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Notícias sobre o Universo

  • Criador do tópico Mauricio
  • Data de início
Sempre quis ver uma chuva, mas ou eu esquecia, ou o clima estava ruim, como hoje.

Deve ser uma experiência interessante.
 
No seguimento da imagem da Nebulosa do Cone, vejam esta imagem da Vizinhança do Cone.

Estranhas formas e texturas podem ser encontradas na vizinhança da Nebulosa do Cone.
Estas formas e texturas são causadas pela fina poeira interestelar que reage com complexidade com a luz energética e o gás quente que são expelidos pelas estrelas jovens.
A estrela mais brilhante a meio da imagem chama-se S Mon. S Mon é parte de um aglomerado jovem de estrelas chamado NGC 2264 que se encontra a 2.500 anos-luz de distância.
A região mais abaixo é a Nebulosa do Pêlo da Raposa.
Na esquerda vê-se a misteriosa Nebulosa do Cone.
(...)

Artigo completo:
http://astropt.org/blog/2013/08/13/vizinhanca-do-cone-2/

Crédito: Subaru Telescope (NAOJ) & DSS; Robert Gendler


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Não é uma notícia nova, nem polêmica nova, mas é interessante:

19/08/2013 - 02h00

Físicos veem novos indícios de que o Universo pode ser cíclico
SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Dizem que o Big Bang foi o princípio do Universo. Mas, segundo Roger Penrose, prestigiado físico da Universidade de Oxford, ele também foi o fim de um outro universo que existia antes deste. E, melhor, o britânico diz ter agora evidências concretas sobre esse ciclo cosmológico.

Trabalhando em parceria com o armênio Vahe Gurzadyan, da Universidade Estadual de Yerevan, ele há três anos analisa a série de dados do satélite WMAP. A sonda americana foi projetada para fazer um mapeamento universal da radiação cósmica de fundo -um "eco" do Big Bang gerado quando o Universo tinha menos de 400 mil anos de existência, detectado pelo satélite na forma de micro-ondas. Hoje, o cosmo tem 13,8 bilhões de anos.

Penrose e Gurzadyan vêm dizendo, desde 2010, que conseguiram detectar pequenas flutuações na radiação cósmica de fundo, na forma de círculos concêntricos.

Isso, segundo eles, seria resultado da colisão de buracos negros gigantes numa época que precedeu o Big Bang. Ou seja, seria implicação de que o Universo já existia, em outra forma, antes do período de expansão que conhecemos e observamos hoje.

Os cosmólogos constataram, com alguma surpresa, que os círculos apontados por Penrose e Gurzadyan estavam de fato lá, e haviam passado despercebidos até então. Entretanto, realizando simulações de como seria a radiação cósmica de fundo com base na cosmologia clássica -para a qual tudo começa no Big Bang-, constataram que os círculos também apareciam.

Ou seja, o fenômeno era real, mas a parte que dizia respeito a outro universo antes deste parecia ser apenas elucubração da dupla.

Penrose e Gurzadyan agora voltam à carga, com novas evidências. Em uma análise mais profunda dos círculos, publicada recentemente no "European Physical Journal Plus", eles concluem que o padrão observado se encaixa melhor na hipótese de um universo cíclico, com eventos que antecedem o Big Bang.

A dupla agora trabalha na análise de dados do satélite europeu Planck, que faz basicamente a mesma coisa realizada anos atrás pelo WMAP, mas com mais precisão. "Nosso trabalho está avançando", disse à Folha Gurzadian. "Contudo, pretendemos divulgar os resultados inicialmente para especialistas."

É PAU, É PEDRA

Os dois não se incomodam com a baixa receptividade da comunidade científica à ideia. "A hipótese da cosmologia cíclica é baseada numa geometria não convencional, então não é estranho as ideias precisem de mais tempo para serem mais bem acolhidas", diz Gurzadyan.

Ele e Penrose continuarão buscando confirmação da hipótese no estudo da radiação cósmica de fundo. Mais adiante, eles também esperam encontrar corroboração em fontes de mais difícil acesso, como a detecção de ondas gravitacionais emanadas do próprio Big Bang.

