Ontem, por volta das 15h decidi preparar 4,5g de cogumelos com limão e mel. Meu namorado também estava comigo e usou a mesma dosagem.
Já havia tomado um comprimido Volig 30min antes pra ajudar no enjôo, preparei minha playlist, botei meus fones, ele os fones dele e deitamos na cama.
Não sei se vou conseguir seguir a ordem cronológica dos fatos, mas vou tentar.
Depois de uns 20min eu já conseguia ver umas ondulações na parede e na sombra das plantas, daí percebi que era a hora de botar uma venda nos olhos.
Agora parece não fazer nenhum sentido, mas depois de uns 40min de onda eu tive a certeza que minha melhor amiga tinha se fundido com uma conhecida minha e eu não conseguia separar a imagem das duas. Fiquei tentando entender pq se pareciam as mesmas pessoas e cheguei a conclusão de que elas vibravam na mesma sintonia.
Tive mais um milhão de pensamentos confusos nesse momento sobre onde eu trabalhava as coisas que faziam parte da minha vida, mas é difícil de lembrar.
Quando levantei pra ir no banheiro acabei perdendo uma parte do meu fone (meu Cel não tem entrada pra fone, só tipo C, então eu uso um adaptador que deve ter sei lá uns 10 cm e ele que pluga com o fone). Os ambientes estavam imensos e aí quando eu sentei na privada era como se tivesse uma força puxando as coisas pra um lado, como um ímã ou como se não tivesse gravidade e o pitoco que ficou do meu fone e o pingente do meu celular estivessem sendo puxados. Fui pegar o papel higiênico e ele também estava distorcido e repuxado. Fiquei alguns minutos tentando levantar e quando consegui perdi meu short no banheiro não sei como.
Quando deitei de novo meu namorado perguntou se eu tava bem e nessa hora eu lembro que eu não tava entendendo mais nada.
Lembro que eu tentei mandar mensagem pra essa minha amiga Joyce pra contar que ela e a Iasmin eram a mesma pessoa, mas só consegui abrir a conversa dela e eu não lembro bem, mas eu estava deitada de bruços e tinha a sensação de o celular estava apoiado na minha boca. Estava com os movimentos quase paralisados e tudo que eu conseguia fazer era olhar pra tela do celular.
Vi que era 17:30h e tive a sensação de que o tempo tinha parado. Meus pensamentos pareciam estar rápidos demais e eu conseguia pensar em tudo que eu quisesse e o tempo não se movia. Algo me dizia "não era aqui que vc queria estar?" E de repente, por um momento, os pensamentos cessaram e tudo parecia normal, mas estagnado. Na minha cabeça eu tinha conseguido atravessar alguma dimensão e o tempo tinha deixado total de fazer sentido.
Comecei a esquecer de quem eu era e tive que afirmar algumas vezes o meu nome, do meu namorado, do bairro em que eu moro, das minhas cachorras
Tudo parecia tão longe e quase como se não pertencesse mais a mim. Eu tentava lembrar da minha família, mas minha mãe também se fundia com meu irmão.
Não sei em que momento isso aconteceu, mas eu já não conseguia enxergar mais nada da realidade. Sentei na cama e quando eu olhava em volta tava tudo em tons de púrpura e azul marinho e já não existia mais parede, pisos móveis, todas as coisas eram formadas por blocos invisíveis. O que eu conseguia ver era como se fosse em lineart, sabe? Blocos transparentes, formados por linhas brancas se conectavam a vários pontos de fuga. Via os pilares da construção sendo feitos e como o mundo se projetava e naquele momento eu conseguia entender tudo que tinha por trás.
Desde que passei a tomar Volig antes das viagens nunca mais tinha tido enjôo, mas nessa hora eu comecei a ficar muito enjoada e maravilhada e assustada ao mesmo tempo.
