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A origem do pensamento (de: Segunda Experiência...)

Não, mas isto é completamente alheio à linguagem.

Não entendi. O que é completamente alheio à linguagem?

Os bebês humanos necessitam de cuidados altamente precisos, somos uma espécie extremamente frágil durante os anos iniciais.

Tá, mas o que é que isso tem a ver com o assunto?

Nós, seres humanos, criamos a linguagem.

Como você sabe disso? Você viu o ser humano criando a linguagem?

Aliás, você só acha que o ser humano já existia antes de começar a falar porque você consegue falar sobre isso. A própria ideia de um indivíduo anterior à linguagem só surge graças à linguagem.

A palavra verde foi criada para definir a cor, que nós já víamos, muito antes de saber que era verde. Tal como as outras cores e objetos.

Você está afirmando a existência de algo que você nunca viu. É apenas uma crendice sua. É apenas o senso comum.

Você se lembra de ter visto alguma coisa quando você ainda não sabia o nome dela? Não. Quando você se deu conta da sua existência, você já estava sabendo falar.

Como alguém que já foi ajudado e foi feito feliz, só posso discordar.

Mas essa felicidade teve vida curta, não teve? E que valor pode ter uma felicidade temporária? Ficar correndo atrás de felicidades efêmeras é ficar catando migalhas do chão.

Se a causa da infelicidade for a fome, ela vai sim, deixar de ser infeliz, se deixar de ter fome.

A causa da infelicidade nunca é a fome, mas a crença num pensamento que surge dizendo: “isso não deveria estar acontecendo”. A fome é apenas uma desculpa que nós usamos para não admitir que nós mesmos criamos a nossa infelicidade. Sempre que nós resistimos a uma situação, nós sofremos, não importa o quão justificável pareça nossa resistência.

Eu acredito que as chances de alguém anêmico ser feliz, tanto pela fome, quanto pela falta de nutrientes que permitem o bom funcionamento do cérebro, são bem mais baixas do que alguém bem alimentado.

Qualquer felicidade que depende de um determinado estado cerebral será limitada e fugaz, tal como a felicidade provocada por uma droga. E que valor pode ter uma felicidade passageira e que depende de algo que em breve mudará e chegará ao fim? Verdadeira felicidade não depende de nada nem de ninguém. Além do mais, não ter o que comer só é um problema porque nós nos identificamos com o corpo. Se eu não me identificar mais com o corpo, a fome não terá o poder de me fazer infeliz.

Estude mais história. Estas afirmações são objetivamente falsas. O simples fato de termos acesso à um um dispositivo pequeno, no qual eu posso acessar informações sobre como cultivar cogumelos, depois tomá-los, enquanto participo de diversas (quase infinitas) formas de lazer, eletrônicas ou não, sabendo que posso sair na rua onde irei cruzar com dezenas de desconhecidos e muito provavelmente não serei atacado, minhas coisas pessoais não serão pilhadas e - pasmem - se eu cair na rua, muito provavelmente serei ajudado por desconhecidos! Mantemos contato mesmo com pessoas que estão do outro lado do mundo, em tempo real. Tenho acesso à diversos tipos diferentes de comida e formas de lazer

Tudo isso que você citou são coisas extremamente superficiais. Isso não é nenhuma mudança profunda.

E essas formas de lazer existem apenas para a nossa distração. Nós não suportamos ficar parados, em silêncio, sem fazer nada, sozinhos, que já começamos a nos sentir entediados e culpados, pensando coisas como “eu poderia estar estudando”, “eu poderia estar lendo um livro”, “eu poderia estar navegando na internet”, “eu poderia estar fazendo alguma coisa útil”, “eu poderia estar jogando videogame”... Quando nós ficamos em silêncio e sem fazer nada, nós ficamos sozinhos com nós mesmos, e, como nós não suportamos a nós mesmos e à nossa própria companhia, nós vamos em busca de alguma coisa para fazer para que nos distraiamos de nós mesmos. Nós temos sempre que estar fazendo alguma coisa, correndo atrás de alguma coisa, conseguindo alguma coisa, acumulando alguma coisa... E o que é essa nossa ânsia por conseguir e acumular coisas, senão uma tentativa desesperada de preencher o vazio que nós somos? E o que é toda a nossa vida, senão uma eterna fuga do fato de que nós não somos nada?

Sem dúvida alguma hoje em dia o mundo nos oferece trilhões de passatempos e entretenimentos baratos e fúteis para que possamos nos distrair do nosso sofrimento e vazio existencial. Pelo menos antigamente o ser humano tinha bem menos recursos para fugir de si mesmo.

além do acesso à informação basicamente ilimitado.

Só que tem um probleminha aí: nenhuma informação é a verdade. Até porque as informações só dizem respeito a coisas, e não existem coisas.

E de que adianta saber tudo que já aconteceu e que está acontecendo no mundo, se você nem sequer sabe quem é você?

Você consegue pensar uma situação assim na idade média? Na idade moderna? Na primeira metade da idade contemporânea?

Nós só consideramos essas coisas (conforto, tecnologia, internet, lazer) tão essenciais à vida porque nós já estamos habituados e até mesmo viciados nisso. Acho muito pouco provável que as pessoas na Idade Média ficassem se lamentando porque não tinham como se comunicar em tempo real com pessoas que estavam do outro lado do planeta ou porque não tinham meios de transporte rápidos. Eu passei boa parte da minha vida sem internet e nunca havia sentido falta dela; depois que eu a conheci, não conseguia mais viver sem; mas, antes disso, nunca havia sentido nenhuma necessidade dela. Se a internet fosse extinta, depois de um tempo nós já nem lembraríamos mais que um dia ela existiu. Você acha que os nossos antepassados sentiam falta de facebook, whatsapp, carros, aviões, televisão? Para eles aquele modo de vida devia ser tão confortável quanto nós consideramos o nosso, pois eles estavam acostumados com aquilo. Nós só vemos o modo de vida deles como desconfortável e primitivo porque estamos habituados a outro modo de vida. Daqui a uns dois séculos, as pessoas vão olhar para nós da mesma forma que você olha para a Idade Média e a Idade Moderna. Se alguém do século XXIII entrar neste fórum e ler sua mensagem dizendo que nós, do século XXI, vivemos na época dourada da humanidade, provavelmente ele vai rir da sua cara e pensar: “Meu Deus, como as pessoas eram ingênuas naquele tempo”.

Existe, sim, para qualquer pessoa sensata, algo objetivamente bom e objetivamente ruim. Estamos falando da perspectiva humana, de seres saudáveis e sensatos. Matar é ruim, roubar é ruim, ajudar é bom, etc. Se você argumentar contra isso, já estamos discordando na parte mais fundamental da sociedade.

Você mesmo acabou admitindo que algo só é bom ou ruim de acordo com uma perspectiva humana, de acordo com a perspectiva de pessoas “sensatas”. Ou seja, nenhum fato é objetiva e inerentemente bom ou ruim, pois algo objetivo e inerente não depende de um juízo de valor humano. Se algo depende do ponto de vista de um sujeito, é algo relativo, e não objetivo.

Se alguém me matar, eu só vou achar isso ruim se eu estiver apegado a mim mesmo e com medo da morte. Se alguém roubar algum objeto meu, eu só vou achar isso ruim se eu estiver apegado a esse objeto. Se um meteoro estiver vindo em direção à Terra, isso só será considerado bom ou ruim porque há pessoas na Terra que consideram isso bom ou ruim; se a Terra estivesse desabitada, a queda de um meteoro seria algo completamente neutro e insignificante.

Todo conhecimento tem importância.

Até mesmo o conhecimento sobre qual a profissão do novo namorado da Kelly Key? Você poderia dizer que até isso tem alguma importância. Mas, digo eu, se tem, é uma importância mínima, ridícula e que só serve a algumas poucas pessoas. Até mesmo as maiores descobertas científicas da história têm uma importância secundária, relativa e pequena. A única coisa que tem uma importância verdadeira e absoluta é a verdade.

Por termos uma expectativa de vida mais alta de toda a história e aumentando, muito além do que é natural à espécie. Por termos acesso ilimitado à informação e comunicação em tempo real de forma globalizada. Por termos IDH crescente, acesso ao conforto, educação, saneamento básico como nunca tivemos anteriormente. E basicamente, também, por não estarmos em uma guerra mundial no momento e basicamente estarmos pacificados.

Só por causa dessa mixaria você acha que estamos na época dourada da humanidade? Tudo isso que você citou são apenas migalhas que catamos do chão.

De que adianta ter uma vida longa, se essa vida é de mediocridade, infelicidade, escravidão, enganos, falsidades, aparências, máscaras, alienação? É melhor levar uma vida curta mas bem vivida. Qualidade é muito mais importante do que quantidade.

A educação é uma porcaria. Nós temos internet, mas a esmagadora maioria das pessoas só faz uso dela para se distrair com futilidades. Acesso à informação, conforto e saneamento básico não torna ninguém feliz (afinal, o que todo mundo quer é ser feliz, não é?).

o sacrifício do "eu" para um bem familiar é desencorajado, e o indivíduo, o ego, é idolatrado.

Sacrificar-se e viver em função dos outros é uma degeneração e uma escravidão ainda maiores do que viver em função dos próprios interesses pessoais. Não há nada mais horrível do que viver para agradar os outros, não importa se esses outros são familiares ou não.

A propósito, achar que uma pessoa é mais digna do que os outros do meu sacrifício e do meu “amor” só por ter o mesmo sobrenome e o mesmo sangue que eu, é algo tão estúpido quanto achar que uma pessoa que tem a mesma cor dos olhos que eu é mais digna do meu sacrifício e do meu “amor” do que quem não tem.

Temos a bomba atômica, o que ironicamente, faz com que tenhamos paz, visto que ninguém quer tomar

O nome disso não é paz, é medo (a decadência já está tão avançada que as pessoas não sabem mais a diferença entre medo e paz).

Parece que o seu conceito de paz é não ter ninguém lhe incomodando. Ou seja, você acha que os outros é que têm o dever de lhe dar paz, e não você mesmo.

a Terra em si não é afetada pela "destruição".

A Terra, não. Mas nós, sim (não que eu ache isso um problema, o ser humano tem mais é que colher o que plantou para aprender a deixar de ser trouxa).

Estas coisas, hoje em dia, são crimes e (deveriam ser) são punidos de acordo. Não são mais questões socialmente aceitas, ou até mesmo encorajadas.

O fato de um determinado ato ser proibido ou legalizado é algo completamente superficial. É tão superficial que o fato de ser proibido não impede que continue acontecendo.

