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Usando para fins medicinais + espirituais

Falstaff

Hifa
Cadastrado
01/10/2016
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Oi pessoal,

Acho que finalmente devo me apresentar. Meu perfil destoa um pouco. Sem querer oferecer dados pessoais, acho que minha combinação de maior idade e menor experiência com alteração de consciência é incomum. Acho que o pessoal daqui ou é mais novo ou, quem é mais velho, tem mais experiência.

Não que eu não tenha experimentado um monte de coisa quando mais novo. Mas o pouco que eu provei de alucinógenos (santo Daime duas vezes) não me deu efeito nenhum. Problema no preparo?

A razão pela qual quero me imergir nos cogumelos é que tenho pesquisado tratamentos para problemas que tenho de longa data, em especial depressão. E descobri que há dois estudos científicos recentes em que a Psilocbiina se mostrou extremamente eficiente em curar esse problema - com apenas uma utilização! Eu li no Guardian e outros jornais, mas não me contentei com isso e fui procurar os artigos nos "journals" médicos que descreveram os experimentos. Os resultados foram fantásticos. Para quem quer ler mais a fundo, e lê em inglês, dê uma olhada no Lancet Psychiatry Journal. Conversei outro dia com meu psiquiatra sobre minha intenção de tentar os cogumelos. Ele disse que tinha lido sobre os resultados, mas que ainda não era tratamento aprovado, etc. Eu perguntei se deveria aguardar mais 30 anos com minha depressão que não responde a remédios. Ele, claro, não teve resposta.

Uma coisa interessante é que os sujeitos que participaram daquele estudo na Inglaterra tinham interesse espiritual, para além de sofrerem de depressão, e a tese é de que talvez fossem as pessoas mais receptivas aos cogumelos como tratamento. Bom, esse é meu caso. Há anos estou mergulhado numa coisa chamada "não-dualidade", e algumas pessoas relatam que cogumelos foram extremamente importantes para que tivessem progresso.

That's it! E obrigado por criar uma comunidade onde posso usar esse nome e avatar que sempre quis adotar!
 
Última edição:
Muito legal, @Falstaff. Desde que entrei na enteogenia não sei mais o que é depressão ou culpa. E tenho intenção de tratar um stress pós-traumático que estou vivenciando com uma viagem profunda em meio à natureza.

Cultivar os cogumelos é muito simples, e já é uma parte da terapia. Dá uma olhada na nossa Biblioteca, em especial na FAQ da PF Tek, bem como no fórum de Cultivo de Cogumelos. Há muita informação disponível. E não deixe de abrir um diário para acompanharmos a sua jornada e darmos maior apoio, aumentando suas chances de sucesso com os feedbacks dos mais experientes. :ler:

Quando quiser saber das experiências, dê uma olhada nos tópicos nos subfóruns de Dosagens de Cogumelos e de Experiências, a fim de possibilitar para si uma experiência a mais segura e fluida possível, evitando em especial os erros mais comuns. :coffee:

E seja bem-vindo. :)

Ah, por último...

fui procurar os artigos nos "journals" médicos que descreveram os experimentos. Os resultados foram fantásticos.

Sei que postou uma sugestão de pesquisa no google, mas você teria aí anotado os links dos artigos científicos que você leu? :bigode:
 
Oi, pessoal. Obrigado pelos comentários.
O @ExPoro me pediu o link relevante para os artigos científicos. Aqui vai, com um pequeno resuminho:

1) http://www.thelancet.com/pb/assets/raw/Lancet/pdfs/S2215036616300657.pdf
É mesma pesquisa do Robin Carnhart-Harris mencionada pelo @Gnosis . Este estudo foi publicado em 2016 (talvez executado em 2015), e os responsáveis são a Imperial College de London. Pegaram 12 pacientes com depressão persistente, que não respondia a remédios, e deram psilocibina sintetizada (provavelmente comprimidos). Foram duas sessões, com uma semana de intervalo. A primeira usou uma dose menor, provavelmente para o paciente se ambientar com o efeito da substância antes de tomar uma dose com maior chance de ter efeito terapêutico. As pessoas foram monitoradas pelos médicos enquanto estavam sob efeito. As reações adversas foram leves. Posteriormente, constatou-se melhora significativa em sintomas de depressão e ansiedade, mesmo 3 meses depois.

2) Pilot study of psilocybin treatment for anxiety in patients with advanced-stage cancer. - PubMed - NCBI
Estudo de 2013, com pacientes de câncer que sofriam ansiedade. Apenas uma aplicação, com uma dose considerada baixa. Melhora nos sintomas de ansiedade e no estado de humor significativa até seis meses depois.

(recorde-se que eu sofro de depressão E ansiedade, então estou de olho nas duas coisas)

Quanto à idéia de microdosagem, vou ler os links que @PsychoEvie postou, mas antes disso, uma comentário. Uma substância cuja eficácia para depressão está comprovadíssima é a cetamina (um anestésico), administrada de forma intravenosa (e por isso muito cara). O problema é que os efeitos positivos duram muito pouco, às vezes só 2 dias. O que pouco se comenta é que a cetamina é alucinógena, só que muito menos do que a psilocibina. Então vejo indicações de que maior efeito dissociativo, mais longo o benefício. Por esse raciocínio, a microdosagem seria uma estratégia para se usar com mais frequência? Certamente bem mais viável do que ter que dar baixa no hospital para fazer uma aplicação de mil dólares a cada duas semanas...

Bom, se tudo der certo espero no final deste ano poder compartilhar com vocês os resultados. Wish me luck!
 
Psilocobina não é dissociativa. Ketamina é. O único psicodélico dissociativo que sei, mas pouco, é o 2cb. Em maior grau o THC. Mas nada que se aproxime da ketamina, que é da "classe" dos dissociativos, e não da dos psicodélicos.

