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Qual Dosagem de cubensis ingerir para tratar depressão e ansiedade?

A questão é que o risco parece mínimo. Se fosse um risco sequer baixo a literatura estaria cheia de casos apontando casos da perigosa interação entre antidepressivos e a psilocibina (psilocina). Entretanto o que vemos sempre é a menção de uma possível interação que poderia levar a uma uma crise serotoninérgica.

O mesmo vale para a também falada interação ayahuasca x antidepressivos. Tem centenas de grupos de ayahuasca pelo Brasil. As pessoas circulam e se comunicam, e nunca ouvi falar de um único caso de quem estava tomando antidepressivos ter sido sequer internado devido a sintomas parecidos com síndrome serotoninérgica. Se há casos são leves e parecem se resolver espontaneamente.

E olha que as pessoas que fazem uso de antidepressivos tomam ayahuasca. Eu já participei de um grupo onde vi dezenas de pessoas em tratamento com os mais diversos antidepressivos tomarem ayahuasca. Alguns se tornaram participantes regulares do grupo.

Já casos de surto, inclusive com internação, de pessoas que nunca tomaram antidepressivos, tomei conhecimento de vários.

O que é realmente perigoso nos casos de pessoas que tomam antidepressivos é o estado mental geral. Em geral são pessoas que estão em momentos mentais instáveis. Humor deprimido, ou humor variável, sem falar em outros sintomas. O risco de bad trips aumenta bastante. Com cogumelos, ayahuasca ou seja lá qual outro psicodélico for.

Por isso acho arriscado o conselho de descontinuar o antidepressivo antes de usar psicodélicos. Pelos relatos de quem passa pela redução ou corte abrupto de antidepressivos há sintomas mentais desagradáveis. Junte-se a isso a pressão em si da experiência e está preparado o cenário perfeito para uma bad.

Em resumo, as pessoas se preocupam com um cenário bem improvável, síndrome serotoninérgica, e se esquecem de outro bem mais corriqueiro, o risco de um surto ou de pós efeitos adversos por vários dias seguidos à experiência. O que leva inclusive muitos a procurarem um psiquiatra. É só ver os relatos que vez por outra aparecem pelo fórum.
Ah sim, concordo com seu ponto de vista, descontinuar o uso de um remédio não entra nem em discussão! Se eu der a entender isso nos meus comentários me desculpem.
Seria mais adequado a pessoa não fazer o uso do cogumelo, (mais uma vez estou teorizando)

No mais não tenho nem oq escrever depois dos argumentos e apontamentos que vc fez acima, conseguiu colocar a questão de uma maneira excelente! Ah outras "crises" bem mais óbvias e fáceis de acontecer do que o extremo que eu estava discutindo.
 
Não existe dosagem de cogumelo que acabe com a depressão e a ansiedade.

Existem parâmetros para uso (setting), ambiente interno, propósitos etc que PODEM ajudar a reduzir esses transtornos, isso através de experiências conscientes, não apenas efeitos farmacêuticos.

O mecanismo de ação dos psicodélicos clássicos é "oposto" ao dos antidepressivos.

O antidepressivo mantém o transtorno nas bordas para que não te afete muito.

Já os psicodélicos abrem espaço para que tratemos com as fontes desses transtornos.

Se não se está pronto para essa mudança de postura em relação ao uso então pode acabar fazendo mais mal do que bem.

É bom ter cautela e consciência ao utilizar, você não é um passageiro passivo como é com o uso de remédios, o cogumelo te coloca no volante.
Estranho pois tanto o anti depressivo quanto a psilocibina agem na serotonina de forma a aumentar sua quantidade na fenda sinaptica ( obviamente observando que p tetmo anti depressivo fala de varias subtancias com mecanismos difetente , mas todos aumentando a serotonina).

Referente a sindrome serotoninergica .. Ja tive isso tomando antidepressivos (e apenas eles e estabilizadpres, todos devidamente receitados)... Parei em um pronto socorro com lapsos de memoria, extrema dificuldade na fala e raciocínio. Tudo isso depois de uma crise de mania.