E o que na auto-extinção não é natural? As extinções ocorrem por diversas causas. O que diferencia uma causa artificial de uma causa natural? Eu respondo: a semântica. Se os Pandas são extintos por não se reproduzirem, é natural. Mas se o homem é extinto por não se reproduzir, é artificial. O que vem do ser humano é artificial, mas objetivamente, a extinção é a mesma e no fim, é natural.

É só mudar os termos então: uma coisa é uma espécie ser extinta sem ser por sua própria causa, outra bem diferente é ela causar sua própria extinção.

Não que eu ache a extinção do ser humano um problema. Mas o fato de o ser humano ser extremamente autodestrutivo já devia ter feito todo mundo perceber que tem algo errado no modo como nós vivemos, mesmo porque parte da destruição que ele causa não é para melhorar a qualidade de vida, mas por motivos completamente fúteis, como criação de tecnologias, confortos e lazeres desnecessários e banais, busca por lucro e poder, guerras, disputas territoriais...

...

SRgreen, depois eu respondo você.
 
Não entendi. O que é completamente alheio à linguagem?

Tá, mas o que é que isso tem a ver com o assunto?

O fato ou não de eu lembrar de algo antes da linguagem, não é devido à linguagem me tornar um ser, ou ser responsável pelas minhas memórias, mas sim devido à limitação do meu cérebro infantil. Ou seja, nada tem a ver eu não ter lembranças sobre antes de saber a linguagem, pois eu sei que existia e tinha curiosidade, pensamentos, consciência, mesmo enquanto eu ainda dizia gugu gagá, e eu não preciso lembrar disso para saber. Tenho documentos, relatos, vídeos, etc.

Como você sabe disso? Você viu o ser humano criando a linguagem?

Se eu for acreditar só no que eu ver, vou acreditar em muito pouca coisa.

Aliás, você só acha que o ser humano já existia antes de começar a falar porque você consegue falar sobre isso. A própria ideia de um indivíduo anterior à linguagem só surge graças à linguagem.

Eu não acho, eu tenho certeza. Existe geologia, arqueologia, história antiga, isto é fato. Se você duvida de evidências históricas, talvez a discussão deva tomar mais um viés conspiratório. Não me entenda mal, eu gosto de teorias da conspiração, mas acho perigoso duvidar da realidade concreta.

Mas essa felicidade teve vida curta, não teve? E que valor pode ter uma felicidade temporária? Ficar correndo atrás de felicidades efêmeras é ficar catando migalhas do chão.

A felicidade, por natureza, é temporária. Não existe felicidade permanente. A felicidade só existe porque a tristeza existe. Isto não é devido à perspectiva, ou qualquer coisa do tipo. Sentimentos são estados mentais e são sempre temporários. A tristeza é temporária, a felicidade é temporária, o ódio, o amor, etc, etc.

Nós temos sempre que estar fazendo alguma coisa, correndo atrás de alguma coisa, conseguindo alguma coisa, acumulando alguma coisa... E o que é essa nossa ânsia por conseguir e acumular coisas, senão uma tentativa desesperada de preencher o vazio que nós somos? E o que é toda a nossa vida, senão uma eterna fuga do fato de que nós não somos nada?

Não, isto é um mecanismo evolutivo, que nos leva a nos tornar indivíduos mais aptos a procriar e perpetuar a espécie. Você está entrando em uma questão filosófica completamente alheia à qualquer questão discutida neste tópico. A crise existencial é comum, mas é algo que eu já superei faz tempo.

Sobre o outro ponto, ressalto: a felicidade é temporária tal como qualquer outro sentimento. NENHUM sentimento é permanente, portanto isto não é exclusivo da felicidade.

Só que tem um probleminha aí: nenhuma informação é a verdade. Até porque as informações só dizem respeito a coisas, e não existem coisas.

Acho que entendi o seu nick... Você tem uma pílula vermelha pra mim, aí? Talvez eu esteja na Matrix. Hahahaha!

Nós só consideramos essas coisas (conforto, tecnologia, internet, lazer) tão essenciais à vida porque nós já estamos habituados e até mesmo viciados nisso.

Eu nunca disse que são essenciais à vida, pelo contrário. Eu utilizei como ponto para demonstrar que já estamos muito ALÉM do que necessitamos para viver. Podemos nos dar luxos fúteis, porque não temos que nos preocupar em passar fome, morrer de frio, ou para algum predador. Isto, pra mim, é evolução.


Para eles aquele modo de vida devia ser tão confortável quanto nós consideramos o nosso, pois eles estavam acostumados com aquilo.

Sim, imagino que deva ser confortável ser constantemente invadido, pilhado, ter uma expectativa de vida de 30 anos, morrer de doenças por não ter assepsia, ter sua mulher violada pelo senhor feudal antes de casar com ela, ser executado em praça pública... Sério, leia o que você escreve antes de postar.

Daqui a uns dois séculos, as pessoas vão olhar para nós da mesma forma que você olha para a Idade Média e a Idade Moderna. Se alguém do século XXIII entrar neste fórum e ler sua mensagem dizendo que nós, do século XXI, vivemos na época dourada da humanidade, provavelmente ele vai rir da sua cara e pensar: “Meu Deus, como as pessoas eram ingênuas naquele tempo”.

Eu olho pro passado e vejo que a idade contemporânea é infinitamente melhor que a moderna, que é infinitamente melhor que a idade média, que é melhor que a idade antiga. E eu não estou rindo da cara de ninguém. Você não está entendendo os argumentos.

Se alguém me matar, eu só vou achar isso ruim se eu estiver apegado a mim mesmo e com medo da morte. Se alguém roubar algum objeto meu, eu só vou achar isso ruim se eu estiver apegado a esse objeto

Não estamos falando de você, eu falei da regra áurea, algo que pode ser aplicado universalmente na sociedade humana. Você está argumentando semântica, não apresentou nenhum contra-ponto.

Só por causa dessa mixaria você acha que estamos na época dourada da humanidade? Tudo isso que você citou são apenas migalhas que catamos do chão.

O que você espera, amigo? Você já parou pra ver que a realidade nunca vai atender sua expectativa abstrata?

De que adianta ter uma vida longa, se essa vida é de mediocridade, infelicidade, escravidão, enganos, falsidades, aparências, máscaras, alienação?

Sua vida é assim? Sinto muito.

Sacrificar-se e viver em função dos outros é uma degeneração e uma escravidão ainda maiores do que viver em função dos próprios interesses pessoais. Não há nada mais horrível do que viver para agradar os outros, não importa se esses outros são familiares ou não.

Você precisa de ajuda psicológica. Sua perspectiva sobre a vida e realidade não são saudáveis.

A propósito, achar que uma pessoa é mais digna do que os outros do meu sacrifício e do meu “amor” só por ter o mesmo sobrenome e o mesmo sangue que eu, é algo tão estúpido quanto achar que uma pessoa que tem a mesma cor dos olhos que eu é mais digna do meu sacrifício e do meu “amor” do que quem não tem.

Família não é só ter o mesmo nome, aliás, não precisa ter o mesmo nome. Nós vivemos em pequenas tribos, sendo a família uma delas, e é evolutivamente positivo, além de positivo em geral, ser apegado às pessoas mais próximas. Que não só foram responsáveis pela sua existência, mas pela sua criação, amadurecimento, basicamente você é um resultado de sua criação e quem cria é a família.

Não somente isso. Por incrível que pareça, temos sim uma finalidade lógica, enquanto espécie: a reprodução e perpetuação da espécie. Eu trato minha esposa como minha família, pois com ela será criada uma família. A família é base importante da existência humana, que é um ser coletivo e não individual. Esta é a finalidade da espécie, para qual nosso corpo é feito, nosso cérebro é feito e isto dita a forma como nosso instinto funciona. Claro, nem tudo é instinto, temos uma boa parte de livre arbítrio também.

O nome disso não é paz, é medo (a decadência já está tão avançada que as pessoas não sabem mais a diferença entre medo e paz).

Parece que o seu conceito de paz é não ter ninguém lhe incomodando. Ou seja, você acha que os outros é que têm o dever de lhe dar paz, e não você mesmo.

Meu conceito de paz é a ausência de conflito baseado em reciprocidade. Eu tenho o dever de não violar a paz do outro e espero o mesmo. Relembrando que convivemos em sociedade e isto faz parte do contrato social que está subentendido desde que nos registramos, certidão de nascimento, RG, CPF. Nada disso é algo natural, é tudo artificial.

O fato de um determinado ato ser proibido ou legalizado é algo completamente superficial. É tão superficial que o fato de ser proibido não impede que continue acontecendo.

Ele só é proibido porque acontece. Como mencionei, as leis não funcionam de forma perfeita. Não existe a eliminação do negativo, isto é impossível. Existe a mitigação do negativo, e para isso ela funciona. A maioria dos seus argumentos, pelo que tenho visto, se baseam em algum tipo de utopia, alguma idealização do que você acredita ser uma sociedade adequada, ou então em semântica, por isso não conseguimos concordar em nada. Muito do que você fala, é sim, verdade. Mas apenas argumentar semântica não é argumentar. A questão do bom ou ruim, bem ou mal, por exemplo. Você pode argumentar, semanticamente, que nada é inerentemente bom ou ruim. Mas se eu te esfaquear e perguntar se foi bom ou ruim, você vai dizer que nem um nem outro? E se eu te der 1 milhão de reais e perguntar se você gostou ou se isso é bom, você vai dizer que "somente é bom referente à minha perspectiva"? O que quero dizer é que o excesso de análise impede qualquer discussão, porque você pode sempre pegar uma questão completamente tangente à discussão e alterar os termos da mesma, impossibilitando assim uma discussão devido à uma discordância na tese fundamental.
 
Última edição:
Utilizando essa mesma lógica eu poderia utilizar uma única palavra pra qualquer objeto ou substantivo, sem por isso prejudicar a percepção do indivíduo; eu poderia andar por ai chamando tudo de "coisa", se eu tiver em mente o objeto a que eu me refiro.
Seria uma linguagem bem estranha!

Sim, seria uma linguagem estranha e que dificultaria bastante a comunicação, mas ainda assim seria uma linguagem.

Talvez eu tenha entendido errado, mas você diz que a linguagem cria o pensamento

Você entendeu errado. Na verdade, pensamento e linguagem são sinônimos.

e nesse exemplo você coloca a linguagem como dependente do pensamento (o indígena diz Mili enquanto tem em mente (pensa, imagina) a cor a que se refere). Como isso não é contraditório?

