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Seleção genética na coleta de esporos.

Rogers

Cogumelo maduro
Membro Ativo
14/12/2010
156
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Percebi nas várias colheitas feitas uma recorrência no caso do meu cultivo.
O cultivo foi feito a partir de um único carimbo.
O que tem acontecido é a maturação de esporos que julgo prematura conforme, ou comparando com a literatura do fórum. Ou seja, antes mesmo de o véu se romper, quando ainda está abrindo, os esporos já se soltam quase todos do chapéu.
Sabemos que a quantidade de psilocibina é maior quando o cogumelo está por romper o véu abaixo do chapéu. Isto motivaria uma colheita relativamente rápida, e, consequentemente, selecionaria como esporos viáveis apenas aqueles com capacidade de gerar cogumelos com essas mesmas características de maturação rápida dos esporos.
Alguém percebe algo semelhante?
 
Acho que varia conforme a strain.
 
Pois é. Essa seleção acontece mesmo, eu acho. Por isso coletar diversos carimbos de cogumelos de diversos tamanhos e misturar os esporos, para evitar mutações deletérias.
 
Excelente questão!

Algo assim parece estar ocorrendo com a maior parte das mudas de Salvia divinorum circulando por aí.

Acho que se trabalhar com isolamento desvia desse risco de degenerar a espécie e ainda garante a continuidade das colheitas. Clonagem é algo muito usado também no cultivo da Cannabis para se preservar características desejadas nas colheitas.

Creio que o RainSpirit matou a pau: culturas multiesporos.
 
Mutações espontâneas podem ocorrer, isto pode ser bom ou ruim, contudo em grande parte as mutações não são percebidas ou desfavorecem o ser de alguma maneira. Raramente uma mutação trará beneficios ao fungo.

A melhor maneira de preservar uma variedade é distribuindo varios carimbos entre cultivadores. Caso algum venha a notificar mutação, esse que sofreu mutação deve ser isolado dos demais, para que a caracteristica se limite apenas à essa linhagem.
 
lembro um post antigo do falecido mortandelo...
precisamos investir em isolamentos...
 
O isolamento seleciona um individuo com boas qualidades, mas provavelmente diminui a variabilidade dentro da strain, não sei se é possivel (acredito que sim), mas após o isolamento obtemos esporos com uma carga genética menos diversificada, e se no futuro continuarem a ocorrer consecutivas mutações problemáticas e partirmos para consecutivos isolamentos, talves chegaremos a uma strain problemática que tenderá a ser perdida.

O mais correto no meu ponto de vista é recorrer sempre que/se necessário ao SELVAGEM da região em que se originou a Strain.

Vamos supor que um dia (MUITO MUITO DISTANTE) a strain Corumbá acabou sofrendo uma série de mutações deletéricas (em um longo periodo de tempo claro) e passou a ser uma strain muito pouco produtiva a ponto de não mais ser interessante para o cultivador caseiro.
Teriamos de recorrer a esporos selvagens para melhorar ou substituir os antigos Corumbás.
A substituição seria simples, descarta-se (ou tenta) descartar os carimbos deletéricos e obtem-se novos através da domesticação e isolamento de um novo Corumbá Selvagem (coletado na mesma região do original).
Ou faz o método mais complicado, pega esporos do corumbá original e mistura com a do Domesticado. Para garantir que a produção e a mistura realmente gerou algum resultado, teriamos de inocular Um único esporo do corumbá original com um único esporo do Corumbá domesticado (recém obtido) e observar o individuo crescer e produzir cogumelos.

Strains como "Brasil" são problemáticas porque o Brasil é grande e provavelmente o cubensis do sul possue caracteristicas diferentes do cubensis do norte. O que tem sido feito com os domesticados é uma grande sacada, diferentes regiões Brasileiras enviando carimbos selvagens ou já domesticados ou já isolados para um ring.
 
Não acho que funcione assim, @figurinha.

Coletar selvagens da mesma região original da strain não garante que venha um pool gênico semelhante ao pool gênico original da primeira strain. Na verdade pode vir algo muito diferente. Mesmo que se colete esses esporos no mesmo lugar o correto é nomeá-los como uma nova strain.

Outra solução para esses problemas de perda de variabilidade genética é simplesmente voltar a cruzar linhas da mesma strain que estejam separadas há algum tempo. Digamos que a Ecuador apresente esse problema, por exemplo. Quem quisesse resolver deveria obter esporos de Ecuador de vários cultivadores diferentes, de preferência de cultivadores que não tivessem passado os esporos uns para os outros, e aí fazer um grande mix com todos eles. Por chance, em cada linha se fixam alelos diferentes e surgem mutações diferentes, e cruzando tudo você restaura a variabilidade original, ou boa parte dela.