Para elucidar


Referente a carbamazepina: essa medicação foi uma das substancias de corte para pacientes entrarem no tratamento de psilocibina em um estudo de uma universalidade ( se n me engano em portugal). N me recordo o nome do pdf que li. De qualquer maneira se vc toma vale uma busca no google assim como uma boa conversa com seu psiquiatra. Observei que a oxcarbazepina, por ser mais estável, não foi citada como substancia de corte. Talvez uma opção de troca. A meia vida da carbamazepina é de 16 a 24 h. O recomendado é só usar a psilocibe depois de 5 meias vidas, ou seja, de preferencia 5 dias apos a ulti a dose.

Essas medicações n devem ser utilizadas nem com queijos e alimentos fermentados.
Imagina a treta que n são!!!
Obviamente por aumentarem a produção de serotonina ( mecanismo no mesmo neuro transmissor que o cubensis) n deverão ser usados com cubensis, nem com outros antidepressivos.

Não existe dosagem de cogumelo que acabe com a depressão e a ansiedade.

Existem parâmetros para uso (setting), ambiente interno, propósitos etc que PODEM ajudar a reduzir esses transtornos, isso através de experiências conscientes, não apenas efeitos farmacêuticos.

O mecanismo de ação dos psicodélicos clássicos é "oposto" ao dos antidepressivos.

O antidepressivo mantém o transtorno nas bordas para que não te afete muito.

Já os psicodélicos abrem espaço para que tratemos com as fontes desses transtornos.

Se não se está pronto para essa mudança de postura em relação ao uso então pode acabar fazendo mais mal do que bem.

É bom ter cautela e consciência ao utilizar, você não é um passageiro passivo como é com o uso de remédios, o cogumelo te coloca no volante.
Na verdade o mecanismo ( químico mesmo) varia para cada substância. O correto é observar cada interação.
 
O cubensis não aumenta a serotonina, ele se conecta nos mesmos receptores.

A gente usa iMAO para fazer psilohuasca, mas na forma da arruda da Síria...
Os iMAOS impedem a degradação dos transmissores na fenda, não causam aumento de produção.

Ninguém deve tomar cubensis usando qualquer medicação ou em estados de alteração psiquiátrica.

Mas a discussão se baseia na segurança em si do cubensis.
No próprio estudo que você trouxe o link pra gente:

Dr.ª Erica Zelfand, Médica de Família e Facilitadora Psicadélica Certificada, organizou um webinar recente sobre antidepressivos e psilocibina com quase 400 participantes. Ela tem trabalhado com doentes que tomam psilocibina e antidepressivos e sugere que não há suporte científico suficiente que justifique o pedido de solicitar aos doentes que deixem os seus antidepressivos, notando que “os casos graves de toxicidade serotoninérgica com a psilocibina são raros”. A Dr.ª Zelfand enfatiza a dificuldade de suspender as medicações.

Se você ler o texto inteiro, a maioria das substâncias que foram proibidas no estudo foram pela interação com o escitalopram, não pela psilocina.

2.3.2. Drug interactions
Antipsychotic medications and mood stabilisers may attenuate the effects of psilocybin and
so are contraindicated. However, such medications are usually only prescribed for manic
and/or psychotic illness, and patients presenting with such histories would be excluded from
the study.

Contraindicated medications for escitalopram include [86, 87]:
- MAOIs
- Procarbazine
- NSAIDs (including) Aspirin should be avoided during the course of the trial, as they may
cause GI bleeding [86].
- Medicines that prolong QT interval, including [99]:
• Cardiac medications: Class 1a (Quinidine, Procainamide, Disopromide) and Class III
(Dofetilide, Ibutilide, Sotalol) Antiarrythmic drugs
• Antihistamines (Terfenadine, Astemizole)
• Antipsychotics: Haloperidol, Droperidol, Thioridazine, Sertindole*, Ziprasidone,
Risperidone, Zimeldine, Chlorpromazine
• Antidepressants: Citalopram, Amitriptyline, Desipramine, Imipramine, Maprotiline,
Doxepin, Fluoxetin
• Antibiotics: Quinolone (Sparfloxacin, Levofloxacin, moxifloxacin, grepafloxacin) and
Macrolide (Erythromycin, Clarithromycin)
• Antimalarials (Quinine, halofantrine)
• Antiprotozoal (Pentamidine)
• Antifungal (Azole group)
• Antimotility agents (Cisapride)
• Methadone


Do mesmo texto. Indivíduos que tinha psicose ou "mania" não foram permitidos participar no teste, que são os que usariam os medicamentos acima.