Se eu entendi o que você quis dizer, a contradição estaria em eu afirmar que a linguagem cria o pensamento e depois afirmar que a linguagem é dependente do pensamento, é isso? Porque, se foi essa a contradição que você viu, foi devido a um mal-entendido da sua parte, pois, como eu já disse, pensamento e linguagem são sinônimos.

A propósito, se as palavras em si não significam nada, temos que ter conceitos atrelados a elas (para dar significado), certo?

Certo.

Então pensamento = palavra + conceito abstrato
Se removemos as palavras (linguagem) o que sobra? Os conceitos abstratos.

Dado que pensamento e linguagem são sinônimos, se removermos as palavras, o pensamento chegará ao fim e, portanto, nem sequer poderá mais ter acesso a conceitos.

Os conceitos só são pensados porque há alguma palavra se referindo a eles. Se não houver mais nenhuma palavra, não há como pensar neles.

Então se meus cálculos estão corretos, para um indivíduo destituído de linguagem ainda resta a imaginação (que nada mais é do que pensar em conceitos). Na minha visão de mundo funciona mais ou menos assim.

Você acha que é possível pensar apenas em conceitos, sem usar palavras. Mas é isso que a sua experiência lhe diz? Você já conseguiu pensar sem usar nenhuma palavra?

Você acha que um “indivíduo destituído de linguagem” consegue pensar sem palavras, mas isso é apenas uma crença sua, certo? Você não tem nenhuma evidência disso, certo?

Você diz que há pesquisadores da linguagem que afirmam que é possível pensar apenas em conceitos, sem usar palavras. Mas isso é apenas o que os outros dizem, certo? Você não tem nenhuma evidência disso, certo?

...

Anão, depois eu respondo você.
 
nada tem a ver eu não ter lembranças sobre antes de saber a linguagem, pois eu sei que existia e tinha curiosidade, pensamentos, consciência, mesmo enquanto eu ainda dizia gugu gagá, e eu não preciso lembrar disso para saber. Tenho documentos, relatos, vídeos, etc.

Documentos não provam absolutamente nada. São apenas tinta num pedaço de papel e podem facilmente ser falsificados.

Relatos são apenas o que os outros lhe contam. E o que garante que os outros não estão, consciente ou inconscientemente, mentindo para você?

Vídeos também não provam nada. O que garante que aquele bebê que você vê nos vídeos é você mesmo?

E, de qualquer maneira, vídeos e fotografias apenas registram o seu corpo, e não sua existência como um indivíduo. Você considera a si mesmo como um sujeito. O sujeito se considera diferente e separado dos objetos. Objeto é tudo aquilo que é percebido pelo sujeito. Você percebe o seu corpo. Logo, seu corpo é um objeto. Vídeos e fotos apenas registram o seu corpo. Portanto, vídeos e fotos não registram sua existência como um sujeito que ainda não sabia falar.

Se eu for acreditar só no que eu ver, vou acreditar em muito pouca coisa.

Você fala como se acreditar não fosse uma forma de ignorância. E pelo menos você reconhece que é apenas uma crença sua.

Lugar de crença é na lata de lixo.

Eu não acho, eu tenho certeza.

Tem certeza de algo que nunca viu. E ainda diz que a ignorância tem diminuído.

Existe geologia, arqueologia, história antiga, isto é fato.

Isso não prova absolutamente nada. Nós só encontramos fósseis de supostos seres humanos anteriores à linguagem porque conseguimos falar sobre esses fósseis.

Se você duvida de evidências históricas

Evidências históricas são, em última instância, uma mentira, já que elas só dizem respeito ao passado, e não existe passado.

mas acho perigoso duvidar da realidade concreta.

Isso que você chama de realidade concreta é a mais pura ilusão e abstração. E sabe o que é o pior de tudo? É que no fundo, bem no fundo você já sabe que o mundo é uma ilusão. Você apenas se esqueceu disso.

E é claro que você acha perigoso duvidar da “realidade concreta”. Você precisa ter a ilusão de que está escorado em alguma coisa. Afinal, nós usamos o mundo para nos sentir alguém. Quem somos nós sem o nosso nome, sem a nossa história, sem a nossa família, sem os nossos relacionamentos, sem a nossa conta bancária, sem os nossos títulos acadêmicos, sem a nossa profissão, sem os nossos bens, sem a nossa casa, sem o nosso carro, sem o nosso conhecimento, sem a nossa reputação, sem as nossas experiências? Se tudo isso for tirado de nós, o que sobra?

Não é nem um pouco confortável ver que toda a nossa vida está pairando sobre o nada.

A felicidade, por natureza, é temporária. Não existe felicidade permanente. A felicidade só existe porque a tristeza existe. Isto não é devido à perspectiva, ou qualquer coisa do tipo. Sentimentos são estados mentais e são sempre temporários. A tristeza é temporária, a felicidade é temporária, o ódio, o amor, etc, etc.

Mas é claro que existe felicidade permanente, que não é um sentimento nem um estado mental do indivíduo. Até porque o indivíduo não pode jamais ser feliz, já que a sua própria natureza é a infelicidade. Isso que nós chamamos de felicidade é apenas prazer. Para haver felicidade permanente, o indivíduo tem que desaparecer.

Não, isto é um mecanismo evolutivo, que nos leva a nos tornar indivíduos mais aptos a procriar e perpetuar a espécie.

Deixa eu ver se eu entendi, você está dizendo que a nossa compulsão por estar sempre fazendo algo, se distraindo com algo e querendo conseguir e acumular algo é um mecanismo evolutivo que nos torna mais aptos a procriar e perpetuar a espécie? O que é que uma coisa tem a ver com a outra?

A crise existencial é comum, mas é algo que eu já superei faz tempo.

Será que você já superou a crise existencial, ou apenas se distraiu dela?

Eu nunca disse que são essenciais à vida, pelo contrário. Eu utilizei como ponto para demonstrar que já estamos muito ALÉM do que necessitamos para viver. Podemos nos dar luxos fúteis, porque não temos que nos preocupar em passar fome, morrer de frio, ou para algum predador. Isto, pra mim, é evolução.

E por acaso luxos fúteis não são uma coisa insignificante e superficial? É tão insignificante e superficial que não nos torna felizes (no máximo nos dá um prazer temporário) e não nos tira do engano e da ilusão (na verdade nos prende ainda mais neles, na medida em que nos apegamos a esses luxos fúteis).

E ainda tem muita gente que tem que se preocupar em não passar fome e não morrer de frio.

Sim, imagino que deva ser confortável ser constantemente invadido, pilhado, ter uma expectativa de vida de 30 anos, morrer de doenças por não ter assepsia, ter sua mulher violada pelo senhor feudal antes de casar com ela, ser executado em praça pública...

Acho que você e eu vivemos em planetas diferentes, porque no planeta onde eu vivo roubos e assaltos, entre outras formas de violência, acontecem a todo instante. Não morremos mais de doenças por não ter assepsia (na verdade tem sim gente que ainda morre disso), mas ainda morremos de doenças por inúmeros outros motivos. Sua mulher não é violada pelo senhor feudal antes de você se casar com ela, mas estupros continuam acontecendo a toda hora e sua mulher não está livre de ser vítima de um. Não há mais execuções em praça pública, mas assassinatos continuam acontecendo a todo instante.

Além do mais, em certas regiões do globo ainda acontecem certas coisas que você cita e coisas ainda piores.

E eu não estou rindo da cara de ninguém.

Eu não falei que você está rindo da cara de alguém. O que eu falei é que chamar a nossa época de dourada será motivo de risada para as pessoas do futuro, porque elas olharão para nós como uma civilização ainda atrasada e primitiva.

Não estamos falando de você, eu falei da regra áurea, algo que pode ser aplicado universalmente na sociedade humana. Você está argumentando semântica, não apresentou nenhum contra-ponto.

Semântica é o estudo dos significados e sentidos que as palavras e expressões possuem. Em momento algum eu falei sobre o significado da palavra “bom” ou o significado da palavra “ruim”. Falar que bom e ruim são apenas pontos de vista não tem absolutamente nada a ver com semântica.

O que você espera, amigo? Você já parou pra ver que a realidade nunca vai atender sua expectativa abstrata?

Qual expectativa abstrata? Em momento algum eu falei que isso que você chama de realidade deveria ser diferente ou melhor.

Sua vida é assim? Sinto muito.

A vida de praticamente todas as 7,6 bilhões de pessoas que existem no mundo é assim.

Você precisa de ajuda psicológica. Sua perspectiva sobre a vida e realidade não são saudáveis.

Por que você acha isso? Por acaso você vai me dizer que viver para agradar os outros não é coisa de escravo?

Nós vivemos em pequenas tribos, sendo a família uma delas, e é evolutivamente positivo, além de positivo em geral, ser apegado às pessoas mais próximas.

Todo apego leva ao sofrimento, não importa o quão bom e elevado pareça o objeto a que você se apega. Aliás, você só se apega a algo porque já está em pleno sofrimento.

O indivíduo tem essa necessidade de se apegar e fazer parte de um grupo ou coletivo porque assim ele se sente alguma coisa e se sente menos solitário. Ele se identifica com o seu gênero, com a sua raça, com a sua nacionalidade, com a sua sexualidade, com a sua família, com uma religião, com um partido político, com um time de futebol, entre outras coisas, porque isso acaba sendo visto como uma extensão sua e, desse modo, fortalece a sensação de individualidade: se o time de futebol para o qual eu torço vence, eu me sinto vencedor, se ele perde, eu me sinto perdedor; se o candidato político no qual eu votei é eleito, eu me sinto vitorioso, se ele não é eleito, eu me sinto perdedor; se alguém ofende a minha religião, eu me sinto ofendido; se uma pessoa rela o dedo em alguém da minha família, eu me sinto agredido e vou querer me vingar dela.

Aliás, família é algo que só gera separação e, portanto, conflito e violência. E também egoísmo: eu sempre acho que a minha família merece mais do que os outros. Se uma pessoa dá cinco reais para um menino de rua ela já acha muito, mas não vê problema em gastar centenas ou milhares de reais dando todo tipo de tranqueira inútil para seu filho. Nós xingamos esses políticos que roubam para beneficiar seus círculos de familiares e amigos, mas, se nós estivéssemos no lugar deles e tivéssemos o poder que eles têm, nós faríamos exatamente a mesma coisa. Afinal, a minha família é mais importante do que todo o resto da humanidade.

