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Como introduzir a enteogenia a um leigo?

Gnosis

Primórdia
Membro Ativo
30/08/2015
103
35
Pretendo começar um cultivo. Ok, até ai tudo bem. Mas atualmente eu estou morando com um amigo. E agora?

Algumas variáveis:
Dentro de nossos círculos sociais cogumelos já foram citados diversas vezes, mas ninguém nunca assumiu publicamente o uso. Era citado como uma brincadeira. Algo improvável. Ninguém cogitaria realmente ir fundo - Isso até encontrar o CM :hilario::hilario::hilario:

Ele não tem nenhuma experiência com substâncias psicoativas, o mais perto que chegou foi ter puxado unzinho e não vi interesse dele em usar novamente. Assim como o senso comum, certamente a visão de quem toma chá de cogumelo pra ele remete a um 'louco' daqueles que acredita em gnomos e fala com plantas.​

Durante uma visita do pai dele, eu percebi que ele havia mexido no lugar onde eu guardava meu carimbo e sacos ziplocks. Não sei se ele comentou para meu amigo. Não se qual foi a reação dele. Nenhum dos dois me perguntou nada a respeito.​

Sempre fui aberto com ele, ele sabe que já experimentei sintéticos. Apesar de eu ter fama de 'drogado', deixei claro pra ele que eu não tinha vontade de usar nada mais. - um dos efeitos positivos que o uso de cogu me deu.:)

Enfim, o foco deste tópico é sobre uma dúvida que me ocorreu: Eu devo contar pra ele? Devo tentar cultivar escondido mesmo sendo obrigado a fazer um cultivo mais simples e correr o risco dele encontrar um pote com cogumelos no meu quarto? Caso isso aconteça talvez eu nem tenha a oportunidade de dar a introdução do assunto. É capaz de ir tudo abaixo nas duas escolhas.:(

Caso eu decida contar - o que eu acho que é a alternativa mais pertinente - como devo proceder?

Tenho que ter um roteiro bem elaborado, desmitificar a diferença entre as drogas recreativas e a magia dos cogumelos. Eu apreciaria muito uma mão agora, principalmente de quem já passou por alguma situação semelhante.

Obrigado desde já.
Peace
 
Ele não tem nenhuma experiência com substâncias psicoativas, o mais perto que chegou foi ter puxado unzinho e não vi interesse dele em usar novamente.
Se a pessoa não se interessa naturalmente, não há porque tentar introduzi-la.
Durante uma visita do pai dele, eu percebi que ele havia mexido no lugar onde eu guardava meu carimbo e sacos ziplocks. Não sei se ele comentou para meu amigo. Não se qual foi a reação dele. Nenhum dos dois me perguntou nada a respeito.
Quem mexeu nos seus carimbos? O pai do seu amigo?
Talvez seu amigo já tenha encontrado os carimbos na gaveta, mas não sabendo o que é, perguntou ao pai (que provavelmente também não sabe)?
Eu devo contar pra ele?
Seu "amigo" é seu namorado? Porque se for não há problema em assumir aqui, lembrando que estamos entre anônimos. Se sim o mais correto seria sim contar sobre, se você já tem uma relação estável com a pessoa, e pretende continuar com a relação.

Se for apenas seu amigo mesmo, a não ser que seja muito, muito amigo (parceiro para a vida), eu manteria em segredo. Depende principalmente da postura da pessoa em relação a drogas.

Devo tentar cultivar escondido mesmo sendo obrigado a fazer um cultivo mais simples e correr o risco dele encontrar um pote com cogumelos no meu quarto?
Não, isso não dá certo. Inclusive porque a pessoa a descobrir os cogumelos pode ser a pessoa errada (o pai, a mãe, a empregada...)

Caso eu decida contar - o que eu acho que é a alternativa mais pertinente - como devo proceder?
Sente e tenha uma conversa clara, apenas com o seu amigo. Se você já tem a fama, cogumelos não vão mudar muita coisa. Pelo menos se você ainda for uma pessoa lúcida (parece que é). Pior seria ele descobrir quando você usar cogumelo escondido, ter uma bad trip, e acordar todo mundo de noite aos gritos.