"Existe um certo consenso de que fases pré-Big Bang de fato deixariam marcas na radiação de ondas gravitacionais de fundo", confirma Odylio Aguiar, pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que lidera o projeto do detector de ondas gravitacionais Schenberg, instalado na USP.

Infelizmente, nem o Schenberg, nem seus equivalentes internacionais conseguiram até agora detectar qualquer onda gravitacional, muito menos as emanadas pelo Big Bang. Os grupos seguem em busca desse objetivo.

Enquanto essa nova fonte de dados não jorra, Gurzadyan aposta que uma reinterpretação de antigas evidências à luz da teoria da cosmologia cíclica possa dar novo significado a elas. Por ora, a despeito do prestígio que Penrose empresta à ideia, a maioria dos cosmólogos ainda se agarra à ideia de que tudo começou com o Big Bang.


http://www1.folha.uol.com.br/cienci...os-indicios-de-que-o-universo-e-ciclico.shtml
 
A Magnetar mais poderosa do Universo

Com o Telescópio Espacial XMM-Newton, da ESA, os astrónomos descobriram uma “estrela morta” (estrela de neutrões) que tem um dos mais fortes campos magnéticos de todo o Universo.

Uma estrela de neutrões é o núcleo morto de uma estrela que já foi massiva e que colapsou sobre si própria numa supernova. É um objecto bastante denso, com muito mais massa que o Sol num espaço muito pequeno (tamanho de uma cidade).
As estrelas de neutrões rodam sobre o seu próprio eixo, sendo denominadas de pulsares.
Quando os pulsares têm intensos campos magnéticos, são chamados de magnetares.

O objeto conhecido como SGR 0418+5729 (ou SGR 0418, para abreviar) parecia ter um campo magnético baixo, mas afinal, com as novas observações, percebeu-se que tem um dos campos magnéticos mais fortes em todo o Universo.

A magnetar SGR 0418 encontra-se na nossa galáxia, a cerca de 6.500 anos-luz de distância da Terra.

(...)

Leiam o artigo completo:
http://astropt.org/blog/2013/08/23/a-magnetar-mais-poderosa-do-universo/
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Saturno visto pela Cassini a 17 de Outubro de 2012, a uma distância aproximada de 800 mil quilómetros.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/SSI.



A NASA publicou hoje (19/12/2013) este magnífico retrato de Saturno, obtido pela sonda Cassini em Outubro passado, quando esta viajava na sombra do gigante. Composto por 60 imagens captadas através de filtros para o violeta, o vermelho e o infravermelho, o novo mosaico mostra todo o hemisfério nocturno do planeta e o seu complexo sistema de anéis, desde o anel D (o mais interior) até ao ténue anel E. Aninhadas no canto inferior esquerdo do retrato, logo abaixo dos anéis, encontram-se, ainda, duas das suas maiores luas: Encélado (no seio do anel E) e Tétis (um pouco mais abaixo).

Este novo mosaico assemelha-se a outro obtido pela Cassini em Setembro de 2006. Intitulado “Na sombra de Saturno”, esse primeiro mosaico tornou-se famoso por incluir uma invulgar aparição da Terra junto ao sistema principal de anéis.

http://astropt.org/blog/2012/12/19/saturno-em-contraluz/
Saturno_contra_luz_WAC_ISS_Cassini_171012.jpg
 
No último dia 10, a sonda Cassini, da Nasa, tirou uma foto espetacular, como se estivesse vendo Saturno de cima.

(...)

No mosaico acima, composto por 12 imagens capturadas com filtros verde, vermelho e azul (a fim de produzir a imagem colorida com cores aproximadas das que veríamos), a espaçonave da Nasa conseguiu obter um ângulo impossível da Terra, que permite ver o planeta completamente separado dos anéis. Daqui, eles sempre se sobrepõem àquele mundo gasoso.



http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2013/10/17/o-senhor-dos-aneis-visto-de-cima/
20131016_saturn_20131010_f840.jpg
 
HUBBLE LANÇA NOVA IMAGEM DO COMETA ISON – 17 DE OUTUBRO DE 2013



A prova fotográfica está aí. Os relatos sobre o falecimento do cometa ISON foram muito exagerados. Ao contrário de algumas previsões pessimistas, novos dados do Hubble mostram que o cometa ainda caminha à medida que ele caí em direção a Marte e fica cada vez mais perto do Sol.
Essa nova imagem, registrada pelo Hubble em 9 de Outubro de 2013, combina longas exposições feitas através dos filtros azul e vermelho. Por mais de 29 minutos, o Hubble ficou trocando os filtros à medida que rastreava o cometa ISON pelo céu.