No mais, as famílias usam seus descendentes como um meio para perpetuar e expandir a doença e a podridão (os pais fazem de tudo para que os filhos sejam medíocres e ignorantes como eles).

Meu conceito de paz é a ausência de conflito baseado em reciprocidade. Eu tenho o dever de não violar a paz do outro e espero o mesmo.

Então se prepare para nunca ter paz, porque os outros jamais serão do jeito que você quer que eles sejam e jamais farão o que você espera que eles façam.

Relembrando que convivemos em sociedade e isto faz parte do contrato social que está subentendido desde que nos registramos, certidão de nascimento, RG, CPF.

Eu não me lembro de ter nenhum contrato social subentendido no momento em que eu me registrei. Aliás, eu nem sequer me lembro da maioria dos meus registros. E, digo mais, nem sequer fui eu que escolhi me registrar.

A maioria dos seus argumentos, pelo que tenho visto, se baseam em algum tipo de utopia, alguma idealização do que você acredita ser uma sociedade adequada

Em momento algum eu falei que a sociedade deveria ser diferente. Eu aponto os problemas e defeitos da atualidade apenas para mostrar a você que não há muita diferença entre nós e as épocas anteriores, e não porque eu acho que tudo deveria ser mudado ou melhorado.
 
Você acha que é possível pensar apenas em conceitos, sem usar palavras. Mas é isso que a sua experiência lhe diz? Você já conseguiu pensar sem usar nenhuma palavra?
No meu ponto de vista, quando eu imagino algo eu não preciso de palavras pra isso. Então sim, creio que sim.

Você acha que um “indivíduo destituído de linguagem” consegue pensar sem palavras, mas isso é apenas uma crença sua, certo? Você não tem nenhuma evidência disso, certo?

Você diz que há pesquisadores da linguagem que afirmam que é possível pensar apenas em conceitos, sem usar palavras. Mas isso é apenas o que os outros dizem, certo? Você não tem nenhuma evidência disso, certo?
Certo!
 
Isso que você chama de realidade concreta é a mais pura ilusão e abstração.
Como você sabe que a realidade é uma ilusão? Se nós estamos iludidos ao acreditar que as coisas existem quem garante que você também não esteja iludido ao afirmar que elas não existem? Você parece ter muitas certezas para alguém que critica as certezas dos outros.
 
Vamos lá, Morpheu. Eu entendi melhor sua proposta. Eu sei que você não acredita nisso, porque é impossível viver na sociedade em que vivemos pensando da forma que você pensa. A não ser que você esteja em algum acampamento, comendo pão com margarina, tomando banho uma vez por mês e levando sua placa de "o fim está chegando" ao semáforo mais próximo. Você sabe que tudo o que eu disse é real e você precisa aceitar essa premissa se quiser viver em sociedade. Se você tem uma profissão, paga aluguel, vai no mercado, paga contas, você concorda com tudo o que eu disse.

Eu já tive todas as mesmas realizações que você. Elas não estão completamente incorretas, somos sim, o ego. O ego é parte crucial da sua existência no mundo. Todas as mensagens que você está comunicando, estão sendo comunicadas pelo seu ego para outros egos. Não há você, ou eu, sem ego. Somos uma imagem projetada, uma máscara que utilizamos para conviver em sociedade. Mas é assim por um motivo. Você acredita que a liberdade do ego seria a felicidade. Pois eu digo que não, a libertação do ego seria o fim de tudo e não o início da felicidade. Não haveria tristeza, porque não haveria felicidade. Não haveria vontade, porque não haveria necessidade. Ou seja, nada haveria, você não existiria.

Mas, para a finalidade de discussão, vamos lá:

Documentos não provam absolutamente nada. São apenas tinta num pedaço de papel e podem facilmente ser falsificados.

Relatos são apenas o que os outros lhe contam. E o que garante que os outros não estão, consciente ou inconscientemente, mentindo para você?

Vídeos também não provam nada. O que garante que aquele bebê que você vê nos vídeos é você mesmo?

E, de qualquer maneira, vídeos e fotografias apenas registram o seu corpo, e não sua existência como um indivíduo. Você considera a si mesmo como um sujeito. O sujeito se considera diferente e separado dos objetos. Objeto é tudo aquilo que é percebido pelo sujeito. Você percebe o seu corpo. Logo, seu corpo é um objeto. Vídeos e fotos apenas registram o seu corpo. Portanto, vídeos e fotos não registram sua existência como um sujeito que ainda não sabia falar.

"Me dê uma prova concreta, uma prova concreta de que sois o filho do capeta!"
"Tá aqui meu documento, Capeta Jr."

(Desculpe, não pude perder a oportunidade).

O que te garante que eu sou real? E se eu for uma inteligência artificial? E se todos os usuários aqui forem? E se as imagens que o dispositivo que você está utilizando, sejam alteradas pelos illuminati, para fazer com que você leia o que eu estou escrevendo? Você pode provar que isto não é possível? O que não é possível? O que é real?

Basicamente esta primeira parte é uma falácia, pois você está colocando o ônus da prova sobre mim. Cabe a você provar que as evidências são falsas e não o contrário.

É que no fundo, bem no fundo você já sabe que o mundo é uma ilusão. Você apenas se esqueceu disso.

E se for? O que a realização te trouxe? Você pode moldar ou alterar a ilusão? Você vive na mesma ilusão que eu e está sujeito aos mesmos termos. Você ter a consciência ou não de que é uma ilusão, não altera, ironicamente, a realidade da ilusão. Aliás, você está apenas caindo em uma outra ilusão: a de achar que tudo é ilusão.

Afinal, nós usamos o mundo para nos sentir alguém. Quem somos nós sem o nosso nome, sem a nossa história, sem a nossa família, sem os nossos relacionamentos, sem a nossa conta bancária, sem os nossos títulos acadêmicos, sem a nossa profissão, sem os nossos bens, sem a nossa casa, sem o nosso carro, sem o nosso conhecimento, sem a nossa reputação, sem as nossas experiências? Se tudo isso for tirado de nós, o que sobra?

Nada. Era pra ser uma pergunta retórica, mesmo?

Para haver felicidade permanente, o indivíduo tem que desaparecer.

É aqui que eu digo novamente que estamos argumentando semântica. Não existe felicidade sem o indivíduo, pois felicidade é um estado do indivíduo. O que você quer dizer com "felicidade" é outra coisa. Por isso não nos entendemos.

Deixa eu ver se eu entendi, você está dizendo que a nossa compulsão por estar sempre fazendo algo, se distraindo com algo e querendo conseguir e acumular algo é um mecanismo evolutivo que nos torna mais aptos a procriar e perpetuar a espécie? O que é que uma coisa tem a ver com a outra?

Sim, exatamente. Mas não adianta eu argumentar este ponto, porque você não acredita em história, evolução, instinto, etc.
O que eu quis dizer, basicamente: o ser humano evoluiu como resultado da reprodução dos mais aptos. Coincidentemente, os mais aptos eram os que tinham mais vigor físico, mais reflexo, raciocínio mais rápido. Nossa inteligência genética percebeu estas características e foi intensificando naturalmente. Sentimos uma sensação boa ao aprender, porque aprender aumenta nossa chance de sobreviver. Formamos família/sociedade pois bebês precisam de cuidado antes de se tornar adultos e por termos chance maior de sobreviver em grupo. O mesmo serve para: transar, comer, fazer exercício, usar drogas, basicamente tudo o que é bom. Todas nossas ações são em torno de uma coisa: sobreviver e reproduzir, qualquer outra questão é secundária. Mas claro, isso tudo em relação ao ego e à sociedade, e à espécie, nada do que você acredita ser "real". Porque você não viu nada disso acontecendo e por mais que faça todo o sentido, você só acredita no que vê.

A vida de praticamente todas as 7,6 bilhões de pessoas que existem no mundo é assim.

Você não pode afirmar isso e sabe disso. Pela sua perspectiva distorcida, talvez.

Por que você acha isso? Por acaso você vai me dizer que viver para agradar os outros não é coisa de escravo?

Pergunte aos seus pais, ou às pessoas que criaram você, se eles não foram "escravos" por vontade própria. Eu sou "escravo" disposto, enquanto eu estiver sendo recompensado por me sacrificar pelos outros e me sentindo bem por isso, vou continuar sendo "escravo" e agradeço a todos que se "escravizam" por mim. Pelo menos, não estou escravo, sem aspas, de uma perspectiva negativista.

O indivíduo tem essa necessidade de se apegar e fazer parte de um grupo ou coletivo porque assim ele se sente alguma coisa e se sente menos solitário

Correção: é pra sobreviver e reproduzir. A identidade cria um grupo já sem a necessidade de interação e grupos são bons para a sobrevivência e reprodução, também.

E também egoísmo: eu sempre acho que a minha família merece mais do que os outros

Um pouco de egoísmo faz com que você sobreviva mais e reproduza. Sua família são pessoas que fariam o mesmo por você, em quem você confia e sabe que tem pensamentos e objetivos alinhados com os seus, portanto, nada mais natural em priorizar a própria família do que um estranho.

No mais, as famílias usam seus descendentes como um meio para perpetuar e expandir a doença e a podridão (os pais fazem de tudo para que os filhos sejam medíocres e ignorantes como eles).

Os lados negativos da perpetuação da espécie são inerentes à mesma. A podridão, ignorância, violência, existem porque é da natureza humana. Nunca deixarão de existir a não ser que o ser humano em si deixe de existir.

Então se prepare para nunca ter paz, porque os outros jamais serão do jeito que você quer que eles sejam e jamais farão o que você espera que eles façam.

Tenho tido uma boa quantidade de paz até o momento, acredite. A reciprocidade tem funcionado bem, por mais que eu saiba que há pessoas que não aceitam e estariam dispostas a violar a minha, para o caso no qual eu estaria pronto para me defender.

Eu não me lembro de ter nenhum contrato social subentendido no momento em que eu me registrei. Aliás, eu nem sequer me lembro da maioria dos meus registros. E, digo mais, nem sequer fui eu que escolhi me registrar.

Por isso ele é subentendido. Você não escolheu, mas devia ser grato, pois não estaria vivo sem este contrato social. Sem nome, sem ego, sem documento, você não é ninguém.

Eu aponto os problemas e defeitos da atualidade apenas para mostrar a você que não há muita diferença entre nós e as épocas anteriores

Eu já apontei as diferenças, se você aceita elas ou não, é por sua conta.