Esqueça por enquanto uso recreativo, magia, enteogenia. O primeiro soa como se você só quisesse ficar chapado, e os dois últimos para quem não conhece parecem papo de louco, coisa de quem tomou cogumelo e vê duendes mesmo.

Pode dizer que faz menos mal que as outras coisas que você usa ou já usou (porque não precisa fumar, etc), e também que isso fez você perder a vontade de usar qualquer coisa (o que indica uma melhora). Não adianta tentar justificar o uso continuado, para quem nunca usou nenhum psicodélico (não-estimulante).

No mais o segredo é a lei do universo.

Paz e luz!
 
Tenho que ter um roteiro bem elaborado, desmitificar a diferença entre as drogas recreativas e a magia dos cogumelos. Eu apreciaria muito uma mão agora, principalmente de quem já passou por alguma situação semelhante.

Olha, eu abri com todos os meus amigos sobre cogumelos, e o que eu observei foi que todos eles duvidaram que eu estava indo pra um caminho bom, até que, passados 5 meses, eles estão vendo as melhoras e dois dos meus melhores amigos agora já até falaram "ah, meu Deus, será que eu também vou ter que tomar cogumelo?" ao se referirem a certos aspectos problemáticos atuais de suas vidas psicológicas, quando viam como minha vida (emocional, familiar e espiritual) melhorou e tem melhorado continuamente.

Então, num primeiro momento, não precisa fazê-lo aderir, necessariamente, se você pensa em contar. Apenas tolerar, até porque quem manda na sua vida é você :).

E aí, mediante a convivência com você, que agora passa a mostrar pra ele "parei com maconha por isso", "melhorei nisso com essa ajuda", entre outras situações, a mente dele aos poucos começa a se abrir e até a acreditar que te ajuda, mesmo que ele nunca queira.

Pode dizer que faz menos mal que as outras coisas que você usa ou já usou (porque não precisa fumar, etc), e também que isso fez você perder a vontade de usar qualquer coisa (o que indica uma melhora).

Bom método.
 
Se a pessoa não se interessa naturalmente, não há porque tentar introduzi-la.

Quem mexeu nos seus carimbos? O pai do seu amigo?
Talvez seu amigo já tenha encontrado os carimbos na gaveta, mas não sabendo o que é, perguntou ao pai (que provavelmente também não sabe)?

Seu "amigo" é seu namorado? Porque se for não há problema em assumir aqui, lembrando que estamos entre anônimos. Se sim o mais correto seria sim contar sobre, se você já tem uma relação estável com a pessoa, e pretende continuar com a relação.

Se for apenas seu amigo mesmo, a não ser que seja muito, muito amigo (parceiro para a vida), eu manteria em segredo. Depende principalmente da postura da pessoa em relação a drogas.


Não, isso não dá certo. Inclusive porque a pessoa a descobrir os cogumelos pode ser a pessoa errada (o pai, a mãe, a empregada...)


Sente e tenha uma conversa clara, apenas com o seu amigo. Se você já tem a fama, cogumelos não vão mudar muita coisa. Pelo menos se você ainda for uma pessoa lúcida (parece que é). Pior seria ele descobrir quando você usar cogumelo escondido, ter uma bad trip, e acordar todo mundo de noite aos gritos.

Esqueça por enquanto uso recreativo, magia, enteogenia. O primeiro soa como se você só quisesse ficar chapado, e os dois últimos para quem não conhece parecem papo de louco, coisa de quem tomou cogumelo e vê duendes mesmo.

Pode dizer que faz menos mal que as outras coisas que você usa ou já usou (porque não precisa fumar, etc), e também que isso fez você perder a vontade de usar qualquer coisa (o que indica uma melhora). Não adianta tentar justificar o uso continuado, para quem nunca usou nenhum psicodélico (não-estimulante).

No mais o segredo é a lei do universo.

Paz e luz!

Sim, o pai do meu amigo que mexeu no carimbo. Ele com certeza não sabe oque é, mas ele não esperaria alguma coisa boa vinda de um pedaço de alumínio em um saco ziplock. Eu me tornei suspeito.

