- 09/09/2010
- 310
- 55
O “eu” e o outro “eu” (Krishnamurti)
O que você quer dizer quando emprega o termo “eu mesmo”? Como você é composto de muitos e está sempre mudando, será que há um momento duradouro em que possa dizer que esse é o “eu” definitivo? É a entidade múltipla, o feixe de memórias, que precisa ser compreendido, e não aparentemente a entidade que chama a si mesma de “eu”.Somos pensamentos-sentimentos contraditórios em constante mudança – - amor e ódio, paz e paixão, inteligência e ignorância. Então, qual é o “eu” em tudo isso? Devo escolher o que for mais prazeroso e descartar o resto? Quem é que precisa entender esses “eus” contraditórios e conflitantes? Há um ego permanente, uma entidade espiritual além dessas? Não seria esse ego também produto contínuo do conflito de muitas entidades? Há um ego que esteja acima e além desses egos contraditórios? A verdade disso só pode ser experimentada quando os egos contraditórios forem compreendidos e transcendidos. Todas as entidades conflitantes que compõem o “eu” também trouxeram à baila o outro “eu”, o observador, o analista. Para compreender a mim mesmo, preciso compreender as muitas partes de mim mesmo, inclusive o “eu” que se tornou o observador, o “eu” que compreende. O pensador deve, não só compreender seus muitos pensamentos contraditórios, mas também compreender a si mesmo como criador dessas muitas entidades. - The Collected Works vol IV, p 45
O que você quer dizer quando emprega o termo “eu mesmo”? Como você é composto de muitos e está sempre mudando, será que há um momento duradouro em que possa dizer que esse é o “eu” definitivo? É a entidade múltipla, o feixe de memórias, que precisa ser compreendido, e não aparentemente a entidade que chama a si mesma de “eu”.Somos pensamentos-sentimentos contraditórios em constante mudança – - amor e ódio, paz e paixão, inteligência e ignorância. Então, qual é o “eu” em tudo isso? Devo escolher o que for mais prazeroso e descartar o resto? Quem é que precisa entender esses “eus” contraditórios e conflitantes? Há um ego permanente, uma entidade espiritual além dessas? Não seria esse ego também produto contínuo do conflito de muitas entidades? Há um ego que esteja acima e além desses egos contraditórios? A verdade disso só pode ser experimentada quando os egos contraditórios forem compreendidos e transcendidos. Todas as entidades conflitantes que compõem o “eu” também trouxeram à baila o outro “eu”, o observador, o analista. Para compreender a mim mesmo, preciso compreender as muitas partes de mim mesmo, inclusive o “eu” que se tornou o observador, o “eu” que compreende. O pensador deve, não só compreender seus muitos pensamentos contraditórios, mas também compreender a si mesmo como criador dessas muitas entidades. - The Collected Works vol IV, p 45