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Mistérios inexplicáveis versus mistérios não explicados

Ecuador

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22/12/2007
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Mistérios inexplicáveis versus mistérios não explicados


Autor: Homero Ottoni


Quase todo debate resulta em algo produtivo ou relevante, mesmo quando as partes acabam sem concordar uma com a outra. O fato de debaterem, exporem suas visões, pode ser suficiente para produzir um efeito positivo em ambos os lados e melhorar, pelo menos, a compreensão que um tem do outro.

Quase. Existem, entretanto, tipos de debate que não levam a lugar algum, não resultam em nada positivo, e às vezes contribuem para piorar as coisas. Por exemplo, debates circulares, baseados em argumentos circulares, raramente ajudam ou esclarecem algo.

Outro problema comum em debates é quando se iniciam com um dos lados, ou ambos, com idéias preconcebidas, falsas, sobre a posição do outro.

Este problema, idéias preconcebidas, e quase sempre falsas, parece ser recorrente no debate entre céticos, cientistas, ateus, e religiosos e mesmo filósofos. E algumas delas surgem em praticamente todo início de debate entre essas visões de mundo. Para que o debate que se segue seja produtivo, é preciso quase sempre esclarecer esses pontos, desfazer a confusão, apresentar as bases que sustentam a posição cética ou científica em termos de convicção, conclusão e argumentação válida, antes mesmo de discutir qualquer questão ou posicionamento.

Por exemplo, uma frase recorrente, que eu já ouvi/li dezenas de vezes é “a ciência pensa que sabe tudo, que tem todas as respostas, que arrogância”!.

Mas como, pensa o lado de cá (cientistas em especial), alguém poderia pensar isso, de uma área de atuação humana que se dedica, “full time”, a enfrentar o desconhecido, o que não sabemos, a lacunas do conhecimento, o misterioso? O que poderia levar uma parcela significativa das pessoas a se enganar de forma tão espantosa sobre o que é a ciência, e qual sua posição real sobre o desconhecido? De onde tiram a falsa impressão que a ciência alega “saber tudo”?

A ciência pensa que sabe tudo?

Um dos motivos, uma origem desse engano, que convenientemente é reforçado sempre que possível, por textos e livros religiosos e de “adversários” da ciência (e até de “filósofos”), pode ser a dificuldade em compreender como a ciência sabe o que sabe, e a defasagem entre a ciência avançada e o conhecimento médio da população.

Quando começamos uma conversa com quem “crê” em algo, em geral este propõe algumas “coisas inexplicáveis”, ou relatos anedóticos, que parecem comprovar ou confirmar essas crenças. Minha prima usou homeopatia e se curou, como você pode não acreditar em homeopatia? Um amigo meu orou e arrumou um emprego na mesma semana, como você explica isso? Conheço um cara que foi no templo e sua rinite crônica acabou, como explica isso?

Conforme a conversa avança, o lado “da ciência” passa a apresentar as explicações, dados, estudos, elementos de convicção, que refutam essa aparente comprovação. Aspectos da psicologia, quando se explica que relatos anedóticos não servem de evidência, questões materiais sobre evidências físicas que são desconhecidas do leigo, estudos que demonstram o erro de alegações da crença, etc, etc.

Nada que não esteja disponível em livros e textos sobre ciência, mas que não são de acesso fácil ou simples para o leigo.

Algum tempo de debate, e chegamos à famigerada alegação: então acha que a ciência já sabe “tudo”, que arrogância!

Não, a ciência não sabe tudo, mas neste ponto de nossa história ela sabe tanta coisa, que o leigo ou cidadão comum não sabe, que é essa a sensação que passa, todas as “dúvidas” que ele tem, que pensa ter, já foram realmente respondidas. As que ainda existem, o muito de desconhecido que ainda há para investigar, é tão mais complexo, que o leigo ou cidadão comum nem mesmo sabe que são desconhecidos.

Eventualmente mesmo o cidadão comum, leigo, chega lá, até essas questões distantes e complexas, ainda misteriosas. A física quântica, o que houve antes do Big Bang, qual a origem da vida, etc.
Mas antes de analisar essas questões, existem alguns aspectos que precisam ser explicados, para que leigos possam entender o porquê da posição cética, científica, sobre estas questões, e sobre mistérios.


O que é um mistério?

