- 22/06/2005
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Uma peculiridade que me veio à mente.
Auras, 2D e outros corpos
06-05-2004
Às 3:00 da manhã ingeri 25 cubensis, os efeitos iniciaram logo após a ingestão. Até então estava num quarto ouvindo música inca, já experimentando os primeiros visuais, como o piso de madeira serpenteando (oscilando na horizontal), o que me causava sensação de instabilidade, como se eu fizesse parte daquele movimento. Não consegui permanecer de pé. Deitado fundi-me com o chão e o teto desapareceu: podia ver outros lugares e caleidoscópios texturizados, altamente detalhados, que dançavam conforme as flautas incas.
Neste período uma leve agitação macia passeava por meu corpo, indo até os pés e voltando à cabeça.
Decidi me esforçar para sair de casa, quando chego fora, as árvores estavam petrificadas, eram constituídas de algum tipo de mineral, bem peculiar. Eram esculturas em montanhas. O asfalto ganhou cores vivas (vermelho, verde, azul, roxo) que brilhavam iluminando a noite. O serpentear do chão era fantástico, formas geométricas ou formas de letras assumiam todo o caminho.
Ainda fazendo esforço para andar, comecei a perceber que tudo exalava algum magnetismo, próprio, único, que era direcionado a mim como cor e sensação, eu podia ver claramente em cada objeto uma linha fina e constante que rodeava todos os objetos. Haviam infinidades de cores e sensações para cada objeto. Uma malha fina trançada, cobria tudo me fazendo parte do Todo.
Concentrei-me na linha que contornava minha companheira de experiência, logo pude ver que era azul-metálico, brilhava e independente dos movimentos que ela fazia, a linha permanecia constante. Observei então a ‘aura’ das árvores, a maioria era branca reluzente, quase um espelho branco. Algumas construções irradiavam um contorno maior porém menos denso, as cores variavam muito de acordo com o objeto. Então olhei minha aura, era cinza, impura, como fumaça.
O pensamento estava muitíssimo acelerado, pensava milhares de linhas diversas ao mesmo tempo.
Intrigado com as auras pedi a minha companheira que se movimentasse para me certificar de que o contorno era firme e constante. Estava correto. No movimento dela, tudo que estava atrás se transformou em 2d, puro desenho animado, eu até antes disso duvidava dos relatos que falavam em 2d desta forma. Tudo tomou segunda dimensão, muito colorido, me vi num desenho como ‘Os Simpsons’, minha mão parecia uma tábua rosa sem contornos nítidos, a grama era puramente desenhada a mão, o auge do 2d chegou quando comecei a enxergar tudo como no jogo para PC ‘Broken Sword’ + ‘Alone in the Dark’ + ‘Grim Fandango’ e outros jogos de aventura misturados. E por mais que eu tentasse voltar a minha cotidiana, não conseguia.
A este ponto eu não era mais eu mesmo, podia entrar na personalidade de outros, meu tom de voz, gesticulação, olhar e etc, mudavam de acordo com as várias personalidades que experimentei. – até cheguei a duvidar da minha sanidade, mas pouco me importava – tudo prosseguia em 2d e eu aproveitava para vivenciar os personagens Os mais marcantes foram um ditador, um agricultor na época do Feudalismo, um aristocrata inglês por volta de 1700 e um viajante em 1800-1900. A cada corpo diferente tudo se metamorfoseava em algo equivalente. Os insanos devem realmente enxergar mundo só deles.
Aproximadamente às 6:30 o 2d foi se fragmentando, as sensações permaneciam e o pensamento voltava ao cotidiano. Até 7:30 conversamos e às 8:00 dei a experiência por encerrada. Dormi contente e satisfeito.
L’Esprit Libre
Auras, 2D e outros corpos
06-05-2004
Às 3:00 da manhã ingeri 25 cubensis, os efeitos iniciaram logo após a ingestão. Até então estava num quarto ouvindo música inca, já experimentando os primeiros visuais, como o piso de madeira serpenteando (oscilando na horizontal), o que me causava sensação de instabilidade, como se eu fizesse parte daquele movimento. Não consegui permanecer de pé. Deitado fundi-me com o chão e o teto desapareceu: podia ver outros lugares e caleidoscópios texturizados, altamente detalhados, que dançavam conforme as flautas incas.
Neste período uma leve agitação macia passeava por meu corpo, indo até os pés e voltando à cabeça.
Decidi me esforçar para sair de casa, quando chego fora, as árvores estavam petrificadas, eram constituídas de algum tipo de mineral, bem peculiar. Eram esculturas em montanhas. O asfalto ganhou cores vivas (vermelho, verde, azul, roxo) que brilhavam iluminando a noite. O serpentear do chão era fantástico, formas geométricas ou formas de letras assumiam todo o caminho.
Ainda fazendo esforço para andar, comecei a perceber que tudo exalava algum magnetismo, próprio, único, que era direcionado a mim como cor e sensação, eu podia ver claramente em cada objeto uma linha fina e constante que rodeava todos os objetos. Haviam infinidades de cores e sensações para cada objeto. Uma malha fina trançada, cobria tudo me fazendo parte do Todo.
Concentrei-me na linha que contornava minha companheira de experiência, logo pude ver que era azul-metálico, brilhava e independente dos movimentos que ela fazia, a linha permanecia constante. Observei então a ‘aura’ das árvores, a maioria era branca reluzente, quase um espelho branco. Algumas construções irradiavam um contorno maior porém menos denso, as cores variavam muito de acordo com o objeto. Então olhei minha aura, era cinza, impura, como fumaça.
O pensamento estava muitíssimo acelerado, pensava milhares de linhas diversas ao mesmo tempo.
Intrigado com as auras pedi a minha companheira que se movimentasse para me certificar de que o contorno era firme e constante. Estava correto. No movimento dela, tudo que estava atrás se transformou em 2d, puro desenho animado, eu até antes disso duvidava dos relatos que falavam em 2d desta forma. Tudo tomou segunda dimensão, muito colorido, me vi num desenho como ‘Os Simpsons’, minha mão parecia uma tábua rosa sem contornos nítidos, a grama era puramente desenhada a mão, o auge do 2d chegou quando comecei a enxergar tudo como no jogo para PC ‘Broken Sword’ + ‘Alone in the Dark’ + ‘Grim Fandango’ e outros jogos de aventura misturados. E por mais que eu tentasse voltar a minha cotidiana, não conseguia.
A este ponto eu não era mais eu mesmo, podia entrar na personalidade de outros, meu tom de voz, gesticulação, olhar e etc, mudavam de acordo com as várias personalidades que experimentei. – até cheguei a duvidar da minha sanidade, mas pouco me importava – tudo prosseguia em 2d e eu aproveitava para vivenciar os personagens Os mais marcantes foram um ditador, um agricultor na época do Feudalismo, um aristocrata inglês por volta de 1700 e um viajante em 1800-1900. A cada corpo diferente tudo se metamorfoseava em algo equivalente. Os insanos devem realmente enxergar mundo só deles.
Aproximadamente às 6:30 o 2d foi se fragmentando, as sensações permaneciam e o pensamento voltava ao cotidiano. Até 7:30 conversamos e às 8:00 dei a experiência por encerrada. Dormi contente e satisfeito.
L’Esprit Libre