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Alteração do Tempo

Pêxe

ex-membro
Excluido
17/03/2018
23
6
32
Todos que já usaram cogumelos mágicos experimentaram a sensação de dilatação do tempo. Uma vez fiz um teste, havia tomado 2g secos e queria saber se a dilatação temporal é apenas alucinação ou se nossa mente pode interferir no tempo de forma real. Para isto, usei um relógio de pulso de mecanismo automático. Ficava observando ele e me concentrando até ver seu ponteiro parar. Precisava de muita concentração pra ver o ponteiro parar, e às vezes latidos de cachorros, mesmo longe, atrapalhavam. Porém, em momentos de silencio absoluto eu podia fazer os ponteiros pararem. Ainda não sei se eu interferia no mecanismo do relógio, se a dimensão do tempo realmente se dilatava, ou se era apenas fruto da minha imaginação. Mas o ponteiro nunca dava um salto de um ponto a outro, ele desacelerava, às vezes parava, mas sempre voltava em seu movimento contínuo. Talvez meu lobo temporal tenha ficado dissociado e eu apenas atrasava a memória das imagens... Sei lá... Gostaria de saber a opinião dos mais experientes. :ler::coffee:
 
Acho que a resposta é meio óbvia... pura imaginação sua. Você anda usando drogas, rapaz? :atrapalhado:

Só os mágicos. kkkk... Mas meu uso é muito raro. Nesse ano de 2018 fiz uso em apenas 2 ocasiões. Eu procuro experimentar minha mente durante o uso, e talvez constatar algum fenômeno provocado por ela. Já li muitas teorias sobre o poder da mente, a própria fisica quântica com a teoria das ondas de probabilidades... Não que eu acredite nessas possibilidades, mas não descarto tbm. E, vez ou outra, gosto de tentar tirar minhas proprias conclusões. A raiz da realidade ainda é um tema controverso no meio científico. Queria, com esse post, abrir um debate sobre esse tema.
 
Última edição por um moderador:
Cuidado com as conclusões... A realidade continua sendo ela mesma, fora da sua mente. Como disse certa vez um sábio por aqui, a quina da porta continua sendo bem real para o seu dedinho, quer você acredite nela, quer não.

Dentro da mente é onde as possibilidades são infinitas. Eu costumo voltar de lá com várias explicações para a natureza da realidade em si, mas enquanto belo, isso fica reservado mais para o campo do teórico, sem muita conseqüência prática.
 
Como disse certa vez um sábio por aqui, a quina da porta continua sendo bem real para o seu dedinho, quer você acredite nela, quer não.
Sim. Eu li esse. Inclusive tratava sobre a realidade ser apenas uma projeção do seu cérebro. Mas eu não chego nesse ponto, não. Kkkkkk... Até aí sou bastante cético.
O assunto que queria impetrar no forum era mais de cunho filosófico/ científico. Afinal, a religião e o misticismo são experiências muito primitivas, porém também muito atuais, e geralmente afirmam o poder de nossa mente sobre nossa realidade. De outro lado, a ciência moderna nos traz conceitos que sugerem que a realidade é, no mínimo, relativa. Até que ponto uma coisa pode cruzar com a outra?? Sou ateu, mas sempre questiono a experiência mística. Queria entender o que pode haver entre nós e a realidade que nos cerca. Acredito que tudo seja fruto da mente humana, mas seria ela capaz de produzir essas alterações na realidade?
 
Última edição:
O primeiro ponto é que elas não são alterações na realidade, são alterações na nossa percepção da realidade.
 
SENTIDOS
Acredito que uma das coisas que existem entre nós e a realidade são nossos sentidos, o que, por si só, já faz nossa relação com o mundo ser indireta, pois não temos acesso direto à realidade, temos acesso a percepções que já foram filtradas pelos nossos órgãos sensoriais e pelo cérebro, que constrói uma percepção a partir da sensação. Então, dado que nossos órgãos captam apenas uma pequena parcela dos estímulos que nos cercam (não escutamos, em geral, sons abaixo de 20Hz e acima de 20000Hz, por exemplo) e os próprios estímulos são ondas mecânicas (audição), ondas eletromagnéticas (visão), partículas em suspensão (olfato), eletrosferas se empurrando (tato), movimento do líquido vestibular (equilíbrio) etc, que são estados reais da matéria, mas não são os objetos em si. Para ir além, não captamos nem mesmo os estímulos em si, mas a relação que nosso corpo estabelece com os estímulos, haja visto que, considerando um mesmo estímulo visual, uma pessoa daltônica, por exemplo, tem seu sistema visual estimulado de forma diferente que uma desdaltônica. (um exemplo extremo, mas mesmo duas pessoas desdaltônicas captam as mesmas ondas eletromagnéticas de forma diferencial)

