Sobre a questão inicial do tópico e em consonância com o dito por diversos membros acima, pra resumir, os cogumelos só vão trabalhar em uma cura se você direcionar sua vontade nesse sentido, antes e depois da experiência. O durante irá trazer e trabalhar a questão naturalmente se você já se foca nisso e pede um pouco antes, como dito pela @Prisiconauta, por influência do
set (mente) na
trip. E o depois é o momento de integração da questão na consciência ordinária.
Por exemplo, eu tenho pedido muito em
trips pra me ajudar a abandonar o uso de erva. Mas o cogumelo já me disse tudo que tinha pra dizer sobre a erva há muito tempo, e agora o que falta sou eu agir. Inclusive, nesse momento, estou em mais um lapso sem uso da erva, felizmente, já que esse é meu objetivo, parar de usar. Mas pra outras pessoas, pode ter um impacto mais visceral e a pessoa ganhar aversão/nojo da erva ao invés de ter que passar por um trabalho de elaboração mental. O trabalho de cura de vícios com cogumelos pode se dar em vários níveis: desde aversão imediata a substâncias até maior facilidade de lidar com abstinência sem voltar correndo pra droga. No caso de aversão a substâncias mais tóxicas, pode ocorrer até sem a pessoa querer, como consequência farmacológica do cogumelo - foi o que houve comigo, por exemplo, em relação ao nBome (
Medo e Delírio a Sério (16ª exp)) e cocaína (
Viajando bem acompanhado (13ª a 15ª exp)).
De resto, em regra, o cogumelo é apenas um potencializador da sua capacidade interior de abandonar vícios, dependente da sua vontade em agir nesse sentido, e não apenas de esperar uma cura passiva por uso dos Meninos Santos. Mas, a partir do momento em que abandonar a substância viciante, o cogumelo poderá então também atuar na cura dos danos causados pela droga em seu cérebro com os anos de uso para além do que a mera abstinência seria capaz de fazer, sem a psilocibina.