Mistério, do grego, mystérion, coisa secreta, desconhecida, que não se sabe. Qualquer coisa que não sabemos pode ser classificada como um mistério. Mas há mistérios e mistérios, e nem sempre algo que não sabemos, um mistério, contém algo surpreendente, fantástico, sobrenatural, uma coisa “secreta”, um segredo. Muitas vezes apenas não há possibilidade de se descobrir o que houve realmente, ou a resposta verdadeira, por falta de elementos simples, comuns como acesso, ou devido à passagem do tempo.

Por exemplo, podemos chamar de “mistério” as últimas palavras de Tutancamon ao morrer. Ou qual a localização exata do túmulo de Agamenon. Ou o que houve realmente 2000 anos atrás, na Palestina.

Mas esses mistérios não escondem algo sobrenatural, fantástico, espantoso, apenas eventos comuns, que a distância histórica no tempo, e a falta de dados, impossibilita desvendar.
Não saber a explicação para algo, não significa que exista algo misterioso (no sentido de sobrenatural ou espantoso) escondido, ou que qualquer explicação sirva. Explicações, do ponto de vista do ceticismo, da ciência, do pensamento racional, exigem evidências para serem aceita como confiáveis ou válidas.


Ao perceber, em um debate, que o “lado da ciência” tem explicações, baseadas em evidências, para muitos dos “mistérios” que, para o leigo, ainda seriam misteriosos, a idéia de que a ciência “pensa saber tudo que há para saber” pode parecer real, válida. Como essa “acusação” recorrente é sempre martelada na cabeça do cidadão comum, em especial pelas religiões (e às vezes até pela filosofia), a reação é esperada, e a sensação de “arrogância” da ciência, parece justificada.

Inexplicado ou inexplicável

Existem coisas que não podem ser explicadas, ou apenas que não foram, ainda, explicadas? Algo, um mistério, é inexplicável, ou apenas inexplicado? E como saber?
Em matemática nós descobrimos a resposta, graças ao Teorema da Incompletudede Godel: há coisas que não podem ser explicadas, decididas. Que nunca poderemos dizer se são verdadeiras ou falsas. Inexplicáveis.


Mas e na física, nas questões materiais sobre o universo? Os que procuram a “teoria de tudo” em geral pensam que só existem coisas ainda não explicadas. Os que duvidam que seja possível encontrar a “teoria de tudo” em geral pensam que existem coisas inexplicáveis.

Entretanto, novamente, mesmo que coisas realmente inexplicáveis existam, isso não justifica a adoção de uma explicação qualquer, para conforto pessoal, ou qualquer outro motivo. Algo inexplicável é, por definição, inexplicável, e qualquer explicação adotada violaria essa definição (e a idéia de inexplicável). Um milagre inexplicável será apenas inexplicável, e não a ação de deus, demônio, Alah, Zeus, ETs telepatas, seres intradimensionais, etc, etc.

Podemos jamais saber quem realmente matou as moças atacadas por Jack, o estripador. É um mistério. Mas não um mistério misterioso, apenas um assassino que foi esperto o suficiente, ou teve sorte o suficiente, para não ser pego (ou, sendo pego, teve dinheiro ou prestígio bastante para não ser levado a julgamento).

Mas esse é o tipo de “mistério” que dá margem a dezenas de “teorias” (no sentido amplo e não científico do termo teoria), palpites, histórias, conspirações. E é exatamente o tipo de explicações que não serão aceitas, pelo menos pelos céticos e historiadores mais honestos, por falta de evidências sólidas, confiáveis.

Um mistério, mas não um “mistério”.

Mente fechada

A partir dessa posição, sobre a existência de coisas inexplicáveis, outra afirmação muito comum é sobre a “mente fechada” de céticos e cientistas, que “não admitem o inexplicável”. O que, como na alegação anterior, não é verdade.

Eu, por exemplo, não vejo nenhum problema com o inexplicável. Na verdade, quem parece ter problemas com o inexplicável em geral é quem acusa cientistas e céticos de terem a mente fechada, e que parecem precisar muito de uma explicação, qualquer explicação. abulevoador.com.br_wp_includes_images_smilies_icon_smile.gif

Vou usar um exemplo concreto, com que já me deparei muitas e muitas vezes. O diálogo que se segue é quase “literal”, e recorrente:
- Então, você não acredita em OVNIS?!?!
- Na verdade, eu acredito, ou melhor, concluo que existem evidências de OVNIS.
-Ah, que ótimo! Vejo que tem a mente aberta, que entende que os seres de Alpha Centauri, que vem nessas naves interestelares, querem nos ajudar contra…
- Desculpe, mas não acredito em naves espaciais de Alpha Centauri, não vejo evidências que existam e visitem nosso planeta…
-Como assim?! E os relatos, e as abduções?!?! Talvez esteja se confundindo com aquelas “bobagens” de gryas cinzas que querem nos colocar chips e…
-Não acredito em relatos anedóticos, nem vejo evidências de abduções, nem de grays ou greens, sinto muito…
-O que?!?!?!?! Mas o Comandante Ashtar Sheran disse que é verdade, acha que ele está mentindo???
- Sinto, mas não vejo evidências de que Ashtar Sheran seja mais que uma lenda urbana ou ilusão cognitiva e…
- Mas que absurdo, então porque disse que acreditava em OVNIS!?!?! Você mentiu para mim!!

