Teonanacatl.org

Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

Cadastre-se para virar um membro da comunidade! Após seu cadastro, você poderá participar deste site adicionando seus próprios tópicos e postagens.

  • Por favor, leia com atenção as Regras e o Termo de Responsabilidade do Fórum. Ambos lhe ajudarão a entender o que esperamos em termos de conduta no Fórum e também o posicionamento legal do mesmo.

ATEÍSMO - a opção de não querer crer no impossível

Na filosofia clássica o mal não existe como entidade autônoma, sendo apenas o afastamento do bem (que nos sistemas místicos-religiosos é representado por Deus). Há também uma parte ética nessa filosofia, exemplificada notavelmente pelas chamadas "cinco virtudes cardinais":

Julgar com justiça
Escolher com prudencia
Agir com coragem
E temperança, para saber equilibrar todas as outras 3 virtudes

Agora, se formos ver a questão do mal através da filosofia mais contemporânea, que se utiliza de um viés estético, como em Nietzsche, o mal se transfigura, sendo mal aquilo que vai contra essa estética. Nesse tipo de filosofia não há um fundo moral, verdades absolutas em que se basear. Novamente em Nietzsche, abre-se exceção à vida, como valor positivo inquestionável, ou melhor, não a vida como mera sobrevivência, sobrevida, mas como expansão e aperfeiçoamento.

Quanto a mim, acredito que o bem seja a Vida, com toda sua exuberância, eternidade e alegria. E a Verdade, em toda sua profundidade e altitude.
O mal seria o oposto disso.

E, sim, nós somos responsáveis por todo mal que praticamos, por todo mal que há no mundo.

"Quando criamos fantasmas, produzimos vampiros; aquele que se dedica a ações erradas se torna sua vítima."
 
Na filosofia clássica o mal não existe como entidade autônoma,

Na filosofia clássica de que lugar, povo e época? :)



Mesmo citando exemplos extremos como esse o ponto não se altera: mal e bem são criações humanas, mentais, morais.

(...)

A questão é que BEM e MAL não existem, é claro que não existem. O que existe é a sua interpretação, baseada em códigos morais, da questão.


Há várias posições sobre o assunto, e nenhuma parece intrinsecamente ou explicitamente superior às outras.

E há sistemas éticos não relativísticos que postulam entre as suas verdades o mal e o bem, parciais ou absolutos.


Existam ou não eu não acho possível para mim não perceber certas ações como más. E eu evito as mesmas.
 
Última edição:
Quando me referi a bem e mal não estava usando o significado religioso pra uma definição....anjinhos e capetinhas são simbolismos e nada mais que isso...penso em harmonia e caos mas não isolados um do outro e sim em simbiose...agora o pulo do gato é entender esse dualismo pra poder viver em ambos, em caos e em harmonia.
 
Na filosofia clássica de que lugar, povo e época? :)

Filosofia "clássica tardia" (desculpe a imprecisão do termo):
Desde o platonismo, passando pelo neoplatonismo (Plotino) e chegando ao pensamento ocidental cristão, com Agostinho.

Para eles o mal não é uma causa eficiente, não existe por si, nem pode criar nada. É uma causa deficiente, uma deficiência, uma mera ausência ou afastamento do bem.

Acho difícil definir o que é o mal, em termos absolutos - embora já tenha definido o meu conceito de bem/mal, alguns posts acima.

Porém, algumas coisas já estão bem claras como bem/mal, para qualquer um, em qualquer época e acredito que essas coisas ficarão cada vez mais claras conforme a humanidade fôr evoluindo (cair e se levantar, mil vezes mais)... Embora, olhando à nossa volta hoje em dia, pareça justamente o contrário.

Verdade e Vida, para todos...
 
Cara o bem e o mal não existem, é tudo circunstâncial, tudo depende da situação.

Mate um cara andando na rua e isso é ruim, mate um agente da CIA e isso é bom.
 
Mate um cara andando na rua e isso é ruim, mate um agente da CIA e isso é bom.


É piada? Só pode ser ...

Além do que não cabe incentivar nenhum tipo de violência aqui no fórum.
 
Lys,
Acho que vc falou de brincadeira, mas:

A gente tem que estar num nível acima deles... Não adianta tentar vencer o mal com o mal.

