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Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

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Comportamento Inapropriados Durante Ego-Death

Acho que uma pessoa que reage de uma forma absurda assim deve ter muita coisa ruim dentro de si :confused:
Os cogumelos acabam botando pra fora estes conflitos internos

Acho que não adianta julgar. Todos nós podemos ter o mesmo dentro de nós, e por um motivo ou outro sermos mais resistentes a uma dose alta, talvez até mesmo por termos aprendido a navegar.

Mas, agora, é claro que após um episódio desses todo mundo fica esperto para regular a dose da pessoa.
 
Acho que não adianta julgar. Todos nós podemos ter o mesmo dentro de nós, e por um motivo ou outro sermos mais resistentes a uma dose alta, talvez até mesmo por termos aprendido a navegar.

Mas, agora, é claro que após um episódio desses todo mundo fica esperto para regular a dose da pessoa.

Ecuador, acho que tudo depende também do estado de espírito que a pessoa está quando toma os cogumelos.
 
Bem, eu só tive por enquanto uma experiência com os mágicos
E não consigo entender uma coisa assim! Pra mim, os cogumelos foram puro amor, paz, calma
E uma introspecção tão profunda, uma coisa assim tão eu comigo mesma, que eu só queria ficar quietinha aproveitando o momento e o mundo externo como por exemplo as pessoas ao redor só atrapalhavam.

Acho que uma pessoa que reage de uma forma absurda assim deve ter muita coisa ruim dentro de si :confused:
Os cogumelos acabam botando pra fora estes conflitos internos

@Nephtys , isso pode estar relacionado às suas características mentais, o ambiente (setting) pode ter favorecido o momento mental que você estava, a dosagem que você utilizou pode também ter favorecido. EU ainda não consigo ficar sossegado em dosagens media-altas, não consigo ficar totalmente tranquilo de estar morrendo, sofro bucados no turbilhão de dissolução do ego, com temor, mas eu encaro e vou morrendo sem muita chiadeira mesmo. Queria eu sentir puro amor, calma e paz durante a morte. Estas características maravilhosas que você citou me ocorrem no inicio da experiência, no renascimento (pós morte) e normalmente quando os efeitos começam a baixar.

Eu mesmo só faço ingestão de cogumelos quando sinto que ta rolando um chamado, algo muito interior, como se fosse uma sensibilidade da minha parte para com o todo. Não sei explicar, mas acontece, depois de 2 anos voltei a sentir isso, a mais ou menos 3 meses, tenho tido até sonhos que estão ligados aos cogumelos.

Este é um motivo que me faz quase não ter tido experiências acompanhado de alguém que também ingeriu, é um momento muito pessoal e especial que aparentemente não está ligada às minhas vontades comuns.

E como você disse, pode ser que o estado de espírito seja uma grande influencia em toda a experiência, seja ela em doses pequenas (mais fáceis!?) ou doses mais elevadas (mais difíceis!?).
 
Última edição:
@figurinha que curioso que você relatou, eu não senti a morte, muito pelo contrário, eu senti a vida como se estivesse jorrando tanto de mim como da natureza ao meu redor. Apesar de que creio eu, tive a morte de todos os meus egos (a gnosis), pois raiva, inveja, medi, tristeza simplesmente se dissparam e eu só queria me fundir à terra, pq eu era Uma com a natureza, eu era só amor e paz dentro de mim.
 
@figurinha que curioso que você relatou, eu não senti a morte, muito pelo contrário, eu senti a vida como se estivesse jorrando tanto de mim como da natureza ao meu redor. Apesar de que creio eu, tive a morte de todos os meus egos (a gnosis), pois raiva, inveja, medi, tristeza simplesmente se dissparam e eu só queria me fundir à terra, porque eu era Uma com a natureza, eu era só amor e paz dentro de mim.
Sim é muito bonito isto, também experimento isto tanto em experiências mais leves quanto as mais pesadas, mas não sei até que ponto posso considerar isto como morte do ego, porque o ego naturalmente teria medo de morrer, ou lutaria para evitar isto, e é possível que você só perceberá que o momento (da morte do ego) chegou quando experienciar este medo e o mais importante perder realmente todo o controle sobre qualquer condição humana, isto é morrer. Quando estiver morrendo na experiência, perceberá como o ego que somos nos "engana" para permanecer (nos manter) seguro. O renascimento só acontece quando perdemos absolutamente tudo, tanto as coisas maravilhosas quanto as coisas das quais mais tememos ou rejeitaríamos. Quando ego morre, nada mais do que eramos existe, é um sofrimento de parto, depois daquilo, nada mais faz sentido, nem mesmo aquele sofrimento todo, e o renascimento é ainda mais surpreendente, acredite, por ser raro a morte do ego, o renascimento ainda é um tema pouco abordado no fórum. Tamanha a grandiosidade, me emociono de recordar desta verdadeiramente profunda experiência.