É um esforço, nem sempre com bons resultados, explicar que OVNIS, Objetos Voadores NÃO Identificados, precisam ser, bem, NÃO identificados. Se há uma identificação, por exemplo, são naves interestelares de Alpha Centauri, não são mais OVNIS.

E explicar que embora eu admita, conclua pela existência, de objetos ou luzes no céu, que não têm, no momento, explicação embasada em dados, concreta, material, natural, isso NÃO autoriza a adoção de qualquer outra explicação de nosso gosto (ou por qualquer motivo).

Uma luz no céu, não explicada cientificamente, pode ser até motivo para mais investigação, mas nunca para uma alegação igualmente sem evidências. Se aceitarmos uma explicação sem evidências, precisamos aceitar todas as explicações sem evidência para o mesmo fenômeno, ou explicar por que não o fazemos.

Assim, luzes que voam no céu e não podem ser explicadas por eventos naturais (ainda não abulevoador.com.br_wp_includes_images_smilies_icon_smile.gif ), podem ser naves inter-estelares, ou dispositivos de vigilância de seres intraterrenos (habitantes da Terra Oca), ou reflexos de luz de anjos do Senhor, ou ilusões causadas por demônios de Satã, ou fendas interdimensionais por onde escapam energias livres, etc, etc, etc, tudo o que nossa, imaginativa, mente humana pode criar como explicações. Escolher apenas uma delas, sem nenhuma evidência concreta, não é razoável.

Dessa forma, é preciso entender que aceitar a existência de coisas inexplicáveis ou inexplicadas não significa aceitar qualquer explicação disponível. Na verdade, não é algo lógico, racional, confiável, aceitar uma explicação, qualquer que seja, se esta não apresentar evidências.
Assim, não é devido a ter a “mente fechada” que se recusam as explicações de quem crê para os eventos inexplicáveis, mas pela falta de evidências que sustentem essas explicações.


Fantasmas no pântano

Levamos muito tempo, e foi preciso muito esforço intelectual para aprendermos isso, para entendermos que conhecimento confiável (sobre o universo físico, material, concreto) só pode ser produzido dessa forma. É mais seguro deixar de reconhecer algo real, mas sem evidências, que reconhecer algo cedo demais, que se mostrará falso.

Foi um aprendizado difícil, mas abandonar o “deus-vulcão” foi extremamente importante. E substituí-lo pelo “deus-das-lacunas” não é razoável, ou seguro.

No passado, era um padrão aceitar as explicações disponíveis, para qualquer fenômeno ou evento, bastava que fosse dito por autoridade, ou que fosse uma experiência pessoal. E isso dava bons resultados para boa parte de nossas necessidades, para eventos comuns, cotidianos, de sobrevivência, de relacionamento social, etc.

Mas para eventos mais complexos, fenômenos cuja natureza não era tão evidente, ou facilmente identificável, isso costumava falhar, de forma constante. Se analisarmos as alegações de nossos antepassados, para muitos dos fenômenos que explicamos hoje facilmente, pode parecer que eram tolos, ou estúpidos, que só criavam explicações absurdas.

Nada mais enganoso. Nossos antepassados eram seres humanos, com um poderoso cérebro humano a guiar suas ações e escolhas, e muitos eram tão ou mais inteligentes que alguns dos seres humanos atuais (eu queria escrever que a maioria dos seres humanos atuais, mas ando meio desapontado com meus contemporâneos abulevoador.com.br_wp_includes_images_smilies_icon_smile.gif ). Se criavam explicações absurdas, era apenas por falta de elementos de convicção suficientes, e ferramentas de investigação, que permitissem produzir esses elementos de forma confiável.

Aristóteles, uma das maiores mentes que já surgiu em nossa espécie, escreveu coisas incorretas, absurdas, totalmente sem relação com a realidade. Não por ser estúpido, mas por falta de elementos, dados, que o ajudassem a responder certas questões. Ele dizia, por exemplo, que o cérebro servia apenas para refrigerar o calor corporal.