O uso em microdoses é uma experimentação de muitos usuários de se ter benefícios da psilocina sem precisar ter a experiência psicodélica, tomando como se fosse um remédio alopático. Possui efeitos positivos, mas não se recomenda fazer por períodos muito longos (meses) devido a alterações ainda desconhecidas que pode causar na química cerebral. Mas a curto prazo, apresenta muitos benefícios.

Mas se você estiver apto a ter a experiência completa psicodélica, os benefícios são mais profundos e duradouros, além de ser uma forma de uso já consagrada na Humanidade há pelo menos milênios com efeitos conhecidos no cérebro (uma dose perceptual na vida, ou de tempo em tempo), enquando a microdosagem (dose subperceptual diariamente ou de X em X dias como um remédio psiquiátrico) pode ocasionar a longo prazos resultados desconhecidos.

A microdosagem funciona, mas não recomendo fazer por períodos muito longos. A forma mais segura de se ter efeitos permanentes a longo prazo é com doses normais. Não só pela química, mas porque uma viagem de cogumelo pode corresponder a anos de terapia, e a microdosagem não tem disso, pois gera bem-estar e positividade mas não auto-reflexão expontânea ou "forçada".

Se quiser dá uma olhada no que concluo no meu 1° diário de microses (link e postagem seguinte).

Hoje em dia tomo microdose quando tô num dia muito ruim, apreensivo, etc. Vem mais como S.O.S. Dei pra um amigo com dependência química pra ajudar nos primeiros dias de abstinência de cocaína e o ajudou. Mas pra mudar a vida e transformar a mente, tem que ser uma viagem profunda. :coffee:

Ah, obrigado pelos links! :eba: :)
 
Não só pela química, mas porque uma viagem de cogumelo pode corresponder a anos de terapia, e a microdosagem não tem disso, pois gera bem-estar e positividade mas não auto-reflexão expontânea ou "forçada".
Cara, você tem que entender o que é depressão... Essa sua idéia pode ser valida para transtornos pós traumaticos mas depressão não tem muito a ver com auto-reflexão, a questão é basicamente química mesmo. Se depressão é a falta de serotonina e se a psilocibina age nos receptores serotoninérgicos, vai haver uma maior quantidade de serotonina disponivel. Funcionaria basicamente como um anti-depressivo com pouco efeito colateral e de forma mais segura.

Pois, cabe ressaltar que não há controle dessas tais "Auto-reflexões", que podem ser boa mas também podem ser extremamente ruins (bad-trips) e piorar um quadro de ansiedade. Por isso para efeitos terapêuticos com macrodoses devem ser essencialmente conduzida por um profissional competente.
 
depressão não tem muito a ver com auto-reflexão, a questão é basicamente química mesmo. Se depressão é a falta de serotonina e se a psilocibina age nos receptores serotoninérgicos, vai haver uma maior quantidade de serotonina disponivel. Funcionaria basicamente como um anti-depressivo com pouco efeito colateral e de forma mais segura.

Os efeitos permanentes ou de longe prazo de experiências psicodélicas profundas envolvem fim de depressão também. Os receptores são afetados pela serotonina em grande quantidade, também havendo uma alteração química "pra melhor" - e a cada nova experiência há uma redosagem disso, o que aos poucos melhora a pessoa quimicamente, se preciso for mais de uma experiência. Além da formação de novas sinapses e perspectivas sobre a vida, indo além do neurológico e afetando o psiquiátrico. Tal qual o tratamento de depressão tradicional não é apenas medicamentoso, mas também acompanhamento psicológico. Por vezes, após anos de terapia (possibilitada pelo medicamento) e medicamento (apoiado pela terapia), um paciente pode receber alta de ambos.

A questão das microdoses é que tomá-las num prazo longo como de 6 meses ou mais é temerário - enquanto de fato um uso curto apresenta melhoras como ansiolítico e antidepressivo sem qualquer efeito colateral - quase um milagre! Mas não sabemos o que vem a longo prazo. Quem faz isso (a longo prazo) se faz de cobaia e pode sofrer consequências imprevistas mais graves que o risco de surto de uma dose hiperexageradamente alta para uma mente propensa e não preparada. O melhor é que se tome por pouco tempo (ficar longe de 6 meses), a fim de não determinar uma alteração mais profunda nos receptores que pode ter resultados negativos. Não é, neste momento da Humanidade, uma opção de longo prazo ou para a vida inteira segura (ou com riscos toleráveis conhecidos), enquanto psicodelia responsável é segura, ou se não for, tem seus riscos já conhecidos.

O uso em dose psicodélica possui riscos conhecidos, e tem as orientações de cuidado para evitar tais problemas, ou reduzir a chance de ocorrerem - gerando segurança. Aqui no Teo, há diversas orientações do fórum para uso seguro que se seguidas permitem uma alta margem de segurança (tópicos fixados no subfórum Dosagens de Cogumelos, em especial Programe a sua Experiência - esteja preparado!, e no subfórum Experiências, a FAQ da Experiência Psicodélica, os Fundamentos do Uso Responsável de Psicoativos).

não há controle dessas tais "Auto-reflexões", que podem ser boa mas também podem ser extremamente ruins (bad-trips) e piorar um quadro de ansiedade. Por isso para efeitos terapêuticos com macrodoses devem ser essencialmente conduzida por um profissional competente.

O ponto forte da "auto-avaliação" é justamente ser incontrolável. Por isso os primeiros meses de enteogenia são muito superiores a anos de terapias. Mas de qualquer forma não dei a entender que sempre seriam paraísos de revelações místicas, podendo ser infernos que limpezas árduas.

De qualquer forma, um usuário responsável que siga as orientações irá começar com doses baixas para se acostumar e aprender a navegar. Bad trip costuma ser um remédio amargo, mas também é remédio. Temos os chavões "abraça a bad" e "não existe bad trip" (pois depois tudo fica melhor que antes). O psiconauta deve aprender a não resistir aos processos internos, pois isso que costuma gerar a crise psicodélica (FAQ da Crise Psicodélica).

