen Hawking usou a mecânica quântica para mostrar que buracos negros emitem radiação. Desde então, os cientistas detectaram impressões digitais no cosmos que são consistentes com esta radiação, identificando uma lista cada vez maior de buracos negros do universo.
Eles existem então, certo?

Segundo Mersini-Houghton, errado.

Ela descreve um cenário totalmente novo. A física concorda com Hawking que, conforme uma estrela colapsa sob sua própria gravidade, produz a chamada radiação de Hawking. No entanto, em seu novo trabalho, Mersini-Houghton mostra que, ao liberar esta radiação, a estrela também lança massa. Sendo assim, a estrela encolhe e já não tem a densidade necessária para se tornar um buraco negro.

De acordo com a pesquisadora, evidências experimentais podem um dia fornecer prova física quanto à possibilidade ou não de buracos negros existirem no universo. Mas, por enquanto, a matemática aponta conclusivamente que eles não existem.

Seu artigo ainda não foi revisado por outros cientistas e publicado em uma revista científica. No entanto, oferece soluções numéricas exatas para o problema do paradoxo da informação em buracos negros, e foi feito em colaboração com Harald Peiffer, especialista em relatividade numérica da Universidade de Toronto (Canadá).

Um estudo anterior de Mersini-Houghton que oferecia soluções aproximadas para o problema já foi publicado na revista Physics Letters B, no entanto. É provável que seu novo artigo seja revisado e publicado em breve.

Se os buracos não existem…

Muitos físicos e astrônomos acreditam que o nosso universo se originou a partir de uma singularidade que começou a se expandir com o Big Bang. No entanto, se buracos negros não existem, singularidades não existem.
Caso Mersini-Houghton esteja certa, os físicos terão que repensar suas ideias sobre o Big Bang. [Phys]

Fonte: http://hypescience.com/nova-pesquisa-diz-que-buracos-negros-nao-existem/
Referência: http://unc.edu/spotlight/rethinking-the-origins-of-the-universe/
 
Velocidade da luz pode ser menor do que se calculava
Com informações da Physorg - 04/07/2014
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Imagem do que restou da explosão da supernova SN 1987A - os neutrinos chegaram à Terra quase cinco horas antes dos fótons. [Imagem: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/A. Angelich]



Luz atrasada

O físico James Franson, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, está causando um rebuliço na comunidade física mundial ao apresentar cálculos que indicam que a velocidade da luz pode ser menor do que se calculava.

Segundo a Teoria da Relatividade Geral, a velocidade da luz no vácuo - o "c" na famosa equação de Einstein - é uma constante equivalente a 299.792.458 metros por segundo.
É o chamado "limite de velocidade universal", já que nada pode viajar mais rápido do que isso - nem mesmo neutrinos.

Franson analisou justamente a diferença de velocidade entre neutrinos e fótons detectados na famosa supernova SN 1987A - detectada em 1987, esta foi a primeira supernova a ser observada a olho nu em 383 anos.

Ocorreu que os instrumentos indicaram que os neutrinos emitidos pela explosão cósmica chegaram à Terra 4,7 horas antes que os fótons, algo totalmente inesperado e em desacordo com as leis da física.

A saída mais fácil foi concluir que os neutrinos vieram da SN 1987A, mas os fótons devem ter vindo de algum outro lugar.

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O impacto da gravidade no decaimento do fóton é explicado pela absorção de um gráviton (uma "partícula" da gravidade quantizada) pelo elétron virtual, mudando seu momento de p para p'. [Imagem: James Franson]
Polarização do vácuo

Franson argumenta que essa saída pouco elegante é desnecessária porque os fótons podem ter tido sua velocidade reduzida no caminho devido a um fenômeno conhecido como polarização do vácuo, um processo no qual um fóton se divide em um elétron e um pósitron, a versão de antimatéria do elétron.

A polarização do vácuo é um fenômeno bem conhecido pela teoria quântica dos campos, que sabe também que essa separação do fóton em elétron e pósitron dura muito pouco, com os dois recombinando-se novamente em um fóton, que prossegue sua viagem.

Franson argumenta que isso deve criar um diferencial gravitacional entre o par de partículas durante os momentos de separação do fóton. Se for verdade, há um pequeno impacto de energia quando os dois se recombinam - pequeno, mas o suficiente para retardar ligeiramente o fóton.