Isso de forma alguma desmerece a capacidade intelectual de Aristóteles. Poderíamos leva-lo a um simpósio de filosofia, sem nenhum problema, e ele seria um dos principais debatedores. Ele poderia dar aulas em classes sobre ética, e caminhar com desenvoltura em debates sobre política, e mesmo teologia, e dar grandes contribuições em todas essas áreas. Mas ficaria perdido em aulas de ciência, mesmo em escolas de primeiro grau. Qualquer aluno de segundo grau deixaria o gênio Aristóteles boquiaberto, se falasse sobre o que sabe (em geral, pouco, infelizmente) sobre biologia, física, química, astronomia, qualquer área científica da atualidade.

Poderia, por exemplo, explicar a Aristóteles que o Sol é apenas uma estrela, ao redor da qual a Terra órbita, e que todas as outras estrelas são como nosso Sol, gigantescas, ou explicar a Tabela Periódica, os mais de 100 elementos (e não apenas quatro), e cada um desses novos conhecimentos espantaria e maravilharia Aristóteles.

Se nos colocarmos, entretanto, na posição de nossos antepassados, antes do método e das ferramentas da ciência, podemos ver que as respostas eram o que seria possível encontrar na época. E nem é preciso o impacto de uma montanha que explode, que parece ter “mudanças de humor”, e que parece castigar os homens, para imaginarmos alguma “intenção” nesses fenômenos, o deus-vulcão, mas até eventos mais comuns, que hoje são apenas interessantes curiosidades, podiam ser espantosos nesses tempos antigos, e gerar “explicações” espantosas, mas incorretas.

Imagine que vive em um tempo remoto e que precisa atravessar um pântano (ou cemitério) à noite. Ruídos, sons estranhos, a luz da Lua criando sombras e luzes no chão do pântano, entre as árvores, pios, etc.

Nesse ambiente já assustador, em épocas em que o risco era real, e grande, mesmo durante o dia, você caminha, com cuidado. De repente, uma luz, um clarão, uma imagem translúcida, iluminada, sem forma definida, que se move tremeluzindo. Aquilo parece “bailar” na sua frente, e quando, apavorado, você corre tentando fugir, a “coisa” corre atrás de você, mudando, dançando, e você parece ver rostos, mãos, “garras”, tudo ao mesmo tempo.

E de repente tudo acaba, a “coisa” desaparece, desmaterializa em pleno ar, enquanto você corre cada vez mais, quase a ter um ataque cardíaco.

Alguém aqui foi capaz de ler esse relato sem pensar na palavra “fantasma”? Nem eu. Nem ninguém, eu acho.

Mas esse “espantoso” fenômeno, que deve ter sido a origem de lendas sobre espíritos, almas, seres elementais da floresta, fadas e dríades, etc, em diversas épocas e culturas, é apenas algo natural, hoje bem conhecido, o fogo fátuo. Emanações de gases inflamáveis de forma espontânea, resultante da decomposição de materiais orgânicos.

É muito menos impactante, e menos interessante, e se encontrar alguém que passou pela experiência de ser “perseguido” por um espírito de luz em um pântano escuro, e explicar o que realmente ocorreu, provavelmente vai decepcionar a pessoa. Talvez ela se recuse a aceitar a explicação para este mistério, que de alguma forma, mesmo a partir de emoções como medo e pavor, tornavam a vida dela mais interessante, mais importante.

Certo e errado

“Então o que você está dizendo é que é ‘errado’ acreditar em algo apenas por fé, sem evidências, e ‘certo’ acreditar a partir de evidências?”

Não, não estou. Não há nada de “errado” em crer por fé, ou crer em algo sem evidências. Se alguém diz “deus foi lá em casa e me disse que existe vida após a morte e eu acredito”, não há o que discutir, nem se pode dizer que está “errado”. Se alguém diz que “sinto em meu coração que é assim”, também não está “errado”. Nem “certo”.

O que estou defendendo é que, em termos de crenças (conclusões) sobre este universo material, em termos de ter uma resposta mais próxima possível da realidade, é mais CONFIÁVEL esperar por evidências antes de concluir.

Alguém que diz que recebeu deus em casa, e que acredita nele por isso, não está “errado”. Mas se alegar que tem evidências, motivos, para essa crença, estará. Ou precisará demonstrar e sustentar essas evidências.

Estou dizendo que a forma mais confiável, segura, de produzir conhecimento que possa ser apresentado à outra pessoa, demonstrado de forma válida, ou que possa estar mais próximo da realidade deste universo, é a que usa a ferramenta do método científico, da razão, da lógica. Que a fé, a crença sem evidências, pode servir para a pessoa que a tem, mas não para outros.

