Eu digo que você acredita na verdade pq vc diz que a "conhece" ou "reconhece" de alguma forma, apesar de nunca ter experimentado ela você afirmar que se pode apontar pra ela..
Como você sabe que eu nunca experienciei a verdade?
A verdade não é minha nem de ninguém. Ninguém pode se apropriar nem ser dono dela, pois ela é que é dona da gente.
Aqui você genialmente descobriu sozinho pq q tudo o q dizemos é opinião
Não consigo ver relação entre o que eu disse e a “descoberta” de que tudo que dizemos é opinião. Tudo que eu fiz foi apontar a incoerência de se afirmar que fatos são estabelecidos por tradição. O que isso tem a ver com “descobrir” que tudo é opinião?
ai basta olhar no espelho antropológico e perceber q sua cultura e suas tradições não são as únicas e que a sua verdade universal não é a minha.
Não há uma verdade que seja minha nem uma verdade que seja sua. Uma verdade relativa não é a verdade, e a verdade absoluta não pertence a ninguém, nós é que pertencemos a ela.
E de onde você tirou que a verdade de que eu falo é produto de alguma tradição e cultura? A verdade é completamente incausada e incondicionada, nada tem o poder de afetá-la. Ela já estava aí antes do surgimento de qualquer cultura e tradição e continuará aí depois que todas as culturas e tradições chegarem ao fim.
Eu não digo que você não pode acreditar numa verdade universal, mas é muito feio invalidar a vida dos outros por se achar numa posição privilegiada intelectualmente falando de ter a genialidade de perceber a verdade universal. Humanos são muito arrogantes.
Onde eu invalidei a vida dos outros?
E de onde você tirou que para perceber a verdade é necessário estar numa posição intelectualmente privilegiada e ser um gênio? Na verdade, o intelecto, o pensamento, a mente não podem de modo algum conhecer a verdade, pois a verdade é revelada justamente quando o processo de pensar chega ao fim. Qualquer analfabeto pode conhecer a verdade (e muito provavelmente ao longo da história deve ter havido vários analfabetos que a conheceram), não é necessária nenhuma instrução para isso. E também ninguém é um gênio por perceber a verdade pelo simples motivo de que a verdade é o que há de mais evidente, natural e simples, muito além do nosso conceito do que seja algo evidente, natural e simples. Não há nada de sobre-humano em percebê-la.
E eu não vou deixar de dizer que a verdade existe apenas pelo medo de parecer arrogante, pois isso é falsa modéstia. Se alguém acha que eu sou arrogante, o problema é de quem acha isso, não meu.
É obvio n? Se eu defendo q tudo o q dizemos é opinião então isso tbm é opinião. Isso não torna a universalização da opinião uma verdade.
Se também é uma opinião sua que tudo o que dizemos é opinião, então você será obrigado a admitir que essa sua opinião pode estar errada e que nesse caso há sim a possibilidade de se dizer a verdade. Você fala que acreditar na verdade é abobrinha e que é ingênuo achar que se pode ter acesso a ela, desse modo você deixa bem claro que você não toma como mera opinião sua opinião de que não se pode conhecer a verdade. Você deveria pelo menos reconhecer que você não sabe se é possível ter acesso à verdade ou não.
Mesmo que a verdade exista quando você topar nela, você não ter certeza se é opinião ou não. Ela teria q ser magicamente aceita por todos. E é bem problemático isso afinal nada se mostra mais rico que a diversidade do pensamento humano.
A verdade não precisa ser aceita por todos porque ela não depende dos outros, ela é evidente por si mesma, completamente independente e transcendente ao pensamento humano. Ela não tá nem aí se os outros a aceitam ou não, se gostam dela ou não, se sabem dela ou não. Ela é o que é, e ninguém pode mudar isso.
E nada é mais limitado do que o pensamento humano. Não é à toa que o pensamento não pode conhecer a verdade, pois o pensamento é limitado e a verdade é ilimitada, e aquilo que é limitado não pode conhecer aquilo que é ilimitado. Não é o pensamento e a pessoa que conhecem a verdade, a verdade é que conhece a si mesma. O indivíduo é justamente aquilo que faz com que a verdade pareça estar escondida e, portanto, para que a verdade seja percebida o indivíduo deve morrer. Quando há indivíduo, a verdade está oculta. Quando não há indivíduo, a verdade se mostra. Mas como, em última instância, não há, nunca houve nem nunca haverá um indivíduo, a verdade nunca está, nunca esteve nem nunca estará oculta. Essa ocultação dela é apenas uma aparência, uma ilusão que existe apenas do ponto de vista ilusório de um indivíduo ilusório.
Ou seja a verdade universal é mais ou menos parecida com a seguinte sentença:
Todo homem é mortal,
Sócrates é homem,
Sócrates é mortal.
ou seja:
X é Y
Z é X
então Z é Y.
Isso não é a verdade absoluta, é apenas um raciocínio lógico, que é verdadeiro no âmbito da lógica (ou seja, é uma verdade relativa [até mesmo a afirmação de que 1 + 1 = 2 é apenas uma verdade relativa, pois dois só existem num nível relativo, no nível absoluto não há dois]). Mas a verdade de que eu falo é a verdade a respeito da totalidade.
