Domingo de páscoa fiz uma experiência, para iniciar um amigo. Ele foi de 5g eu de 10g, mexican strain. Minha experiência não teve nada de muito notável, vomitei umas culpas, destranquei umas amarras musculares e depois fui cuidar da experiência dele, sou o cara que cheira feito o tio e dá fio terra pro tripper. Havia um terceiro amigo presente, mas que não tomou a substancia.
Segue o relato do amigo que foi iniciado no domingo de páscoa, dia da ressureição:
Esta foi minha primeira vez com a Psilocibina.
Não sabia o que realmente fazia. Dormi ansioso, pois adoro experimentar e fico ansioso antes de grandes viagens. Não foi a toa.
Havia alguém me levando, de modo que apenas comi uma fruta e mandei 5 cápsulas.
Em 30 minutos comecei a rir e a me desfazer. Tudo se desfez. Derreteu. Os fractais vieram a minha cortina ocular. Cores, formas. Ao olhar as árvores, sentia sua presença. Sua seiva, sua viscosidade. Mais longe, escutava o vôo do inseto. Senti que para a natureza, para o resto além de nós, “está tudo bem”. Assim é. Dava medo. Mundo terrível o ancestral. Senti a agonia de viver em tempos em que a natureza reinava soberana. Vi uma pedra grande quase desfazer-se.
Nesta hora nada estava a meu alcance. Nada. Nem a folha de caderno que estava comigo. O corte na folha me chamou muito a atenção. Comecei a engolir a caneta bic. Algo arrancou de minha boca para o longe. Gargalhadas. Diversas. O LOUCO. O PINEL.
Com certa vergonha do mundo externo, deixei as árvores e fui para o fundo. Pensei em vomitar, mas eu não consegui fazer nada. Nada. O MEDO. A CULPA.
Fui deitar. Me senti só. Queria descansar. A minha dose foi a metade. Uma trip estranha.
Comecei a ter o ego de volta. Pensei que havia enlouquecido. Eu não era eu. Não sentia o que era ser eu. Sabia que era eu, mas o que queria dizer isso, e pior, o que fazer com isso ?
Medo. Pensei em meu pai. Não me veio nada. Em amigos, e apesar de vê-los, não sentia a emoção, o porquê da amizade. Todos os porquês se espatifaram. Levantei. Mais cuspes em lugar do vômito. Mais culpa em lugar de viajar. Insanidade nos gestos e no corpo. Estava fritando. Teria enlouquecido ? E se não voltar. Que mulher irá ficar comigo assim? E o pior ... ou irei ao manicômio ou a meu pai. Não .... mas eu senti o cheiro de meu tio malucão em meu companheiro de trip. Vi minha bermuda como a de um gibi, onde pernas com pés retorcidos me assustavam. Era Seattle ? Era Califórnia. Eram os beatniks ? Era só eu suando pacas.
No meio disso, subi aos céus, e vi ao longe a Esfinge, Buda e algo tipo Deus-Jesus .... muitas cores. Uma sensação gostosa. Paz. Desentendi a violência. Entendi tudo. Eu fui lá e voltei.
Senti a paz das coisas. Repudiei a violência. Eu disse: Eu entendi! E me responderam: Estão escondendo. Alguém foi e me ajudou a voltar. Vomita! Pratica yoga. Ponha seu conhecimento para te guiar. Nada. Apenas a palavra de outro alguém conhecido para me convencer de que é assim mesmo. Você voltará. Apanhará, mas ...
Muitos minutos depois ainda fui tentar parar tudo e dormir. Estava realmente cansado.
Ao fechar os olhos, me vi dentro de um túnel, onde filamentos deslizavam rápido em cores, com um carinha em forma de gota, me dizia: “entramos em você, agora você será nosso “.
Era feminina. Era ela. A seiva. A natureza. Lembro que eu pude ainda criar as formas, reger as cores e movimentos. Fui o criador e ainda me dizia: só para aonde você quiser parar, é a sua vontade. Iremos até onde quiser.