A violência gera desordem e a desordem é a base de tudo que é ruim...
Taí: a violência é um mal.;)
 
É isso mesmo Ecuador, estou incentivando a violência e o método que escolhi foi o CM

Ouçam todos:

Matem sua família, matem seus amigos, matem todos...
___________________________________________________________________________

O que quero dizer é que as vezes certos males se tornam necessários.

Por exemplo:

Bater nos seus filhos não é legal e é uma coisa "ruim", "má", porém todos tem de concordar que uma surrinha corretiva faz bem, ajuda a educar.

Agradeço a minha mãe todos os dias até hoje pelas surras que levei, graças aqueles espancamentos não me tornei uma péssima pessoa e sim um pessoa de valores muito bem definidos.

O que importa é a verdadeira natureza da atitude. Quando se pratica o mal simplesmente pelo mal, só frutos ruins vingarão.
 
Isso tudo me lembrou o titulo de um filme:
MATOU A FAMILIA E FOI AO CINEMA :D
 
É isso mesmo Ecuador, estou incentivando a violência e o método que escolhi foi o CM

Ouçam todos:

Matem sua família, matem seus amigos, matem todos...
___________________________________________________________________________

Vou começar pelo meu marido! O.O"

As pessoas tem a velha ideia de que ateu é bom, religiosos são bons...

Eu como ateia, não jogo lixo na rua, não faço mal as pessoas, ajudo a todos sempre que posso, sou incapaz de não ajudar uma velinha a atravessar a rua, ou não dar o meu lugar no buzão, sou má, e o padre que come criancinhas é bom!

Olha que mundo justo! =D
 
É isso mesmo Ecuador, estou incentivando a violência e o método que escolhi foi o CM


Eu não duvido mesmo, por isso escrevi a mensagem.

E enquanto a discussão de idéias é livre, o incentivo à violência ou a discriminação contra um grupo ou outro não é aceitável.
 
A discriminação contra lysergic é aceita?
 
Me enviaram esse texto, da FSP, de hoje:

MARCELO COELHO

Deus existe?
Até mesmo uma opção resoluta pelo ateísmo pode envolver ambiguidades



QUANDO A pergunta é simples demais, o santo desconfia. A editora Planeta lançou recentemente um livro fascinante e curto (125 páginas), que, sob o título "Deus Existe?", transcreve um diálogo público entre um filósofo ateu, Paolo Flores d'Arcais, e ninguém menos do que o cardeal alemão Joseph Ratzinger.

O encontro se deu num teatro, em Roma, em fevereiro de 2000 -cinco anos antes, portanto, de Ratzinger tornar-se Bento 16.

Apesar do título do livro, a questão sobre a existência de Deus não se coloca de forma direta -e talvez seja melhor assim. O debate entre um ateu e um cardeal pode ser bem mais complexo do que sugere a pergunta. Uma formulação muito sumária, do tipo "Deus existe?", pode provocar respostas simples demais: "Sim", "não sei" ou "não".

Pessoalmente, desde criança marco a terceira alternativa. Mas até mesmo uma opção resoluta pelo ateísmo pode envolver ambiguidades. Posso dizer, por exemplo: "Não acredito que Deus exista". Ou: "Acredito que Deus não exista".

Posso, porém, observar apenas: "Quem diz que Deus existe não tem prova nenhuma do que está dizendo", e acrescentar: "Só acredito no que pode ser provado".

E, nesse momento, o bom Ratzinger já estará esfregando as mãos de contentamento apostólico. Pois é inegável que acredito em muitas coisas que não sei bem como poderiam ser provadas cientificamente. Acredito que exista uma coisa chamada beleza, por exemplo.

Se me pedirem para apontá-la, posso citar uma série de exemplos, uma série de manifestações da beleza no cotidiano; o crente pode apontar outras tantas manifestações de Deus, e ninguém provou nada com isso.
No seu diálogo com Paolo Flores d'Arcais, entretanto, Ratzinger dá um passo a mais. Certo, diz o cardeal, a existência de Deus não pode ser provada pelo "método positivo", isto é, científico. Mesmo sem ter provas, entretanto, a fé em Deus não é puramente irracional. Ao contrário, a razão está do lado dos católicos nesse caso.