O pouco de cor apresentado pelo ISON se deve às diferenças entre a coma do cometa e a sua cauda. A cauda, composta de partículas de poeira arrancadas do cometa pela pressão da luz do Sol, aparece mais avermelhada devido aos grãos de poeira refletirem a luz avermelhada. A coma, em contraste é mais azulada. Ela não possui muita poeira, apenas gás sublimando da superfície do cometa.

O núcleo do cometa, estimado em ter no mínimo 2 quilômetros de diâmetro, é pequeno mesmo aos olhos do Hubble. Um simples pixel nessa imagem se espalha por 55 km do cometa, fazendo com que o núcleo não seja resolvido nessa separação, no momento da foto o cometa estava a aproximadamente uma distância equivalente ao dobro da distância entre a Terra e o Sol. Ainda assim, estudos cuidadosos dessa imagem sugerem que o núcleo está praticamente intacto – a coma se espalha de maneira uniforme a partir de um único ponto, o que não veríamos se o ISON estivesse despedaçado.

De fato, a simetria da coma do ISON sugere que o toda a superfície do cometa de frente para o Sol está alimentando a coma – nenhum jato de gás foi visto nessa imagem. Sem os jatos para girá-lo, o ISON provavelmente não sofrerá muita rotação. Isso sugere um excitante futuro potencial: talvez exista um lado escuro do ISON, que nunca verá a luz do dia até que o cometa circule o Sol. Se esse material primitivo ainda existir, o ISON pode tornar-se mais ativo do que nós esperamos atualmente.

Um mistério ainda persiste. Como tem o ISON provocado previsões que vão desde “mais brilhante do que a Lua” até “totalmente desintegrado”? Simplificando, o ISON chegou cedo. Quando foi descoberto pela primeira vez, passando por Júpiter, o ISON estava realmente brilhante. Extrapolando esses dados da primeira observação fizeram com que o ISON parecesse ‘ficar ainda mais brilhante quando estivesse mais próximo – e quando isso não aconteceu, a cobertura da imprensa de maneira em geral oscilou chamando o cometa ISON de uma grande decepção.

De acordo com Mike A’Heran, da Universidade de Maryland, essa é a maldição desses cometas dinamicamente novos, incluindo o infame Kohoutek. Nos primeiros quatro bilhões de anos de suas vidas, o ISON nunca ficou sobre o hguarda-chuva protetor do vento solar. Sem essa proteção, a superfície do cometa foi bombardeada por raios cósmicos galácticos: partículas de alta energia expelidas de locais exóticos no universo como os anéis dos buracos negros. Essa superfície irradiada se torna frágil e volátil – um pouco de calor proveniente do Sol é necessário para sublimar uma grande quantidade de gás fazendo com que o brilho do ISONsurgisse cedo. Essa é apenas uma interpretação – Karen Meech da Universidade do Havaí, argumenta que uma explosão de monóxido de carbono explica melhor o brilho pré-maturo – mas as consequências ainda permanecem. O ISON tem sido julgado injustamente com base no próprio padrão que estabeleceram para ele.

Então na imagem acima nós podemos observar o cometa ISON de forma dicromática, ainda com uma peça só, na rota rumo ao Sol. Esperamos que ele sobreviva ao seu destino, calor e gravidade – pelo menos o suficiente para iluminar os céus antes do amanhecer em Dezembro de 2013. O que mais podemos pedir a ele?

Acompanhe abaixo o vídeo com os especialistas da NASA, de sites e de blogs, discutindo tudo sobre o cometa ISON e as últimas imagens lançadas pelo Hubble.





Fonte:

http://hubblesite.org/hubble_discov...hubble-image-of-comet-ison-behind-the-release
hs-2013-42-a-xlarge_web.jpg
 
Mesclado com o tópico Astronomia ...
 
