Após alguns meses digerindo minha última viagem com cogumelos hoje decidi que estava preparado para mais...
Acordei aproximadamente às 9:30 e fui escovar os dentes, estender roupas e arrumei a cama. Após os hábitos matinais peguei uns 5 cogumelos pequenos que colhi há uns 2 meses e estavam em sílica, fiz um suco com duas laranjas e tomei com os cogumelos, depois uma colher de mel para ajudar com o gosto forte dos cogumelos.
Acendi um incenso, coloquei um álbum de Vivaldi para tocar, abri a janela, fechei a porta do quarto e deitei.
Está feito, não há volta...
Busquei a harmonia em minha respiração e estava pronto para ir onde quer que esse impulso fosse me levar. No começo foi só desconforto, ficava me remexendo na cama, abria e fechava os olhos, de repente eu me peguei já fora da realidade, mas ainda em campos conhecidos, porém nem um pouco agradáveis.
Via criaturas restejando nas sombras e na poeira, mas sentia que não eram miseráveis, eles tinham seu papel no universo.
Eu sentia que podia ir para onde quisesse, então comecei a procurar, somente a procurar.
Divaguei pelas pedras gosmentas do ego e recebi várias punições dos meus pais, amigos, mendigos, pessoas que amo, pessoas que não amo e deveria amar. Não sentia direito o meu corpo, mas sabia que estava ruindo em lágrimas que se misturavam com catarro que escorria pela minha face. Não ligava, não queria saber do meu corpo, estava viajando no meu interior, queria ir a fundo e entender o indivíduo, mas para isso estava levando bofetadas da humanidade.
Apesar do enorme desconforto eu sentia que não havia confusão, eu estava indo onde pretendia e podia sentir minha respiração muito longe, mas sentia que ainda a controlava, eu sentia que era o todo e também uma parte dele.
Eu sentia que cada lágrima que derramava era para a humanidade e não para mim, eu chorava pelos outros, algumas vezes como pedido de desculpas e outras como gratidão, mas vez ou outra surgiam as maldosas lágrimas do arrependimento.
Estava em um universo hostil, feio, mas não assustador. Estava onde deveria estar e vários seres tentavam se comunicar comigo até que eu senti o calor do meu corpo e enxerguei um ser de luz. Não esquecia que eu era o todo e também a parte, então percebi que aquele ser de luz que surgia em meio as trevas era eu mesmo, o que eu buscava, e que as trevas também eram eu mesmo. Eu estava cruzando as barreiras do ego, estava indo de encontro ao sol que existe dentro de mim. Assim eu brilhei e trouxe luz para toda a treva, tudo virou poeira e o vento os levou como mensagens de que algo havia morrido e uma nova luz renascido. Cruzei tudo que me foi jogado, aceitei os problemas de muitos seres que caminhavam por ali, para no final incinerar tudo com um forte calor que trazia paz para o universo, encontrei o que vocês podem chamar de um Deus e recebi o toque de bênção, as palavras necessárias e o conhecimento que não deve ser proferido nesse tempo, e eu repetia "BRILHEM! O PROBLEMA É DE VOCÊS! VOCÊS SÃO EU E EU SOU VOCÊS! VOCÊS TAMBÉM SÃO ESTRELAS! VAMOS, BRILHEM!"
Nisso minha namorada chegou, ela disse que viria para "cuidar" de mim. Quando ela chegou eu já estava muito bem, havia alcançado as fibras existenciais, o amor total, estava completamente em transe! Mas ainda assim meu corpo nesse mundo colocou um som eletrônico downtempo e proferiu algumas palavras carinhosas para ela. Voltei a deitar e ela ficou me observando.
Quando eu senti a mão dela sobre a minha desabei em lágrimas novamente, eu estava sentindo o amor e desejava isso a todos, chorava em pensar nos seres que se negavam a atravessar a escuridão, eu sentia que estava moldando o mundo de fora, de alguma maneira estava em um universo onde podia controlar muita coisa em nossa realidade, eu sentia a força do planeta e sabia que os pássaros cantando lá fora estavam felizes por isso.