E não, até onde eu sei eu sou lúcido e hétero. É só amigo mesmo huah. Mas é importante pra minha vida financeira manter esta relação. Talvez por isso seja necessário contar.

Realmente, acredito que sua afirmação é correta. Falar das mudanças positivas é uma bola dentro. Muito útil. Obrigado por compartilhar tua opinião.

Olha, eu abri com todos os meus amigos sobre cogumelos, e o que eu observei foi que todos eles duvidaram que eu estava indo pra um caminho bom, até que, passados 5 meses, eles estão vendo as melhoras e dois dos meus melhores amigos agora já até falaram "ah, meu Deus, será que eu também vou ter que tomar cogumelo?" ao se referirem a certos aspectos problemáticos atuais de suas vidas psicológicas, quando viam como minha vida (emocional, familiar e espiritual) melhorou e tem melhorado continuamente.

Então, num primeiro momento, não precisa fazê-lo aderir, necessariamente, se você pensa em contar. Apenas tolerar, até porque quem manda na sua vida é você :).

E aí, mediante a convivência com você, que agora passa a mostrar pra ele "parei com maconha por isso", "melhorei nisso com essa ajuda", entre outras situações, a mente dele aos poucos começa a se abrir e até a acreditar que te ajuda, mesmo que ele nunca queira.



Bom método.
Muito interessante a maneira com que você conseguiu se abrir com as pessoas mais próximas. Eu tenho muita vontade de comentar as grandes mudanças que os cogumelos também me proporcionaram com familiares próximos, mas vejo que é muito difícil isso acontecer, devido ao enorme preconceito. Talvez em um futuro distante. Preciso dar tempo ao tempo.

Em momento algum pretendi fazê-lo aderir - apesar de imaginar que eventualmente isso poderia acontecer. A meta é apenas tolerar.

Muito obrigado pela sua contribuição @ExPoro
 
Última edição por um moderador:
Olha, eu abri com todos os meus amigos sobre cogumelos

Muito interessante a maneira com que você conseguiu se abrir com as pessoas mais próximas.

Acho que você não deve considerar que o seu amigo terá necessariamente a mesma reação que os amigos do ExPoro, nem que modificará a opinião dele como eles fizeram.

As pessoas são diferentes, e estamos tratando aqui de relatos pessoais. As reações das pessoas variam muito, mas não tendem a serem positivas nem quando você conta nem a médio ou longo prazo.
 
Acho que você não deve considerar que o seu amigo terá necessariamente a mesma reação que os amigos do ExPoro, nem que modificará a opinião dele como eles fizeram.

As pessoas são diferentes, e estamos tratando aqui de relatos pessoais. As reações das pessoas variam muito, mas não tendem a serem positivas nem quando você conta nem a médio ou longo prazo.

Parece-me que ele já fez a avaliação sobre "se deve ou não":

Mas é importante pra minha vida financeira manter esta relação. Talvez por isso seja necessário contar.

Me parece que ele já se decidiu a fazer isso, então ele busca mais um "como fazer ou não", apesar de ele parecer incerto sobre falar ou não...

Agora, sobre este aspecto, creio que valha a seguinte regra: a reação das pessoas com você depende muito mais da sua conduta firme perante elas do que da ideia que façam sobre dado assunto. Isso muito raramente é excepcionalizado.

Mas, vamos a um exemplo prático meu... Quando eu contei algo no meu trabalho sobre cogumelos eu comentei com meu colega no final: "não fala isso pra ninguém não, por favor, porque eu não quero ter que ficar dando fora em quem venha falar merda sobre isso que pra mim é como se fosse religião". Por acaso, ele era alguém que poderia ser beneficiado da mensagem enteogênica mas nunca tinha ouvido falar antes, e aliás recentemente me pediu um pouco pra ele tomar... Fiquei 2-3 meses conversando com ele, quando tínhamos plantão juntos, sobre enteogenia, da qual nunca tinha ouvido falar antes... Aos poucos, ele foi entendendo toda a ideia, e agora também quer ver como é.

