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Psilocibina nas bancas

Mahasamādhi

Gnossos Papadopoulis
Membro Ativo
09/09/2010
310
55
Olá pessoal,

Abri esse tópico apenas para informar que na edição desse mês da revista 'Viver mente&cérebro' foi publicada uma reportagem sobre a psilocibina. Quem se interessa por cogumelos, psicologia, neurociência e afins, vai gostar da revista.

Ainda não li a reportagem, mas já estou curioso pra ver a maneira com que a psilocibina é apresentada ao público nesta edição. Segue abaixo o sumário da revista. Assim que eu encontrar edição online eu comunico aqui. Abraço.

SUMÁRIO (novembro 2013)


CAPA
APRENDIZAGEM: O QUE (DE FATO) FUNCIONA
por John Dunlosky, Katherine A. Rawson, Elizabeth J. Marsh, Mitchell J. Nathan e Daniel T. Willingham
Algumas técnicas ajudam a assimilar conhecimentos mais rápido, enquanto outras só nos fazem perder tempo. Cientistas mostram o que pode favorecer o estudo

A CIÊNCIA DA LETRA
por Brandom Keim
Em busca de comodidade, cada vez mais deixamos de lado papel, caneta e lápis e optamos por equipamentos que nos permitem digitar; com isso, porém, alteramos a maneira como nosso cérebro trabalha

POR AMOR À MATEMÁTICA
por John Mighton
Professores podem transformar alunos pouco afeitos aos números em grandes interessados. O segredo é evitar preconceitos e crenças que atrapalham mais que as dificuldades reais


SOB O EFEITO DE ALUCINÓGENOS
por Christof Koch
Ao contrário do que se supunha, a psilocibina, um potente psicodélico, reduz a atividade neurológica em vez de acelerá-la


A FORÇA DO PENSAMENTO VERSUS A SEDUÇÃO DO CHOCOLATE
por Eckart von Hirschhausen
Manter a decisão de evitar alimentos calóricos não costuma ser fácil, e contar apenas com determinação para fugir da sedução da primeira mordida nem sempre é eficaz. Felizmente, outras possibilidades vêm sendo estudadas

PARA ENTENDER MELHOR A DEPRESSÃO
por Fernanda Teixeira Ribeiro
Mente e Cérebro promoveu seminário que reuniu médicos, psicanalistas e pesquisadores para discutir novos tratamentos e diferentes pontos de vista sobre o quadro

EM BUSCA DE JEITOS DE CHEGAR AO CÉREBRO
por Jeneen Interlandi
Uma nova compreensão da barreira hematoencefálica como órgão vivo e mutável pode revolucionar o tratamento de doenças como o câncer cerebral, esclerose múltipla, Parkinson e Alzheimer

SEÇÕES

CARTA DA EDITORA

PALAVRA DO LEITOR

ASSOCIAÇÃO LIVRE
Notas sobre atualidades, psicologia e psicanálise

NA REDE
O que há para ler e ver na internet

CINEMA
Resgate do passado
por Simona Argentieri

NEUROCIRCUITO
Novidades nas áreas de psicologia e neurociência

PSICANÁLISE ALÉM DE FREUD
Joyce McDougall e os teatros da psicanálise
por Fernando A. Taddei Cembranelli

LIVRO
Outras vidas, outros eus
por Gláucia Leal

LANÇAMENTOS

COLUNAS

PSICANÁLISE
Raul Seixas e a revolução espiritual
por Christian Ingo Lenz Dunker

CUIDE-SE!
Criatividade é usar o cérebro de um jeito diferente
por Suzana Herculano-Houzel

LIMIAR
Biorretroalimentação Social Club
por Sidarta Ribeiro

:greyalien:
 
Fico feliz em ver que no último ano para cá, a psilocibina e os cogumelos vêm ganhando destaque nos meios midiáticos...

A revolução começou... ;)
 
Fico feliz em ver que no último ano para cá, a psilocibina e os cogumelos vêm ganhando destaque nos meios midiáticos...

A revolução começou... ;)

Lembrando também que no dia 4 e 5 desse mês em SP vai rolar um simpósio de plantas medicinais em psiquiatria. Um dos palestrantes vai falar sobre Transtornos de humor e psilocibina. Pena que pra mim fica complicado de ir, mas acredito que vai ser interessante. :)
 
Fico feliz em ver que no último ano para cá, a psilocibina e os cogumelos vêm ganhando destaque nos meios midiáticos...

A revolução começou... ;)

E se isso não for tão bom?
Sendo conspiracionista, a melhor forma de fortalecer uma proibição é tornar algo, antes, atraente às massas...
 
E se isso não for tão bom?
Sendo conspiracionista, a melhor forma de fortalecer uma proibição é tornar algo, antes, atraente às massas...