Acho que você e eu vivemos em planetas diferentes, porque no planeta onde eu vivo roubos e assaltos, entre outras formas de violência, acontecem a todo instante. Não morremos mais de doenças por não ter assepsia (na verdade tem sim gente que ainda morre disso), mas ainda morremos de doenças por inúmeros outros motivos. Sua mulher não é violada pelo senhor feudal antes de você se casar com ela, mas estupros continuam acontecendo a toda hora e sua mulher não está livre de ser vítima de um. Não há mais execuções em praça pública, mas assassinatos continuam acontecendo a todo instante.

Além do mais, em certas regiões do globo ainda acontecem certas coisas que você cita e coisas ainda piores.

Como você tem certeza disso? Você está se baseando em estatísticas? Estatísticas são falsificáveis. Histórias que você ouviu? Quem garante que não é mentira? Você já foi ao outro lado do globo para comprovar?

Viu como funciona? Ou melhor, não funciona. Porque eu já sei a resposta pras perguntas acima e não acrescentaram à discussão.

Pra responder: em certas regiões do globo ainda acontece. Diminuiu, melhorou, quase extinguiu, mas ainda acontece. Objetivamente, ter uma expectativa de vida acima dos 60, poder sobreviver sendo deficiente físico ou mental, até mesmo em estado vegetativo, é o ápice da evolução. Você consegue pensar em qualquer outro animal que tenha conseguido isso? Claro que não. Mas aí é que tá, nós também somos animais. Estamos sujeitos às mesmas leis. Porém, evoluímos tanto que já criamos nossas próprias leis. De um ponto de vista objetivo, a evolução é óbvia. Consequentemente, as características que nos levaram a esta evolução, são as características que desenvolvemos e somos atraídos a fazer, de certa forma nos limitando. Temos instinto, é ilusão acreditar que podemos ser completamente livres, pois estamos ultimamente presos ao instinto. Nada muda o fato de que somos animais.
 
Última edição:
a libertação do ego seria o fim de tudo

Seria o fim de tudo, exceto daquilo que não pode jamais ter fim, pois jamais teve começo. Quando a individualidade chega ao fim, o que resta é a verdade, a eternidade, o infinito, o vazio absoluto, o que é infinitamente melhor e mais importante do que qualquer coisa que podemos conseguir do mundo.

e não o início da felicidade.

Você está trocando as bolas, o fim do indivíduo é justamente a felicidade.

Não haveria tristeza

Sim, não haveria tristeza porque não existiria mais um indivíduo para estar triste, e o que restaria seria a felicidade, a felicidade absoluta de não ser ninguém.

Ou seja, nada haveria, você não existiria.

Depende do que você entende como “você” ou “eu”. O indivíduo que eu acredito ser chegaria ao fim, mas quem eu realmente sou continuaria existindo.

O que te garante que eu sou real? E se eu for uma inteligência artificial?

Eu realmente não tenho como saber se você é de fato uma pessoa ou apenas uma inteligência artificial, mas isso também não importa, porque, sendo uma pessoa ou uma inteligência artificial, eu sei que você não é real de qualquer maneira.

Basicamente esta primeira parte é uma falácia, pois você está colocando o ônus da prova sobre mim. Cabe a você provar que as evidências são falsas e não o contrário.

Mesmo que as evidências sejam verdadeiras, elas não provam que você já existia como um indivíduo que ainda não tinha aprendido a linguagem.

Um documento apenas registra o seu nome, a sua data de nascimento, o local em que nasceu, o nome dos seus pais, e nada disso prova que você era um indivíduo que ainda não sabia falar. Também é possível fazer um documento de um animal ou de uma planta e isso não vai provar que o animal e a planta são indivíduos.

O que os outros lhe contam não tem nenhuma importância. Eles podem dizer que você já existia como um indivíduo que ainda não sabia falar, mas eles nunca experienciaram a sua individualidade, nunca tiveram acesso à sua mente, nunca viram o mundo através do seu ponto de vista.

Vídeos filmam apenas o seu corpo, e não a sua mente, a sua individualidade, a sua subjetividade, os seus pensamentos.

Você ter a consciência ou não de que é uma ilusão, não altera, ironicamente, a realidade da ilusão.

“Realidade da ilusão” é uma contradição. Realidade é aquilo que existe. Ilusão é aquilo que parece existir, mas não existe. Portanto, uma ilusão não pode ser real, pois, se fosse, não seria uma ilusão.

E ter consciência de que é uma ilusão faz toda a diferença.

Aliás, você está apenas caindo em uma outra ilusão: a de achar que tudo é ilusão.

Mas tudo é ilusão. Nada existe.

É aqui que eu digo novamente que estamos argumentando semântica.

Não tem nada a ver com semântica.

Não existe felicidade sem o indivíduo, pois felicidade é um estado do indivíduo. O que você quer dizer com "felicidade" é outra coisa.

Como você sabe que não existe felicidade sem o indivíduo? Você já viu o indivíduo que você pensa ser chegar ao fim para ver o que resta?

Sim, exatamente. Mas não adianta eu argumentar este ponto, porque você não acredita em história, evolução, instinto, etc.
O que eu quis dizer, basicamente: o ser humano evoluiu como resultado da reprodução dos mais aptos. Coincidentemente, os mais aptos eram os que tinham mais vigor físico, mais reflexo, raciocínio mais rápido. Nossa inteligência genética percebeu estas características e foi intensificando naturalmente.

Mas isso não tem absolutamente nada a ver com o fato de que o ser humano quer sempre estar fazendo algo e tentando acumular algo. Ficar correndo atrás de coisas, ficar se distraindo com futilidades e não conseguir ficar em silêncio não têm nada a ver com nos tornar mais aptos para a procriação e perpetuação da espécie. Se tivesse alguma coisa a ver, todos os outros seres vivos já teriam sido extintos do planeta e teria restado só o ser humano.

O que você está falando não faz o menor sentido. Para procriar e perpetuar a espécie, basta acasalar, e isso qualquer animal consegue fazer.

Sentimos uma sensação boa ao aprender, porque aprender aumenta nossa chance de sobreviver.

Ou então sentimos uma sensação boa ao aprender porque tentamos nos autopreencher intelectualmente e porque gostamos de ter a ilusão de que sabemos alguma coisa.

Formamos família/sociedade pois bebês precisam de cuidado antes de se tornar adultos e por termos chance maior de sobreviver em grupo. O mesmo serve para: transar, comer, fazer exercício, usar drogas, basicamente tudo o que é bom. Todas nossas ações são em torno de uma coisa: sobreviver e reproduzir, qualquer outra questão é secundária.

Sobreviver e reproduzir são coisas secundárias e insignificantes e que só têm algum valor para quem se apega a si mesmo e acha que algo tão miserável e patético quanto o ser humano é digno de ser perpetuado. A única coisa realmente importante é a verdade. O resto é apenas distração.

você só acredita no que vê.

Eu não acredito nem mesmo no que eu vejo.

Eu sou "escravo" disposto, enquanto eu estiver sendo recompensado por me sacrificar pelos outros e me sentindo bem por isso, vou continuar sendo "escravo" e agradeço a todos que se "escravizam" por mim.

Você mesmo acabou admitindo que só se sacrifica pelos outros porque está sendo recompensado por isso. Ou seja, esse sacrifício não tem nada de altruísta, é puro egoísmo.

Correção: é pra sobreviver e reproduzir. A identidade cria um grupo já sem a necessidade de interação e grupos são bons para a sobrevivência e reprodução, também.
Um pouco de egoísmo faz com que você sobreviva mais e reproduza.

Basicamente quase tudo o que você fala gira em torno de sobrevivência e reprodução, e isso é a coisa mais elevada que você consegue imaginar? Apenas sobreviver e reproduzir? Porque isso qualquer animal consegue fazer; até mesmo vírus e bactérias têm suas estratégias para sobreviver e se reproduzir.

Você não escolheu, mas devia ser grato, pois não estaria vivo sem este contrato social. Sem nome, sem ego, sem documento, você não é ninguém.

Com nome ou sem nome, com ego ou sem ego, com documento ou sem documento, eu não sou ninguém de qualquer maneira. No máximo eu consigo me enganar achando que sou alguém. E o mesmo se aplica a você, porque você também não é ninguém, apenas se engana achando que é alguém.

Aliás, a nossa crença de que somos alguém é a causa de todo sofrimento que existe no mundo.

Como você tem certeza disso? Você está se baseando em estatísticas? Estatísticas são falsificáveis. Histórias que você ouviu? Quem garante que não é mentira? Você já foi ao outro lado do globo para comprovar?

Eu sei que, em última instância, nada disso é verdade. Eu nunca fui ao outro lado do globo para comprovar essas informações, da mesma forma que você não estava vivo na Idade Antiga, Média, Moderna ou primeira metade da Contemporânea para saber se o que você diz sobre elas é realmente verdade.

Só o que eu fiz foi comparar as informações que nós temos sobre a atualidade com as que temos sobre as épocas anteriores. Embora nenhuma dessas informações seja a verdade, elas ainda são uma convenção que têm uma utilidade prática e que dizem respeito ao mundo, que é uma ilusão. Mas, de qualquer maneira, não importa se essas informações são falsas ou verdadeiras, porque ninguém precisa ir ao outro lado do globo para perceber que a brutalidade já está sempre aí rolando, para isso basta olhar ao seu redor.

Objetivamente, ter uma expectativa de vida acima dos 60, poder sobreviver sendo deficiente físico ou mental, até mesmo em estado vegetativo, é o ápice da evolução.

É essa mixaria que você chama de ápice da evolução? E o que é que está por trás desse desejo por ter uma vida o mais longa possível, senão o medo da morte e o apego a si mesmo?

E, de qualquer maneira, nós conseguimos adiar a morte, mas não conseguimos evitá-la. E, quando ela chegar, não vai fazer diferença alguma se você viveu 30 ou 150 anos, porque tudo será reduzido a nada e esquecido para sempre do mesmo jeito.

O ser humano só vai evoluir de verdade quando parar de achar que é alguma coisa. Um analfabeto de dois mil anos atrás que conheceu a si mesmo sem dúvida alguma tinha uma sabedoria infinitamente maior do que todos os cientistas que já passaram pela Terra juntos e uma felicidade infinitamente maior do que as pessoas mais ricas e poderosas do mundo, isso eu lhe garanto.

Você pode se tornar um PhD em Física Quântica de Harvard que você vai continuar ignorante. Você pode realizar todos os seus sonhos e desejos que você vai continuar infeliz.

Você consegue pensar em qualquer outro animal que tenha conseguido isso? Claro que não.