Mas enfim, eu não falei com ele "poxa, não conta pra ninguém porque vão me julgar e falar mal de mim"... Não. Eu falei pra ele me poupar o trabalho de dar foras, o que o fez rir porque eu falei de boa e não com agressividade apesar de ter sido incisivo, e deixei bem claro que só falei com ele porque ele é uma pessoa que tem a mente que pensa diferente e aberta a novas ideias.

Enfim...

A regra é a seguinte: avalie se pode contar ou não (se a mente de quem ouve tem alguma abertura, seja já feita, ou que você possa trabalhar um tempo nela), se há espaço ou não, necessidade ou não, e se você aguenta ou não o tranco das eventuais reações alheias negativas, caso você se importe com elas ou caso elas afetem a sua sobrevivência :).

Mas, vai devagar que vai...

Um outro amigo meu recentemente que vi (via internet) e contei como eu tava longe das drogas pesadas com ajuda de enteogenia e cogumelos, ele não entendeu nada. Sabe o que fiz? Sem muito tempo pra conversar, simplesmente passei pra ele o link da Wikipedia sobre ""enteógenos" e pronto, ele me disse: "é, existem mais coisas entre o céu e a terra do que julga a nossa vã filosofia..." :roflmao: Ali ele entendeu do que eu tava falando, e dali a conversa foi pra outros cantos.
 
Última edição:
Parece-me que ele já fez a avaliação sobre "se deve ou não":



Me parece que ele já se decidiu a fazer isso, então ele busca mais um "como fazer ou não", apesar de ele parecer incerto sobre falar ou não...

Agora, sobre este aspecto, creio que valha a seguinte regra: a reação das pessoas com você depende muito mais da sua conduta firme perante elas do que da ideia que façam sobre dado assunto. Isso muito raramente é excepcionalizado.

Mas, vamos a um exemplo prático meu... Quando eu contei algo no meu trabalho sobre cogumelos eu comentei com meu colega no final: "não fala isso pra ninguém não, porque eu não quero ter que ficar me dando ao trabalho de distribuir fora e patada pra calar a boca de todo mundo que venha falar merda sobre isso que pra mim é como se fosse religião". Por acaso, ele era alguém que precisava da mensagem enteogênica mas nunca tinha ouvido falar antes, e aliás me pediu um pouco pra ele tomar... Fiquei 2-3 meses conversando com ele, quando tínhamos plantão juntos, sobre enteogenia, da qual nunca tinha ouvido falar antes... Aos poucos, ele foi entendendo toda a ideia, e agora também quer ver como é.

Mas enfim, eu não falei com ele "poxa, não conta pra ninguém porque vão me julgar e falar mal de mim"... Não. Eu falei pra ele me poupar o trabalho de dar foras, e deixei bem claro que só falei com ele porque ele é uma pessoa que tem a mente que pensa diferente e aberta a novas ideias.

Enfim...

A regra é a seguinte: avalie se pode contar ou não (se a mente de quem ouve tem alguma abertura, seja já feita, ou que você possa trabalhar um tempo nela), se há espaço ou não, necessidade ou não, e se você aguenta ou não o tranco das eventuais reações alheias negativas, caso você se importe com elas ou caso elas afetem a sua sobrevivência :).

Mas, vai devagar que vai...

Um outro amigo meu recentemente que vi (via internet) e contei como eu tava longe das drogas pesadas com ajuda de enteogenia e cogumelos, ele não entendeu nada. Sabe o que fiz? Sem muito tempo pra conversar, simplesmente passei pra ele o link da Wikipedia sobre ""enteógenos" e pronto, ele me disse: "é, existem mais coisas entre o céu e a terra do que julga a nossa vã filosofia..." :roflmao: Ali ele entendeu do que eu tava falando, e dali a conversa foi pra outros cantos.

O CM sempre me surpreende com o conhecimento que é capaz de ser absorvido com ele... mais um vez.
Que aula hein, @ExPoro!!!

Julgo que há espaço e necessidade. Não me importo nem um pouco com as reações alheias negativas. Porém preciso trabalhar na tal abertura mental.
 