Risco por risco, tomar microdoses por anos por conta própria sem que a medicina estabeleça a posologia e os riscos é bem mais arriscado do que aprender a navegar sozinho e praticar enteogenia. No segundo caso, se sabe como fazer com margem de segurança conhecida e aceitável. No primeiro, ninguém sabe aonde vai dar.

Microdoses (alopatia com psilocibina) não devem ser tomadas por períodos muito longos de mais de alguns meses, pois viram automedicação psiquiátrica a ponto de arriscar desregular os receptores de vez - enquanto o uso por curto período é automedicação, mas sem esse risco. Psicodelia e enteogenia (enteogenia com psilocibina) já são procedimentos mais antigos e conhecidos, trazidos desde os xamãs além de pelo menos 5 décadas de amplos registros ocidentais sobre essa prática.

Mas, enfim, tem gente que não tem inclinação ou estômago pra psicodelia, e daí se não tem saída, arrisca a microdose por anos e reza pra que em 5 ou 10 anos não tenha problemas. Mas se puder optar, microdose é S.O.S. ou experimentação temporária, pois o poder maior da psilocibina (tanto em curar o cérebro quanto a mente) está na psicodelia/enteogenia. Microdose é apenas alopatia, de uma substância que é perfeita no começo, mas que não se sabe no que pode dar ao fim de seis meses ou anos.

Que fique claro, sou um empolgado da psilocibina em microdoses, pois a chance de um ansiolítico/antidepressivo que não vicia, não afeta a libido, não te deixa indiferente mas faz você superar o que te aflige, não ferra seu estômago... É um sonho que deverá se realizar. Mas por hora o mais seguro e funcional que se tem certeza sobre resultados são as viagens psicodélicas/enteogênicas. Microdoses são altamente experimentais, e creio que devam ser a segunda opção, adequada para aqueles que não se adequem à psicodelia intensa dos cogumelos.

Posso indicar alterações químicas permanentes em mim com enteogenia: acerto da área responsável pela compulsão e dependência química (é como se eu nunca tivesse tido problemas com drogas, como se eu nunca tivesse usado, diferente de "ter força de vontade pra ficar limpo", simplesmente "eu nem cogito de pensar em usar"), ausência de depressão há um ano e meio, redução permanente da ansiedade, e outros.
 
Os efeitos permanentes ou de longe prazo de experiências psicodélicas profundas envolvem fim de depressão também. Os receptores são afetados pela serotonina em grande quantidade, também havendo uma alteração química "pra melhor" - e a cada nova experiência há uma redosagem disso, o que aos poucos melhora a pessoa quimicamente, se preciso for mais de uma experiência. Além da formação de novas sinapses e perspectivas sobre a vida, indo além do neurológico e afetando o psiquiátrico. Tal qual o tratamento de depressão tradicional não é apenas medicamentoso, mas também acompanhamento psicológico. Por vezes, após anos de terapia (possibilitada pelo medicamento) e medicamento (apoiado pela terapia), um paciente pode receber alta de ambos.
Cara, desculpa, mas você não parece compreender o que é depressão. Há muita confusão e senso comum que confunde depressão com tristeza ou traumas, o que é muito diferente disso. Depressão na maioria dos casos é uma doença cronica. Quando se fala em cura da depressão o que realmente se quer dizer é o controle da mesma.

Mas não sabemos o que vem a longo prazo.
Risco por risco, tomar microdoses por anos por conta própria sem que a medicina estabeleça a posologia e os riscos é bem mais arriscado do que aprender a navegar sozinho e praticar enteogenia.
Microdose é apenas alopatia, de uma substância que é perfeita no começo, mas que não se sabe no que pode dar ao fim de seis meses ou anos.
E você sabe o que vem a longo prazo de inúmeras doses altas seguidas como você toma? Você parece já estar chegando na 40º experiencia (ou já chegou?) num periodo de 1 ou 2 anos, correto? Não creio que microdosagem seja muito mais perigoso do que isso. E nem acho que você segue algum tipo de recomendação médica...


Por isso os primeiros meses de enteogenia são muito superiores a anos de terapias.
Cara, isso de uma experiencia psicodélica ser equivalente a anos de terapia é muito comentado sim, mas acho que você não entendeu o contexto. Durante muito tempo tentei fazer o uso da psilocibina para curar traumas como terapia em uma pessoa, estudei muito sobre o assunto, li alguns livros sobre o tema, e desisti. Posso te garantir que tomar cogumelo por si só, pouco ajuda numa terapia sem o contexto necessário para que essa terapia seja possível. Tem que entender que a psilocibina é uma ferramenta que vai ajudar numa terapia, ela por si só não é a terapia.

Sem querer acabei de encontrar um grandioso comentário do meu querido (e sábio) amigo @beraldo em outro cantinho, e acho que pode ser muito válido trazer pra esse debate:

O potencial terapêutico dos psicodélicos é também o maior risco a saude mental.

Assim como uma faca, pode ser manuseada por um medico para fazer uma cirurgia para salvar uma vida...
Se manuseada com falta de atenção pode causar um acidente em casa...

É altamente desaconselhável tentar fazer terapia sozinho com psicodélicos quando se encontra em estado mentalmente sombrio/fraco/doente.
A coisa pode ficar pior do que já está.

Sempre quando tratamos sobre assuntos como esse precisamos controlar o entusiasmo e fincar mais os pés no chão.
 
Última edição por um moderador:
você sabe o que vem a longo prazo de inúmeras doses altas seguidas como você toma? Você parece já estar chegando na 40º experiencia (ou já chegou?) num periodo de 1 ou 2 anos, correto? Não creio que microdosagem seja muito mais perigoso do que isso. E nem acho que você segue algum tipo de recomendação médica...