Mas há strains que estão sendo cultivadas há mais de vinte anos sem que mostrem esses problemas.
 
Não acho que funcione assim, @figurinha.

Coletar selvagens da mesma região original da strain não garante que venha um pool gênico semelhante ao pool gênico original da primeira strain. Na verdade pode vir algo muito diferente. Mesmo que se colete esses esporos no mesmo lugar o correto é nomeá-los como uma nova strain.

Outra solução para esses problemas de perda de variabilidade genética é simplesmente voltar a cruzar linhas da mesma strain que estejam separadas há algum tempo. Digamos que a Ecuador apresente esse problema, por exemplo. Quem quisesse resolver deveria obter esporos de Ecuador de vários cultivadores diferentes, de preferência de cultivadores que não tivessem passado os esporos uns para os outros, e aí fazer um grande mix com todos eles. Por chance, em cada linha se fixam alelos diferentes e surgem mutações diferentes, e cruzando tudo você restaura a variabilidade original, ou boa parte dela.

Mas há strains que estão sendo cultivadas há mais de vinte anos sem que mostrem esses problemas.

Concordo de cabo a rabo.

Não garante que o pool genico será identico ao original! Isso é fato e é o mais provável visto que novas combinações e mutações estão ocorrendo no ambiente selvagem. Mas, se o Corumbá viesse a se debilitar demasiadamente mesmo juntando todos os carimbos diferentes de corumbá original, teriamos ou de descartar a strain, Ou fazer uma "atualização" dela com o selvagem disponivel na natureza. Em que o Nome não precisaria ser Corumbá poderia passar a ser Corumbá II.

A maneira mais eficiente seria de vez enquanto misturar os esporos de vários carimbos diferentes (porém da mesma variedade) e inocular multiesporo. As substrains que obtiverem melhor desempenho naturalmente vão produzir mais cogumelos e poderão ser selecionadas.
 
Teriamos de recorrer a esporos selvagens para melhorar ou substituir os antigos Corumbás.
A substituição seria simples, descarta-se (ou tenta) descartar os carimbos deletéricos e obtem-se novos através da domesticação e isolamento de um novo Corumbá Selvagem (coletado na mesma região do original).

Nota-se aí a importância de uma associação como a Pró-Fungos. E tem gente que tacha de capitalismo.
 
Prófungos para mim é o melhor banco de esporos (dos nossos queridos esporos) que existe. Fazendo um serviço importânte que é assegurar a movimentação constante de carimbos não permitindo que fiquem parados por muito tempo. As pessoas contúdo podem fazer seu próprio anel entre amigos se não quizerem recorrer à prófungos. Mas de algum lugar elas vão ter de obter um carimbo, seja de um vendedor declarado de esporos, de um anel (como prófungos, fsre, etc) ou da própria natureza.

No meu ponto de vista eu prefiro anéis locais em que todos cultivam as mesmas variedades locais e trocam seus carimbos como quizerem. Mas assim como outros tenho minhas curiosidades (quem não gostaria de um Burma? ou de um Albino? ou de Um Pênis E. ALBINO! crescendo no terrário?). Eu também sonho com raças diferentes de locais totalmente exóticos. E para obter essas variedades ou eu compro de um vendedor, ou pago para a prófungos (anel) ou pago para domesticar uma variedade local.

O din din está em quase tudo que precisamos para cultivar. Quase tudo que compramos adentra no capitalismo.
 
Aposentado do fórum.

Por ora, acho.
 
Da até um pingo de saudades do tempo em que haviam poucas strains disponíveis. Você começava cultivando PESA ou THAI... saudades desse tempo em que o Maurício cultivou o MEX, era a novidade do momento, logo todos cultivadores possuíam um novo print, e levavam "pancadas na cabeça", assim como o primeiro cultivador também levou. Fascinante e obscuro, simples assim.

Mas, as strains estão aí, aumentando sempre cada vez mais o fascínio dos amantes dos fungos, pela beleza, pelas peculiariedades de cada uma.
 
Da até um pingo de saudades do tempo em que haviam poucas strains disponíveis. Você começava cultivando PESA ou THAI... saudades desse tempo em que o Maurício cultivou o MEX, era a novidade do momento, logo todos cultivadores possuíam um novo print, e levavam "pancadas na cabeça", assim como o primeiro cultivador também levou. Fascinante e obscuro, simples assim.

Mas, as strains estão aí, aumentando sempre cada vez mais o fascínio dos amantes dos fungos, pela beleza, pelas peculiariedades de cada uma.

as strains são várias, mas a essência é a mesma. :cool: (minha opinião)
 
Thai e PESA foram "Adão e Eva" (no sentido de terem sido os primeiros) na história dessa casa. Mex, foi a serpente ;). Ou quem sabe suas pancadas/pauladas representam a bronca que deus ficou aehuaeu
 
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