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Dos Crentes em Além Mundos

Você pode matar, você pode mentir, você pode fingir, você pode espreitar...

Você só não pode se prender a nada.


Para mim parece a definição de um psicopata.

Sem culpa.
 
Para mim parece a definição de um psicopata.

Sem culpa.

Ou não.

Lendo Castañeda dá para entender bem o contexto. Na verdade, acho que nós temos que nos reavaliar sempre, vejamos, o psicopata, aparentemente, pelo que os especialistas dizem, não sentem culpa, lendo o que eu postei (tão poucas linhas) sobre a amplitude do universo do Nagual, parece a mesma coisa, mas, o universo do psicopata é mais estreito, pois ele vive preso neste único contexto do ser "superior" aos demais, age ininterruptamente da mesma forma por motivos quaisquer, futeis mesmo, sempre, sempre, é uma doença. No caso dos Naguais não me pareceu isto, pelo contrário, eles não vivem isto, mas que apenas sabem que isto também não é nada, matar, morrer, trapacear, pode ser necessário para ele se safar e conseguir seguir o seu caminho em busca da liberdade total e, como esta sua busca é voltada ao desapego material, estas ocorrências provavelmente devam ser eventos raros, ou rarríssimos.

Vou tentar construir alguns exemplos, me baseando no que eu entendi do que li, para podermos discutir mais:

Exemplo, um Nagual é capaz de trapacear para consguir envolver um jovem (com a configuração Nagual) em seu grupo, para ser o seu "sucessor", se assim ele tiver um augúrio para isso e este jovem Nagual esteja em estado terminal de vida, sem saida, sem saber que tem o dom,,, neste caso um Nagual é capaz de tudo para salvar esta vida e fortalecer o seu grupo. Como Dom Juan relatou ter sido com ele e também, com o próprio mestre dele, Dom Julian.

Este é um exemplo simplório e geralmente, o máximo que um nagual precisaria fazer era algum teatro, não precisaria mentir verdadeiramente, ou sequer matar, mas já da para ilustrar que escrupulos não é um forte dos Naguais.

É meio por aí Ecuador, um outro exemplo, digamos, se eu fosse um Nagual e você também e eu percebesse que você está fazendo um movimento para me matar e ficar com meus aliados (seres inorgânicos), bom, neste caso, eu tendo o conhecimento do seu poder, eu o eliminaria ou morreria, pq saberia que você não desistiria do seu intento e se o seu poder fosse muito fugir ou ludibriar poderia não ser suficiente.

kkkkk, mas parece pisicopata, kkkkk, de médico e de louco, todos temos um pouco...

e como eu disse, quem conseguir seguir os passos contidos em Castñeda, me avise, kkkkk.
 
'kkk'

você é mais um ligando as próprias idéias. sim zaratustra ou zoroastro, o que ainda não entendeu é que nietzsche usa elementos que existem, pra fazer lógicas ao contrário. Editando: aqui você pode procurar 'transvalorização dos valores', é um tema amplamente abordado em aulas básicas, deve ter internet afora.

amiguinho pouco me importa qual livro você tem na cabeceira não tenho que provar a você nada além da minha capoeira, mas se você se recordar no livro existem mutações de bichos e seres. se levarmos tudo o que está escrito ao pé da letra, como os péssimos leitores o fazem, imaginaríamos mesmo zaratustra como aquele líder religioso da antiguidade. e também veríamos esse homem se transmutando em águia, leão, bebê etc.

não é o zaratustra que existiu (mas uma 'alegoria'), e ele não mudou de forma. saia da fantasia e entenda a poesia
:pos:

kkkkkkkkk
vc nao tem que provar nada pra ninguém, a nao ser para si mesmo. este tópico foi criado com o intuito de fazer vcs provarem coisas pra vcs mesmo, aprender é uma tarefa interior, porém pode ser feita em grupo.
A questão não é se zaratustra viveu ou não, o que importa são os ensinamentos do livro e de como nietzsche utilizou isso para escrever o livro.

...quando eu disse que o livro tinha misticismo nao foi no sentido de fazer coisas se transformarem por mágica, foi apenas no sentido de que há coisas no livro em que a mente racional comum não é capaz de perceber!
as pessoas estão apegas a dogmas e "ismos"(ateísmo), é necessário uma compreensão de como vc poderá ler as palavras e transpassar o conhecimento para a prática... aprender! inventar novos valores! despreender-se de valores e passar a sentir a vida! dançar! cantar! criar um corpo superior! aprender a ter-se de pé! sentir a natureza! nadar em lagos profundos de luz, em sua própria sabedoria! sentir Deus em si, em tudo, em todos!
mas isso só pode ser explicado pela experiência, alegorias e misticismo!

Não estão as palavras feitas para os que são posados?
Não mentem todas as palavras ao que é leve?
Não se consuma por seus pensamentos, saia desse "quarto empoeirado", procure o ar livre! Ame a liberdade e o ar na terra fresca!
 
Um dia, Zaratustra elevou a sua ilusão mais além da vida dos homens, à maneira de todos os que crêem em além-mundos.

Obra de um deus dolente e atormentado lhe pareceu então o mundo.

“Sonho me parecia, e ficção de um deus: vapor colorido ante os olhos de um divino descontente.