Resolvi ir no banheiro de novo mas tava muito difícil. Acabei entrando numa bad pelo susto de estar entendendo tudo e percebi que era demais pra mim e a minha cabeça de humano. Só queria voltar ao normal. Só conseguia pensar que eu deveria tomar um banho gelado. Meu namorado tava mais sóbrio que eu e me levou pro banheiro. Eu poderia ter vomitado na privada? Sim, mas parece que eu não lembrava do básico e acabei vomitando no chão do banheiro e ainda sentei por cima
Depois meu namo me pôs no banho mas eu fiquei com frio e sai querendo deitar na cama toda molhada sem me secar nem nada. Foi uma confusão mental absurda, dei mó trabalho pra ele, atrapalhei a onda dele e não me orgulho disso. Ele ajustou a temperatura da água pra mim, pegou um banco e acredito que fiquei por cerca de uma hora sentada no banho achando que eu não voltaria mais ao normal. A loucura parecia tão certa que eu pensava que então era naquele lugar que os loucos estavam e eu me via como uma, agora fazia parte deles. Era estranho pq ao mesmo tempo que eu sabia que não estava normal, não conseguia mais agir normalmente. Ficava sentando e levantando da cadeira, fazendo uns movimentos atípicos e era incontrolável e quando mais eu tentava ficar normal, mas eu parecia maluca. Senti que uma parte do meu corpo tava lutando pra ficar lúcida e a outra tava sendo literalmente puxada pela loucura (como se meu corpo estivesse sendo puxado por um ímã, pro lado). Não conseguia entender como eu sairia dali e viveria normalmente depois de tudo aquilo. Demorei muito pra sair debaixo da água e quando consegui desligar o chuveiro demorei mais um tempão pra me secar. Ainda um pouco confusa, mas voltando ao normal.
Comi um sanduíche depois e fui me recuperando aos poucos.
Meu namorado disse que quando eu vomitava meu rosto tava muito pálido e depois que sai do banho percebi que tinham várias manchinhas vermelhas pelo meu rosto.Nao sei se pode ter a ver com a baixa oxigenação do sangue ou qualquer outra coisa, mas hoje já está normal.
Ele também disse que eu ficava apertando meu rosto e dizendo repetidas vezes que eu não estava conseguindo entender nada, mas não lembro dessa parte.
Nunca fiquei tão feliz por estar de volta a realidade, hehehe
Ainda tentando processar tudo que aconteceu e pensando depois, percebi que eu deveria ter ido com mais calma.
Não estava preparada pra uma viagem tão forte e acabei me desesperando. Ficar sem música na maior parte da viagem também não ajudou. Acho que teria sido essencial pra me acalmar naquele momento.
Cada viagem uma lição diferente e por mais que tenha sido difícil, eu voltei em paz e me sentindo mais disposta a viver. Talvez eu precisasse mesmo dessa porrada pra dar mais valor às coisas que são reais.
É isso amigos, obrigada por quem leu até aqui e desculpem pelos erros
Já havia tomado um comprimido Volig 30min antes pra ajudar no enjôo, preparei minha playlist, botei meus fones, ele os fones dele e deitamos na cama.
Não sei se vou conseguir seguir a ordem cronológica dos fatos, mas vou tentar.
Depois de uns 20min eu já conseguia ver umas ondulações na parede e na sombra das plantas, daí percebi que era a hora de botar uma venda nos olhos.
Agora parece não fazer nenhum sentido, mas depois de uns 40min de onda eu tive a certeza que minha melhor amiga tinha se fundido com uma conhecida minha e eu não conseguia separar a imagem das duas. Fiquei tentando entender pq se pareciam as mesmas pessoas e cheguei a conclusão de que elas vibravam na mesma sintonia.
Tive mais um milhão de pensamentos confusos nesse momento sobre onde eu trabalhava as coisas que faziam parte da minha vida, mas é difícil de lembrar.
Quando levantei pra ir no banheiro acabei perdendo uma parte do meu fone (meu Cel não tem entrada pra fone, só tipo C, então eu uso um adaptador que deve ter sei lá uns 10 cm e ele que pluga com o fone). Os ambientes estavam imensos e aí quando eu sentei na privada era como se tivesse uma força puxando as coisas pra um lado, como um ímã ou como se não tivesse gravidade e o pitoco que ficou do meu fone e o pingente do meu celular estivessem sendo puxados. Fui pegar o papel higiênico e ele também estava distorcido e repuxado. Fiquei alguns minutos tentando levantar e quando consegui perdi meu short no banheiro não sei como.
Quando deitei de novo meu namorado perguntou se eu tava bem e nessa hora eu lembro que eu não tava entendendo mais nada.
Lembro que eu tentei mandar mensagem pra essa minha amiga Joyce pra contar que ela e a Iasmin eram a mesma pessoa, mas só consegui abrir a conversa dela e eu não lembro bem, mas eu estava deitada de bruços e tinha a sensação de o celular estava apoiado na minha boca. Estava com os movimentos quase paralisados e tudo que eu conseguia fazer era olhar pra tela do celular.