Tem muita gente que faz um ritmo até mais intenso que esse há anos e não dá problema. Temos outros psicodélicos como DMT nos daimistas que tomam religiosamente uma ou duas vezes na semana, por 20 ou 30 anos, ou até morrer. Temos diversos membros do fórum que passaram anos tomando em média 2 vezes ao mês, ou toda semana. Eu tomo e meu cérebro tem um período de descanso até a próxima. Temos xamãs e comunidades tribais que tomam há milênios com certa frequência pela vida inteira. Essa regularidade no uso, que possui um intervalo, é diferente de adicionar diariamente pequenas doses ininterruptamente por anos, a fim de alterar a química cerebral. É diferente o resultado a que se chega. Eu citei no chat sobre uma pesquisa que uma amiga epilética (nível grave que toma um coquetel enorme de remédios) leu na busca por um novo tratamento sobre a microdosagem de cogumelos desenvolver numa taxa relativamente alta dos envolvidos (50%) sérios problemas psiquiátricos ou neurológicos ao fim de 5 ou 10 anos de uso - malgrado até esse o momento dos problemas serem perfeitas e sem quaisquer efeitos colaterais - que a fez desistir de tentar esse caminho.

São 35 experiências minhas em um ano e meio. Inicialmente como muito doidão que chega aqui, meti o pé na jaca, mas a própria psilocibina foi me consertando e os períodos de uso foram aumentando - há toda uma evolução relatada experiência a experiência no fórum, inclusive sobre abandono de vícios. Além do que, conto como tais tanto experiências altas quanto bem baixas - só excluo as microdoses (exceto a primeira de todas, que teve relato próprio). De qualquer forma, em uma média, daria que tomei de 15 em 15 dias desde que comecei, e de quase de 1 em 1 mês a partir deste ano. E tomar de período em período, com um tempo de descanso, é o que se sabe que a longo prazo não gera problemas, devido a todos os exemplos que dei acima (psiconautas antigos, xamãs, etc.). Temos todas as recomendações, enquanto na microdosagem não há quase nenhuma informação disponível, tanto de margem de segurança quanto de consequências a longo prazo.

Assim como alguém que tomar diariamente doses altas por um mês pode dar sérios problemas ( relato 1 mês comendo cogumelos.), diariamente microdoses por anos pode ser também problemático. A diferença é o tempo pra isso ocorrer.

Durante muito tempo tentei fazer o uso da psilocibina para curar traumas como terapia em uma pessoa, estudei muito sobre o assunto, li alguns livros sobre o tema, e desisti.

Me emocionei ao ler isso.

Sabe, de fato, a pessoa deve ter uma tendência a conseguir desenvolver um tratamento via psicodelia. A enteogenia curativa pode ocorrer espontânea em muitos (como foi comigo em menor grau com o LSD), e ser direcionada em outros (chegar no Teo me fez deslanchar o potencial enteogênico das partículas pelas informações daqui). Mas tem gente que nem tentando e meditando irá conseguir se tratar com sucesso através de psicodelia.

A psicodelia é mais um conhecimento xamânico de cura, que tende a ser absorvido e adaptado pela medicina, mas que já existe e de certa forma nós enteogenistas urbanos já absorvemos. Já a microdose da psilocibina é algo totalmente inédito (culpa das proibições nas décadas passadas) e puramente medicinal, sem ainda conhecimentos seguros, pelo menos não tanto quanto a psicodelia, por enquanto.

Minha sugestão é apenas pra primeiro tentar o método que pode ser o relativamente mais seguro e completo, que tem pelo menos a chance de haver essa autoanálise indescritível, alterações mais impactantes, novas expectativas de vida, superação de traumas do passado, etc. Quem sabe a pessoa não seja do grupo daquelas que possuem tendência a se dar bem com a enteogenia psicodélica...

Aí, não tendo essa inclinação, tenta a alopatia das microdoses.

Gostaria de destacar um dos relatos que trata sobre superação a depressão que deu certo com uma membro, através de uma dose psicodélica (na segunda tentativa), com efeitos permanentes até pelo menos 2 meses depois quando fez o relato: Uma vida salva.. Supondo o pior que ela precise redosar de meses em meses, tomar uma dose psicodélica a cada 2 ou mais meses por anos tem resultados seguros conhecidos a longa data, enquanto tomar todo dia microdoses não.

Entendo o sofrimento que não ter conseguido curar a pessoa que você amava ocasionou, mas acredito que a primeira tentativa a ser feita deve ser a pessoa ver se não consegue se enquadrar entre os enteogenistas, e deixar a microdose pra quem não funcione o método da psicodelia - que também gera alterações químicas pelo uso de serotoninérgico. O melhor é ter um profissional médico ou um xamã/guia, mas auto-tratamento por auto-tratamento...

Sempre quando tratamos sobre assuntos como esse precisamos controlar o entusiasmo e fincar mais os pés no chão.

Aí é que tá. Eu estou colocando a microdosagem no lugar que ela deve estar em relação à psicodelia, sem me enganar em relação a nenhuma das duas - sei de todas as salutares ressalvas que você fez em relação à psicodelia. Mas sobre microdosagem, há pouca ou nenhuma informação, e daqui uma década saberemos no que resultou para quem tomou por 5 a 10 anos sem parar. Sobre psicodelia, já se tem ampla informação e uma margem aceitável de segurança para uso a longo prazo, inclusive décadas, e demais argumentos. É apenas isso.

Agora, eu no lugar de quem já tentou de tudo e não se deu bem com a psicodelia, iria arriscar a microdosagem sem pensar duas vezes. Pelo menos daria um alívio por um período, e no fim posso ser do grupo que não desenvolve problemas.

..........

Bem, caso esses argumentos não lhe tenham demovido, então concordamos em discordar, nobre @PsychoEvie.
 
Última edição:
@Falstaff seja muito bem vindo a comunidade micóloga mágica Teonanacatl.

Espero que você encontre nos cogumelos o alívio que seu espírito e mente precisam.

Como já descrito o próprio cultivo de cogumelos (sejam mágicos ou não) já é uma terapia e com certeza fará muito bem.