Com certeza ter uma expectativa de vida baixa não é um problema para os animais. E pelo menos os animais são infinitamente mais felizes do que nós, eles não têm uma imagem de si mesmos, não precisam se preocupar em ser alguém na vida, não precisam se preocupar com o que os outros pensam deles, não destroem o meio ambiente em que vivem, não têm nenhum sonho a realizar, nenhum objetivo para alcançar.

Como você sabe que a realidade é uma ilusão? Se nós estamos iludidos ao acreditar que as coisas existem quem garante que você também não esteja iludido ao afirmar que elas não existem?

Eu sei que a “realidade” é uma ilusão porque isso é algo extremamente óbvio e evidente por si mesmo. Não adianta eu tentar dar argumentos que provem isso, porque não se chega a essa compreensão intelectualmente, racionalmente, através do pensamento. Você só vai entender de fato que o mundo é uma ilusão quando você experienciar isso. E como você vai saber que essa experiência não é uma ilusão? Não tem como eu lhe dizer isso, você só vai entender quando isso acontecer.
 
Seria o fim de tudo, exceto daquilo que não pode jamais ter fim, pois jamais teve começo. Quando a individualidade chega ao fim, o que resta é a verdade, a eternidade, o infinito, o vazio absoluto, o que é infinitamente melhor e mais importante do que qualquer coisa que podemos conseguir do mundo.

Não dá pra levar a sério esta afirmação. Parece um vilão do filme do 007.

“Realidade da ilusão” é uma contradição. Realidade é aquilo que existe. Ilusão é aquilo que parece existir, mas não existe. Portanto, uma ilusão não pode ser real, pois, se fosse, não seria uma ilusão.

E ter consciência de que é uma ilusão faz toda a diferença.

Gostaria de saber qual a diferença que fez pra você, pois só estou vendo desilusão e frustração. E você não demonstrou como ter a consciência da ilusão lhe libertou dela. Você está preso na mesma ilusão que eu. Você é um ser humano, com ego, com necessidades e vontades, tal como eu. A diferença é que você fica preso no fato da "Ilusão" e no fato se vale a pena ser vivida, enquanto eu estou vivendo, ilusão ou não.

Uma ilusão hedonista, de prazeres fúteis e fugazes, é muito melhor do que seu conceito de "felicidade". Acredito que a maioria das pessoas concordaria comigo.

Não tem nada a ver com semântica.

Mas tem tudo a ver com semântica. Todas as definições de felicidade existentes, na filosofia, etimologia, psicologia, são referentes à um indivíduo e seu estado emocional e mental. Portanto, sua definição de felicidade, não é a mesma que a minha e a de qualquer outra pessoa e portanto não estamos discutindo a mesma coisa. Você inventou algo que chama de felicidade, esta palavra que você usa, significa outra coisa.

Sobreviver e reproduzir são coisas secundárias e insignificantes

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Gostaria de saber qual a diferença que fez pra você, pois só estou vendo desilusão e frustração. E você não demonstrou como ter a consciência da ilusão lhe libertou dela. Você está preso na mesma ilusão que eu. Você é um ser humano, com ego, com necessidades e vontades, tal como eu. A diferença é que você fica preso no fato da "Ilusão" e no fato se vale a pena ser vivida, enquanto eu estou vivendo, ilusão ou não.

Na verdade apenas saber que o mundo é uma ilusão não é o suficiente para que haja libertação, para isso é preciso viver continuamente vendo a ilusão como ilusão. Você pode ter descoberto que o mundo é uma ilusão, mas se em seguida a individualidade se apoderar novamente de você, então você voltará à mediocridade, à infelicidade, à podridão, ao engano. Você já pode ter visto várias vezes a verdade, mas, se você continua vivendo como se fosse um indivíduo e apegado, ainda que minimamente, a si mesmo, então você ainda estará sofrendo e se enganando. Não é só porque a verdade foi vista que você estará livre de se enganar. Para que você de fato se liberte da mentira, é preciso vê-la como mentira em todos os momentos, e não apenas ocasionalmente.

E que diferença faz se libertar da mentira? Bom, a diferença que isso faz é justamente se libertar da mentira. Quer coisa melhor do que isso? Isso para você não é o suficiente? Você queria que ela fizesse você viver até os 300 anos? Porque a verdade de fato não nos traz nenhum conforto, nenhuma segurança, nenhuma utilidade prática, nenhuma vantagem pessoal (a verdade traz, isso sim, uma desvantagem pessoal, já que ela significa o fim do indivíduo).

E só porque você se libertou da ilusão não quer dizer que você não vai mais poder interagir e viver no mundo. Por um tempo, o mundo ainda vai continuar aí, mas você não vai mais se enganar a respeito dele, não vai mais ser escravo dele, não vai mais dar a ele uma importância que ele definitivamente não tem. Você simplesmente estará vendo o mundo do modo como ele realmente é, e não do modo como você imagina que ele é.

Embora o mundo seja uma ilusão, não há nada de errado com ele. Um jogo de videogame é uma ilusão e nós o jogamos, um filme é uma ilusão e nós o assistimos, um livro de ficção é uma ilusão e nós o lemos. Não há mal algum com a ilusão, o problema é achar que a ilusão é verdadeira e se apegar a ela.

Uma ilusão hedonista, de prazeres fúteis e fugazes, é muito melhor do que seu conceito de "felicidade".

Só porque meu conceito de felicidade significa o fim do indivíduo? Pois o nome disso é apego a si mesmo, e todo apego, sem exceção, leva ao sofrimento.

E, de qualquer maneira, a quantidade de dor e sofrimento que você experimenta na sua vida é infinitamente maior do que a quantidade de prazer. O tempo que você passa “feliz” não chega a 0,000000000001% do seu tempo de vida, porque em todo o restante do tempo você está entediado e sofrendo e buscando alguma forma de se distrair do seu sofrimento e tédio.

E os prazeres só lhe escravizam, pois a satisfação que eles causam tem vida curta e logo dá lugar novamente à insatisfação, e aí você precisa novamente correr atrás do prazer para aliviar e fugir dessa sensação de vazio e incompletude, que retorna assim que o prazer cessa, e então você cai num círculo vicioso. Os desejos são infinitos: quando um é realizado, outro surge. Sua situação não é muito diferente da de um alcoólatra ou dependente químico. Além do mais, em muitos casos a simples busca pelo prazer já gera intenso sofrimento, uma vez que, para conseguir o seu prazerzinho, você precisa se esforçar, lutar e se envolver em atividades das quais você não gosta, e esse esforço e luta por vezes são dolorosos e desagradáveis. De resto, a memória que temos do prazer faz com que constantemente tentemos repetir e recriar experiências passadas, o que cedo ou tarde acaba gerando frustração e decepção.

Acredito que a maioria das pessoas concordaria comigo.

De fato as pessoas em geral preferem uma mentira confortável a uma verdade dolorosa.

E não adianta usar argumentum ad populum, porque isso é falácia.

Mas tem tudo a ver com semântica. Todas as definições de felicidade existentes, na filosofia, etimologia, psicologia, são referentes à um indivíduo e seu estado emocional e mental. Portanto, sua definição de felicidade, não é a mesma que a minha e a de qualquer outra pessoa e portanto não estamos discutindo a mesma coisa.

Se todas as definições de felicidade existentes se referem a um indivíduo e seu estado emocional e mental, é porque essas definições foram feitas por indivíduos que não conheciam nada além dessa felicidadezinha pequena, limitada e fugaz que é o prazer do ser humano.
 
E que diferença faz se libertar da mentira? Bom, a diferença que isso faz é justamente se libertar da mentira. Quer coisa melhor do que isso? Isso para você não é o suficiente?

Mas é claro que não. Todos os seus posts, basicamente, são uma Alegoria da Caverna de Platão, com a diferença que você considera as sombras, a caverna, as figuras que passam pelo fogo e o próprio fogo ilusões. Ou seja, você está levando ao extremo algo que por si é saudável.

A alegoria original diz respeito às ilusões da percepção e as coisas que parecem ser, muitas vezes são mais complexas do que aparentam. A diferença é que elas ainda existem, o conhecimento é alcançável, tangível. As sombras são resultado de pessoas reais caminhando em frente a um fogo real: a ilusão são as sombras e não o todo.

nenhuma vantagem pessoal (a verdade traz, isso sim, uma desvantagem pessoal, já que ela significa o fim do indivíduo).

Visto que sou uma pessoa, realmente, não vejo interesse em me colocar em desvantagem intencionalmente.

Por um tempo, o mundo ainda vai continuar aí

O mundo vai sempre continuar aí. Você que está se alienando.

Embora o mundo seja uma ilusão, não há nada de errado com ele. Um jogo de videogame é uma ilusão e nós o jogamos, um filme é uma ilusão e nós o assistimos, um livro de ficção é uma ilusão e nós o lemos. Não há mal algum com a ilusão, o problema é achar que a ilusão é verdadeira e se apegar a ela.

Com a diferença de que os exemplos citados são ficção. Você está literalmente misturado a realidade com a ficção.

Pois o nome disso é apego a si mesmo, e todo apego, sem exceção, leva ao sofrimento.

Sim, para ter a recompensa é necessário o sacrifício e o risco. O medo do sofrimento é natural e pode acabar levando à casos como o seu, da literal fobia do sofrimento. A ponto de querer extinguir seu ego e considerar isto felicidade, ao invés de aprender lidar com o ego e dominá-lo. O ego é maleável, é uma ferramenta que está sempre conosco. Você pode ser escravo do ego ou conviver amigavelmente com ele, cabe a você saber como lidar com ele.

Se engana você em achar que pode livrar-se dele, salvo em pequenos momentos, como naquelas 5g no quarto completamente escuro. Boa sorte tentando!

E, de qualquer maneira, a quantidade de dor e sofrimento que você experimenta na sua vida é infinitamente maior do que a quantidade de prazer. O tempo que você passa “feliz” não chega a 0,000000000001% do seu tempo de vida, porque em todo o restante do tempo você está entediado e sofrendo e buscando alguma forma de se distrair do seu sofrimento e tédio.

Você já saiu para tomar um chimarrão/mate no sol, durante o inverno, fumando um baseado ou um tabaco? Você costuma sair para se divertir periodicamente? Conhecer novas pessoas?
Novamente, considere a possibilidade de que toda sua perspectiva e seus argumentos são uma projeção da sua realidade. Tudo o que você diz, principalmente nesta parte, me parece completamente absurdo.