Como a supernova SN 1987A está a 168.000 anos-luz da Terra, esse processo deve ter-se repetido incontáveis vezes, e o somatório dos pequenos retardos gerados em cada decaimento-recombinação pode explicar as 4,7 horas que os fótons demoraram a mais para chegar em relação aos neutrinos, que não sofrem o mesmo processo.

Assim, conclui Franson, não é que os fótons da explosão da supernova tenham chegado atrasados: a velocidade da luz é que é menor do que se calculava.

Isso implica em muitas coisas radicais do ponto de vista da física atual. Por exemplo, que os neutrinos seriam mais rápidos do que a luz, o que deve estar deixando os físicos do laboratório Gran Sasso alvoroçados.

Recalcula tudo

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Esse gráfico, conhecido como Propagador de Feynman, mostra a probabilidade de um fóton ser aniquilado em um ponto e emitido em outro ponto adiante - o tempo envolvido é de 1 nanossegundo. [Imagem: James Franson]
Se Franson estiver correto, praticamente todas as medições feitas e usadas pela cosmologia para embasar suas teorias estarão erradas. E muitas explicações criadas com base nesses dados e nessas medições também terão que ser repensadas.

Contudo, ainda que a teoria de Franson tenha sido aceita e publicada por uma renomada revista de física, é bom dar algum tempo até que toda a comunidade possa avaliar a ideia.

Ou, quem sabe, esperar por outro fenômeno cósmico que, ocorrendo a uma distância diferente, permita aferir os cálculos de Franson.

Não é a primeira vez que a velocidade da luz é questionada. No início do ano passado, duas equipes argumentaram que as partículas efêmeras que surgem do vácuo quântico podem induzir flutuações na velocidade da luz:



Bibliografia:

Apparent correction to the speed of light in a gravitational potential
James D. Franson
New Journal of Physics
Vol.: 16 065008
DOI: 10.1088/1367-2630/16/6/065008
 
Última edição por um moderador:
Neutrinos voltam a ultrapassar a velocidade da luz


Desde então já foram feitas várias outras medições e a constante da velocidade da luz se manteve.

A aparente velocidade superior dos neutrinos foi um problema de medição, pelo menos até que alguém prove o contrário.
 
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Ilustração de "wormhole" (buraco de minhoca), um atalho no universo que permitiria viajar no tempo-espaço


Com falta de água e de energia, excesso de poluição e florestas cada vez mais ameaçadas, a ideia de habitar um outro planeta e começar tudo de novo cai como uma luva. A questão é que, se o ser humano ainda não conseguiu pisar nem em Marte, imagine explorar planetas de outros sistemas solares ou galáxias.

Sem tecnologia disponível para percorrer tamanhas distâncias, a solução seria encontrar um atalho, ou melhor, um "buraco de minhoca", como mostrado no filme "Interestelar", de Christopher Nolan.

"Buracos de minhoca são maneiras especiais de se dobrar o espaço-tempo de forma a conectar dois 'eventos' através de um 'intervalo' menor do que aquele que seria possível em um espaço-tempo plano", explica o físico Cássius Anderson de Melo, professor da Universidade Federal de Alfenas - Campus Poços de Caldas e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Entenda como "evento" tudo o que acontece no Universo, ensina o professor. Já o "intervalo" é uma espécie de distância entre os eventos, mas que leva em conta não apenas a distância espacial entre eles, como também o tempo em que ocorreram.

Para tentar ilustrar a ideia para os leigos, o físico Adilson de Oliveira, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) sugere que você imagine um tecido esticado, como uma toalha. Pense, então, em dois pontos desenhados em cada uma das extremidades, separados por todo o comprimento do pano.

Imagine que algo extremamente pesado caia no meio do pano. Isso vai provocar uma curvatura naquele "espaço", fazendo o tecido se dobrar como uma folha de jornal. E os pontos, antes nas extremidades, passam a ficar bem próximos um do outro. Com uma agulha grossa, você pode fazer um furo para conectá-los, o que faria do objeto pontiagudo um buraco de minhoca.

Verme de fruta
O nome dado a essa estrutura foi pensado por causa dos vermes das frutas ("worm", em inglês, pode ser traduzido como verme ou minhoca e "hole" significa buraco). Como esses bichos, um eventual viajante no espaço-tempo, em vez de se mover pela "superfície da maçã", pegaria um atalho para o lado oposto por meio de um túnel em seu miolo. É o que fizeram os personagens de "Interestelar" para chegar ao sistema planetário dominado por um buraco negro, chamado Gargântua.

