Sobre ideação suicida na trip

[PedroMelco]

Olá
Papo rápido.
Leio tantos relatos sobre ideação suicida e me reporto às minhas experiências.

Ora, se a viagem envolve dissolução do ego, o corpo não é o primeiro elemento que "deixa de existir"?
Nessa ordem, a linguagem se torna inútil e some após 30minutos e o corpo costuma ir em sequência.

Alguém já teve essa impressão? De que por pior que fosse a experiência de badtrip, uma tentativa suicida seria impossível visto que não se "teria nenhum corpo a ser matado"?

Obs. Minhas experiências foram, além de tudo, fracas para uma dissolução total do ego.
1,5g - 1,8g - 2,2g e 3g

 

[Texugo]

A viagem não envolve dissolução do ego.

Algumas experiências podem trazer essa sensação, mas acredito que seja a menor parte.

Acho que você não reconhecer teu corpo como seu torna ainda mais fácil qualquer tentativa de suicídio.

As vezes você apenas não comete por pensar em sofrer, se você não identifica o corpo, então não tem a ideia de que irá sofrer... Parece ficar mais fácil.

E não dá pra confundir a trip com a realidade.
Teu corpo está ali e pode morrer inclusive por algum acidente ou mesmo um ataque cardíaco no meio da trip.

Não pode confundir a sensação de imortalidade de uma trip com a nossa real mortalidade

 

[Verdandi]

Se houvesse uma dissolução total do ego a pessoa nem continuaria viva. Então se a pessoa busca isso, de forma indireta, não estaria ela sendo suicida?

Ora, se a viagem envolve dissolução do ego, o corpo não é o primeiro elemento que "deixa de existir"?

Depende de qual corpo se refere.. na teoria temos o corpo físico, o corpo mental, corpo astral, etérico, mental, búdico, átmico e ainda o corpo de sombras (coisa de outsiders)..

Dependendo da pessoa o corpo astral demora mais tempo pra se dissolver que o próprio corpo físico, segundo algumas filosofias..

 

[upbeatbutdamn]

Uma vez vi um vídeo que dizia que o suicídio é quando a dor supera a capacidade da mente de "lidar" com ela (em inglês era when the pain overcomes the ability to cope, sendo cope uma palavra um pouco diferente de lidar)
nesse sentido, imagino que uma dissolução do ego ou não-identificação com o corpo físico não resultaria num ímpeto suicída, porque não haveria dor a ser terminada

tbm nunca tomei doses altas o suficiente (até agora só cheguei nas 2g), mas o que me acontece é muito mais a percepção de como as dores advindas dos desejos a carne não têm importância, uma vez que não me identifico com essa carne da mesma forma que antes, e passo a entendê-lo como um veículo mesmo (necessário em certa medida)

acho que dependendo da dose o que pode acontecer é um mergulho emocional tão profundo que gere sofrimento igualmente profundo, e aí nesse caso exista o risco do suicidio

 

[Sr Verdejante]

Uma vez vi um vídeo que dizia que o suicídio é quando a dor supera a capacidade da mente de "lidar" com ela (em inglês era when the pain overcomes the ability to cope, sendo cope uma palavra um pouco diferente de lidar)
nesse sentido, imagino que uma dissolução do ego ou não-identificação com o corpo físico não resultaria num ímpeto suicída, porque não haveria dor a ser terminada

tbm nunca tomei doses altas o suficiente (até agora só cheguei nas 2g), mas o que me acontece é muito mais a percepção de como as dores advindas dos desejos a carne não têm importância, uma vez que não me identifico com essa carne da mesma forma que antes, e passo a entendê-lo como um veículo mesmo (necessário em certa medida)

acho que dependendo da dose o que pode acontecer é um mergulho emocional tão profundo que gere sofrimento igualmente profundo, e aí nesse caso exista o risco do suicidio

É difícil ditar regras para uma experiência como a dissolução do ego. O contexto das ideias suicidas podem ser diferentes para cada um.

Acho que diferentemente do DTM, durante o uso do cogumelo ainda possuímos certo controle sobre nossas capacidades de locomoção etc. Sendo assim, bastam alguns devaneios misturados com todo o aspecto emocional e extremamente profundo da viagem, que está feito.