Novamente, tenho certeza de que eu e muitas pessoas, passamos sim uma grande parte da vida de tristes, frustrados e até mesmo entediados. Mas durante parte quase equivalente, por mais que eu concorde sim que "tristeza não tem fim, felicidade sim", estamos felizes. Se isso você considera prazer temporário, ou ilusão de felicidade, eu posso dizer que a sensação que eu tenho é concreta e completamente oposta à tristeza. Então, se isso é uma ilusão da felicidade, estou satisfeito com a ilusão.

E os prazeres só lhe escravizam, pois a satisfação que eles causam tem vida curta e logo dá lugar novamente à insatisfação, e aí você precisa novamente correr atrás do prazer para aliviar e fugir dessa sensação de vazio e incompletude, que retorna assim que o prazer cessa, e então você cai num círculo vicioso.

Como já argumentei anteriormente, a felicidade é temporária e ela só existe por ser temporária. Ela só existe pois a tristeza existe. O bem e o mal, a alegria e a tristeza, o Yin e o Yang, o preto e o branco só podem existir desde que o outro exista. Se fossemos felizes o tempo todo, não saberíamos o que é felicidade, pois isto seria apenas o status quo permanente. Da mesma forma, você só se sente triste, frustrado e entediado porque já foi feliz alguma vez e sabe como é ser feliz. O saudável é correr atrás da felicidade, ainda que nunca encontre. A jornada é mais importante que o objetivo. Esta é a realidade da nossa vida terrena. Estamos sujeitos às leis da física e à realidade, só nos resta fazer o melhor dela.

De fato as pessoas em geral preferem uma mentira confortável a uma verdade dolorosa.

A verdade nem sempre é dolorosa, porém. Na maior parte dos casos, ignorância é sim, felicidade. Mas muitas vezes, saber ver o lado positivo da verdade negativa é a verdadeira transcedência.

Os desejos são infinitos: quando um é realizado, outro surge.

Novamente ressalto, não há escapatória desta realidade. É instintivo e é o que nos fez chegar até aqui enquanto espécie. Hoje, nós temos a possibilidade de sobreviver parados. A nossa espécie, no início, não tinha esta possibilidade. Você precisa caçar, comer, procriar. A evolução não eliminou nosso instinto, pelo contrário, temos diversas dificuldades em tentar conviver de forma conflitante com o instinto e a racionalidade. Tentamos dominar o instinto, e muitos esquecem da existência do mesmo, aplicando apenas aos "animais". O bicho homem está sujeito aos mesmos instintos dos outros animais.

Se todas as definições de felicidade existentes se referem a um indivíduo e seu estado emocional e mental, é porque essas definições foram feitas por indivíduos que não conheciam nada além dessa felicidadezinha pequena, limitada e fugaz que é o prazer do ser humano.

Que tal você criar ou buscar uma nova palavra para o sentimento que você se refere, ao invés de se apropriar de uma palavra que já tem significado universal e etimológico? Desta forma, você facilitaria bastante a discussão.
 
Todos os seus posts, basicamente, são uma Alegoria da Caverna de Platão, com a diferença que você considera as sombras, a caverna, as figuras que passam pelo fogo e o próprio fogo ilusões. Ou seja, você está levando ao extremo algo que por si é saudável.

A alegoria original diz respeito às ilusões da percepção e as coisas que parecem ser, muitas vezes são mais complexas do que aparentam. A diferença é que elas ainda existem, o conhecimento é alcançável, tangível. As sombras são resultado de pessoas reais caminhando em frente a um fogo real: a ilusão são as sombras e não o todo.

Você não acha que é muita presunção da sua parte querer dizer o que Platão queria dizer ou deixar de dizer com a alegoria da caverna? Além do mais, uma coisa é o que Platão escreveu, outra bem diferente é o que você lê; uma coisa é o que os outros dizem, outra bem diferente é o que você ouve. Na maioria das vezes nós não lemos o que os outros escrevem, mas o que nós queremos ler; nós não ouvimos o que os outros falam, mas o que nós queremos ouvir.

Se você acha que o mundo é real, você vai ler a alegoria da caverna e pensar: "Platão, um dos maiores filósofos que já existiu, com certeza não ia falar uma besteira como essa de que o mundo é uma ilusão. Aposto que ele quis dizer outra coisa aqui".

Nós só lemos algo para confirmar aquilo em que já acreditamos. Se um texto vai contra as nossas crenças e opiniões, nós nem o lemos, o lemos de má vontade ou então distorcemos tudo o que lemos.

E, de qualquer modo, o que Platão queria dizer ou deixar de dizer com a alegoria da caverna não tem nenhuma importância, porque eu não digo que o mundo é uma ilusão porque Platão ou não sei mais quem disseram isso, eu digo que o mundo é uma ilusão porque o mundo de fato é uma ilusão, e bem no fundo você sabe que isso é verdade.

Visto que sou uma pessoa, realmente, não vejo interesse em me colocar em desvantagem intencionalmente.

Você não é uma pessoa, você apenas se engana achando que é uma pessoa. Essa pessoa que você pensa que você é não existe.

O mundo vai sempre continuar aí.

O mundo vai continuar aí mesmo depois que você desaparecer? Mas como você pode saber que ele vai continuar aí depois que você desaparecer, se você já não terá mais nenhuma evidência de que ele continua aí?

Com a diferença de que os exemplos citados são ficção.

A nossa vida também é uma ficção. É tudo só uma brincadeira, um teatro.

Sim, para ter a recompensa é necessário o sacrifício e o risco.

E qual a recompensa que o apego a si mesmo traz? E qual o sacrifício e o risco que ele exige?

Aliás, apego a si mesmo é justamente algo que não combina com sacrifício e risco, pois quanto mais uma pessoa se apega a si mesma, mais ela busca sua salvação e proteção.

O medo do sofrimento é natural e pode acabar levando à casos como o seu, da literal fobia do sofrimento.

O medo não é natural. Na verdade o medo é sempre fruto da ignorância e do apego. E é perfeitamente possível viver sem ele, inclusive esse é o modo natural de se viver. Nós é que vivemos num modo alterado e doentio.

E por que você acha que eu tenho fobia do sofrimento? Só porque eu disse que todo apego leva ao sofrimento? Pois isso não faz o menor sentido. É a mesma coisa que dizer que uma pessoa tem fobia do fogo só porque ela não quer colocar a mão no fogo. Se uma pessoa decide não criar mais sofrimento para ela mesma, isso não significa que ela tem fobia do sofrimento, significa apenas que ela não é burra.

A ponto de querer extinguir seu ego e considerar isto felicidade, ao invés de aprender lidar com o ego e dominá-lo. O ego é maleável, é uma ferramenta que está sempre conosco. Você pode ser escravo do ego ou conviver amigavelmente com ele, cabe a você saber como lidar com ele.

Mas você sabe do que é que está falando quando fala sobre o ego? Será que você não está apenas repetindo o que os outros dizem e o que está na moda dizer? Será que você dominou o seu ego, ou apenas se engana achando que dominou? Porque faz parte de ser enganado não saber que se está sendo enganado. E quem é esse que fala em lidar e dominar o ego, senão o próprio ego?

Se engana você em achar que pode livrar-se dele

Não apenas é possível se livrar dele como também é o que vai acontecer de qualquer maneira, quer você queira ou não.

salvo em pequenos momentos, como naquelas 5g no quarto completamente escuro. Boa sorte tentando!

Nunca usei doses médias ou altas de cogumelos, mas já tive experiências fortes com outros alucinógenos, inclusive umas bem intensas com DMT fumado (e eu acho muito pouco provável que cogumelos consigam ser mais fortes que DMT fumado, a menos que eu coma quilos de cogumelos), e lhe garanto que nem mesmo o DMT fumado consegue eliminar a individualidade, nem mesmo momentaneamente.

E, mesmo se os alucinógenos eliminassem a individualidade, de nada adiantaria se livrar dela uma vez por semana, uma vez por mês, uma vez por trimestre, uma vez por semestre, uma vez por ano. Para que de fato haja libertação, a individualidade tem que ser abandonada a todo momento, e não apenas de vez em quando. O que aconteceu no passado não tem nenhuma importância. Não interessa se ontem você parou de se iludir por um momento, o que interessa é se agora você está se iludindo ou não se iludindo.

E mesmo já tendo tido experiência com cogumelos você ainda parece extremamente apegado a si mesmo. Isso só confirma aquilo que eu sempre já soube: que os alucinógenos não mudam ninguém.

A propósito, se os cogumelos dessem tanta sabedoria como dizem os usuários, não haveria tanta abobrinha escrita neste fórum.

Você já saiu para tomar um chimarrão/mate no sol, durante o inverno, fumando um baseado ou um tabaco?

Fumar tabaco? É esse prazerzinho mixuruca que você chama de felicidade?

De qualquer modo, uma felicidade provocada por uma droga será passageira. E que valor pode ter uma felicidade passageira?

Você costuma sair para se divertir periodicamente?

Mesmo esses bons momentos têm como pano de fundo a dor e o sofrimento. E, de qualquer modo, eles são curtos e ocupam uma parte ínfima do seu tempo de vida.

Conhecer novas pessoas?

Conhecer novas pessoas pra quê?

Como já argumentei anteriormente, a felicidade é temporária e ela só existe por ser temporária.

Você está trocando as bolas. Tudo que é temporário não existe. Só existe o que é atemporal.

Ela só existe pois a tristeza existe. O bem e o mal, a alegria e a tristeza, o Yin e o Yang, o preto e o branco só podem existir desde que o outro exista. Se fossemos felizes o tempo todo, não saberíamos o que é felicidade, pois isto seria apenas o status quo permanente. Da mesma forma, você só se sente triste, frustrado e entediado porque já foi feliz alguma vez e sabe como é ser feliz.

A felicidade de que você fala pertence à dualidade (e, portanto, à ilusão, pois não existem dois). A felicidade de que eu falo é a felicidade da unidade, uma felicidade que não conhece oposto.

O saudável é correr atrás da felicidade, ainda que nunca encontre.

O simples ato de buscar a felicidade já é infelicidade.

Na maior parte dos casos, ignorância é sim, felicidade.

Corrigindo: é ilusão de felicidade.

É instintivo e é o que nos fez chegar até aqui enquanto espécie.

Como se nós tivéssemos chegado a algum lugar.

E os nossos desejos não têm nada a ver com instinto. Nós só estamos sempre querendo isso e aquilo porque sentimos que tem algo faltando, e então achamos que conseguir aquilo que queremos vai eliminar essa carência.

Os animais não desejam nada além do básico para a sobrevivência porque eles não se sentem incompletos como nós. Para eles estar vivo já basta.