Ela foi para a cozinha fazer algo para comer e fiquei na cama, sempre de olhos fechados, rindo e conversando com os seres de luz, mas evitava conversar em palavras, toda vez que surgiam palavras eu voltava a prestar atenção na respiração. Minha respiração estava muito lenta, sentia que estava tudo perfeito e que estava curando muitas coisas em meu corpo e em minha mente. Ainda estava em transe, em um sonho desperto.
A música havia acabado há um tempo, mas o som ambiente era perfeito, eu sentia a realidade como ela realmente é e a aceitava, eu estava amando SER! Eu olhava para as trevas lá em baixo e enviava raios de luz, vagava ainda em busca de alguma coisa, mas não encontrava obstáculos, apenas distâncias, eu era LUZ...
Eu ansiava pela totalidade, gostaria que todo o universo sentisse esse calor, mas então os seres supremos me indicaram para o último aprendizado... A morte. Eu havia sofrido, aproveitado, brilhado e agora precisava partir, eu e tudo a minha volta daveria morrer, afinal eu era tudo a minha volta.
Eu me senti retornando a fonte, mas não podia entender nada disso ainda, isso seria demais para mim, era algo em que deveria aprender em outra vida, em outro universo, por isso decidi renascer.
Os efeitos estavam passando e eu sentia um novo brilho, um novo ser, um universo distorcido e renovado, tudo é lindo e não tenho mais preocupações a toa, só quero amar e ser amado, levar o amor onde não houver calor. Estou de volta a essa estranha realidade, sei muito mais sobre ela e aprendi mais uma grande lição... O silêncio!
Por volta das 16:00 os efeitos estavam bem leves e eu estava bem bobo, rindo de tudo, viajando em palavras sinceras com minha namorada. Ela foi embora para a casa dela, então coloquei Réquiem de Mozart para tocar e fiquei vendo umas imagens de Zdzislaw Beksinski. Estava feliz por ser o que sou... =)
A noite fui a pizzaria para quebrar o Jejum e estou aqui, de volta! UAhuhauha.
Acho que vocês entendem que a viagem foi muito mais intensa que isso e muitas outras coisas rolaram, mas o que consegui expressar através dessa nossa pobre linguagem foi isso.
Paz, amor e luz para todos vocês!
Acordei aproximadamente às 9:30 e fui escovar os dentes, estender roupas e arrumei a cama. Após os hábitos matinais peguei uns 5 cogumelos pequenos que colhi há uns 2 meses e estavam em sílica, fiz um suco com duas laranjas e tomei com os cogumelos, depois uma colher de mel para ajudar com o gosto forte dos cogumelos.
Acendi um incenso, coloquei um álbum de Vivaldi para tocar, abri a janela, fechei a porta do quarto e deitei.
Está feito, não há volta...
Busquei a harmonia em minha respiração e estava pronto para ir onde quer que esse impulso fosse me levar. No começo foi só desconforto, ficava me remexendo na cama, abria e fechava os olhos, de repente eu me peguei já fora da realidade, mas ainda em campos conhecidos, porém nem um pouco agradáveis.
Via criaturas restejando nas sombras e na poeira, mas sentia que não eram miseráveis, eles tinham seu papel no universo.
Eu sentia que podia ir para onde quisesse, então comecei a procurar, somente a procurar.
Divaguei pelas pedras gosmentas do ego e recebi várias punições dos meus pais, amigos, mendigos, pessoas que amo, pessoas que não amo e deveria amar. Não sentia direito o meu corpo, mas sabia que estava ruindo em lágrimas que se misturavam com catarro que escorria pela minha face. Não ligava, não queria saber do meu corpo, estava viajando no meu interior, queria ir a fundo e entender o indivíduo, mas para isso estava levando bofetadas da humanidade.
Apesar do enorme desconforto eu sentia que não havia confusão, eu estava indo onde pretendia e podia sentir minha respiração muito longe, mas sentia que ainda a controlava, eu sentia que era o todo e também uma parte dele.
Eu sentia que cada lágrima que derramava era para a humanidade e não para mim, eu chorava pelos outros, algumas vezes como pedido de desculpas e outras como gratidão, mas vez ou outra surgiam as maldosas lágrimas do arrependimento.