Seu interlocutor resiste bravamente a esse golpe. Tolerante e ateu, Flores d'Arcais aceita que alguém simplesmente diga, como o velho teólogo Tertuliano, "acredito porque é absurdo". Ou que lembre Kierkegaard: "A fé começa justamente onde termina o pensamento".

Mas Ratzinger não quer limitar a crença em Deus aos porões sentimentais da alma. A tradição católica, diz ele, foi uma espécie de "pré-Iluminismo" contra as irracionalidades pagãs.

E a ideia de um Deus criador do céu e da Terra, prossegue, é indispensável para qualquer pessoa que preze a razão. Sem um logos, um verbo que está na origem de tudo, teríamos de admitir que o mundo, a natureza, o destino humano, não passa de fruto do acaso, não tem sentido nenhum, é puramente absurdo. Como então preservar qualquer "racionalidade" com esses pressupostos?

Num artigo incluído nessa edição, Ratzinger formula o problema com mais eloquência: "Pode a razão renunciar à prioridade do racional sobre o irracional, à existência original do logos sem abolir a si mesma?" Meu ateísmo -e meu racionalismo- respondem que sim. A medicina sabe perfeitamente que, com todos os seus avanços, não elimina o fato de que todos irão morrer. Reconhecer a "prioridade" da morte não faz com que a medicina esteja pronta a "abolir-se a si mesma"...

Flores d'Arcais não sai vitorioso, entretanto, do debate com Joseph Ratzinger. Quando se trata de defender princípios universais e inalienáveis, como os direitos humanos, nosso ateu de plantão cai na armadilha do relativismo: muitas sociedades admitiram o homicídio, a antropofagia...

Ratzinger insiste, com razão, que se muitas sociedades fizeram coisas detestáveis, isso não torna casuais, contingentes, os direitos humanos. D'Arcais também não gostaria que isso acontecesse, mas se confunde no debate.

O problema, a meu ver, teria de ser definido de outra forma. Se existem direitos universais, e se um termo como "dignidade humana" precisa ter sentido, a questão é saber como lhes dar fundamento. Mas esse fundamento, que deve ser a-histórico, absoluto, transcendente, não precisa fazer apelo ao "sobrenatural" -e negar o sobrenatural é algo que, pelo que li, não está nas cogitações de Ratzinger, com tudo o que concede às conquistas do Iluminismo.

coelhofsp@uol.com.br
 
Isso só me dá amsi certeza de que as pessoas precisam de deuses por que não conseguem pensar e eleger o "certo" e "errado" por si só... Precisam do medo para serem coagidas!
 
"Isso só me dá amsi certeza de que as pessoas precisam de deuses por que não conseguem pensar e eleger o "certo" e "errado" por si só... Precisam do medo para serem coagidas! "

+ ou -.

Vc pode falar isso das sociedades ou concepções mais primitivas de deus ou deuses, nas sociedades "tabu", em que não havia ainda uma filosofia formada, um conceito mais refinado sobre nada em que os poderosos obtinham seu poder através do medo. Nessas sociedades, acreditava-se, por exemplo, que se alguém tocasse o chefe da tribo ou o rei, cairia morto, fulminado, pelo contato com a "divindade". E sabendo disso, muitos desses chefes, quando queriam "acabar" com alguém, simplesmente iam até esse desafortunado e davam-lhe um "tapinha nas costas"...:p:
Então a divindade era também o tabu, ou seja o intocável e até o mal...

Ainda hoje em dia muita gente tem esse conceito de divindade, como algo a se temer e vive em um mundo sombrio e cheio de superstição, mesmo em meio ao culto cristão ou de qualquer outra religião mais "oficial".

No entanto, há um outro lado, nas religiões, que me parece mais legítimo e que pode-se dizer até mesmo filosófico. É o de verificar a certeza da existência de uma Razão, de um Logos na criação de Tudo, mesmo que não possa ser expressa em palavras. Um logos que continua a agir, agora mesmo, e que torna compreensível a nós toda a efetividade. Nós, humanos, comungamos desse Logos, faz parte de nós. É o entendimento (o raciocínio lógico) mas também algo anterior ao entendimento: é o porque desse entendimento valer alguma coisa.
Enfim, desse conceito mais refinado - e de sua consequente aplicação em toda situação humana - é que podemos tirar nosso conceito de bem/mal e não o contrário - como faziam/fazem as sociedades e pessoas "tabu": inventando um bem/mal arbitrário e "vivendo" a partir disso.