Dessa forma, enquanto olhamos para um troço marrom grudado na sola do calçado, o olfato informa nosso cérebro que tem moléculas X, Y e Z no ar inalado e logo dizemos que aquilo tem cheiro de cocô. Não chegamos à conclusão que tem moléculas X,Y e Z no ar, chegamos à conclusão que aquilo tem cheiro de cocô e essa é a realidade que criamos, já que na realidade objetiva não existem coisas como cheiro.

SÍMBOLOS
Para além dos sentidos, nós, enquanto seres dotados de linguagem, temos uma relação com a realidade mediada ainda por símbolos. E esse é um dos motivos pelo qual não pensamos "que cheiro de moléculas X, Y e Z", mas pensamos "que cheiro de cocô". A palavra cocô é um símbolo, uma símbolo associado a muitas experiências prévias nossas, seja fazendo, pisando ou falando sobre cocô.

Assim, aquilo que usualmente chamamos de realidade (o que percebemos através de nossos sentidos), é uma construção que leva em conta nossa relação com o resto do mundo e as experiências acumuladas ao longo de nossa existência.

AÇÃO
Uma última coisa que eu quero citar, que media nossa relação com a realidade, são as ações. Dado que nossa percepção de mundo se dá através das relações que estabelecemos com a realidade objetiva, nossas ações assumem parte fundamental nesse processo. Isso porque, através das ações, estabelecemos outras relações com o mundo, alterando nossa percepção e o próprio mundo. Somos capazes de alterar a realidade objetiva. Considerando, então, a profunda integração entre pensamento e ação (indissociáveis, diriam algumas - e eu mesmo) , acredito que a mente seja sim capaz de alterar a realidade através das ações ou não. Não como a Jean Grey, mas próximo, já que os pensamentos possuem base fisiológica e, logo, são formados por relações entre moléculas muito reais cujos movimentos durante um pensamento provocam mudanças na realidade igualmente reais, apesar de não tão evidentes como a Jean Grey levitando carros.

[EDIT]Algo que um amigo me disse que resume bem (ou não) isso tudo: quando vemos uma paisagem bonita, ou qualquer coisa que nos leva à contemplação, estamos tendo uma miração, assim como as mirações que temos na força das plantas (e fungos hehe) de poder. Vivemos na força da vida."[EDIT]

Bora agir!
 
Última edição:
Experimentei isso em 200ug de lsd, o mais curioso é que estava ouvindo um set do ajja de mais de 1h, eu olhei inúmeras vezes a hora em meu celular e os minutos não passavam, escutei todo o set do ajja de 1h e só haviam passado 10 minutos no celular, até hoje foi a experiência mais chocante que eu tive.
 
SENTIDOS
Acredito que uma das coisas que existem entre nós e a realidade são nossos sentidos, o que, por si só, já faz nossa relação com o mundo ser indireta, pois não temos acesso direto à realidade, temos acesso a percepções que já foram filtradas pelos nossos órgãos sensoriais e pelo cérebro, que constrói uma percepção a partir da sensação. Então, dado que nossos órgãos captam apenas uma pequena parcela dos estímulos que nos cercam (não escutamos, em geral, sons abaixo de 20Hz e acima de 20000Hz, por exemplo) e os próprios estímulos são ondas mecânicas (audição), ondas eletromagnéticas (visão), partículas em suspensão (olfato), eletrosferas se empurrando (tato), movimento do líquido vestibular (equilíbrio) etc, que são estados reais da matéria, mas não são os objetos em si. Para ir além, não captamos nem mesmo os estímulos em si, mas a relação que nosso corpo estabelece com os estímulos, haja visto que, considerando um mesmo estímulo visual, uma pessoa daltônica, por exemplo, tem seu sistema visual estimulado de forma diferente que uma desdaltônica. (um exemplo extremo, mas mesmo duas pessoas desdaltônicas captam as mesmas ondas eletromagnéticas de forma diferencial)