Pois tem mais aqui: https://teonanacatl.org/threads/Ética-postura-e-inteligência.775/

Talvez seja melhor você ler alguns casos que não combinam com as experiências legais do @ExPoro.

Mas lembre-se, se você contar e der ruim, ele não vai aí resolver seu caso. Você está por si.

Já li todo esse post huaha. Realmente, muito interessante.

E eu gostaria, @Ecuador. Porém não achei relatos de usuários que precisaram explicar os conceitos para um leigo - sem nenhuma informação sobre os benefícios de cogumelos - e assim quebrar a barreira de preconceito que está imposta pela sociedade atualmente. É uma situação complicada, eu sei. Pode dar ruim, e pode dar muito ruim, eu sei.

Obrigado pela atenção. E principalmente por influenciar outros psiconautas a usar a segurança a seu favor e botar ordem nessa comunidade. Admiro muito seu trabalho.
 
Porém não achei relatos de usuários que precisaram explicar os conceitos para um leigo
Às vezes o que você tem que se perguntar é: você precisa explicar esses conceitos ao seu amigo leigo? Seu amigo precisa disso? Qual é o real motivo para fazer isso? É o melhor caminho?
Uma coisa é explicar "olha, deixa eu te avisar, eu vou cultivar uns cogumelos no meu quarto aqui, falou, fulano" isso pressupõe um certo posicionamento. Outra coisa é "fulano, eu vou cultivar cogumelos, porque cogumelos são sábios, eles me ensinaram muitas coisas e mudaram minha vida completamente, hoje eu sou outra pessoa, eu preciso fazer você compreender", daí, para uma pessoa como você deu a entender que é o tipo do seu amigo, você vai soar como um malucão que está meio fora de si e subjulgado pela substância sobre a qual ele nada sabe e, por isso, pode imaginar de tudo; que você é viciado, ou que está meio malucão, por exemplo. Por isso, cuidado, pondere. Seu amigo não precisa compreender como os cogumelos são mágicos e têm o potencial de iluminar a vida das pessoas (você que quer que ele veja coisas da maneira que você vê), ele só precisa ser avisado e ter a chance de posicionar sobre o que está fazendo pois você considera isso importante para a relação saudável de vocês enquanto co-habitantes. Ficaria no seu espaço íntimo e não sei se é o tipo de coisa que você precise exatamente pedir autorização a ele, mas você é que entende a relaçaõ doméstica que vocês têm.
A história do @ExPoro pode ser legal, mas você tem que lembrar que quando se fala de alguém trazendo drogas para dentro da sua casa, é uma situação muito diferente de algum amigo contar sobre a droga nova que descobriu e que a pessoa mantém na casa dela. Seu amigo pode se preocupar com implicações legais, se você vai desenvolver um comportamento de risco para você mesmo ou outros, etc. Ele pode simplesmente se convencer de que não quer isso na casa e pronto. Já pensou no que faria neste caso? Escolha a abordagem mais sábia.
 
Última edição:
E não, até onde eu sei eu sou lúcido e hétero. É só amigo mesmo huah. Mas é importante pra minha vida financeira manter esta relação. Talvez por isso seja necessário contar.
Se o que você quer dizer é que mora com ele de favor, ou que racha o apê/casa com ele.... Posso te lembrar do ditado: "minha casa, minhas regras". Então se você vai fazer um cultivo aí, é obrigatório fazer isso com a anuência dele. Se ele não concordar, não faça. Pois se alguém por acaso descobrir (o pai, por exemplo) poderia colocar ambos em maus lençóis. Ele, principalmente.

É claro que aí você precisa antes explicar para ele o que são os cogumelos... Então ainda vale o que eu falei. Se ele não tiver uma postura anti-drogas, pode tentar sentar com ele e explicar, em termos simples. Além do que eu já disse, diga o que são, que não mordem e explique como irá escondê-los. Ele decide se não quer isso na casa, ou se assume o risco.