Paz e sorte.
 
há pouca ou nenhuma informação, e daqui uma década saberemos no que resultou para quem tomou por 5 a 10 anos sem parar.

E em qual estudo você se baseia para assegurar que doses mais altas a longo prazo são seguras?
Quando você diz: "Tem muita gente que faz um ritmo até mais intenso que esse há anos e não dá problema." eis a questão. Parece que o que te dá segurança de usar doses elevadas foram resultados experimentais, mas você desencoraja que os mesmos experimentos sejam feitos com microdoses. Mas posso garantir que o uso de microdosagens é muito mais seguro do que dosagens "comuns".

E não confunda microdosagem com alopatia, isso não tem nada a ver com isso. Doses sub alucinógenas (como são tratadas no meio cientifico a microdosagem) já foi testada em alguns estudos, como nos estudos de tratamento da cefaleia e se mostrou bem eficaz.

Assim como alguém que tomar diariamente doses altas por um mês pode dar sérios problemas ( relato 1 mês comendo cogumelos.), diariamente microdoses por anos pode ser também problemático. A diferença é o tempo pra isso ocorrer.

Acho que você está confundindo muito as coisas em achar que se deve usar uma microdosagem diariamente e pelo resto da vida. Não é bem assim. Uma forma que está sendo mais divulgada agora é fazer o uso por 2 vezes na semana. Eu mesmo já testei doses diárias e não me senti confortável. E nada impede que se faça pausas maiores também.

Gostaria de destacar um dos relatos que trata sobre superação a depressão que deu certo com uma membro, através de uma dose psicodélica (na segunda tentativa), com efeitos permanentes até pelo menos 2 meses depois quando fez o relato: Uma vida salva..

É bom destacar que não se pode usar um exemplo como sendo o modus operandi da questão. Até porque não creio que uma pessoa que tenha piorado sua saude mental tenha a chance de vir até aqui relatar isso...

Mas sobre microdosagem, há pouca ou nenhuma informação, e daqui uma década saberemos no que resultou para quem tomou por 5 a 10 anos sem parar.

Você fala como se microdosagem tivesse surgido ontem. O que não é verdade. O fato de ter pouco material sobre não quer dizer que nunca tenha existido. Há relatos de experimentações de microdosagens com LSD e outras substancias desde a decada de 70.

Edit: Estou colocando aqui abaixo um trecho de um dos livros que li sobre o tema (Psicoterapia com LSD e outras substancias alucinógenas - Alberto E. Fontana) onde o autor dá ressalvas há vários grupos para o uso dessas substancias em psicoterapias (Isso mesmo com um profissional).

Espero que dê pra ver bem as imagens, perdão pela qualidade, acabei de tirar a foto rapidamente do celular.
P_20161118_003443[1].jpg P_20161118_003505.jpg

PS: O titulo vem dizendo "Contra-indicações", não me liguei em enquadrar o titulo.
 
Última edição:
Muito interessante as observações de vocês dois. Eu não tenho experiência com alucinógenos - ainda - mas tenho com a minha depressão, da qual sofro há mais de 20 anos essencialmente ininterruptos.

Como disse @PsychoEvie , existe um processo químico que desafia psicoterapias, e não pode ser superado somente por elas. A psiquiatria tem associado essa patologia à serotonina, e é por isso que a maior parte dos remédios antidepressivos procura aumentar seu nível. Contudo, depois de ter pesquisado mais a fundo do que o senso comum, concluí duas coisas pela literatura. 1) A relação entre depressão e serotonina não está tão bem estabelecida quanto às vezes parece, e nem é bem compreendida. 2) A eficácia de antidepressivos é muito, muito menor do que seu uso disseminado faz supor. Ao menos no que diz respeito à sua indicação mais comum, que é a depressão unipolar . E aqui permitam-me uma pequena digressão, que espero que seja informativa. Há testes com placebo ativo (que imita os efeitos colaterais e deixa os pacientes do grupo de controle realmente sem saber se está tomando o placebo ou o remédio) que mostram um benefício irrisório dos antidepressivos mais comuns (com exceção das depressões mais severas - nestas parece fazer efeito). Por outro lado, é interessante ver que os ADs por vezes têm efeito fantástico para coisas que NÃO a depressão. Tenho dois exemplos muito próximos. Meu vício fortíssimo em cigarro, que magicamente foi embora com Zyban. E uma pessoa próxima a mim que tinha síndrome do pânico crônica, incapacitante, e a controla a longo prazo com antidepresivo tricíclico. Alguém realmente sabe o mecanismo cerebral porque esses remédios funcionam nestes casos? Claro que não, é tudo empírico. Como o cogumelo...

Mas voltando ao que foi levantado. Se a depressão não é meramente psicológica, mas química, e se sabemos que uma experiência com alucinógenos pode aliviá-la no longo prazo, então em tese os cogumelos e outros TEM que ter um efeito no processo químico da depressão, certo? Mudar os receptores de serotonina, especulou @PsychoEvie Afinal, se anos de psicoterapia não curam depressão, uma psicoterapia "condensada" também não deveria funcionar tão extraordinariamente. Bom, esse seria o raciocínio, mas em primeiro lugar eu tenho sérias dúvidas de que a depressão é uma simples queda de serotonina. Mas por experiência própria, não posso negar que seja um processo químico que ataca independente do que esteja acontecendo psicologicamente. Minha vida pode estar ótima, e ainda assim a depressão vem. Ou posso ter passado por algo triste sem que a depressão apareça. Há uma desconexão total. Serotonina ou não, há um mecanismo não-psicológico.