Foi ótimo relatar. Tinha perdido o timeline. Acontece que a vida se tornou densa, séria, sinistra depois disso. Sem volta. Um olho a mais.
Segue o relato do amigo que foi iniciado no domingo de páscoa, dia da ressureição:
Esta foi minha primeira vez com a Psilocibina.
Não sabia o que realmente fazia. Dormi ansioso, pois adoro experimentar e fico ansioso antes de grandes viagens. Não foi a toa.
Havia alguém me levando, de modo que apenas comi uma fruta e mandei 5 cápsulas.
Em 30 minutos comecei a rir e a me desfazer. Tudo se desfez. Derreteu. Os fractais vieram a minha cortina ocular. Cores, formas. Ao olhar as árvores, sentia sua presença. Sua seiva, sua viscosidade. Mais longe, escutava o vôo do inseto. Senti que para a natureza, para o resto além de nós, “está tudo bem”. Assim é. Dava medo. Mundo terrível o ancestral. Senti a agonia de viver em tempos em que a natureza reinava soberana. Vi uma pedra grande quase desfazer-se.
Nesta hora nada estava a meu alcance. Nada. Nem a folha de caderno que estava comigo. O corte na folha me chamou muito a atenção. Comecei a engolir a caneta bic. Algo arrancou de minha boca para o longe. Gargalhadas. Diversas. O LOUCO. O PINEL.
Com certa vergonha do mundo externo, deixei as árvores e fui para o fundo. Pensei em vomitar, mas eu não consegui fazer nada. Nada. O MEDO. A CULPA.
Fui deitar. Me senti só. Queria descansar. A minha dose foi a metade. Uma trip estranha.
Comecei a ter o ego de volta. Pensei que havia enlouquecido. Eu não era eu. Não sentia o que era ser eu. Sabia que era eu, mas o que queria dizer isso, e pior, o que fazer com isso ?
Medo. Pensei em meu pai. Não me veio nada. Em amigos, e apesar de vê-los, não sentia a emoção, o porquê da amizade. Todos os porquês se espatifaram. Levantei. Mais cuspes em lugar do vômito. Mais culpa em lugar de viajar. Insanidade nos gestos e no corpo. Estava fritando. Teria enlouquecido ? E se não voltar. Que mulher irá ficar comigo assim? E o pior ... ou irei ao manicômio ou a meu pai. Não .... mas eu senti o cheiro de meu tio malucão em meu companheiro de trip. Vi minha bermuda como a de um gibi, onde pernas com pés retorcidos me assustavam. Era Seattle ? Era Califórnia. Eram os beatniks ? Era só eu suando pacas.
No meio disso, subi aos céus, e vi ao longe a Esfinge, Buda e algo tipo Deus-Jesus .... muitas cores. Uma sensação gostosa. Paz. Desentendi a violência. Entendi tudo. Eu fui lá e voltei.
Senti a paz das coisas. Repudiei a violência. Eu disse: Eu entendi! E me responderam: Estão escondendo. Alguém foi e me ajudou a voltar. Vomita! Pratica yoga. Ponha seu conhecimento para te guiar. Nada. Apenas a palavra de outro alguém conhecido para me convencer de que é assim mesmo. Você voltará. Apanhará, mas ...
Muitos minutos depois ainda fui tentar parar tudo e dormir. Estava realmente cansado.
Ao fechar os olhos, me vi dentro de um túnel, onde filamentos deslizavam rápido em cores, com um carinha em forma de gota, me dizia: “entramos em você, agora você será nosso “.
Era feminina. Era ela. A seiva. A natureza. Lembro que eu pude ainda criar as formas, reger as cores e movimentos. Fui o criador e ainda me dizia: só para aonde você quiser parar, é a sua vontade. Iremos até onde quiser.
Foi ótimo relatar. Tinha perdido o timeline. Acontece que a vida se tornou densa, séria, sinistra depois disso. Sem volta. Um olho a mais.