Mesmo quem não assistiu ao filme de Nolan deve saber que ele foi feito em parceria com um pesquisador aposentado do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), Kip Thorne. Basta dizer que Thorne foi um dos maiores estudiosos dos buracos de minhoca, e teve suas pesquisas supervisionadas por John Wheeler, físico que cunhou o nome, em 1957, em analogia aos vermes de frutas.

Albert Einstein, em parceria com outro cientista, chamado Nathan Rosen, chegou a especular sobre algo parecido com o que hoje se chama de buraco de minhoca, mas o tema não chegou a ser desenvolvido.

"Inicialmente, a ideia de Thorne era apenas estudar soluções de simetria cilíndrica; porém, após um telefonema de Carl Sagan, que estava escrevendo um livro de ficção (o famoso 'Contato'), Thorne percebeu que havia uma nova via teórica a ser explorada: como formar buracos de minhoca", conta o professor da Federal de Alfenas.

O fato de Thorne ter ajudado Nolan faz o filme parecer realista, do ponto de vista científico, embora vários "furos" já tenham sido criticados por especialistas, na imprensa. Mas será que buracos de minhoca são mesmo possíveis, ainda que sua existência não tenha sido comprovada?

Pelos conceitos da Física atual, não há nada que proíba essa possibilidade. Já dizer que ela existe é algo bem diferente. "A matéria necessária para isso deveria ter propriedades muito estranhas, como energia negativa, por exemplo", diz Melo.

Graças aos imensos aceleradores de partículas, hoje sabe-se que é possível provocar essa energia negativa muito rapidamente. Manter um buraco a ponto de alguém atravessá-lo é outra história.

Enormes ou microscópicos
Para causar tamanha deformidade no "tecido" do espaço-tempo, o objeto teria que conter uma energia considerável. "Essa matéria teria de ser diferente de tudo que conhecemos aqui na Terra, ou mesmo que já tenhamos observado pelo Universo", comenta Adilson de Oliveira.

Vale esclarecer que as deformidades no espaço-tempo são criadas o tempo todo por causa da gravidade, como previu Einstein. Cada um de nós, assim como o nosso Sol, provoca algum estrago, só que ele é desprezível.

"Para haver efeitos significativos seria necessário objetos muito massivos como buracos negros ou estrela de nêutrons para produzi-los. Mas até agora nenhum objeto como esse foi diretamente observado", diz Oliveira.

Se essa matéria bizarra, que tornaria os buracos de minhoca viáveis, realmente existisse em grandes quantidades e há bastante tempo, ela certamente produziria um efeito que já teria sido observado pelos cientistas, afirma o professor da UFSCar.

Por isso, físicos como Stephen Hawking já especularam que, se os buracos de minhoca existem, eles devem ser microscópicos tanto no espaço quanto no tempo, a ponto de não produzir nenhum grande efeito. Eles seriam como as falhas que existem em qualquer tipo de tecido.

"Buracos de minhoca grandes e estáveis, de tamanho astronômico (tamanho de planetas ou maiores) ou não existem ou são tão raros que seria mais fácil alguém ganhar na Mega Sena dez vezes seguidas (sem maracutaia!); os microscópicos também precisariam ser tão pequenos e breves que não alterariam nada daquilo que observamos usualmente", defende Melo. "Dizer se isto ou aquilo será observado algum dia é muita especulação para um cientista profissional."

Dá para perceber que o assunto é tão complexo, que a solução encontrada no filme de Nolan foi a de que uma civilização extraterrena avançada teria sido a responsável pela abertura do túnel no espaço-tempo. Transferindo a "batata quente" para a ficção, fica mais fácil justificar a existência de um buraco tão profundo.

http://noticias.uol.com.br/ciencia/...alhos-para-se-viajar-no-tempo-e-no-espaco.htm
 
Deu tilt no Universo? Hubble vê a mesma supernova em quatro lugares

POR SALVADOR NOGUEIRA
10/03/15 05:59

Usando o Telescópio Espacial Hubble, astrônomos detectaram quatro imagens diferentes e quase simultâneas da mesma explosão colossal de uma estrela, ocorrida cerca de 9 bilhões de anos atrás, quando o Universo tinha apenas um terço de sua idade atual. Peraí, para tudo. Como uma estrela pode estar em quatro lugares diferentes ao mesmo tempo? O que teria acontecido? Deu pau na Matrix? Superfaturamento de supernovas? Nada disso. É apenas a incrível teoria da relatividade geral em ação.