Que tal você criar ou buscar uma nova palavra para o sentimento que você se refere, ao invés de se apropriar de uma palavra que já tem significado universal e etimológico?

Não. Vou continuar chamando de felicidade isso que eu chamo de felicidade. E a verdadeira felicidade não é um sentimento.
 
Eu sei que a “realidade” é uma ilusão porque isso é algo extremamente óbvio e evidente por si mesmo. Não adianta eu tentar dar argumentos que provem isso, porque não se chega a essa compreensão intelectualmente, racionalmente, através do pensamento. Você só vai entender de fato que o mundo é uma ilusão quando você experienciar isso. E como você vai saber que essa experiência não é uma ilusão? Não tem como eu lhe dizer isso, você só vai entender quando isso acontecer.
Tão óbvio e evidente e ainda assim somente você parece ter percebido isso...
Resumindo: "É tudo uma ilusão, porque sim!"
 
Tão óbvio e evidente e ainda assim somente você parece ter percebido isso...

Pode ter certeza que eu não fui o primeiro e nem serei o último a perceber isso.

Se são raros os que percebem que o mundo é uma ilusão, não é porque isso está oculto, mas porque a esmagadora maioria das pessoas não presta atenção e fecha os olhos para o que está bem debaixo do seu nariz.
 
:mad::mad::mad::mad::mad::mad::mad:

Eu desisti de ler quando abri essa segunda página.

Nobre @morpheu, você ama (isso mesmo, você ama com todo apego do mundo) entrar nos relatos dos outros e iniciar/alongar/eternizar debates que em nada se relacionam ao que foi relatado. Pobres daqueles, que como eu, já se deram ao trabalho de trocar longas palavras com o colega de fórum de mente tão fechada com quem são sempre inócuas quaisquer argumentações para evolução de pensamento (ou de linguagem? A esta altura, que se dane!), por mais longas, detalhadas e cansativas que sejam. Você sempre dará a última palavra, tudo é sempre ilusão; e é isso que todos aos poucos vão notando, e te deixando falar sozinho na medida em que notam a inutilidade de qualquer debate com você. :notworthy::notworthy::notworthy::notworthy::notworthy::notworthy::notworthy:

Vou pedir à moderação pra destacar todas as postagens sobre "Pensamento e Linguagem" (muito interessante, aliás, mas que devia ser um tópico próprio em Enteogenia Manifesta) num novo tópico, pra que este volte a ser um tópico de relato... que apesar de interessante o debate (mesmo que infértil para o amigo Morpheu) já desvirtuou e tornou desinteressante e perdida qualquer resposta relaciona ao relato em si.

:facewall::facewall::facewall::facewall::facewall::facewall::facewall:
 
Eu desisti de ler quando abri essa segunda página.

Pois eu aposto que você a leu.

Nobre @morpheu, você ama (isso mesmo, você ama com todo apego do mundo) entrar nos relatos dos outros e iniciar/alongar/eternizar debates que em nada se relacionam ao que foi relatado.

Em primeiro lugar, eu nunca falo de assuntos sem nenhuma relação com o que foi relatado, muito pelo contrário. Eu só falo de coisas que já foram citadas anteriormente no tópico (as digressões que às vezes ocorrem são uma mera consequência do que está sendo discutido e são necessárias para que os assuntos debatidos sejam aprofundados). Se uma pessoa no seu relato aborda um determinado assunto, como a relação entre pensamento e linguagem, não há nada de errado se no tópico desse relato houver uma discussão sobre a relação entre pensamento e linguagem.

Em segundo lugar, mesmo que às vezes o tópico seja desvirtuado, não tem problema, pois os assuntos que eu trago para o debate são infinitamente mais importantes do que os relatos de experiências com a droga e só enriquecem o tópico.

Em terceiro lugar, sim, eu realmente amo fazer isso, e não pretendo parar com isso tão cedo.

Pobres daqueles, que como eu, já se deram ao trabalho de trocar longas palavras com o colega de fórum de mente tão fechada com quem são sempre inócuas quaisquer argumentações para evolução de pensamento (ou de linguagem? A esta altura, que se dane!), por mais longas, detalhadas e cansativas que sejam. Você sempre dará a última palavra, tudo é sempre ilusão; e é isso que todos aos poucos vão notando, e te deixando falar sozinho na medida em que notam a inutilidade de qualquer debate com você.

Por que você acha que eu tenho a mente fechada e que os debates comigo são inúteis? Só porque eu não me curvo à crença e à opinião dos outros? Se você acha que eu falo coisas sem sentido, então me diga o que eu falo que não faz sentido e por que não faz sentido.

Aliás, pelo menos para mim os debates não são inúteis, muito pelo contrário. Eu aprendo bastante debatendo com os outros neste fórum, mesmo quando os outros só falam besteira.

Vou pedir à moderação pra destacar todas as postagens sobre "Pensamento e Linguagem" (muito interessante, aliás, mas que devia ser um tópico próprio em Enteogenia Manifesta) num novo tópico, pra que este volte a ser um tópico de relato... que apesar de interessante o debate (mesmo que infértil para o amigo Morpheu) já desvirtuou e tornou desinteressante e perdida qualquer resposta relaciona ao relato em si.

Nada a ver. Qualquer um ainda podia entrar no tópico e comentar sobre o relato, se quisesse. Não havia nada impedindo isso.

E querer que no tópico não se discuta nada que não seja o relato da experiência com o bagulho, isso sim é ter a mente fechada.
 
O pensamento não é produto do cérebro.



Definir amor é a coisa mais fácil do mundo: amor é um eufemismo para apego, desejo sexual, interesse financeiro e material, ver o outro como uma propriedade, usar o outro para fugir da solidão e para suprir carências afetivas, sentimentalismo açucarado, dependência emocional e psicológica...

Eu posso “amar” o outro, mas desde que o outro me “ame” também. Eu posso “amar” o outro, mas desde que ele não faça nada que me desagrade. Eu posso “amar” minha namorada e meu melhor amigo, mas só até o dia em que eu descobrir que minha namorada está me traindo com meu melhor amigo, porque aí eu vou querer matar os dois, ou no mínimo vou ficar com muita raiva deles.

Isso que nós chamamos de amor é algo que só cria sofrimento e violência. Se eu perder aquilo que eu “amo”, eu vou sofrer intensamente. Se alguém me tirar ou prejudicar aquilo que eu “amo”, eu vou querer espancar, processar, prender e matar esse alguém. Se o amor é uma coisa tão nobre e boa como dizem, como pode ele gerar tanto conflito e sofrimento?



Mas pensamento é linguagem. Não existe pensamento sem palavra.



Se afirmar qualquer coisa com certeza é pura alienação e hipocrisia, então também tem que ser pura alienação e hipocrisia afirmar com certeza que não podemos afirmar nada com certeza e que a nossa percepção do universo é uma mentira.



Se os cogumelos nos mostram aquilo em que acreditamos, então eles são uma ótima ferramenta para conservar e fortalecer nossos enganos e ilusões.


Esse texto descreve o que é amar alguém sem querer nada em troca, o amor verdadeiro ao próximo, mais o que te moveria a fazer todas essas coisas?



'Jesus respondeu assim: — Um homem estava descendo de Jerusalém para Jericó. No caminho alguns ladrões o assaltaram, tiraram a sua roupa, bateram nele e o deixaram quase morto. Acontece que um sacerdote estava descendo por aquele mesmo caminho. Quando viu o homem, tratou de passar pelo outro lado da estrada. Também um levita passou por ali. Olhou e também foi embora pelo outro lado da estrada. Mas um samaritano que estava viajando por aquele caminho chegou até ali. Quando viu o homem, ficou com muita pena dele. Então chegou perto dele, limpou os seus ferimentos com azeite e vinho e em seguida os enfaixou. Depois disso, o samaritano colocou-o no seu próprio animal e o levou para uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, entregou duas moedas de prata ao dono da pensão, dizendo: — Tome conta dele. Quando eu passar por aqui na volta, pagarei o que você gastar a mais com ele. ' Lucas 10:30-35 Lucas 10:30-35 NTLH; Jesus respondeu assim: — Um homem estava descendo de Jerusalém para Jericó. No caminho alguns ladrões o assaltaram, tiraram a sua roupa, bateram nele e o deixaram quase morto. Acontece que um sacerdote estava descendo por aquele mesmo caminho. Quando viu o homem, tratou de passar pelo outro lado da estrada. Também um levita passou por ali. Olhou e também foi embora pelo outro lado da estrada. Mas um samaritano que estava viajando por aquele caminho chegou até ali. Quando viu o homem, ficou com muita pena dele. Então chegou perto dele, limpou os seus ferimentos com azeite e vinho e em seguida os enfaixou. Depois disso, o samaritano colocou-o no seu próprio animal e o levou para uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, entregou duas moedas de prata ao dono da pensão, dizendo: — Tome conta dele. Quando eu passar por aqui na volta, pagarei o que você gastar a mais com ele.
 
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Eu desisti de ler quando abri essa segunda página.

Nobre @morpheu, você ama (isso mesmo, você ama com todo apego do mundo) entrar nos relatos dos outros e iniciar/alongar/eternizar debates que em nada se relacionam ao que foi relatado. Pobres daqueles, que como eu, já se deram ao trabalho de trocar longas palavras com o colega de fórum de mente tão fechada com quem são sempre inócuas quaisquer argumentações para evolução de pensamento (ou de linguagem? A esta altura, que se dane!), por mais longas, detalhadas e cansativas que sejam. Você sempre dará a última palavra, tudo é sempre ilusão; e é isso que todos aos poucos vão notando, e te deixando falar sozinho na medida em que notam a inutilidade de qualquer debate com você. :notworthy::notworthy::notworthy::notworthy::notworthy::notworthy::notworthy:

Vou pedir à moderação pra destacar todas as postagens sobre "Pensamento e Linguagem" (muito interessante, aliás, mas que devia ser um tópico próprio em Enteogenia Manifesta) num novo tópico, pra que este volte a ser um tópico de relato... que apesar de interessante o debate (mesmo que infértil para o amigo Morpheu) já desvirtuou e tornou desinteressante e perdida qualquer resposta relaciona ao relato em si.

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@morpheu, em uma das minhas experiências recentes com cogumelos, me veio a mensagem de pedir-lhe desculpas pela forma como falei nesta postagem acima, pois podia ter expressado a mesma ideia de forma mais gentil. Então, espero que me desculpe pelo excesso e lhe desejo que continue sua busca pela verdade. Abraços.
 
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