Eu tive uma experiência desta profundidade depois de algumas experiências quanto senti que havia chegado a hora de experimentar uma dosagem bem elevada e é interessante porque em algumas experiências anteriores a ela, eu já havia achado que tinha ocorrido a morte do ego, rsrs mas não, havia sido um engano de interpretação do que era morte de ego.

Pra falar a verdade, eu não esperava estar vivo, ou ter renascido, foi uma linda surpresa descobrir que eu (ego) havia ressuscitado. O dia seguinte foi um dia inteiro chorando, hiper emocionado e feliz, por tudo que passei, pelos milênios, pelos momentos intensos, pela dor, pelo medo, por TUDO ter acabado, e apesar de tudo, eu ainda pude voltar a minha vida. Pra mim foi algo milagroso mesmo. Voltar e ver minha irmã dormindo, foi verdadeiramente impressionante. Apesar de tudo, recuperei a vida e trouxe com ela uma carga universal que sucede a experiência da vida humana.

Só entendi o que Ego é quando morri, porque Ego é este ser que aqui digitou estas palavras de coração aberto para vocês! Ego é um dos elementos essenciais para que estejamos vivos, vivos como reconhecemos.

:love: Paz, Amor e Luz :love:
 
Última edição:
@figurinha Bem, eu tenho uma visão diferente de "ego", pois eu frequentei a Gnosis. E segundo a Gnosis, eis a definição de ego e de esssência:

A Essência, como sendo nossa natureza verdadeira, é o conjunto de nossas virtudes e valores, aquilo que somos de forma espontânea.

Já o Ego, diferente das definições da Psicologia Acadêmica, é reconhecido como sendo o conjunto dos defeitos psicológicos do ser humano, seus erros, medos, traumas, complexos, etc. Dessa forma, vemos que o Ego não é uma coisa só, e sim um conjunto de “agregados psíquicos”, como chamam os budistas tibetanos.

Então, eu tive sim a morte temorárias destes egos, pois são todos estes defeitos e sentimentos ruins que temos. Porém, esta morte não foi ruim, pelo contrário, é como se os egos fossem totalmente eliminados e só sobrasse a consciência livre (que segundo a gnosis, temos 3% de consciência livre, o resto são os egos).
 
@figurinha Bem, eu tenho uma visão diferente de "ego", pois eu frequentei a Gnosis. E segundo a Gnosis, eis a definição de ego e de esssência:

A Essência, como sendo nossa natureza verdadeira, é o conjunto de nossas virtudes e valores, aquilo que somos de forma espontânea.

Já o Ego, diferente das definições da Psicologia Acadêmica, é reconhecido como sendo o conjunto dos defeitos psicológicos do ser humano, seus erros, medos, traumas, complexos, etc. Dessa forma, vemos que o Ego não é uma coisa só, e sim um conjunto de “agregados psíquicos”, como chamam os budistas tibetanos.

Então, eu tive sim a morte temorárias destes egos, pois são todos estes defeitos e sentimentos ruins que temos. Porém, esta morte não foi ruim, pelo contrário, é como se os egos fossem totalmente eliminados e só sobrasse a consciência livre (que segundo a gnosis, temos 3% de consciência livre, o resto são os egos).

Muito bacana esta discussão que estamos gerando,
Certamente daria um bom tópico sobre "Morte do Ego em Diferentes Perspectivas".

-> Eu creio que assim como outros membros ja afirmaram, estes surtos de infantilidade ou desespero acompanhado ou não de agressão podem ocorrer em indivíduos não preparados em settings não apropriados diante da morte de Ego (perspectiva da psicologia).
Eu não sei se posso falar com total propriedade que a causa do que passaram foi por tal motivo, porque no meu caso, fui sentindo que a morte seria inevitável, no máximo me debatia um pouco contra o chão de serrapilheira na tentativa frustrada como ultimo recurso de tentar me manter vivo (diante do que estava acontecendo por dentro, bater a cabeça algumas vezes era o de menos).