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O fenômeno, conhecido como lente gravitacional, é um dos mais interessantes previstos pelas equações de Einstein. E não é difícil entender o princípio. É em essência a ideia de que qualquer massa presente no espaço curva ligeiramente os raios de luz que passam perto de si e com isso faz o mesmo papel de uma lente de óculos, que desvia ligeiramente a luz para colocar a imagem em foco na sua retina. (Complicando um pouco mais, e sendo absolutamente preciso, a presença de massa não entorta o raio de luz, mas na verdade deforma a curvatura do próprio espaço-tempo. Ou seja, a luz segue, como sempre, viajando em linha reta, mas o espaço em si é que se entorta, levando-a a tomar uma direção diferente. Muito louco, não?)

Foi basicamente isso que o Hubble flagrou. Uma supernova — a explosão violenta de uma estrela em colapso — aconteceu lá longe, e a luz desse evento partiu 9 bilhões de anos atrás. Mas, no meio do caminho até a Terra, 5 bilhões de anos atrás, esses raios luminosos cruzaram o caminho de uma enorme galáxia elíptica localizada num aglomerado de galáxias chamado MACS J1149+2223, e aí rolou uma lente gravitacional. O desvio dos raios de luz aconteceu por todas as bordas da galáxia e o resultado foi a produção de quatro imagens diferentes da mesma supernova.

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Uma das coisas bacanas das lentes gravitacionais é que, ao desviar os raios de luz, elas ampliam a imagem. E essa é a razão pela qual o fenômeno pôde ser bem observado — sua luminosidade foi aumentada por um fator de 20 ao passar pelo aglomerado galáctico.

EM CARTAZ NUM TELESCÓPIO ESPACIAL PERTO DE VOCÊ
Foi uma baita surpresa para o grupo de astrônomos que trabalha justamente num projeto que caça lentes gravitacionais, na esperança de dar uma bisbilhotada mais poderosa sobre objetos celestes extremamente distantes e antigos. Nunca antes na história deste planeta a explosão de uma supernova havia sido flagrada em múltiplas imagens numa lente gravitacional. Já havia acontecido com galáxias, mas com uma explosão estelar é a primeira vez.

E por que isso é tão especial? Ocorre que uma supernova é um fenômeno que dura um tempo relativamente curto, e cada uma das quatro imagens observadas da supernova chegou a nós separada por algum tempo. “As quatro apareceram a poucos dias ou semanas uma da outra e as encontramos depois que haviam aparecido”, explica Steve Rodney, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, um dos autores do trabalho. Isso acontece porque a quantidade específica de matéria (principalmente matéria escura) na região do aglomerado atrasa a chegada de alguns raios de luz, comparada a outros. É quase como um filme que é repetido diversas vezes para nós. Aparentemente, observações antigas revelam que ele já está em cartaz pelo menos há uns 20 anos, quando uma única imagem dele apareceu no aglomerado. E o mais empolgante: espera-se que ela reapareça pelo menos mais uma vez nos próximos cinco anos. Agora, sabendo onde olhar, vamos poder flagrar o evento do começo ao fim.

Além disso, medir as variações nas aparições ajuda a mapear a distribuição de matéria escura no aglomerado de galáxias — uma mão na roda, considerando que não há meio conhecido de detectar matéria escura, salvo por suas influências gravitacionais.

A descoberta foi reportada na última edição da revista científica americana “Science” e a supernova ganhou o apelido de Refsdal, em homenagem ao astrônomo norueguês Sjur Refsdal, que propôs, em 1964, o uso de imagens sucessivas de uma supernova geradas por lente gravitacional para estudar coisas como o ritmo de expansão do Universo. Meio século depois dessa previsão, e cem anos depois que Einstein formulou a teoria da relatividade geral, a ambicionada supernova foi encontrada. Já não era sem tempo. Quer dizer, já não será sem tempo — porque o melhor a respeito dela ainda está por vir. Coisas deste Universo fascinante em que vivemos.

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