03/11/2013 - 01h45
A elusiva matéria escura

No início da década de 1930, o astrônomo Fritz Zwicky, educado na Suíça e radicado nos EUA, observou o movimento das galáxias no aglomerado de Coma, situado a 321 milhões de anos-luz daqui. Um aglomerado é uma coleção de muitas galáxias, mantidas num volume relativamente pequeno devido à força da gravidade. O de Coma tem mais de 1000 galáxias identificadas.

Para sua surpresa, Zwicky descobriu que as galáxias moviam-se com velocidades bem superiores ao esperado. O "esperado" seria que os movimentos fossem devidos à massa das outras galáxias no aglomerado, ou seja, à massa visível, que produz luz. Usando sua tremenda intuição, Zwicky propôs que havia muito mais massa no aglomerado do que a visível por telescópios, chamando essa massa invisível de "dunkle materie", matéria escura. Desde então, astrônomos e físicos vêm tentando descobrir que matéria é essa.

Nas três últimas décadas, ficou claro que não só aglomerados de galáxias mas cada uma delas também têm, na sua maioria, um véu de matéria escura. Isto é confirmado de dois modos: como galáxias giram, astrônomos medem as velocidades de rotação de estrelas do centro até a extremidade da galáxia.

Se apenas matéria visível fosse responsável pela gravidade da galáxia, a lei de Newton prevê que a velocidade das estrelas diminui em direção à extremidade da galáxia. Não é o que é observado: vê-se que as velocidades permanecem constantes, como se mais massa envolve-se a galáxia como um casulo.

Outro modo de detecção da matéria escura usa um efeito da teoria da relatividade geral de Einstein, que diz que a presença de massa deforma a geometria do espaço. Nesse caso, tal como a luz que passa por uma lente tem sua trajetória modificada, a luz de uma fonte distante que passa perto duma galáxia também é desviada pela curvatura do espaço. Esse efeito, conhecido como "lente gravitacional", foi previsto por Einstein e observado de forma espetacular.

Juntando essas observações com medidas da expansão do universo, astrônomos e físicos chegaram a um resultado surpreendente: cerca de 25% da matéria no universo é constituída de matéria escura. O estranho disso tudo fica claro quando juntamos essas observações cosmológicas com a física das partículas elementares, que estuda as propriedades dos menores blocos de matéria, como elétrons e quarks: a matéria escura deve ser feita de partículas que não têm nada a ver com as que nós conhecemos. Ou seja, é um tipo novo de matéria, de composição inteiramente desconhecida.

Como viajamos pelo espaço repleto de matéria escura, volta e meia uma das partículas choca-se com a Terra (e com você). Nas últimas duas décadas, vários detectores foram construídos para catar uma dessas partículas de matéria escura.

Na semana passada, o mais sensível até aqui, o experimento LUX (do inglês Large Underground Xenon dark matter experiment - Grande experimento subterrâneo de detecção de matéria escura usando xenônio) publicou os resultados dos primeiros três meses de funcionamento: nada foi achado, o mesmo com todos os outros experimentos que buscam por matéria escura.

Mesmo que a caçada continue, é inevitável questionar se não estamos seguindo a pista errada; talvez a explicação seja outra? Modificações da gravidade foram propostas mas sem grande motivação. Por ora, o universo continua envolto em mistério.


Marcelo Gleiser é professor de física e astronomia do Dartmouth College, em Hanover (EUA). É vencedor de dois prêmios Jabuti e autor, mais recentemente, de "Criação Imperfeita". Escreve aos domingos na versão impressa de "Ciência".

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2013/11/1365503-a-elusiva-materia-escura.shtml
 
Sonda Cassini da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) fez a primeira imagem em cor natural que aparece Saturno com suas luas (7) e anéis, além da Terra, Vênus e Marte no fundo. A equipe da Nasa juntou 141 imagens em grande angular para criar o panorama que mostra como o sistema seria visto pelo olho humano. A imagem, que abrange 651.591 quilômetros, mostra Saturno, seu sistema de anéis internos até o anel E (em azul), o segundo mais distante do planeta. Para entender o tamanho da imagem, a distância entre a Terra e a Lua caberia perfeitamente dentro do anel E.

http://download.uol.com.br/noticias/ciencia/pia17172.jpg

http://noticias.uol.com.br/ciencia/...noticias-sobre-o-espaco-2013.htm?abrefoto=282
 
Um vídeo educativo sobre a colisão de galáxias, terminando com o que vai acontecer dentro de 2 mil milhões de anos: a colisão da Via Láctea com Andrómeda.



