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Artigo Trabalho de conclusão de curso de Psicologia

Otimo documento, é de sua autoria mesmo amiga?
obrigado pela contribuiçao.
 
Não, é da Krishna Maio e Souza. Achei o texto muito bom para esclarecimento de algumas dúvidas
 
Interessante, li apenas a introdução mas da pra ver claramente o teor da tese.

Porém, como eu sempre apregoo aqui, e você parece tangenciar, mas não assumir com toda responsabilidade que isso implica, um ponto de vista parecido: O conhecimento proveniente da experiência psicodélica é uma classe de conhecimentos sensíveis, que se opoêm com frequência ao conhecimento racional.

De que modo um conhecimento sensível pode traduzir-se como uma evolução no seu modo de Ser e agir ? Como um conhecimento sensível pode te trazer a compreensão da Vida ?

Esse é o ponto, uma vez que é prache na própria psicologia, que a compreensão se opôem aos estados afectivos e emotivos, nos quais acaba caindo a experiência psicodélica, eu não vou entrar no mérito dessa questão.

Compreender a Vida não tem muito a ver com a experiência psicodélica e nem é resultado do conhecimento proveniente dela de modo central, mas é do contrário, silenciar os mais profundos instintos de desejo, renegar essa vontade por colocar-se novamente em estados de agitação afetiva, conduzida pelas lembranças das experiências anteriores, o que caracteriza o vício, no sentido mais metafísico da palavra, ou seja, no sentido Grego.

O vício é o mecanismo destrutivo da Moral, (mores, do grego, costume)

A virtude aqui também se caracteriza como o contrário, aquilo que age em nós, verdadeiramente trancendente: quebrar toda sua velha tábua de valores morais e valores naturais, por decidir uma coisa inédita na atitude, e na vida.

"Jamais encontrará a verdade aquele que, por sendas ja perscrutadas pretende encontrar outra coisa, ao que ja foi revelado."

Uma única experiência psicodélica ja é suficiente, por dedução da inteligência, para chegar a conhecer essa profunda mudança de carater psicológico em si mesmo da substância.

Mais que isso, pra fazer uma analogia com Heidegger, é "como caminhar numa trilha ja conhecida, no intúito de que leve para outro lugar".

Viver, e mais amplamente, existir e conhecer o existir, ou auto-conhecer, é como adentrar numa imensa floresta: Existem mil tilhas ja marcadas, todas levam para lugares conhecidos...

Trancender, não é necessariamente abrir uma nova trilha, (ou, como é moda agora o "exótico", seguir uma que poucos conhecem) mas é justamente a autenticidade com que escolhe a trilha que irá seguir, ainda que seja uma que ja foi seguida por outros.

E nesse intento, só existem dois tipos de pessoa: As que são autênticas, e as que não são; e isso reflete nos seus olhos.

A responsabilidade que vejo aqui omitida (e por isso a falta de autenticidade nas pessoas) é o dever de censurar o uso de psicoativos uma vez que ja conhece seu potencial de risco, e sua relação de benefícios e inconvenientes.

Toda situação inusitada é uma fonte de conhecimento, não só a nova coleção de conhecimentos sensíveis; O simples olhar para um canto da casa que nunca mereceu atenção, é uma fonte de conhecimento.

Se quisessemos uma nova experiência e isso for uma vontade autêntica, simplismente conduziriamo-nos para situações verdadeiramente inusitadas, como o simples caminhar no parque, a leitura do poeta antigo, e coisas simples das quais ainda não tivemos experiência, por mais "espiritualmente evoluidos" que julguemos nós... dar bom dia ao porteiro, sorrir pra velhinha na rua.

Para evoluir seu espírito, pergunte-se primeiro: "Quantas vezes ja superei a mim mesmo, hoje?" E se indignará com o ritmo ordinário e o engessamento que se encontra o seu Ser: tabalho, estudo, comer, dormir....

São todas coisas, pequenas coisas que demandam da mais profunda vontade da vida virtuosa, é dificil e dói todo instante de que decide por essas escolhas, mas são as coisas que dão direito à pessoa reclamar sua autenticidade... embora sejam só pequenas coisas.

Quero que avaliem o tamanho dessas coisas... Será mesmo que insistir na repetição de um habito, é uma grande coisa ?

Mas como disse, para não ser paradoxal devo lembrar, não li a tese inteira, apenas a introdução, e espero profundamente que no desenrolar contenha as devidas ressalvas sobre os malefícios da substância em questão, o que garantiria muito mais a credibilidade da tese, como um conhecimento verdadeiramente científico, isto é, neutro.

Abraços.
 
"É importante ressaltar que este processo não acontece de forma espontânea, ele pode inclusive simplesmente não ocorrer, sendo assim "um processo longo e difícil. É difícil porque implica na auto-aceitação de tendências opostas aparentemente irreconciliáveis..."

Muito bom o seu achado, o texto é ótimo :pos::pos:
Já li algumas teses fundamentadas na doutrina ou nas próprias plantas de poder, leiam o texto que vale a pena!!!
Excelente. :pos:
 
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