Vi que era 17:30h e tive a sensação de que o tempo tinha parado. Meus pensamentos pareciam estar rápidos demais e eu conseguia pensar em tudo que eu quisesse e o tempo não se movia. Algo me dizia "não era aqui que vc queria estar?" E de repente, por um momento, os pensamentos cessaram e tudo parecia normal, mas estagnado. Na minha cabeça eu tinha conseguido atravessar alguma dimensão e o tempo tinha deixado total de fazer sentido.
Comecei a esquecer de quem eu era e tive que afirmar algumas vezes o meu nome, do meu namorado, do bairro em que eu moro, das minhas cachorras
Tudo parecia tão longe e quase como se não pertencesse mais a mim. Eu tentava lembrar da minha família, mas minha mãe também se fundia com meu irmão.
Não sei em que momento isso aconteceu, mas eu já não conseguia enxergar mais nada da realidade. Sentei na cama e quando eu olhava em volta tava tudo em tons de púrpura e azul marinho e já não existia mais parede, pisos móveis, todas as coisas eram formadas por blocos invisíveis. O que eu conseguia ver era como se fosse em lineart, sabe? Blocos transparentes, formados por linhas brancas se conectavam a vários pontos de fuga. Via os pilares da construção sendo feitos e como o mundo se projetava e naquele momento eu conseguia entender tudo que tinha por trás.
Desde que passei a tomar Volig antes das viagens nunca mais tinha tido enjôo, mas nessa hora eu comecei a ficar muito enjoada e maravilhada e assustada ao mesmo tempo.
Resolvi ir no banheiro de novo mas tava muito difícil. Acabei entrando numa bad pelo susto de estar entendendo tudo e percebi que era demais pra mim e a minha cabeça de humano. Só queria voltar ao normal. Só conseguia pensar que eu deveria tomar um banho gelado. Meu namorado tava mais sóbrio que eu e me levou pro banheiro. Eu poderia ter vomitado na privada? Sim, mas parece que eu não lembrava do básico e acabei vomitando no chão do banheiro e ainda sentei por cima

Depois meu namo me pôs no banho mas eu fiquei com frio e sai querendo deitar na cama toda molhada sem me secar nem nada. Foi uma confusão mental absurda, dei mó trabalho pra ele, atrapalhei a onda dele e não me orgulho disso. Ele ajustou a temperatura da água pra mim, pegou um banco e acredito que fiquei por cerca de uma hora sentada no banho achando que eu não voltaria mais ao normal. A loucura parecia tão certa que eu pensava que então era naquele lugar que os loucos estavam e eu me via como uma, agora fazia parte deles. Era estranho pq ao mesmo tempo que eu sabia que não estava normal, não conseguia mais agir normalmente. Ficava sentando e levantando da cadeira, fazendo uns movimentos atípicos e era incontrolável e quando mais eu tentava ficar normal, mas eu parecia maluca. Senti que uma parte do meu corpo tava lutando pra ficar lúcida e a outra tava sendo literalmente puxada pela loucura (como se meu corpo estivesse sendo puxado por um ímã, pro lado). Não conseguia entender como eu sairia dali e viveria normalmente depois de tudo aquilo. Demorei muito pra sair debaixo da água e quando consegui desligar o chuveiro demorei mais um tempão pra me secar. Ainda um pouco confusa, mas voltando ao normal.
Comi um sanduíche depois e fui me recuperando aos poucos.
Meu namorado disse que quando eu vomitava meu rosto tava muito pálido e depois que sai do banho percebi que tinham várias manchinhas vermelhas pelo meu rosto.Nao sei se pode ter a ver com a baixa oxigenação do sangue ou qualquer outra coisa, mas hoje já está normal.
Ele também disse que eu ficava apertando meu rosto e dizendo repetidas vezes que eu não estava conseguindo entender nada, mas não lembro dessa parte.
Nunca fiquei tão feliz por estar de volta a realidade, hehehe
Ainda tentando processar tudo que aconteceu e pensando depois, percebi que eu deveria ter ido com mais calma.
Não estava preparada pra uma viagem tão forte e acabei me desesperando. Ficar sem música na maior parte da viagem também não ajudou. Acho que teria sido essencial pra me acalmar naquele momento.
Cada viagem uma lição diferente e por mais que tenha sido difícil, eu voltei em paz e me sentindo mais disposta a viver. Talvez eu precisasse mesmo dessa porrada pra dar mais valor às coisas que são reais.
É isso amigos, obrigada por quem leu até aqui e desculpem pelos erros

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