Algumas pessoas na época do Thimothy Leary o alertaram sobre aspectos semelhantes a sua opinião @mantonelli .
Infelizmente a história é escrita pelos vencedores. Quando o psicólogo Leary apresentou um projeto pra reduzir a reincidência no sistema prisional via psilocibina, um colega de profissão o alertou da seguinte maneira: 'Leary, cuidado, eles não querem que os crimes acabem, muito pelo contrário, o governos está recebendo mais força financeira para construir mais prisões, e o seu projeto vai acabar com eles.'

Nos meus devaneios e fantasias utópicas, vejo um futuro perigoso. Onde os Doutores e Doutoras terão a supremacia na administração da psilocibina. A biomedicina reivindicará o seu status. E pessoas serão presas. Mas não precisamos ir muito longe, vide o que aconteceu com a querida Pastora, proibida pela Anvisa.
 
Consegui o texto, @Thiaguera.
Mente & Cérebro

Sob o efeito de alucinógenos
Pesquisadores acreditam que as semelhanças entre os sintomas relatados por usuários de LSD e por pessoas com psicose aguda apontam para algo em comum: a serotonina

novembro de 2013
Christof Koch
Zerbor/Shutterstock

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Em 1954, no texto As portas da percepção, o escritor Aldous Huxley descreveu suas experiências com a mescalina, uma substância psicoativa derivada do cacto peiote e tradicionalmente usada pelos índios americanos para fins religiosos. As experiências de Huxley incluíram mudanças profundas no campo visual, cores que induziam à percepção de sons, distorção do entendimento a respeito do tempo e espaço, sensações de despersonalização e também sentimentos de união com todo o universo, bem como de paz e felicidade – estados mais frequentemente associados às vivências. “Um grupo dered hot pokers (planta africana), em pleno florescimento, tinha explodido em meu campo de visão. As flores esticadas para cima, em direção ao céu azul, pareciam desabrochar tão apaixonadamente à beira da enunciação... Eu olhei para as folhas e descobri uma delicada complexidade cavernosa com sombras e luzes verdes, pulsando com mistério indecifrável”, escreve. Essas percepções não estão fundamentadas em maior atividade cerebral, como poderíamos imaginar num primeiro momento: mas acontecem justamente quando há redução dessa atividade, segundo experimento recente.

Mescalina, psilocibina (composto psicoativo natural produzido por cogumelos “mágicos”) e ácido lisérgico dietilamida (LSD ou, simplesmente, ácido), uma droga sintética com poderosos efeitos psicodélicos, tornaram-se muito populares na década de 60 com o movimento contracultura. Vários pesquisadores acreditam que as semelhanças entre os sintomas relatados por usuários de LSD e pessoas com psicose aguda apontam para algo em comum: a serotonina, um composto químico de sinalização ou neurotransmissor liberado por certos grupos de neurônios no tronco cerebral. A substância ajudaria a mediar os dois tipos de experiência. De fato, agora, os cientistas acreditam que os efeitos subjetivos e comportamentais característicos de drogas com efeitos psicodélicos são disparados pela estimulação dos receptores de serotonina 2A (conhecida como 5-HT2A) em neurônios corticais.

Todos esses alucinógenos tornaram-se drogas controladas no final dos anos 60 e início dos 70 devido a diversas questões médicas, políticas e culturais. O uso passou a ser clandestino. Pesquisas sobre seus efeitos psicológicos, fisiológicos e neuronais foram praticamente cessadas. No entanto, com a compreensão dos possíveis benefícios terapêuticos das drogas psicodélicas, como redução da ansiedade e da dor crônica, alguns tabus sociais contra a pesquisa científica neurobiológica têm sido superados. Vários estudos europeus bem controlados têm cuidadosamente explorado a ação de alucinógenos no cérebro de voluntários.

Experimentos com exames de neuroimagem com tomografia por emissão de pósitrons (PET), feitos desde o fim do século passado, demonstraram ativação no lobo frontal de voluntários que tomaram alucinógenos, em particular no córtex pré-frontal, córtex cingulado anterior e córtex da ínsula.

Os resultados se mostraram alinhados com a expectativa de que a intensificação das experiências comuns e a expansão de aspectos da consciência seriam amplamente associadas com psicodélicos e se refletiriam em maior atividade cerebral do que o normal. Agora, um estudo feito pelo psicofarmacologista David Nutt, do Imperial College de Londres, e seus colegas derruba completamente esse ponto de vista.

