É Bíblico o Judaísmo Messiânico?
Análise especial para o Solascriptura-tt:
1) O que é o Judaísmo Messiânico?
É um movimento evangélico que visa converter os judeus (isto é, os que possuem uma herança judaica e vivem em comunidades judaicas) para o cristianismo. Esse movimento possui como premissa principal a manutenção de costumes judaicos tradicionais. Em outras palavras, o judeu messiânico torna-se cristão sem que seja exigido dele o abandono de seus valores culturais e de sua comunidade.
2) A Bíblia permite o cristão guardar costumes judaicos?
Permite, mas com restrições categóricas. O cristão pode de livre consciência guardar o sábado, as festas e as comidas (Cl 2:16-17; Rm 14:1-6), mas não pode instar os demais irmãos a imitá-lo (Gl 1:6-9). No entanto, é preciso deixar absolutamente claro que o Senhor Jesus tornou a Lei obsoleta, através de Sua crucificação e ressurreição (He 8). Quando um judeu, mesmo convertido à fé, continua a guardar determinados mandamentos obsoletos da Lei, ele o faz em prejuízo de sua própria liberdade (Gl 5:1). Essa atitude é considerada deficiência na fé, em decorrência de falta de entendimento bíblico, e não uma coisa louvável (Rm 14:1-6).
3) E por que o Judaísmo Messiânico pode ser considerado anti-bíblico?
É porquê o Judaísmo Messiânico inverte a lógica de que guardar mandamentos obsoletos é uma deficiência na fé. Este movimento faz da deficiência uma qualidade; e da qualidade (isto é, a liberdade relativa aos mandamentos) uma coisa não aprazível. E também o Judaísmo Messiânico não têm autorização bíblica para instar os irmãos a guardarem os mandamentos judaicos (como a circuncisão).
Entretanto, existem três fatos particularmente graves no Judaísmo Messiânico:
a) como o movimento implica em instar o judeu a guardar suas tradições culturais com vistas a construir uma nova comunidade judaica que é crente em Cristo, infere-se que existem duas comunidades cristãs doutrinária e culturalmente diferentes (a gentílica e a judia messiânica). Ou seja, o Corpo de Cristo fica particionado (Rm 10:12; 1Co 12:13; Gl 3:28);
b) como parte dos valores culturais que os judeus guardam advém de livros não-inspirados (como o Bar Mitzvah, Hanukkah, etc), infere-se que os messiânicos guardam mandamentos não ordenados por Deus. Em outras palavras, eles estão indo além do que a Bíblia ensina (Dt 4:2; Dt 12:32; Pv 30:6; Gl 1:9; Ap 22:18).
c) o Judaísmo que sobreviveu a destruição do Templo em 70 d.C., é descendente da seita dos fariseus. Os escritos dessa seita foram compiladas sob a influência pagã da Babilônia, durante o Cativeiro imposto por Nabucodonosor. Assim o Talmude e a Cabala, pilares da fé judaica moderna, são livros
essencialmente gnósticos. Além do mais, a Cabala é um livro panteísta.
Sabe-se que o gnosticismo foi o maior inimigo da igreja primitiva, fato que motivou o apóstolo João a escrever o Evangelho de João para reafirmar a divindade de Cristo para os hereges que lá se infiltraram. Infere-se, portanto, que o Judaísmo messiânico, guardando os preceitos judaicos nessas condições, é uma porta de entrada para a Gnose na igreja.
4) E por que os judeus messiânicos não se denominam cristãos?
É porquê não gostam da denominação. Ser cristão para eles é trazer à suas memórias os séculos de perseguição e anti-semitismo que a Igreja "cristã" os impôs. E também ser cristão para eles é o mesmo que fazê-los perder sua identidade judaica que lhes é caríssima.
Ocorre que esse padrão de julgamento coletivo é extremamente injusto. Nós batistas fundamentalistas não compactuamos com os crimes da Igreja Católica, da Igreja Ortodoxa, de Lutero, de Calvino e de outras igrejas protestantes como a anglicana. Também sofremos nas mãos desses falsos irmãos e, apesar disso, não nos envergonhamos em sermos chamados de crentes ou cristãos (que, acima de tudo, é o nome do Senhor). Também não adotamos o padrão de julgamento coletivo para, maliciosa ou injustamente, acusar todos os judeus de perseguir os primeiros cristãos ou de entregá-los nas mãos de imperadores romanos cruéis. Sabemos que cada um, judeu ou gentio, prestará contas de si a Deus de forma individual e solitária (Rm 14:12). E por isso não atentamos para generalizações.
5) Justifica-se tanto apego às raízes culturais judaicas?
Absolutamente não. É necessário que se entenda que os judeus ou os gentios que se convertem na presente Era da Graça são apenas cristãos que, conforme seu galardão, governarão com Cristo e para Cristo o remanescente salvo da
Grande Tribulação. Esse apego não tem nenhuma importância espiritual (exceto o de ser reprovável, como já discutido), porquê os gentios salvos também governarão e julgarão o mundo com Cristo. Mesmo a Era Milenar, onde o remanescente salvo é governado por Cristo e pelos salvos que foram arrebatados e onde alguns costumes judaicos são guardados como simbolismo, será curtíssima. Porquê todos nós convertidos na presente Era temos como destino final a Nova Jerusalém e o serviço ao Deus Triuno que nos será dado então.
E mais: A Bíblia diz expressamente que um perdido só pode ser um judeu
em espírito (Rm 2:28-29). Desde o momento em que Cristo obteve a Sua vitória na cruz, todas as conversões de gentios para o judaísmo mosaico tornaram-se nulas: um gentio que se converte ao judaísmo mosaico continua gentio. E os judeus agora carecem da graça de Deus, como se fossem gentios (Os 1:9).
Há de se notar também que o Judaísmo moderno não é o Judaísmo mosaico. Portanto, se já é nula a conversão para o Judaísmo verdadeiro na Era da Graça, muito mais será nula a conversão de um gentio para o atual Judaísmo gnóstico que sobrevive desde a última Diáspora!
6) O Judaísmo Messiânico prega alguma heresia digna de nota?
Os messiânicos estão divididos em vários ministérios. Todos têm em comum os problemas listados aqui. Mas alguns vão além e negam a Trindade e a Divindade de Cristo.