Portanto, nesse conceito mais refinado de divindade, é porque existe o bem/mal (o Logos) é que "passam a existir" deuses. Não o contrário.

:pos:
 
Folha de São Paulo - 16/07/2011

Alain de Botton propõe "ateísmo 2.0"

É preciso deixar de lado a luta para provar que Deus não existe e tirar proveito do que as religiões oferecem, diz filósofo

Para ele, há muito o que podemos absorver das religiões, que podem nos ajudar em questões de educação e cultura

VAGUINALDO MARINHEIRO
ENVIADO ESPECIAL A EDIMBURGO

O filósofo e escritor suíço Alain de Botton afirmou anteontem que o mundo precisa de um "ateísmo 2.0", que deixe de lado a luta histérica para provar que Deus não existe e tire proveito do que as religiões têm a oferecer.

"É claro que Deus não existe. Mas isso não é o fim da história. Há muito o que podemos absorver das religiões para nos ajudar em questões de educação e cultura, por exemplo", afirmou, durante palestra na TEDGlobal, conferência sobre entretenimento e inovações que acontece em Edimburgo, na Escócia.
A ideia não é totalmente nova. Já estava esboçada em um artigo publicado pelo autor em 2008 chamado "Uma Religião Para Ateístas".

Mesmo assim, ele dividiu a plateia, composta em sua maioria por pessoas que dizem não ter religião.
Botton é autor de vários best-sellers, como "Arquitetura da Felicidade" ou "Como Proust Pode Mudar Sua Vida", que misturam filosofia com autoajuda.


DILEMA
Na palestra, afirmou que as pessoas vivem hoje um dilema: ou acreditam nas doutrinas religiosas e são consideradas ingênuas ou não acreditam em nada e rejeitam tudo o que tem a ver com as religiões.
"A vida secular deixou muitos buracos abertos. Nas questões morais, por exemplo", disse.

Depois, criticou o sistema educacional do Ocidente.

"Se uma pessoa for a uma boa universidade, como Harvard, Oxford ou Cambridge, e pedir aconselhamento sobre moral, ou se disser que quer aprender como viver, vão encaminhá-la para uma instituição psiquiátrica."
As universidades, disse, acreditam que todos somos adultos racionais, que precisamos apenas de informação e dados, não de ajuda. Já as grandes igrejas sabem que as pessoas precisam de ajuda e sempre ofereceram aconselhamento.

O autor afirma que o ateísmo radical faz as pessoas se privarem do prazer de admirar obras de um Andrea Mantegna (pintor da renascença italiana), por exemplo, ou textos dos Evangelhos.

Questionado ao final da palestra se pretende ser um líder ou um profeta desse "ateísmo 2.0", o escritor disse que não, porque é preciso sempre desconfiar daqueles que se dizem líderes.

Sua apresentação na TED foi gravada e está disponível com legendas em português:

 
Última edição:
Folha de São Paulo - 16/07/2011

Alain de Botton propõe "ateísmo 2.0"

O discurso do filósofo ficou meio que antagônico, não?
Ele propõem uma "aproximação" entre ateus e religiosos mas soltou uma chinelada com aquele "É claro que Deus não existe.".
Estranho.
 
Ateísmo pra mim é liberdade.

Tudo bem que as vezes até penso na liberdade como uma espécie de ilusão porque talvez sejamos todos prisioneiros dentro de nossas cabeças. Mas minha cabeça só sabe aquilo que ela aprendeu, por isso eu não acredito nela, eu sou mais EU.
 
Ateísmo pra mim é liberdade.

Tudo bem que as vezes até penso na liberdade como uma espécie de ilusão porque talvez sejamos todos prisioneiros dentro de nossas cabeças. Mas minha cabeça só sabe aquilo que ela aprendeu, por isso eu não acredito nela, eu sou mais EU.

apnmedia.gamespy.com_classicgaming.gamespy.com_images_oldsite_clusterimages_altbwizard.gif
apnmedia.gamespy.com_classicgaming.gamespy.com_images_oldsite_clusterimages_altbwizard.gif
 
Back
Top