Dessa forma, enquanto olhamos para um troço marrom grudado na sola do calçado, o olfato informa nosso cérebro que tem moléculas X, Y e Z no ar inalado e logo dizemos que aquilo tem cheiro de cocô. Não chegamos à conclusão que tem moléculas X,Y e Z no ar, chegamos à conclusão que aquilo tem cheiro de cocô e essa é a realidade que criamos, já que na realidade objetiva não existem coisas como cheiro.

SÍMBOLOS
Para além dos sentidos, nós, enquanto seres dotados de linguagem, temos uma relação com a realidade mediada ainda por símbolos. E esse é um dos motivos pelo qual não pensamos "que cheiro de moléculas X, Y e Z", mas pensamos "que cheiro de cocô". A palavra cocô é um símbolo, uma símbolo associado a muitas experiências prévias nossas, seja fazendo, pisando ou falando sobre cocô.

Assim, aquilo que usualmente chamamos de realidade (o que percebemos através de nossos sentidos), é uma construção que leva em conta nossa relação com o resto do mundo e as experiências acumuladas ao longo de nossa existência.

AÇÃO
Uma última coisa que eu quero citar, que media nossa relação com a realidade, são as ações. Dado que nossa percepção de mundo se dá através das relações que estabelecemos com a realidade objetiva, nossas ações assumem parte fundamental nesse processo. Isso porque, através das ações, estabelecemos outras relações com o mundo, alterando nossa percepção e o próprio mundo. Somos capazes de alterar a realidade objetiva. Considerando, então, a profunda integração entre pensamento e ação (indissociáveis, diriam algumas - e eu mesmo) , acredito que a mente seja sim capaz de alterar a realidade através das ações ou não. Não como a Jean Grey, mas próximo, já que os pensamentos possuem base fisiológica e, logo, são formados por relações entre moléculas muito reais cujos movimentos durante um pensamento provocam mudanças na realidade igualmente reais, apesar de não tão evidentes como a Jean Grey levitando carros.

[EDIT]Algo que um amigo me disse que resume bem (ou não) isso tudo: quando vemos uma paisagem bonita, ou qualquer coisa que nos leva à contemplação, estamos tendo uma miração, assim como as mirações que temos na força das plantas (e fungos hehe) de poder. Vivemos na força da vida."[EDIT]

Bora agir!

Pois é.

Pra mim, a realidade é a realidade (dedinho do pé na quina do sofá) e ponto final.

Mas a mente pode não somente alterar a percepção da realidade, mas também moldar a realidade através de mentalização, etc. É aquilo que ficou vulgarizado como "O Segredo". Você pode correr atrás de oportunidades, mas também pode fazer com que elas venham até você, ou que você se una à sincronicidade da realidade e chegue onde deseja por um caminho quase milagroso de diversas "coincidências".

Bons pensamentos atraem boas energias, etc.

Mas a realidade da consciência ordinária continua existindo como é e como vemos.
 
Eu já tive experiências na adolescência quando não usava nenhuma substância. Eu fazia jejum e meditação algumas vezes na semana, e também testava essas teorias da mente no meu dia a dia.
Gostava de ver o relógio no caminho do colégio, e tentar chegar andando em uma questão de tempo impossível. Não sei o que acontecia, mas sei que eu coloca na cabeça que chegaria em X minutos, andando em uma velocidade normal, e dava certo. Botava na cabeça que o passar do tempo era o mesmo pra todo mundo, ou seja, o relógio não ia parar ou acelerar, então o que eu tinha que mudar era a relação do meu corpo com o tempo.
Nunca tentei comprovar pra ninguém e esqueci disso logo quando veio o vestibular.

Hoje em dia, mesmo sem ter tomado nada, sinto o tempo passar 3h numa atividade que duraria 1h. Eu e meus amigos temos uma piada de que temos um lapso temporal de vez em quando.

Embora a ideia de horas e datas sejam invenções humanas, são conceitos criados a partir do estudo dessa realidade em que vivemos, como a duração da luz do sol, estações do ano, lunação...
 
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