Agora, se quem paga ou é dono do lugar é o pai dele, esqueça... Não faça de jeito nenhum! pois até ele seria um tolo, se permitisse. Ou você será colocado pra fora, ou o pai dele pode entender errado, chutar você e internar ele. Aliás, mais uma boa leitura:
https://teonanacatl.org/threads/a-todos-os-psiconautas.10769/
 
ótimas opiniões, pontos de vista, agora está na sua @Gnosis, depois conta pra nós o desfecho da história! Adoro :LOL:
 
Conta tudo com suas próprias palavras e apresente algum artigo científico sobre psilocibina pra sustentar minimamente sua fala de maluco. Frise que vai respeitar a opinião dele sobre cultivo e uso na casa e aja conforme.
Seja honrado com seus amigos, Anakin.
 
Às vezes o que você tem que se perguntar é: você precisa explicar esses conceitos ao seu amigo leigo? Seu amigo precisa disso? Qual é o real motivo para fazer isso? É o melhor caminho?
Uma coisa é explicar "olha, deixa eu te avisar, eu vou cultivar uns cogumelos no meu quarto aqui, falou, fulano" isso pressupõe um certo posicionamento. Outra coisa é "fulano, eu vou cultivar cogumelos, porque cogumelos são sábios, eles me ensinaram muitas coisas e mudaram minha vida completamente, hoje eu sou outra pessoa, eu preciso fazer você compreender", daí, para uma pessoa como você deu a entender que é o tipo do seu amigo, você vai soar como um malucão que está meio fora de si e subjulgado pela substância sobre a qual ele nada sabe e, por isso, pode imaginar de tudo; que você é viciado, ou que está meio malucão, por exemplo. Por isso, cuidado, pondere. Seu amigo não precisa compreender como os cogumelos são mágicos e têm o potencial de iluminar a vida das pessoas (você que quer que ele veja coisas da maneira que você vê), ele só precisa ser avisado e ter a chance de posicionar sobre o que está fazendo pois você considera isso importante para a relação saudável de vocês enquanto co-habitantes. Ficaria no seu espaço íntimo e não sei se é o tipo de coisa que você precise exatamente pedir autorização a ele, mas você é que entende a relaçaõ doméstica que vocês têm.
A história do @ExPoro pode ser legal, mas você tem que lembrar que quando se fala de alguém trazendo drogas para dentro da sua casa, é uma situação muito diferente de algum amigo contar sobre a droga nova que descobriu e que a pessoa mantém na casa dela. Seu amigo pode se preocupar com implicações legais, se você vai desenvolver um comportamento de risco para você mesmo ou outros, etc. Ele pode simplesmente se convencer de que não quer isso na casa e pronto. Já pensou no que faria neste caso? Escolha a abordagem mais sábia.

Com certeza tudo que você citou é válido.

Caso ele não aceite, eu não faria o cultivo. Seria totalmente anti-ético/imoral e não valeria a pena o risco para mim. Respeito é necessário.

Acho também que não haveria problemas de convivência desencadeados por ele saber que eu já fiz o uso de cogumelos, isso depois de sentar e ter a conversa clara. Entendo que não preciso falar do que os cogumelos significam pra mim, só preciso alerta-lo. Não devo falar nada além do que ele precisa ouvir.

Grato por abordar estes aspectos.

Não faça de jeito nenhum

Outra ótima leitura que já li, a que você citou. Entendo e respeitaria a opinião dele. Mas eu não consigo entender que, dentro destas condições, o cultivo se torne insensato. A princípio o pai dele nunca saberá sobre. Caso o pai dele visite com o cultivo em andamento, eu poderia facilmente esconder bem. Caso ele encontre ainda poderia falar que é cogumelo do sol, que eu acho bonito e que cultivo assim como as plantas, e que não é comestível. Isso tudo é uma possibilidade para um futuro próximo. Não pretendo fazer ainda esse ano. Até lá muitas coisas estão para se resolver, e caso as condições se tornem plausíveis reavaliaria a possibilidade.

Me desculpe, mas eu não estou vendo. Oque coloca a situação em risco?
 