Que em um debate entre ceticismo, ciência, e religião ou filosofia, a crença ou fé só pode ser apresentada, como argumento ou elemento de convicção, se não for apenas fé, mas se tiver evidências que sustentem a alegação. Evidências materiais. Sem isso, por mais que a parte que crê “saiba” que é verdade, não vai conseguir convencer a parte cética, e a ciência, mas não por esta “achar que já sabe tudo”, nem por terem “a mente fechada”, ou por pensarem que “tudo pode ser explicado”, ou qualquer coisa desse gênero.

Mas sim porque, como escolha racional, lógica, baseada na eficácia das ferramentas intelectuais disponíveis a nossa espécie para validar conhecimento, na confiabilidade que se pode mensurar em relação ao conhecimento assim produzido, adotamos, a partir das regras acima detalhadas, este padrão para conclusão: sem evidências, sem crença.

Ou resumindo, mente aberta, mas não tanto que o cérebro caia para fora :) .

http://bulevoador.com.br/2012/06/35705/

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Última edição:
Texto previsível, em momentos ofensivo, pelo menos pra quem ainda cultiva ideias fora do aquário ateísta/cético/científico, me lembro em tenra idade minhas experiências no terreiro de umbanda da minha tia avó, lembro muito bem com meus 4 anos coisas que são completamente ignoradas pela ciência, lembro do avatar pagão que apareceu pra mim me mostrando um poder mental terrível e me deixando completamente atônito com seu controle mental.

Lembro das minhas experiências com ovnis, lembro das minhas experiências com seu Zé Pilintra e Tranca Rua, as imagens mentais agradáveis dos meus poucos desdobramentos, isso tudo vem a minha mente em contraste a todo o lixo teórico desse texto exposto acima, o mais interessante disso é que as pessoas separam de maneira quase que natural, ciência de política.

De onde vem o ceticismo ? dos filósofos iluministas do século XVII, a ciência podemos começar a ver esta senhorita de 2,5 secúlos aparecendo fortemente com o passo inicial da criação de uma metodologia investigativa com Frances Bacon que era Bruxo... diga-se de passagem, Paradigma Newtoniano, vejamos bem, Newton era Rosa Cruz...

Resumindo vários dos pensadores que desenvolveram o método cientifico eram misticos, ocultistas e até mesmo religiosos, isso nenhum desses textos chatos de pseudo-ateus e pseudo-céticos revelam, muito pelo contrário kkkk, porque será em !?

Muito longe de defender a religião ou seitas, eu quero levar a coisa a um outro patamar, e trazer informações, a primeira delas é a Ciência é uma invenção, Europeia, Imperialista, Racista, Pseudo-Racional, até nos dias atuais se algum desenvolvimento teórico é feito fora do eixo Europa, America do Norte, é considerado lixo, isso vem diminuindo com o advento da tecnologia, já que controle estratégico de conhecimento nuclear, espacial, militar é de suma importância.

Levando essa porcaria chamada ciência a sério, todos os psiquiatras, psicólogos, chamariam pessoas praticante de cultos Afro-descendentes de Oligofrênicos, pois a razão-branca-europeia-asséptica defende o estado de vigilancia como o ideal e saudável, renegando qualquer alterador de consciência como algo que posso gerar experiências saudáveis e dignificantes ao ser humano.

Sendo a ciência, a voz da razão a “única” detentora das chaves dos mistérios, ela renega todo o conhecimento aborígine de todo e qualquer continente, bem... até perceberem que estes aborígines conhecem muito bem os efeitos medicinais de plantas, a par disso, patenteiam tudo e comercialização informação não-branca, não-europeia, não-racional, não-científica, como produto para ser vendido a vontade nas prateleiras.

Senso a ciência, a razão das razões, todas as experiência místicas são renegadas e rejeitadas por ser coisa de loucos desenfreados, mas a própria teoria da relatividade é fruto do sonho de Einstein, falando em Einstein, alguém aqui se deu o trabalho de ler sobre o projeto manhatan onde esse dito nobre cientista em sua mais nobre vontade de ajudar a humanidade encabeçou um projeto que produziu as bombas nucleares que matou milhões de pessoas no Japão, interessante é perceber que esse lado podre de Einstein não vem a tona, o mesmo escreve um texto dizendo que as mãos que escreveram a carta para o presidente da época deveriam queimar, tirando o seu da reta de ter levado uma empresa nuclear a frente.