(para colocarem legendas, cliquem em CC)

http://astropt.org/blog/2011/08/10/milkomeda/


Pena que não tem legendas em português, mas acho que quem se esforçar vai entender algo das legendas em inglês, mesmo sem saber muito da língua. E o vídeo é muito bem feito.
 
Folha de São Paulo - 02/02/2014

MARCELO GLEISER

Buracos negros em crise?

Stephen Hawking quer salvar a relatividade e a física quântica decretando o fim dos buracos negros

Buracos negros são objetos extremamente estranhos. Imagine uma região do espaço de onde nada pode escapar, nem a luz. Essa é a ideia por trás dos buracos negros, uma consequência da teoria da relatividade geral de Einstein, que diz que a força da gravidade pode ser interpretada como sendo devida à curvatura do espaço em torno de uma massa: quanto maior a massa, mais curvo o espaço e mais intenso o puxão gravitacional.

Einstein nunca foi fã dos buracos negros. E com boa razão. Normalmente, buracos negros são restos de estrelas que gastaram o seu combustível e sucumbem à atração gravitacional de sua própria massa: feito um balão que implode, vão ficando cada vez menores e mais densas, encurvando o espaço cada vez mais à sua volta, até que, no centro de tudo, a gravidade fica infinitamente forte: essa é a singularidade, o ponto onde a teoria de Einstein deixa de funcionar. Einstein e outros achavam que algo deveria ocorrer antes de se chegar na singularidade.

Buracos negros são cercados pelo "horizonte de eventos", que delimita seu poder atrativo: algo que passa de lá não escapa mais. Por outro lado, se alguém cai num buraco negro, não percebe nada ao passar pelo horizonte de eventos, fora a força cada vez maior em direção ao centro. Isso é consequência do chamado princípio de equivalência, de Einstein. Existe, portanto, uma assimetria no buraco negro: caindo, não percebemos o horizonte de eventos, mas, se tentarmos sair de dentro dele, não conseguimos.

Ao menos, essa é a teoria aceita hoje. As coisas complicam quando incluímos a física quântica na descrição dos buracos negros. Stephen Hawking mostrou que a física quântica implica que buracos negros evaporam aos poucos, expelindo parte da matéria de seu interior. Imediatamente, surgem duas questões: se a matéria que cai dentro é organizada (por exemplo, um livro, um sapo), mas escapa apenas como radiação, o que acontece com toda a informação? É perdida? Se for, isso viola a física quântica. E se o buraco negro evaporar totalmente? Ficamos com a singularidade exposta, um ponto absurdo, sem sentido?

A crise põe os dois pilares da física moderna --a física quântica e a relatividade-- em pé de guerra. Em 2012, John Polchinski, da Universidade da Califórnia, sugeriu uma solução que piorou as coisas: talvez o horizonte de eventos seja uma espécie de muralha de fogo, devido a todas as partículas que evaporam do buraco negro e perdem contato com suas irmãs no interior. Se a muralha existir, violaria o princípio de equivalência, pois quem passasse por ela saberia onde está o horizonte de eventos. Nesse caso, Einstein estaria errado. A alternativa seria aceitar que informação é perdida quando cai no buraco negro, violando as leis da física quântica.

Para complicar, na semana passada Hawking sugeriu uma solução ainda mais dramática: talvez o horizonte de eventos não exista e seja só um "horizonte aparente". Hawking quer salvar a relatividade e a física quântica abolindo os buracos negros! Por ora, sabemos apenas que a controvérsia seguirá por um bom tempo. Afinal, em jogo estão as duas teorias mais preciosas da física. Será que uma terá que ceder?

MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor de "Criação Imperfeita". Facebook: goo.gl/93dHI


Mais em: http://astropt.org/blog/2014/01/30/...que-buracos-negros-nao-existem-nao-nao-disse/
 
Última edição:
De acordo com o tempo internacional, um eclipse lunar irá ocorrer em 15 de abril de 2014, que será visível em algumas partes do mundo. A seguir mostra as cidades em Brasília a partir do qual o eclipse poderia ser visível (note que o seguinte é uma pequena lista de algumas das principais cidades, o eclipse pode ser visível a partir de outras cidades não listados aqui). A data e hora local das fases do evento são mostrada abaixo.

Link: http://www.vercalendario.info/pt/lua/brasil-15-abril-2014.html
 
Não é bem uma notícia sobre o universo, mas sim uma notícia de como as pessoas pensam de formas diferentes o universo, hoje em dia.


http://teoriadetudo.blogfolha.uol.com.br/2014/04/08/de-volta-ao-geocentrismo/

De volta ao geocentrismo
POR RAFAEL GARCIA
08/04/14 15:18



EM ALGUM MOMENTO da existência da editoria de Ciência desta Folha, por volta da virada do século, recebemos a interessante carta de um leitor que, em mensagem escrita de próprio punho, apresentava uma teoria com potencial para abalar toda a ciência. Na carta de português empolado, o missivista declarava ter descoberto que… Galileu Galilei estava errado e, na verdade, é o Sol que gira em torno da Terra, e não o contrário.

O texto da carta era tão incrível que o editor que ocupava o cargo na época o afixou na parede. Lamentavelmente, durante uma reforma na redação do jornal, a parede foi derrubada, e essa relíquia se perdeu. Hoje, quando conto essa história para colegas, eles olham para mim com aquela cara de “ah, tá bom, então”, de quem acha que eu estou inventando coisa.

Felizmente (ou infelizmente), para provar que ainda existe gente adulta que não entende a organização básica do Sistema Solar, acaba de ser anunciada nos EUA a estréia de “The Principle”, um documentário defendendo a ideia do geocentrismo.

O filme é uma piada involuntária, claro, mas não duvido que conquiste alguns incautos, dada a quantidade de gente que acredita em qualquer coisa. Não poderia faltar no filme claro, uma dose de teoria conspiratória: “a Nasa está tirando do ar páginas de sites com pistas e evidências para o geocentrismo”, diz o trailer (veja vídeo acima).

Essa peça de apresentação meio confusa, porém, mostra o documentário menos como um filme sobre o Sol estar girando em torno da Terra do que sobre o chamado “princípio antrópico” (daí o título). Esse é o nome dado à ideia geral de que o Universo foi criado com a intenção de produzir humanos conscientes.

Princípio antrópico e geocentrismo, claro, são coisas diferentes. É a diferença entre debater uma ideia pseudo-científica mal fundamentada e debater uma ideia tão absurda que não faz sentido para mais ninguém desde 1632.

Mas, há motivo para suspeitar que o filme, produzido pelo teólogo Robert Sungenis, esteja sim, contestando o beabá da astronomia. Além de o palavrão “geocentrismo” ser mencionado abertamente no trailer, Sungenis é um apóstolo de longa data do geocentrismo ptolomaico, que defende em seu blog. E também é campeão de outras ideias que, por educação, eu chamaria apenas de imbecis. Entre as tese que dfende está a de que o Holocausto foi uma mentira.

O maior absurdo cometido pelo filme, porém, não é o de disseminar um conceito completamente errado com motivações religiosas torpes. O que realmente surpreende é ele ter usado para isso entrevistas de cientistas sérios como Michio Kaku, Max Tegmark, Lawrence Krauss e George Ellis.

A julgar pelo que Krauss descreve em seu blog, as declarações dos cientistas foram incluídas no filme sem que os entrevistados soubessem qual era a tese defendida pelo produtor. No trailer, o resultado é um mosaico de citações fora de contexto (Kaku diz, por exemplo, que a cosmologia está em crise), fazendo parecer que cientistas notáveis endossam o que Sungenis tem a dizer.

Por fim, eu queria terminar esse post recomendando aos leitores que não assistam o filme, mas confesso que agora eu mesmo estou curioso para vê-lo. Deve ser um notável exemplo de quão longe vai a estupidez humana.
 
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