Então vou tentar uma outra tese, alternativa. Esta é baseada nos relatos de pessoas que usaram alucinógenos com fins místicos ou de autoconhecimento. Alguns relatam que usar uma vez cogumelos (ou outro psicodélico) foi suficiente para gerar uma mudança de perspectiva radical. Uma *visão* de que as coisas não são como se pensava. Nem o mundo nem você mesmo são o que você imaginava. Uma visão que faz algo que psicoterapia não pode, pois a psicoterapia é baseada em uma série de pressupostos que a experiência alucinógena derruba. Aqui não é preciso postular nenhum sobrenatural. Trata-se de uma derrubada do que se supunha ser o "eu". Mas não posso falar mais sobre isso sem ter passado por uma experiência pessoal, num fórum com tanta gente experiente. Ao contrário, peço a todos que me confirmem ou desconfirmem a suspeita de que a viagem alucinógena muda a percepção do que é o "eu" e "mundo". Digam-me!

O próximo passo é perguntar porque que essa mudança de perspectiva teria efeito na depressão, se ela é química. Minha hipótese é que a depressão se alimenta de uma série de tensões psicológicas com as quais vivemos sempre, mesmo nas épocas boas da vida. Eu vejo que a ansiedade e a depressão se reforçam mutuamente em mim, por exemplo. E meu único benefício com psicoterapia não veio dos anos de psicanálise (não ajudaram nada), mas do aprendizado de uma série de técnicas chamadas "mindfulness", que são parecidas com a terapia cognitiva. Essas técnicas não "tiram" a depressão, nem "aliviam" propriamente, mas elas fazem com que você evite uma série de pensamentos que vêm junto com a depressão e que, quando alimentados, a reforçam e aprofundam, num ciclo vicioso. Por exemplo, foi ao aprender essas técnicas que consegui ficar sem pensamentos de suicídio quando a depressão vem.

Então é essa minha expectativa. A espiritualidade em que estou mergulhado há alguns anos diz respeito ao questionamento do "eu". Meu ponto de entrada foi conhecer um santo hindu do começo do século XX chamado Ramana Maharshi. Desde então encontrei uma dúzia de autores que apontam para a mesma direção. Tenho certeza que ficarei o resto da vida neste caminho. Mas recentemente comecei a me corresponder com um desses autores e ele me disse - olha, se seu progresso está tão lento, uma coisa que muita gente relata que funcionou foram cogumelos mágicos (ele pessoalmente nunca tomou). E logo depois eu li os artigos científicos sobre a eficácia deles para depressão. E ainda por cima uma pessoa da minha família me disse que tomou cogumelos há 15 anos e desde então viu que o "eu" não era o que parecia, e se tornou muito mais serena mentalmente para sempre. Isso tudo em 2016! Então...

Para mais considerações sobre a experiência psicodélica e a questão do "eu", quem estiver interessado pode ler, por exemplo, DESPERTAR: UM GUIA PARA ESPIRITUALIDADE SEM RELIGIAO - Sam Harris - Livro . Quanto ao "guru" com quem me correspondi, ele se chama Gary Weber. Para quem entende inglês, há bastante material na internet.

Haveria muito mais a dizer, inclusive sobre a experiência psicodélica e o que as religiões ocidentais chamam de "realização". Mas não quero mais ficar dando muito palpite sem ter progredido na psicodelia. No final do ano, se tudo der certo...
 
A-ha!

Vejam o que eu descobri. Juro que foi depois de escrever o meu último post. Eu segui alguns links aqui no fórum e vi referências a um "Guide" de experiências psicodélicas, de um pesquisador chamado James Fadiman. Fiquei curioso e fui procurar algo dele no youtube. Descobri essa entrevista -
View: https://www.youtube.com/watch?v=A34x6W-3lJI&t=382s


No segundo 6:20 ele corrobora o que eu estava dizendo. Vou fazer uma tradução resumida.

P: o que tem nessas experiências psicodélicas que abre essas avenidas para auto-exploração?
Fadiman: Pelos últimos 40 anos eu dizia que não tinha a menor ideia. Mas este ano (2012) teve um estudo na Inglaterra em que injetaram Psilobicina nas pessoas. Quando usado assim, durante 15 minutos as pessoas tem uma viagem muito forte. Durante esses minutos monitoraram fluxo de sangue pro cérebro, que partes recebem mais, ou menos. E sempre supusemos que as partes relacionadas a sensações e sensualidade fossem energizadas. Mas estávamos totalmente errados. O que acontece é que as partes do cérebro mais interessadas em identidade pessoal e limitações eram sub-alimentadas. Então a quantidade normal de atividade no cérebro é mais experimentada. E as pessoas experienciam isso com gozo embora sua personalidade naquele momento está no mínimo.

P: Então reduz o ego?
Fadiman: Parece tirar o ego do caminho, como qualquer sistema espiritual que já ouvimos falar diz que é necessário.

P: então os limites vão embora
Fadiman: Quando os limites vão embora, você está claramente conectado com tudo.
 
Última edição por um moderador:
peço a todos que me confirmem ou desconfirmem a suspeita de que a viagem alucinógena muda a percepção do que é o "eu" e "mundo".

Sim. :blackalien::morto::anjo:

Dá uma olhada nos relatos constantes no subfórum de "Místicas", em especial, e também algumas das "Perceptivas / Interativas".

E gostaria, para ajudar, de também destacar este trecho da FAQ da Experiência Psicodélica:

"A maioria dos guias sobre experiência psicodélica, incluído este, são voltados para o sabor místico de alto nível das viagens. Ainda, se você estimar sua dose corretamente, para a primeira vez sua viagem provavelmente não será maior que o nível 3, e nada realmente cósmico deverá ocorrer, pelo menos por si mesmo. Há, portanto, dois jeitos de lidar com isso.