Última edição por um moderador:
Existem muitas formas de se expor sobre um assunto a dadas pessoas. Com cada uma se fala de um jeito. Assim, quando alguém pensa em contar que faz uso de cogumelos, seja por necessidade prática de contar ou simplesmente por vontade de ser franco, ele o fará de uma forma com cada um.

Com minha mãe, primeiro tive uma conversa bem profunda, após 4-5 meses dela observar uma melhora monstruosa em mim. Esperei primeiro os fatos falarem por si, e então conversei com ela de uma forma muito metafórica sobre como funciona a enteogenia, e encontrei um argumento que foi o suficiente pra ela entender como eu tinha melhorado com psicodélicos: a estimulação das células cerebrais pela substância fazem surgir todas as questões internas mais profundas e que muitas vezes nós queremos ignorar, faz então com que eu me veja de frente a todos meus defeitos, minhas falhas, meus erros perante as outras pessoas, possibilita que eu me avalie de forma verdadeira.

Meu interesse era ser franco com ela. E ela, evidentemente, é uma pessoa aberta a novas ideias, ou eu não teria contado espontaneamente, porque seria perda de tempo. Claro, creio que cada um sabe avaliar a utilidade ou até a possibilidade de se contar isso a própria mãe, por exemplo, mediante tantos problemas que podem ser gerados, a depender de como funciona a família do indivíduo. Mas, no meu caso, tinha condições de dar esse passo.

E veja que, conforme narrado no tópico sobre histórias com familiares e amigos que toleram os cogumelos, minha mãe passou a tolerar os cogumelos, mas ainda tinha medo devido a ser algo que lhe pareceu um tanto quanto místico (contei-lhe das comunicações com a espiritualidade também), além do aspecto da coisa... E aí, para que ela entendesse que o medo (místico) dela era sem fundamento, eu fiz um paralelo de que aquilo seria, pra mim, como se para ela eu estivesse segurando a imagem de Jesus Cristo. Isso, é claro, foi apenas para ela perder o medo místico irracional ao associar o efeito espiritual do cogumelo à imagem de Cristo que lhe é bem afeita, e de quebra ela perdeu também o medo do aspecto da coisa. A lógica aqui é a seguinte, que já falei no outro tópico:

se minha mãe fosse budista, por exemplo, teria dito que segurar o cogumelo seria como segurar uma imagem de Buda, etc. ;) Mas, pra mim, um lado interessante foi que dei um passo além da mera tolerância, usando símbolos de paz em comum que minha mãe entenda, e assim fiz ela perder o medo. E creio que esta seja uma tática válida, pois quanto mais gente vir o cogumelo como uma experiência boa e positiva, melhor. Um passo além da tolerância...

Já em relação ao meu amigo do trabalho, ele é uma pessoa que desde que conheço é das mais questionadoras que já vi nesta encarnação, e se propõe a conhecer todas as propostas de todas as religiões, doutrinas, movimentos espiritualizados, ou o que mais for, sobre as verdades últimas da vida, para poder formar a sua própria visão. E ocorre que, após muito tempo conversando com ele, resolvi um dia revelar que existia algo chamado enteogenia, que era também um tipo de experiência religiosa, mística ou espiritual que existia, mas que as pessoas não conheciam. Iniciei falando sobre o Daime - normalmente sempre introduzo a enteogenia falando do Daime, apesar de que os daimistas que conheci pessoalmente nem sequer sabiam o que é enteogenia - e expliquei que também há outras substâncias que funcionam para trabalhar a mente e o espírito do indivíduo. E daí o assunto foi indo. Com ele, sempre com muito riso, brincadeira, conversa leve, chegou a me contar que já tinha tomado LSD, etc. Eu fiquei muito surpreso quando ele falou que queria experimentar os cogumelos, porque entender e aceitar é algo muito distante de se dispor a tentar.

Bem...

