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Toxicidade de A. muscaria

Crânio

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25/01/2005
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Toxicidade de A. muscaria

Com referência às propriedades tóxicas e alucinogênicas de A. muscaria, a literatura é, por vezes, um tanto conflitante. Segundo GUZMAN (Hongos, México, Limuras Balderas,1981), apesar de A. muscaria ter fama de muito venenoso, sua toxicidade não é grave. Quando ingerido, provoca vômitos e diarréias e a pessoa intoxicada recupera-se em poucas horas. CALANGE [Setas (Hongos) Guia Ilustrada, Madri, Mundi Prensa, 1979] refere-se ao fato de que o cogumelo é toxico, porém não mortal, contrariamente ao que se acreditava no passado. Seu conteúdo em muscarina, é escasso sendo a micetoatropina seu veneno mais perigoso. Esta seria a razão fundamental porque não é aconselhável a aplicação de sulfato de atropina em pessoas com envenenamento por A. muscaria. Ao invés de inativar a muscarina, o produto agrava os sintomas. Segundo esse autor, o envenenamento deve ser combatido com purgantes salínicos e lavagem estomacal, sendo as substâncias alucinogênicas presentes neste cogumelo o ácido ibotêmico, o mucimol, que é um produto derivado do ácido ibotêmico por desidratação, e a muscazona, todas psicoativas.

Segundo KENDRICK (The Fifth Kingdom, Waterloo, Mycologue Publications, 1985), A. muscaria, o famoso cogumelo encarnado e com pintas brancas dos contos infantis, quando ingerido induz espasmos musculares, tontura e vômitos e diarréia se muitos cogumelos forem comidos, advindo depois um profundo sono cheio de sonhos fantásticos, que pode persistir até 2 horas ou mais. Ao despertar, o indivíduo experimenta uma 'boa viagem" e urna sensação de elação que persiste por várias horas. Cogumelos frescos contêm o ácido ibotêmico, que tem efeito sobre o sistema nervoso, sendo os cogumelos secos muito mais potentes. Isso ocorre porque o ácido ibotêmico, com a secagem, é degradado em mucinol, após descarboxilação, sendo 5 a 10 vezes mais psicoativo. Cogumelos secos são capazes de manter sua potência por 5 a 11 anos. Poucas mortes foram, até hoje, relacionadas com esse tipo de envenenamento e 10 ou mais cogumelos podem constituir-se em uma dose fatal. Na maioria dos casos o melhior tratamento é o não-tratamento, pois a recuperação é espontânea e completada em 24 horas. Dizem os relatos que pessoas sob os efeitos dos princípios ativos do cogumelo escarlate mosqueado tornam-se hiperativos, fazendo movimentos compulsivos e descoordenados, falando sem parar e com a percepção de realidade totalmente alterada. Ocasionalmente, a experiência pode tornar-se altamente depressiva.

A. muscaria parece conter uma ou mais substâncias que afetam especialmente o sistema nervoso central. E desnecessário dizer que estas propriedades foram descobertas há longo tempo e têm sido exploradas por vários povos desde então. Hinos dos rituais sagrados hindus de 3.000 anos têm sido interpretados como a glorificação de A. muscaria. Segundo WASSON (1968), banqueiro americano autodidata que teve como lazer o estudo de fungos alucinógenos, o Soma, um dos mais reverenciados deuses da antiga Índia, a quem os hinos foram dedicados, não era outro senão o cogumelo A. muscaria. Este cogumelo foi profundamente estudado por aquele estudioso, cujos relatos foram publicados em seu fascinante livro denominado "Soma - Divine Mushroom of Imortality" (Soma - divino cogumelo da imortalidade).
O nome específico - muscaria - é relativo à menção feita por Albertus Magnus no século XIII de que o fungo esmagado em leite teria a capacidade de matar moscas domésticas. Em diferentes países do continente Europeu o método é ainda hoje utilizado, como acontece na Polônia e nas repúblicas Tcheco e Slovaquia. Nas áreas rurais da Romênia, o fungo é freqüentemente colocado no batente das janelas das casas para evitar a entrada de moscas.
No capítulo "Fungos alucinógenos", do livro "O Grande Mundo dos Fungos" de LACAZ et al.(1970), Mingoia refere-se à obra "As Drogas e a Mente", de Robert S. de Rapp, publicada em 1967. Segundo este autor, os povos primitivos do Nordeste da Ásia, os Tungus, os Yakuts, os Chukechens, os Koryaks e os Kanchadales dão um uso peculiar a este cogumelo. Comem-no como intoxicante durante os intermináveis invernos, quando o sol mal se levanta no horizonte e a solidão torna-se total e depressiva em uma ameaça persistente e duradoura que parece não mais ter fim. Nessas condições, qualquer forma de inebriamento ou fuga pode ser considerada melhor do que nenhuma. Falam as crônicas sobre os Koryaks que os ricos dariam uma rena inteira ou até mesmo quatro por um único cogumelo seco, pois A. muscaria apresenta a vantagem de que seu princípio ativo é excretado intacto pela urina, podendo ser reciclado e utilizado outra vez por homens e mulheres em banquetes orgíacos. À medida que a festa se desenrolava, depois da ingestão dos cogumelos, os participantes tornavam-se mais animados, gritavam, cantavam, agitavam-se, conversavam com seres, entes ou pessoas inexistentes, pulavam desenfreadamente, imaginando a existência de barreiras e estorvos tão altos que os obrigavam a transpô-los. Assim, a festa continuava com as pessoas transformadas por um estado de exacerbada emoção até que vinha o sono profundo do estupor e exaustão total.
De acordo com a tradição escandinava, os Vikings comiam o cogumelo mosqueado para guerrear frenética e incansavelmente. Embora popularmente seja visto como o mais venenoso cogumelo de "chapéu", A. muscaria jamais causou a morte de pessoas saudáveis. Usualmente, de uma a três horas depois de sua ingestão, há um período de delírio e alucinações, por vezes acompanhado de certas perturbações gastrointestinais. Após algumas horas desse estado de excitação psíquica, advém um intenso estupor e o indivíduo acorda sem se lembrar de coisa alguma do que se passou.
Essa variação da opinião de tantos autores deve-se, provavelmente, a que as substâncias intoxicantes, que situam-se principalmente na camada superficial do píleo, variam consideravelmente em suas quantidades de acordo com a região e as condições nas quais os cogumelos se desenvolvem.
 