Vamos falar da filosofia tão abordada nesse texto acima, me digam, quantos são os pensadores negros, asiáticos, aborígines não europeus ou europeizados que circulam pelo hall da fama filosofia, quantas mulheres em milênios de filosofia são lidas e estudadas de forma ampla pela academia, isso não é dito porque ? será que preto, mulher, africano, latino- americano e toda a periferia do mundo cientifíco-europeu-branco-masculino-pseudo-racional é incapaz !? não produz filosofia !?

O que falar do saque feito por vários filósofos ao pensamento budista, hindu, mulçumano sem dar os devidos créditos, porque Avicena um exímio filosofo, com uma produção que fecha as lacunas de Aristóteles influência direta de pensadores modernos europeus, não é traduzido de forma ampla para o universo acadêmico.

A ciência maravilhosa, dizia a menos de 30 anos que homossexualidade era doença e gay precisava ser internado, Lou Reed tomou eletrochoque na cabeça por ser homossexual assumida lá pela década de 50-60, essa é a ciência que agente tem que divulgar, essa é a razão que eu quero ver.

Ficar pelando o saco de ciência e metodologia é fácil, ser ateu hoje em dia é ridículo, basta ler revistas especializadas, ver vídeos de stphew hawkin sobre física, e ler livrinhos de auta-ajuda ateu como os escritos por richard dawkin, ateu pra mim são os comunaris da comuna de parís que atiravam contra os padres em pilotão de fuzilamento, que queimavam as igrejas e as bíblias.

Ateísmo hoje é ser um reacionário descrente com ar de superioridade, a favor de todas as comodidade alienantes do capitalismo como Ipods e todo esse lixo tecnológico, defender a livre inciativa do mercado, o progresso tecnológico e científico que só interessa ao progresso do capitalismo irracional, o ateísmo originário era ligada as grandes correntes de pensamento esquerdista.

Dizer que Bill Gates é ateu, um dos ícones do capitalismo é demonstrar o quanto o ateísmo se despolitizou e virou uma mania de fim de semana de nerds revoltados com sua gordura extra e flatulência, enfim que siga o debate.
 
Senso a ciência, a razão das razões, todas as experiência místicas são renegadas e rejeitadas por ser coisa de loucos desenfreados


Para escrever isso, acho que você não leu o texto.

Ignorou completamente trechos como:

Não, a ciência não sabe tudo, mas neste ponto de nossa história ela sabe tanta coisa, que o leigo ou cidadão comum não sabe, que é essa a sensação que passa, todas as “dúvidas” que ele tem, que pensa ter, já foram realmente respondidas.

Ou

Ao perceber, em um debate, que o “lado da ciência” tem explicações, baseadas em evidências, para muitos dos “mistérios” que, para o leigo, ainda seriam misteriosos, a idéia de que a ciência “pensa saber tudo que há para saber” pode parecer real, válida. Como essa “acusação” recorrente é sempre martelada na cabeça do cidadão comum, em especial pelas religiões (e às vezes até pela filosofia), a reação é esperada, e a sensação de “arrogância” da ciência, parece justificada.


E ignorou o sentido geral do texto ...
 
Essa não dá nem para discordar, pois ficou completamente ininteligível.

Espero que não seja uma minoria, o opressor finge que não entende e não vê, o oprimido por sentir na própria carne não tem essa opção.
 
Aardwolf mano tú é um dos mais complexados que eu já vi pousar por aqui.
Ecuador seria este mais um caso de sindrome de lysergic, ou um e118tismo aparente!:
 
Espero que não seja uma minoria, o opressor finge que não entende e não vê, o oprimido por sentir na própria carne não tem essa opção.


E pensar que outro dia você estava reclamando que não entendia as mensagens de um outro usuário ...

Se quer discutir opressores e oprimidos, mas sem nenhuma relação com o assunto desse tópico, sugiro que abra outro. Ou que discuta o assunto do tópico ...
 
Aardwolf, você critica a Ciência sentado em seu computador, que utiliza eletricidade e acessa os dados via Internet. Com certeza hoje pela manhã escovou seu dentes com um bom creme dental e fez o enxague com a água que saiu de sua torneira. Também pela manhã deve ter consumido um pão quentinho com manteiga, aquela que você guarda na geladeira.

Consegue perceber algo estranho nas suas críticas?
 
Eu lembro de uma música que eu escutava nos tempos de Ayahuasca que dizia assim:

'Somente na ciência existe as asas da perfeicão.'