Ou seja, pessoas que usam esse medicamento já foram excluídas pelo motivo que as levam a tomar eles, e da possibilidade de consequências psicológicas piores utilizando cubensis.

É a mesma coisa que o Ecuador falou.
A pessoa não deveria tomar cogumelo por outros motivos, seja por alguma condição, pela retirada do medicamento pra poder consumir o cogumelo.
Mas o risco de interação é muito menor do que com medicamentos mesmo.

É mais fácil a pessoa cometer suicídio na trip ou agravar as condições já existentes do que ter alguma interação que cause obito.

Mesmo síndrome seratoninergica é muito, muito incomum com cogumelos.
É bom que cada consumidor saiba que ela existe e evitar o que possa causar.
Mas a chance de acontecer é mínima.

Como falei, o importante aqui é apenas científico, para não criar um mito que se comer cogumelos e tomar um determinado remédio você irá morrer na hora.

Mas não é recomendado para ninguém.
Pelo contrário, eu contraindico cogumelo pra qualquer pessoa, até para quem nunca precisou ir ao psiquiatra ou tomar qualquer remédio.

Na verdade, o estudo que trouxe o link acabou confirmando o que eu tinha falado... Do que o risco da interação
 
Última edição:
A questão é que o risco parece mínimo. Se fosse um risco sequer baixo a literatura estaria cheia de casos apontando casos da perigosa interação entre antidepressivos e a psilocibina (psilocina). Entretanto o que vemos sempre é a menção de uma possível interação que poderia levar a uma uma crise serotoninérgica.

O mesmo vale para a também falada interação ayahuasca x antidepressivos. Tem centenas de grupos de ayahuasca pelo Brasil. As pessoas circulam e se comunicam, e nunca ouvi falar de um único caso de quem estava tomando antidepressivos ter sido sequer internado devido a sintomas parecidos com síndrome serotoninérgica. Se há casos são leves e parecem se resolver espontaneamente.

E olha que as pessoas que fazem uso de antidepressivos tomam ayahuasca. Eu já participei de um grupo onde vi dezenas de pessoas em tratamento com os mais diversos antidepressivos tomarem ayahuasca. Alguns se tornaram participantes regulares do grupo.

Já casos de surto, inclusive com internação, de pessoas que nunca tomaram antidepressivos, tomei conhecimento de vários.

O que é realmente perigoso nos casos de pessoas que tomam antidepressivos é o estado mental geral. Em geral são pessoas que estão em momentos mentais instáveis. Humor deprimido, ou humor variável, sem falar em outros sintomas. O risco de bad trips aumenta bastante. Com cogumelos, ayahuasca ou seja lá qual outro psicodélico for.

Por isso acho arriscado o conselho de descontinuar o antidepressivo antes de usar psicodélicos. Pelos relatos de quem passa pela redução ou corte abrupto de antidepressivos há sintomas mentais desagradáveis. Junte-se a isso a pressão em si da experiência e está preparado o cenário perfeito para uma bad.

Em resumo, as pessoas se preocupam com um cenário bem improvável, síndrome serotoninérgica, e se esquecem de outro bem mais corriqueiro, o risco de um surto ou de pós efeitos adversos por vários dias seguidos à experiência. O que leva inclusive muitos a procurarem um psiquiatra. É só ver os relatos que vez por outra aparecem pelo fórum.
Bastante sensato esse post.
Lembrando que a ayahuasca é agonista da serotonina (como a psilocibina).
 
O pessoal do Psicodelia Sem Dogmas fez uma experimentação há alguns anos atrás com microdosagens e o resultado foi satisfatório a curto prazo, segundo os índices, porém para casos de ansiedade e depressão circunstancial.
 

Anexos

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