MENSAGENS FRAGMENTADAS

Os cientistas britânicos trabalharam com um grupo de 30 voluntários: injetaram nas veias de alguns uma inofensiva mistura de água salgada (placebo) e, em outros, 2 miligramas de psilocibina enquanto os participantes permaneciam deitados dentro de um escâner magnético. Como esperado, por um breve período as pessoas experimentaram os efeitos da droga. Durante essa curta “viagem”, o cérebro delas foi escaneado com duas diferentes técnicas de ressonância magnética funcional. Ambos os grupos apresentaram resultados consistentes e muito surpreendentes.

O mais curioso é que a atividade cerebral das pessoas foi amplamente reduzida. Ou seja: as drogas que alteram a consciência diminuíram a atividade hemodinâmica, incluindo o fluxo de sangue, em regiões específicas, como o tálamo, o córtex pré-frontal medial, o córtex cingulado anterior e posterior. A atividade cerebral diminuiu em até 20% nessas regiões em comparação ao momento anterior da aplicação da injeção. Ainda mais impressionante, quanto mais profunda foi a redução da atividade no córtex cingulado anterior e córtex pré-frontal medial, mais fortemente o voluntário sentiu os efeitos do alucinógeno. A atividade cerebral não mostrou aumento em nenhuma região. Além disso, a comunicação entre o córtex pré-frontal e regiões corticais na parte posterior do cérebro também foi interrompida. A redução da atividade hemodinâmica em áreas específicas do cérebro é inédita. Obviamente que a atividade cerebral não foi completamente desligada – o que levaria a danos permanentes e morte cerebral em poucos minutos.

A atividade hemodinâmica está intimamente ligada à atividade neuronal, conforme registrado pelo escâner de ressonância magnética. No estudo conduzido por Nutt, o padrão de leitura de dados da RMf demonstrou que expandir a mente com uso de cogumelos mágicos rebaixa muitos circuitos cerebrais em vez de ativá-los. O córtex cingulado anterior e regiões do córtex pré-frontal inibem o sistema límbico e outras estruturas.

Assim, a regulação negativa ou a redução da resposta poderia permitir que o sistema límbico (responsável pelo processamento de emoção) e talvez o córtex sensorial desempenhassem um papel relativamente mais dominante. A atividade hemodinâmica ou neuronal aprimorada, por si só, não dá lugar à percepção e ao pensamento. Afinal, crises epiléticas são descargas hipersincronizadas que afetam o córtex em uma atividade rítmica maciça e deixam o paciente inconsciente. O padrão de picos em populações heterogêneas de neurônios transmite informações específicas: as mensagens representadas na consciência.

Até agora, porém, tudo isso é pura especulação. Os detalhados mecanismos biofísicos e os efeitos da psilocibina em diferentes neurônios ainda precisam ser melhor investigados. Qualquer descoberta tem necessidade de ser replicada por outros grupos antes de se tornar parte do conhecimento. Além disso, a discrepância em relação às experiências anteriores de PET deve ser explicada. As duas principais diferenças são o modo de tomar o medicamento (por via intravenosa e oralmente) e o tempo de medição (imediatamente e uma hora mais tarde).

O intrigante é que as regiões que apresentam maior redução da atividade cerebral são as mais fortemente interligadas. Essas regiões funcionam como círculos de tráfego ou pontos centrais que ligam regiões díspares. Assim, o cérebro sob o efeito da psilocibina se torna mais desconectado, mais fragmentado, o que pode explicar alguns dos aspectos dissociativos de “viagens” com o uso de ácido. No entanto, a explicação dos efeitos da expansão da mente (motivo principal da valorização desse tipo de droga) é totalmente obscura. O estudo sublinha mais uma vez como nosso conhecimento sobre a engrenagem cerebral permanece escasso e impreciso.

http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/sob_o_efeito_de_alucinogenos.html
 
Engraçado.. Aqui falou sobre lsd's... Mas quando fiz uma simples pergunta foi pra lixeira. :/
 
Engraçado.. Aqui falou sobre lsd's... Mas quando fiz uma simples pergunta foi pra lixeira. :/

Acho que é porque você ainda não leu com cuidado as regras do fórum:

§ 4° Para discutir sobre outras substâncias existem diversos fóruns pela internet que tratam do assunto - aqui não é o lugar. Apenas é válida a citação de outras substâncias em caso de pesquisa ou dados científicos que tenham ligação com o tema cogumelos.

https://teonanacatl.org/wiki/regras-do-forum/



Entendeu "Apenas é válida a citação de outras substâncias em caso de pesquisa ou dados científicos que tenham ligação com o tema cogumelos."?

Mas se o objetivo for discutir outros psicoativos em si, sem relação com o tema cogumelos, e garanto que a moderação é bem rígida em assegurar que essa relação realmente exista, há outros fóruns pela internet, ou a Lixeira.
 
Entendi. Pra não vira bagunça. AbX
 
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