Estava em um universo hostil, feio, mas não assustador. Estava onde deveria estar e vários seres tentavam se comunicar comigo até que eu senti o calor do meu corpo e enxerguei um ser de luz. Não esquecia que eu era o todo e também a parte, então percebi que aquele ser de luz que surgia em meio as trevas era eu mesmo, o que eu buscava, e que as trevas também eram eu mesmo. Eu estava cruzando as barreiras do ego, estava indo de encontro ao sol que existe dentro de mim. Assim eu brilhei e trouxe luz para toda a treva, tudo virou poeira e o vento os levou como mensagens de que algo havia morrido e uma nova luz renascido. Cruzei tudo que me foi jogado, aceitei os problemas de muitos seres que caminhavam por ali, para no final incinerar tudo com um forte calor que trazia paz para o universo, encontrei o que vocês podem chamar de um Deus e recebi o toque de bênção, as palavras necessárias e o conhecimento que não deve ser proferido nesse tempo, e eu repetia "BRILHEM! O PROBLEMA É DE VOCÊS! VOCÊS SÃO EU E EU SOU VOCÊS! VOCÊS TAMBÉM SÃO ESTRELAS! VAMOS, BRILHEM!"
Nisso minha namorada chegou, ela disse que viria para "cuidar" de mim. Quando ela chegou eu já estava muito bem, havia alcançado as fibras existenciais, o amor total, estava completamente em transe! Mas ainda assim meu corpo nesse mundo colocou um som eletrônico downtempo e proferiu algumas palavras carinhosas para ela. Voltei a deitar e ela ficou me observando.
Quando eu senti a mão dela sobre a minha desabei em lágrimas novamente, eu estava sentindo o amor e desejava isso a todos, chorava em pensar nos seres que se negavam a atravessar a escuridão, eu sentia que estava moldando o mundo de fora, de alguma maneira estava em um universo onde podia controlar muita coisa em nossa realidade, eu sentia a força do planeta e sabia que os pássaros cantando lá fora estavam felizes por isso.
Ela foi para a cozinha fazer algo para comer e fiquei na cama, sempre de olhos fechados, rindo e conversando com os seres de luz, mas evitava conversar em palavras, toda vez que surgiam palavras eu voltava a prestar atenção na respiração. Minha respiração estava muito lenta, sentia que estava tudo perfeito e que estava curando muitas coisas em meu corpo e em minha mente. Ainda estava em transe, em um sonho desperto.
A música havia acabado há um tempo, mas o som ambiente era perfeito, eu sentia a realidade como ela realmente é e a aceitava, eu estava amando SER! Eu olhava para as trevas lá em baixo e enviava raios de luz, vagava ainda em busca de alguma coisa, mas não encontrava obstáculos, apenas distâncias, eu era LUZ...
Eu ansiava pela totalidade, gostaria que todo o universo sentisse esse calor, mas então os seres supremos me indicaram para o último aprendizado... A morte. Eu havia sofrido, aproveitado, brilhado e agora precisava partir, eu e tudo a minha volta daveria morrer, afinal eu era tudo a minha volta.
Eu me senti retornando a fonte, mas não podia entender nada disso ainda, isso seria demais para mim, era algo em que deveria aprender em outra vida, em outro universo, por isso decidi renascer.
Os efeitos estavam passando e eu sentia um novo brilho, um novo ser, um universo distorcido e renovado, tudo é lindo e não tenho mais preocupações a toa, só quero amar e ser amado, levar o amor onde não houver calor. Estou de volta a essa estranha realidade, sei muito mais sobre ela e aprendi mais uma grande lição... O silêncio!
Por volta das 16:00 os efeitos estavam bem leves e eu estava bem bobo, rindo de tudo, viajando em palavras sinceras com minha namorada. Ela foi embora para a casa dela, então coloquei Réquiem de Mozart para tocar e fiquei vendo umas imagens de Zdzislaw Beksinski. Estava feliz por ser o que sou... =)
A noite fui a pizzaria para quebrar o Jejum e estou aqui, de volta! UAhuhauha.
Acho que vocês entendem que a viagem foi muito mais intensa que isso e muitas outras coisas rolaram, mas o que consegui expressar através dessa nossa pobre linguagem foi isso.
Paz, amor e luz para todos vocês!