Primeiro, você pode tentar direcionar a viagem a uma direção mística. Isso requer escuridão, falta de estímulos sensoriais, companhias muito bem cuidadosamente selecionadas e uma preparação (setting) silenciosa. Ainda assim, você só chegará a alguma lugar se meditar, ou mais precisamente, apenas ficar sem se mover com olhos fechados durante o pico da viagem - ainda haverá 3-4 horas de viagem sobrando. Daí, a resposta lógica é:

Segundo, esquecer sobre os aspectos místicos, apenas se acostume com o estado alterado, e acima de tudo DIVIRTA-SE! Lá em cima, nós listamos uma série de acessórios de viagem - teste-os! Ande pelo seu apartamento, saia lá fora (talvez até na luz do dia?), visite um bom parque… não tenha medo de sorrir e dar risadinhas. A expressão tolo viajante (tripping fool), apesar de estranho pro não-iniciado, é uma descrição perfeita do estado em que você deverá estar durante a viagem. Você fará muitas coisas infantis e/ou bobas, brincando com pedras legais ou plantas ou seja lá o que for, olhando boquiaberto como as árvores parecem incríveis. E você estará totalmente consciente do quão não adulto está sendo seu comportamento, mas isso não importará nem um pouco porque por essas poucas horas de psicodelia, você será capaz de redescobrir como é se sentir criança novamente, largar todos aqueles jogos do ego sem sentidos, e experimentar o mundo novamente pela primeira vez".

É útil pensarmos que as primeiras experiências poderão ser mais de "experimentação" da substância, conhecê-la, mais leves e/ou divertidas - se acontecer de serem. É salutar criar um set & setting tendente a um tipo de experiência (mas não impor que seja assim caso não ocorra) logo de cara, apesar de ser possível acontecer uma mística logo de primeira - ocorre que mesmo sem ser mística, poderá ser uma experiência totalmente nova de vida, capaz de "iniciar uma abertura mental" e mais confiança para a próxima. Mas, devagar, chega-se então onde se almejava, experiência após experiência.

E isso combina com a progressão das primeiras dosagens mais baixas, conhecendo seu corpo e sua mente, indo aumentando com cuidado até chegar no ponto em que a experiência com setting e a dosagem levem a um estado finalmente enteogênico.

Claro que ter um guia desde o começo, como um xamã ou um psiquiatra com conhecimento na área, irá acelerar esse processo, ou até induzir desde a primeira. Mas não é o caso da maioria.

Para citar um relato curto meu, o Primeiro contato com efeito, eis o trecho sobre isto:

(...) meus planos com cogumelos não são recreativos - apesar de que a diversão ou prazer fazem parte do período de adaptação com o cogumelo. A ideia que sigo é aquela aconselhada no FAQ: quer uma experiência religiosa? Tudo bem, mas não começa forçando logo nas primeiras vezes pra ir por ai. É preciso se adaptar à substância, conhecer, pra saber onde tá indo. Por isso, nessa primeira fase meu uso não é elevado, é experimental, eu passo a conhecer o cogumelo, me tornar amigo dele, pra no futuro segurar em suas mãos e me entregar em suas trips mais profundas, com os objetivos enteógenos, que são a única razão de eu cultivar cogumelos.

Hoje em dia ainda tomo pra diversão, relaxamento ou pura limpeza física, quando em doses baixas, mas definitivamente eles já são profundamente enteogênicos e transformadores em minha vida, como constante dos meus relatos no subfórum de experiências Místicas. Cito um dos momentos mais transformadores da minha visão do "eu" e do "mundo" (Pink Flod, Hino da minha Liturgia):

De volta à última experiência, eu ouvia e sentia nas músicas toda a hipocrisia, toda a forma de violência verbal, de se julgar o outro pela própria ótica, de também fazer isso com os outros, de ter que parar pra respirar, pra gozar, pra rir, pra dormir, se perder, se encontrar, renascer tantas vezes... De fato, em resumo e em certo sentido (não descarto a existência de um Deus exterior), eu sou meu Deus - finalmente obtive essa compreensão, que se concretizou nestas duas últimas viagens de cogumelo ao som de Pink Flod por horas sem fim.

Dá uma olhada também neste excelente relato do @Salaam`aleik (Encontrei Deus), e nos demais do subfórum "Místicas". :coffee:

Ah, e pra destacar, meu objetivo inicial era ter enteogenia "psicológica" (visualizar meu subconsciente como um corredor e abrir porta a porta), mas acabei caindo pra enteogenia "espiritual" (conexão profunda com energias espirituais e trabalhos de limpeza em zonas de baixa vibração). Não controlamos tudo, apenas podemos direcionar o barco, não determinar seu caminho. Pretendo contudo tentar mudar meu set & setting para ver se finalmente serei capaz de incursões ao meu subconsciente, pois a "ligação com a espiritualidade" já está consolidada.

Por fim, esperamos pelos seus relatos e como os cogumelos podem ter mudado a sua vida, em um futuro próximo. :)

E lembre-se de abrir um diário pra ajudarmos nos primeiros cultivos. ;) :)
 
Salve @Falstaff ! Seja bem vindo! :)

Acho que você está no lugar certo, viu? rs

Tenho uma visão que através da fé podemos criar o mundo ao nosso redor... Mas com o passar dos anos, criamos vícios, hábitos, padrões, costumes etc... Que nos "limitam" as mesmas escolhas. Todos esses padrões são as misturas de nossos gostos e escolhas misturados com o ambiente em que nos encontramos.

Descobri nos psicodélicos, principalmente nos cogumelos, uma cura para meus padrões doentes. Não comecei nos cogumelos para achar uma cura... Comecei para substituir outra substância beeem não recomendada... rs Eu queria uma experiência que não fosse ilegal e me fornecesse insights de reflexão.

Depressão, ansiedade e isolamento. São os meus três problemas que oscilam como uma montanha russa. Ao usar cogumelos, sinto CLARAMENTE nos dias seguintes uma redução considerável na ansiedade... E a depressão sai de cena (digo isso pensando na dificuldade de sair da cama que praticamente some por um tempo (para mim, na minha experiência com cogumelos)).

Os cogus podem aliviar os meus sintomas... Mas se no dia a dia eu mantenho os mesmos hábitos, horários e padrões... Tudo volta ao normal como era antes... É como ter uma doença adquirida por um mal hábito... Um exemplo: dst. Posso adquirir a doença e depois curá-la com um remédio! Mas mantendo os mesmos hábitos, a mesma doença volta.