Pena não saber o nome da música, faz tempo que venho procurando ela. heehe
 
'Somente na ciência existe as asas da perfeicão.'


Música de que linha, M3g4d3th?

De qualquer forma o termo "ciência" nessa música pode ter um significado diferente do que entendemos por ciência conforme o método científico. Em termos gerais ciência também é usado com o significado de conhecimento, ou tomar ciência.
 
Música de que linha, M3g4d3th?

De qualquer forma o termo "ciência" nessa música pode ter um significado diferente do que entendemos por ciência conforme o método científico. Em termos gerais ciência também é usado com o significado de conhecimento, ou tomar ciência.

Cara, eu acho que é do Juraildes da Cruz, não tenho certeza, talvez seja da UDV. Gostaria muito de encontrar essa música.

Sem dúvida, pode ta falando de muitas ciências, mas pelo o que eu entendi na música, ta falando da Ciência de Cientistas/Tecnologia/Física/Química/Matemática.
 
Aardwolf, você critica a Ciência sentado em seu computador, que utiliza eletricidade e acessa os dados via Internet. Com certeza hoje pela manhã escovou seu dentes com um bom creme dental e fez o enxague com a água que saiu de sua torneira. Também pela manhã deve ter consumido um pão quentinho com manteiga, aquela que você guarda na geladeira.

Consegue perceber algo estranho nas suas críticas?

Computador é um ferramenta que incorpora tecnologia e muita informação advinda da ciência, mas através desse mesmo computador não é possível acessar dados que só encontra em universidades assistindo um curso de graduação isso é valido para quase a totalidade dos cursos, mas se for para falar de eletrodomésticos e gadegt's de forma em geral estaremos apenas no aparente, esse monte de lixo eletrônico não nos faz ter acesso a informação de qualidade e muito menos ajuda na modificação das pessoas, um conservador não vai deixar de ser conservador porque usa computador, fora que nem todos tem acesso a computação e veja 90% dos computadores só rodam com microsoft e/ou macOS.

Ciência capitalizada pelo mercado é apensas produto e ponto final, estou em um sitema político repressor, não vá achando que usar computador diz muito sobre ciência, programar pode dizer sobre ciência, produzir hardwares pode dizer muito sobre ciência, usar um computador diz muito sobre consumo, você fala sobre eletricidade, sabe de onde vem a eletricidade que alimenta essas máquinas amigo, de industrias hidrelétricas, de carvão e nucleares, a ciência descolada da política é um inferno, hoje existe tecnologia pra tudo rodar a eletricidade solar e porque não roda !? quem é o idiota de inventar um carro a aguá, pra ter a cabeça decepada !?

Amigo, já leu o livro Sugar Blues que denuncia a industria da droga mais devastadora de todos os tempos, a industria do açúcar !? pois é, minha pasta dental esta lotada de sacarina sódica, meu pão idem, minha aguá esta extremamente clorificada o que estraga meus dentes, e a manteiga querido tem apenas uma molécula de diferença para ser apenas plástico derretido, e isso o cientista-médico e o ministério da saúde não te informam correto, os cientistas dizem que são neutros mas estão abarrotados de dinheiro dos industriais e estado, dizem que açúcar da energia e é saudável, que maconha mata neurônios e outras estupidez, são favoráveis ao consumo de álcool, fora milhares de merdas que são ditas pelos cientistas.

Mas não vamos fazer o seguinte, vamos fingir que a ciência não sofre interferência da política, vamos fingir que a ciência é o caminho a verdade e a luz, vamos convencer as pessoas a deixarem de ter fé em cristo (o que eu acho uma merda), para começarem a ter fé na razão, para terem cientistas como padres e prêmios nobel como santos, vamos além vamos ser acríticos e pensar que estamos num mundo que o capital e o dinheiro não interferem no que é pesquisado, para que é pesquisado, com que finalidade e o mais importante para que mercado consumidor, vamos fingir que nada disso acontece, que a filosofia não é racista e elitista, vamos viver nessa utopia nessa nova crença descrente, pois o mundo anda tão perfeito, porque a ciência não criou a possibilidade de extinção da nossa espécie com um click, com um aperto de botão, energia nuclear é lindo, armas de destruição em massa não são ciência!!!!!
 
Bom...

Posso concluir duas coisas então:
1- Você deixou de criticar a ciência e passou a criticar o "sistema";
2- Você não escova os dentes.
 
Bom...

Posso concluir duas coisas então:
1- Você deixou de criticar a ciência e passou a criticar o "sistema";
2- Você não escova os dentes.