Poucas mortes foram, até hoje, relacionadas com esse tipo de envenenamento e 10 ou mais cogumelos podem constituir-se em uma dose fatal. Na maioria dos casos o melhior tratamento é o não-tratamento, pois a recuperação é espontânea e completada em 24 horas.
o autor nao especifica, mas as mortes foram todas relacionadas ao consumo do cogumelo FRESCO. Note que o NAO TRATAMENTO, é o melhor tratamento mas nao especifica a principal maneira de evitar MIAORES danos ao seu organismo. BEBA MUITA AGUA.
ele cita os sintomas do envenenamento por cogumelos FRESCOS também em:
conteúdo em muscarina, é escasso sendo a micetoatropina seu veneno mais perigoso. Esta seria a razão fundamental porque não é aconselhável a aplicação de sulfato de atropina em pessoas com envenenamento por A. muscaria. Ao invés de inativar a muscarina, o produto agrava os sintomas. Segundo esse autor, o envenenamento deve ser combatido com purgantes salínicos e lavagem estomacal
entao SEQUE-os antes de consumir! e boa sorte!
 
Boca,

estava pesquisando sobre amanitas e achei um link interessante sobre um possivel tratamento no caso da ingestão do "chapeu da morte"

O uso clinico do milk thistle (uma flor) por envenenamentos causados pelos fungos mais conhecidos como "chapeu da morte" ( Amanita phalloides e Amanita verna ) se provou bem interessante. Quando ingerido, esses fungos liberam duas substancias que fodem com seu figado e em media acaba causando a morte em 30 a 40% dos casos, mesmo quando tratados com as ultimas tecnicas disponiveis pela medicina.

Em 1970, um teste feito na Alemanha, pelo Dr Vogel com 60 pacientes que sofriam de envenenamento pelas amanitas, foram tratados com extrato de milk thistle. Todos pacientes sobreviveram e Dr Vogel declarou que os resultados variaram de "impressionante para espetacular"

pessoal, isso nao quer dizer que voces podem sair comendo qualquer cogumelo que acharem por ai, tenham sempre muito cuidado e cautela, na duvida, NAO COMA.

materia completa:
http://www.erowid.org/herbs/milk_thistle/milk_thistle_info1.shtml

Outras referencias:
http://www.marvistavet.com/html/body_silymarin.html
http://es.wikipedia.org/wiki/Silybum
 
Fica muito vago a relação deste intuito venenoso...O Amanita Muscaria é realmente venenoso, ou é soh mito??Isso nao passa de lenda creio eu
 
Fica muito vago a relação deste intuito venenoso...O Amanita Muscaria é realmente venenoso, ou é soh mito??Isso nao passa de lenda creio eu
Ele é realmente venenoso.
Qual a sua duvida?
O veneno NAO é mortal, porém é sentido logo após o consumo.
o Envenenamento durad e 30- 60 minutos dependendo doseu metabolismo e os efeitos do cogumelo em si começam apos essa fase.
Tem bem explicado em relatos de experiecias com amanitas, modos de preparo e varios outros topicos do fórum especifico.
Nao tem duvidas, ela funciona nao tem misterio só magica.
Em 1970, um teste feito na Alemanha, pelo Dr Vogel com 60 pacientes que sofriam de envenenamento pelas amanitas, foram tratados com extrato de milk thistle. Todos pacientes sobreviveram e Dr Vogel declarou que os resultados variaram de "impressionante para espetacular"

pessoal, isso nao quer dizer que voces podem sair comendo qualquer cogumelo que acharem por ai, tenham sempre muito cuidado e cautela, na duvida, NAO COMA.
Pode até comer.:pos:

A planta é milagrosa e cura qualquer envenenamento até picada de dragao.

Só que o cara tem que ser MUITO ligeiro porque olha só:

They are native to the Mediterranean regions of Europe, North Africa and the Middle East.
Elas sao nativas das regioes mediterraneas da europa, norte da africa e oriente médio.

Entao come os cogus e CORRE.

Porque se estiver no brasil tu vai morrer!:D
 
gostaria de rechear um pouco mais algumas informaçoes que não foram esclarecidas neste post de amanitas, os pesquisadores que fizeram a divulgação da informação postada aqui na biblioteca foram: Dr. Mário Figueiredo
Dr. Aníbal A. Carvalho Jr.
Dra. Leila N.Coutinho,
E.S.Fosco-Mucci
Laboratório de Micologia Fitopatológica - Centro de P & D de Sanidade Vegetal.


o local de pesquisa foi no instituo biológico de são paulo.

aqui esta o link original das informações: http://www.biologico.sp.gov.br/ ae basta clicar em divulgação e depois localizar o artigo que o titulo é Amanita muscaria- cogumelos de aparência atrativa , mas tóxico. :pos: abraços


 
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