Gostaria de ressaltar que também eu sou um ser Humano incontrolavelmente argumentativo e gosto de levar mensagens pras pessoas :LOL:. Mas, uma vez que haja espaço e oportunidade para contar a alguém sobre os cogumelos, o ponto central ético é a boa-fé pela qual você se dispõe a levar uma mensagem ou a convencer alguém de algo. Ora, em princípio não é ruim tentar mostrar a outra pessoa um ponto de vista que nos pareça melhor ou mais cheio de amor. Apenas faça isso com amor, ou seja, de um jeito que não prejudique nem force ninguém. Persuasão não é sinônimo de manipulação, mas muito mais de criação de mútua compreensão (racional e emocional) com benefícios para ambos - e, se deste mútuo entendimento vai advir alguma mudança na conduta ou compreensão da vida de um dos envolvidos, é de se supor que isso seja pro bem. Aliás, por acaso essa também é a dinâmica de um fórum :), tal qual na vida: a dialética helicoidal :coffee:.

Por fim, tem outro lado prático, como já foi dito. Se de fato seu amigo for do tipo que você diga: "olha, vou cultivar uns cogumelos aqui e é de boa, beleza?", e ele for do tipo que balance a cabeça em assentimento e não faz mais perguntas pelo resto da vida (tem muita gente absolutamente sem curiosidade nenhuma nesse mundo :roflmao:)... Então, não gaste mais energia que o indispensável ;). Isso complementa o conselho da @Malahov também.
 
Última edição:
Me desculpe, mas eu não estou vendo. Oque coloca a situação em risco?
Na geração atual, pais, em geral, viveram os anos 60 ou antes. Pode até ser que ele não conheça os carimbos e não entenda de cultivo, mas os velhos muitas vezes sabem o que são cogumelos, mesmo que não conheçam pessoalmente e nunca tenham usado.

Uma breve investigação sobre cogumelos na internet e ele chegaria por exemplo aqui, onde tem toda a informação sobre os cogumelos, com fotos para identificação etc.

Aí vai do entendimento que o pai tem com o seu amigo, mas a reação dele poderia ser, por exemplo: "esse moleque levou meu filho para as drogas, agora ele está tomando chá de cogumelo. Vou interná-lo antes que fique louco!"... Esse é claro um exemplo extremo, mas se o tópico que indiquei, dentre outros, nos dizem alguma coisa, é que pais por vezes reagem muito mal ao verem a menor relação entre filhos e drogas. Instinto de proteção.

Na melhor das hipóteses, mesmo que o pai entenda que o cultivo é seu, seu amigo ficaria sendo suspeito e vigiado, tendo as amizades questionadas. E se o poder econòmico estiver na mão do pai, é provável que ele traga o filho de volta para casa, pra ficar de olho. Ou outra medida "administrativa" similar. Você, é claro, viraria persona non grata.

Mas quem sabe (ou acha que sabe) se esses riscos realmente existem, é você. Como já disseram o @Ecuador e o @tupy, você está por sua conta... Ninguém vai poder limpar a sua merda, se as coisas não sairem conforme você esperava. Aliás, tente pensar e ver a situação e imaginar as reações das pessoas como elas realmente seriam, e não como você gostaria que elas fossem. E não tome as experiências "de 'sucesso'" de outras pessoas como se as suas fossem necessariamente dar o mesmo resultado. O aviso está dado ;)

Boa sorte.
 
Observe os dois lados, @Gnosis, quem teve sucesso, quem se ferrou, e decida por si mesmo com as informações obtidas, o que você já ia fazer mesmo :) :LOL: :coffee:.

:!: Acredito que a consideração do @Salaam`aleik é interessante na medida em que o pai dele possa descobrir seu cultivo que seja sem querer, e o risco em que isso te colocaria devido a uma reação enérgica dele de volta. É realmente uma relação de "risco x benefício" a se pesar bem, se envolve sua moradia, o que afeta seu sustento.
 
Última edição:
Alguma novidade Gnosis? :geek::deolho:

Huahua engraçado. Já tenho quase tudo em mente, mas ainda preciso decidir como esconder o cultivo. (acho que vou faze-lo em um pote de whey :rolleyes:)
To pensando em todas as possibilidades pra não dar nenhum imprevisto ;). Cautela né. Agora meu amigo viajou, então vai ficar pra depois do ano novo.
 
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