Bem e mal, alegria e desgosto, eu e tu, vapor colorido me parecia tudo ante os olhos criadores. O criador queria desviar de si mesmo o olhar... e criou o mundo.

Para quem sofre é uma alegria esquecer o seu sofrimento. Alegria inebriante e esquecimento de si mesmo me pareceu um dia o mundo.

Este mundo, o eternamente imperfeito, me pareceu um dia, imagem de uma eterna contradição, e uma alegria inebriante para o seu imperfeito criador.

Da mesma maneira projetei eu também a minha ilusão mais para além da vida dos homens à semelhança de todos os crentes em além-mundos. Além dos homens, realmente?

Ai, meus irmãos! Este deus que eu criei, era obra humana e humano delírio, como todos os deuses.

Era homem, tão somente um fragmento de homem e de mim. Esse fantasma saía das minhas próprias cinzas e da minha própria chama, e nunca veio realmente do outro mundo.

Que sucedeu, meus irmãos? Eu, que sofria, dominei-me; levei a minha própria cinza para a montanha; inventei para mim uma chama mais clara. E vede! O fantasma ausentou-se!

Agora que estou curado, seria para mim um sofrimento e um tormento crer em semelhantes fantasmas. Assim falo eu aos que creem em além-mundos.

Sofrimentos e incompetências; eis o que criou todos os além-mundos, e esse breve desvario da felicidade que só conhece quem mais sofre.

A fadiga, que de um salto quer atingir o extremo, uma fadiga pobre e ignorante, que não quer ao menos um maior querer; foi ela que criou todos os deuses e todos os além-mundos.

Acreditai-me, meus irmãos! Foi o corpo que desesperou do corpo: tateou com os dedos do espírito extraviado as últimas paredes.

Acreditai-me, meus irmãos! Foi o corpo que desesperou da terra: ouviu falar as entranhas do ser.

Quis então que a sua cabeça transpassasse as últimas paredes, e não só a cabeça: até ele quis passar para o “outro mundo”.

O “outro mundo”, porém, esse mundo desumanizado e inumano, que é um nada celeste, está oculto aos homens, e as entranhas do ser não falam ao homem, a não ser como homem.

É deveras difícil demonstrar o Ser, e difícil é fazê-lo falar. Dizei-me, porém, irmãos: a mais estranha de todas as coisas não será a melhor demonstrada?

E, este Eu que cria, que quer, e que dá a medida e o valor das coisas, este Eu, e a contradição e confusão do Eu falam com a maior lealdade do seu ser.

E este ser lealíssimo, o Eu, fala do corpo, e quer o corpo, embora sonhe e divague e esvoace com as asas partidas.

O Eu aprende a falar mais realmente de cada vez, e quanto mais aprende, mais palavras acha para honrar o corpo e terra.

O meu Eu ensinou-me um novo orgulho que eu ensino aos homens: não ocultar a cabeça nas nuvens celestes, mas levá-la descoberta; sustentar erguida uma cabeça terrestre que creia no sentido da terra.

Eu ensino aos homens uma nova vontade: querer o caminho que os homens têm seguido cegamente, e considerá-lo bom e fugir dele como os enfermos e os decrépitos.

Enfermos e decrépitos foram os que menosprezaram o corpo e a terra, os que inventaram as coisas celestes e as gotas de sangue redentor; mas até esses doces e lúgubres venenos foram buscar no corpo e na terra!

Queriam fugir da sua miséria, e as estrelas estavam demasiado longe para eles. Então suspiraram: “Oh! se houvessem caminhos celestes para alcançar outra vida e outra felicidade!” E inventaram os seus artifícios e as suas beberagens sangrentas.

E julgaram-se arrebatados para longe do seu corpo e desta terra, os ingratos! A quem deviam, porém, o seu espasmo e o deleite do seu arroubamento? Ao seu corpo e a esta terra.

Zaratustra é indulgente com os enfermos. Não o enfadam as suas formas de se consolarem, nem a sua ingratidão. Curem-se, dominem-se, criem um corpo superior!

Zaratustra também se não enfada com o que sara quando este olha com carinho as suas ilusões, e vai à meia-noite rodear a tumba do seu Deus; mas as suas lágrimas continuam sendo para mim enfermidade e corpo enfermo.

Houve semprei muitos enfermos entre os que sonham e suspiram por Deus; odeiam furiosamente o que procura o conhecimento e a mais nova das virtudes, que se chama lealdade.

Olham sempre para trás, para tempos obscuros; nesse tempo, de certo, a ilusão e a fé eram outra coisa. O delírio da razão era coisa divina, e a dúvida, pecado.

Conheço demasiado esses semelhantes a Deus; querem que se acredite neles e que a dúvida seja pecado. Também sei de sobra no que é que eles crêem mais.

Não é, certamente, em além-mundos e em gotas de sangue redentor; eles também crêem sobretudo no corpo, e ao seu próprio que olham como a coisa em si.

O seu corpo, porém, é coisa enfermiça e de boa vontade se livrarão dele. Por isso escutam os pregadores da morte e eles mesmos pregam os além-mundos.

Preferi, meus irmãos, a voz do corpo curado; é uma voz mais leal e mais pura.

O corpo são, o corpo cheio de ângulos retos, fala com mais lealdade e mais pureza; fala do sentido da terra”.

Assim falava Zaratustra.
eu iria digitar isso só de brincadeira, "e assim falou Zaratustra"
 
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