Você pode alternar quantas vezes quiser os incognoscíveis, e eles sempre serão verdade, mas apenas dentro da lógica. Se você aplicar ao mundo real e empírico a lógica desanda.
Desde quando a lógica desanda quando aplicada ao mundo “real” (a propósito, o que o faz pensar que este mundo é real?) e empírico? O mundo está totalmente submetido à lógica, tudo o que você faz na vida exige lógica.
A razão pela qual creio que não exista a verdade é que a história da metafisica nos mostra que ela não teve sucesso em sua empreitada e ja são 2500 buscando a verdade e contando.....
Só porque a metafísica não encontrou a verdade quer dizer que ela não existe? E desde quando a metafísica é parâmetro para alguma coisa? Se ela não conseguiu encontrar a verdade, isso não prova que a verdade não existe, prova apenas que a metafísica é incompetente.
Esse seu pensamento é típico daqueles que têm preguiça de descobrir as coisas por si mesmos e pela sua própria experiência direta e esperam que os outros descubram e venham lhes contar, como se a verdade fosse uma informação que pudesse ser transmitida de uma pessoa para outra, um acontecimento que pudesse ser noticiado nos jornais e demais veículos de comunicação, um objeto que pudesse ser conhecido pelo sujeito. Basicamente o que você diz é o seguinte: “se os filósofos não conseguiram encontrar a verdade, então ela não deve existir mesmo, e eu é que não vou procurar a verdade por mim mesmo porque isso é trabalho dos filósofos e, se eles não acharam, não sou eu que vou conseguir achar”. Ou seja, você joga a responsabilidade pela busca pela verdade para terceiros.
Ele afirmou que o Sujeito não tem acesso ao Objeto, mas que ambos tem uma especie de encontro intermediário.
Pois Kant ainda estava no engano de acreditar na separação entre sujeito e objeto. Sujeito e objeto são dois lados da mesma moeda: não há sujeito que não perceba seus objetos assim como não há objeto que não seja percebido pelo sujeito. O sujeito é o objeto e o objeto é o sujeito, não há nenhuma distância entre aquilo que percebe e aquilo que é percebido. Mas, na verdade, não há nem um sujeito que percebe e nem um objeto que é percebido, o que há é apenas a ação de perceber, que aparentemente se divide em percebedor e percebido. Nós achamos que quem percebe é o sujeito, mas, se prestássemos atenção, perceberíamos que aquele que percebe nunca foi percebido (se fosse percebido, ele se tornaria um objeto de percepção e, portanto, não poderia ser o sujeito, o percebedor). Não há algo ou alguém que percebe, o que há é apenas o perceber.
Veja bem> eu acredito no objeto e acredito que ele tenha uma essência própria dele, assim como cada ser tem a sua.
Os objetos são formas completamente vazias, sem conteúdo algum, sem substância alguma. São aparências sem nenhuma essência, superfícies sem nenhuma profundidade. Ou, se há algum conteúdo, esse conteúdo é apenas mais uma forma vazia; se há alguma essência, essa essência é apenas mais uma aparência; se há alguma profundidade, essa profundidade é apenas mais uma superfície. Por exemplo: tendo diante de si uma cadeira de madeira, uma pessoa afirma que a cadeira é a forma e a madeira é o conteúdo, ou que a cadeira é a aparência e a madeira é a essência do objeto; no entanto, se ela prestasse atenção, ela perceberia que a madeira também é apenas mais uma forma e mais uma aparência, e então ela poderia dizer que as moléculas são o conteúdo e a essência da madeira, mas as moléculas também são apenas mais uma forma e mais uma aparência, assim como os átomos, as partículas subatômicas, as partículas subsubatômicas... Por mais que você escave, tudo que você vai encontrar será apenas aparências. A verdadeira essência das coisas é o vazio.
Sempre teremos apenas parcialmente o conhecimento de determinada coisa, e isso envolve não só a nossa natureza e a natureza do objeto, mas as próprias circunstâncias. Filosoficamente achar que podemos ter acesso à verdade é simplesmente ingênuo.
A verdade absoluta não é a verdade a respeito de um determinado objeto em particular, mas sim a verdade a respeito da totalidade. E quando você se depara com a verdade é percebido que não há nenhum objeto e nenhum sujeito para serem conhecidos.
No mais, quando eu digo que a verdade existe e que ela pode ser conhecida, eu não estou adotando uma posição filosófica (eu nem sequer leio filosofia), eu estou apenas dizendo uma obviedade.
Eita! Onde se esconde uma figura tão rara na espécie humana? Permita que o mundo conheça e registre sua aptidão filosófica tão certeira para a posteridade. Qualquer emprego ou atividade não remunerada que não esteja relacionado com filosofia é um baita desperdício no teu caso.
Se o que eu falo não são fatos, então, em vez de ficar com ironias que não acrescentam absolutamente nada ao debate, me aponte o que eu digo que não é um fato.