-> Agora, se estes casos estão se referindo ao individuo não saber como lhe dar diante da morte de ego pela Gnosis, então pode se tratar de indivíduos demasiadamente inseguros ou mesmo orgulhosos que não consideram a possibilidade de perder/entender nem mesmo suas características ruins.

Eu estou lendo seu relato aqui, mas acho que podemos dizer que as diferenças sobre o que estamos falando são:

Em minha experiência relatada como O inicio e fim da vida ocorreu a morte completa de todas as características citadas por você, tanto positivas quanto negativa, memória, razão e as mais diversas formas que me levariam a saber que eu havia tido uma vida humana ou acreditar por alguma característica reconhecer-me como forma de vida como conhecemos.

Na sua experiência e também em outras que eu tive mas em especial a minha primeira, tivemos a aparente dissolução de características ruins, sentia-me um ser puro de paz e amor, tanto que semanas posteriormente à experiência, eu sentia um amor pleno e transmitia este sem qualquer receio para as pessoas ao meu redor, o bem sem escolher a quem.

:fotos: Grato pela contribuição Nephtys!
 
Última edição:
Eu tento ficar o mais sóbria possível quando presencio essas reações em amigos, tento ajudar a se recompor e a se acalmar, mas eu também já fui a pessoa que falou e fez baixaria, na hora a gente não tem o filtro da decência, e isso não é justificável, porém é algo real. O que fazer? Tentar ajudar a pessoa a sair desse estado vergonhoso/triste, conversar depois sobre o ocorrido, abrir a roda pra resolver as coisas que causaram todo o ambiente ruim.
Cuidaram de mim, acordei no dia seguinte sem lembrar direito do que fiz e falei, fiquei passada, pedi desculpas e me senti mal por um tempo, mas entenderam que eu estava alterada e não conseguia me controlar, não foi algo recorrente, e depois daquela situação sempre passei a tomar cuidado e a me impor um limite nas ações.

Nem sempre tem como controlar, pode ter sido culpa ou não do cara que tomou uma dose extra. Ele podia muito bem ser alguém de boa e ter tido 30mil viagens controladas, porém 1 ele falou merda e deixou todo mundo bad. Acontece, nosso cérebro fica mexido, os sentimentos ficam embaralhados. Aí fica a responsabilidade dele de se desculpar e conversar com quem ele magoou
 
Olá a todos!

Primeiramente, obrigado @mrmorgan por ter respondido a este tópico pois me fez voltar a ele e ler tudo de novo. Eu não havia lido as respostas de 2014 e 2015... A discussão evoluiu de forma extremamente produtiva.

Estou me preparando para voltar a ter experiência pscicodélica com os cubensis depois de quase 3 anos sem experienciá-los.

Em 2013 vivenciei essa situação que causou inúmeros debates e confusões entre meus amigos. A situação é lembrada até hoje.
Em 2018 percebi que o indivíduo que surtou durante a experiência narrada em 2013 é um mau caráter e me afastei desde então. Outros amigo que mantiveram contato com o mesmo, de 2018-2019 foram identificando de forma cada vez mais clara pscicopatia, esquisofrenia, egoísmo, narcisismo e parasitismo neste indivíduo. E todos foram se afastando dele, alguns hoje revoltados com ele, outros ainda abertos a conversar mas extremamente receosos e outros ainda com pensamentos de agressão a ele. Eu, pessoalmente, o trato como um inimigo. E um inimigo não merece minha energia (nem em forma de raiva), mas com o máximo de afastamento e talvez indiferença. Não é alguém que quero em meu convívio ou no convívio de minha família. (em 2015 virei pai, amadureci, meus amigos amadureceram igualmente... e isso nos levou a novas conclusões)

Concordo com praticamente tudo que os irmãos escreveram, resumindo em tópicos:
- Aceitação de que a experiência de dissolução do ego pode tomar muitas formas, incluindo formas nada agradáveis. Mas faz parte do que os cubensis nos ensinam;
- Set & Setting é FUNDAMENTAL;
- Controle de dosagens deve ser relevada em todos os sentidos: analisando o nível de experiência que se deseja, preparo do indivíduo, set & setting etc.;
- A pessoa é sim responsável por seus atos;
- As pessoas que participam presenciando "tal surto" também são responsáveis pelas suas reações individuais e responsáveis por aceitar, lidar, compreender e, principalmente, aprender com o ocorrido. Pois os cogumelos, definitivamente, não sendo uma experiência recreativa, devem ser tratados com o máximo possível de responsabilidade e respeito à experiência e lições por eles cedidas.