E você involuntariamente mostrou como as pessoas pensam a ciência, e até mesmo porque as pessoas defendem a ciência e fazem discursos lindos e politicamente corretos sobre a mesma, ou tendo a mesma como centro, porque elas imaginam de forma inocente, pura e besta, que algo esta fora do sistema, definitivamente a ciência não esta fora do sistema, ela é um braço inequívoco e sem o qual o Big Brother não poderia ser implantado.

(Big Brother é uma mera alusão a George Orwell, sem teorias da conspiração por favor, é uma mera citação poética, poesia é permitida aqui né ecuador !?)
 
Eu acho que é a velha história do copo meio cheio ou meio vazio ...


De qualquer forma, o texto não é sobre ciência e política, ou sobre as implicações políticas da ciência. E o que é que não tem implicações políticas?

O texto é sobre ciência e a nossa interpretação da realidade, e vou colocar um quote do mesmo abaixo, para retomar a discussão ...


Existem coisas que não podem ser explicadas, ou apenas que não foram, ainda, explicadas? Algo, um mistério, é inexplicável, ou apenas inexplicado? E como saber?

Em matemática nós descobrimos a resposta, graças ao Teorema da Incompletude de Godel: há coisas que não podem ser explicadas, decididas. Que nunca poderemos dizer se são verdadeiras ou falsas. Inexplicáveis.

Mas e na física, nas questões materiais sobre o universo? Os que procuram a “teoria de tudo” em geral pensam que só existem coisas ainda não explicadas. Os que duvidam que seja possível encontrar a “teoria de tudo” em geral pensam que existem coisas inexplicáveis.

Entretanto, novamente, mesmo que coisas realmente inexplicáveis existam, isso não justifica a adoção de uma explicação qualquer, para conforto pessoal, ou qualquer outro motivo. Algo inexplicável é, por definição, inexplicável, e qualquer explicação adotada violaria essa definição (e a idéia de inexplicável). Um milagre inexplicável será apenas inexplicável, e não a ação de deus, demônio, Alah, Zeus, ETs telepatas, seres intradimensionais, etc, etc.

Podemos jamais saber quem realmente matou as moças atacadas por Jack, o estripador. É um mistério. Mas não um mistério misterioso, apenas um assassino que foi esperto o suficiente, ou teve sorte o suficiente, para não ser pego (ou, sendo pego, teve dinheiro ou prestígio bastante para não ser levado a julgamento).

Mas esse é o tipo de “mistério” que dá margem a dezenas de “teorias” (no sentido amplo e não científico do termo teoria), palpites, histórias, conspirações. E é exatamente o tipo de explicações que não serão aceitas, pelo menos pelos céticos e historiadores mais honestos, por falta de evidências sólidas, confiáveis.

Um mistério, mas não um “mistério”.
 
A ciência diz que se baseiam em fatos, mas quem diz que esses fatos não é somente ilusão? Pode ser manipulação em massa.. Afinal nada pode ser provado, por que tudo existe. E onde algo vira tudo é a mesma coisa que nada. Tudo é possível... (Existem teorias pra provar qualquer coisa xD)A própria ciência nega a ciência. Se pegarmos teorias da física quântica (Se pararmos pra estudar algumas) todas as teorias serão quebradas; Acho que tudo pode ser provado e logo quem quiser provar o contrário tbm irá conseguir
 
Se pegarmos teorias da física quântica (Se pararmos pra estudar algumas) todas as teorias serão quebradas


Melhor você estudar direito essa matéria ao invés de sair repetindo um clichê sem sentido.
 
Mas é isso mesmo x) são sem sentidos e os cientistas só podem dizer que é assim =) Um exemplo é quando eles conseguiram jogar partículas na velocidade da luz ( ou próximo) O resultado (?) Uma partícula passou por dois orifícios diferentes ao mesmo tempo. Não lembro a fonte ;/
 
Mas é isso mesmo x) são sem sentidos e os cientistas só podem dizer que é assim =) Um exemplo é quando eles conseguiram jogar partículas na velocidade da luz ( ou próxima) O resultado (?) Uma partícula passou por dois orifícios diferentes ao mesmo tempo. Não lembro a fonte ;/


O que não quer dizer que você consiga arremessar um bola de basquete e fazê-la passar por duas cestas diferentes ao mesmo tempo.

As partículas em nível sub-atômico exibem realmente algumas propriedades estranhas, contra-intuitivas e inesperadas. Mas daí a tirarem conclusões como a que você escreveu lá em cima no clichê que deve ter recolhido em algum lugar da net pouco rigoroso com lógica já é outra história ...
 
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