Os cogus me ajudam a ramificar meus pensamentos e ideias (além de desintoxicar meu corpo... através de sudorese, urina, vômito etc durante a sessão)... E posteriormente... Onde eu enxergava apenas uma ou duas opções... Naturalmente passo a enxergar novas opções... Basta fazer novas escolhas mais afinadas com o que eu quero para mim... E vou me modificando aos poucos.

Para mim, já fazem algumas sessões que não têm sido nada lights ou recreativas (digo em teor da sessão, não da quantidade. esse ano foram 2 experiências. Uma level 1 e outra 2 para 3.)... Onde dou de frente com as minhas dores e de mãos dadas com elas, viajo pelo hiperespaço amargando-as, entendendo-as e digerindo-as com o passar da experiência, dos dias, das semanas etc... E no final das contas... Meu dia a dia tem ganho mais qualidade.

Se preparando para a experiência o "Set" é muito importante. Por isso, fiquei longos períodos sem cogumelos (mesmo tendo eles aqui desidratados)... Mas percebi que eu estava fugindo! Porque eu sabia que não seriam experiências fáceis... Mas quanto menos eu fujo, melhor me sinto depois!

No mais, recomendo dois videos que me influenciaram muito: "A Natureza Ama Coragem" e "Evolução Psicodélica", ambos do Terrence Mckenna.

Mais uma vez, seja bem vindo! Espero de coração que encontre aqui o que procura!

Paz e Luz!
 
Vou utilizar pela primeira vez!

Atenção moderadores - este post vai ter várias dúvidas sobre assuntos variados. Talvez vocês queiram deslocar para um outro tópico ou transformar num post novo. Neste caso, sugiro que o título seja "Vou utilizar pela primeira vez! - Dicas"

Galera, finalmente chegou o dia. O tratamento (sem aspas, pois é assim que eu vejo mesmo) com P. Cubensis vai ser amanhã ou depois.

Conforme já expliquei, sou "virgem" em alucinógenos, só sei praticamente o que li na internet. Então deixa eu dizer em que pé as coisas estão, para ver se alguém pode me ajudar.

1) Material. Obtive 5g de Cubensis de um fornecedor altamente elogiado. Não está claro se é desidratado ou fresco, pois não tive oportunidade de olhar sequer a embalagem. Mas vamos trabalhar com a hipótese de que é desidratado, pois a quantidade é muito pouca para ser fresco, pelo que entendo.

2) Dosagem. Há muitas idéias diferentes de quanto se deve tomar pela primeira vez. Alguns dizem para começar com dose baixa, outros o contrário... a não ser que haja algum argumento contrário forte, pretendo tomar 3g, e se o efeito estiver fraco (ou porque o produto veio fraco, ou por causa de meu metabolismo), tomar o resto depois de uns 90 minutos.

3) Oportunidade. Entendam que eu estou no Brasil de férias, mas moro fora do Brasil, onde não se arruma. Só tenho essas semanas para tentar. Talvez só este fim-de-semana, na verdade.

4) Ambiente. Faço questão de que seja na natureza. Vou para uma praia relativamente isolada. Haverá carro e pessoa para me levar para lugar de emergência, mas não uma casa por perto onde eu possa tomar banho, deitar, etc. Vcs veem problema nisso? Horário, tipo 4 ou 5 da tarde, para estar sob efeito durante o pôr do sol.

5) Acompanhante. Um só. É uma pessoa super séria e responsável, em quem confio 100%, e que obviamente não vai estar tomando também. Só que ele é inteiramente inexperiente nessas coisas, não sabe nem o que vai estar acontecendo comigo. Alguém pode dar um link para ele ler? Ou uma série de dicas elementares?

6) Preparo. Tem que ser de um jeito SIMPLES. A partir do que li na internet, estou inclinado a fazer o seguinte (caso se confirme que são desidratados) - esquentar uma caneca de água até um pouco menos que a temperatura de fervura (tipo a temperatura de fazer nescafé, ou chimarrão). Triturar os cogus e botar numa caneca. Misturar com a água quente e deixar em infusão por 20 min ou mais. Filtrar num filtro de café. Aquecer novamente até temperatura de chá e colocar um chá de saquinho junto, para não pesar no estômago. Botar numa garrafinha térmica e levar para o lugar onde vou tomar. Há uma chance pequena de eu estar errado e os cogus serem frescos. Nesse caso, apreciaria ajuda para o jeito mais simples de preparar...

7) Ingestão. Quando tomar, não estar de estômago nem muito vazio nem muito cheio. Vou levar uma barrinha de cereais para o caso do gosto estar muito ruim.

8) Remédio de emergência em caso de bad trip muito séria. Aqui desconfio que o pessoal vai ter idéias diferentes. Mas a não ser que alguém tenha uma razão forte para contra-recomendar, vou levar na algibeira alprazolam (tb conhecido como Frontal ou Xanax), um tranquilizante o qual estou muito acostumado a usar. Só tomar em último caso, de perigo mesmo, pois muita gente diz que mesmo uma "bad trip" pode ser positiva a longo prazo.

9) Alguma preparação mental que vocês sugerem? Nas horas que precedem, pretendo me concentrar em ler e escutar sobre coisas espirituais.
 
Última edição por um moderador:
Usei!

Foi a mais extraordinária experiência da minha vida. Extremamente transformativa. Por enquanto não quero colocar muito em palavras. Agradeço muito a todos os que interagiram comigo neste período preparativo. Talvez mais tarde eu conte como foi no fórum adequado (diário ou algum outro).

Abraços!
 
Última edição por um moderador:
Iria te passar algumas dicas e links mas só hoje vi seu post anterior, mas já que você já faz o uso do cubensis, é desnecessário.

Parabéns pela coragem de ter uma experiencia como essa, muitos recuam na hora H.

Gostaria muito de ler um relato detalhado de como foi sua experiencia.

Paz.
 
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