@Ecuador , de forma alguma querendo bajular seu ego rs, mas ao ler seus comentários fica evidente que na sua faixa preta tem de 4 dans pra cima!

Obrigado a todos pelas suas respostas e participações neste tópico!

Paz e Luz!
 
@JohnDoe, bem-vindo de volta.

Esse seu tópico/relato é fantástico e suscita ótimos pensamentos éticos perante atos alheios.

Eu acredito que só sou responsável pelas atitudes de alguém sob efeito se eu for o sitter da pessoa. A melhor opção é desviar a mente da pessoa pra alguma outra coisa. Mas não sei como faria isso diante de uma manifestação externa de loucura temporária agressiva.

Mas se for o caso de ser cogumelo que eu dei, eu sempre antes passo sermão por horas sobre do que se tratam, etc., passo bastante informação. Já demorei mais de 1 ano pra dar cogumelos pra um amigo, porque achava que ele não tava pronto. Então não me sinto responsável se o sujeito não seguir minhas recomendações. Apenas não irei dar cogumelos pra ele(a) novamente. Mas nunca tive uma situação dessas até hoje. Felizmente, todos que dei cogumelo ou tomaram comigo agiram bem.

na sua faixa preta tem de 4 dans pra cima!

E fui eu ver se ele tinha comentado alguma coisa de karatê, e só depois entendi a figura de linguagem kkkkkkkk

Em 2018 percebi que o indivíduo que surtou durante a experiência narrada em 2013 é um mau caráter e me afastei desde então.

É... talvez saber melhor o caráter de quem faz trip com a gente ajude a evitar essas situações.

Quando somos muito jovens, andamos e fazemos coisas com qualquer um, especialmente ficar sob efeito de alguma substância.

Na maturidade, selecionamos melhor nossas companhias de vida e de trip, o que por si já reduz a chance de um incidente como o que você teve.

Que bom que se afastou dele. :)
 
Soube de um caso, meteram 4g num cara. Não era nem um porra loca, já era um cara mais centrado, fazia meditação, yoga, filosofias e outros conhecimentos transcendentais, tinha umas experienciazinhas de uma coisa ou outra, mas nada aprofundado. Pois o cara surtou de uma tal forma que foi feio de ver. Subia no muro e berrava para o céu. Repetia mantras e fazia orações. Espremia frutas com as mãos sujando a casa toda. Se molhava na torneira, se esfregava, resmungava. Quatro horas feito um bixo.

O que são essas reações?
Medo. Da morte, da perda de controle. Medo da dissolução total e absoluta em um mundo incontrolável, intocável, onde perdemos as rédeas da carruagem e os cavalos nos levam como querem, aonde querem. O mundo se dissolve, nosso corpo derrete, nossas crenças e verdades viram pó e são levadas pelos ventos dos mundos de lá.

O que são essas reações?
O ego/mente/intelecto/eu inferior (nomes a gosto do freguês) se debatendo feito criança, tateando no escuro atrás do console de comando. O Sr. Egão, proprietário absoluto de si mesmo, dono por herança e direito de crenças milenares e verdades incontestáveis, homologadas pela ciência e abençoadas pela igreja.

O Sr. Egão, o cara! Desesperado, em frangalhos, tentando juntar os caquinhos de si mesmo, da casca de mentiras que usa para se pagar de importante no mundo do faz de conta. Sr. Egão heim, criado e tratado para ser importante. Doutor Egão! Orgulho da mamãe, da família, da sociedade. Desesperado, tentando reatar a conexão com o real, o material. Chorando, babando, cagando nas calça. Se espremendo, berrando, para se sentir, sentir que seu corpo ainda existe, que seus sensores ainda funcionam, que o mundo onde é rei não acabou.

E o Sr. Ego volta, quieto, cabisbaixo, rabinho no meio da perna, é um santo! Um mês para digerir, um mês para aceitar. Mas agora, na segurança de seu lar, sentado em seu trono de verdades, as desculpas não vão faltar. Meu estômago dói, minha cabeça dói. Aquilo é veneno. Deixa a pessoa louca. Sei de um cara que não voltou mais. Dizem que é usado em rituais do diabo. É isso! O diabo! Loucura, dor e lamento. Não como mais aquilo nunca mais!
HAAHA, isso foi demais!!
 
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