- 10/06/2020
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Tive meu primeiro contato com o Cogu faz 5 anos.
Naquele momento tomei 1.5g e assisti Life of Pi (A vida de Pi em português?) e estava sozinha.
Era uma noite quente de Fevereiro e minha cama se tornou o barco, e eu perdi as fronteiras do meu corpo rsrs. Direcionei bem a trip dentro do filme, então quando o filme acabou fiquei sem saber o que fazer, completamente emotiva pelo filme (que nunca tinha visto). Com a sensação de que nada fazia sentido.
Desci as escadas e fui pra garagem tomar um ar, porque o quarto estava um forno. Estava pelada e abri o portão pra ver a lua, eram 3h da manhã, e perdi completamente a noção de que estava no meio de SP. Graças que a rua era sem saída então não tinha ninguém nas casas da frente e ninguém passando naquele horário.
Depois tomei com meu ex-companheiro, e tive uma bad trip.
E a última eu tomei no meio de um mochilão que eu fiz, e foi muito, muito intensa.
Estava num pasto trabalhando como voluntária no meio do Uruguai. No inverno, sem energia elétrica, muita chuva e frio e pouco sol. Achamos os cubensis no próprio pasto e decidimos tomar.meu ex companheiro também estava lá e também tomou, mas dessa vez tivemos experiências bem distintas.
Comecei a sentir um frio desumano. Estava com toda roupa de inverno possível, com a fogueira a milhão e tudo fechado, mas o frio me consumia. Eu comecei a sentir raiva (fazia parte do meu processo naquele momento) e muito sofrimento. Saí na varanda e o sol aparecia e sumia entre as núvens, e quando ele aparecia eu tirava as roupas de frio querendo ser aquecida por ele, até que o dono da casa apareceu e disse "Está frio! Põe a roupa, mulher! Se não gosta de frio o que veio fazer aqui? Porque se colocou numa situação que não quer estar? Aceite a realidade ou vá embora, oras!". E aquilo foi um BOOOOOM pra mim.
Comecei a olhar ao redor: Vacas pastando, cavalos cavalgando livremente, banhados formados no pasto pela chuva, sapos, grilos, restos esqueléticos de algum animal que morreu faz tempo, e eu ali. A natureza não estava para mim, e nem eu para a natureza. Nada mudaria só pelo meu desejo de que mudasse, e a tal "natureza impiedosa" é simplesmente a realidade. Ela é o que é. Só o ser humano que não aceita. "A vaca vaqueia, o sapo sapeia, e o ser humano...?"
Enfim, tomei a decisão de ir embora dali na semana seguinte, mas segui num processo profundo de cura e restauração de uma infância violenta e de relacionamentos super abusivos.
Duas semanas depois de voltar pra SP descobri que estava com câncer e grávida, passei pelas quimioterapias, pari, e hoje minha filha tem 3 anos e estou em remissão também faz 3 anos.
Voltei a consagrar Ayahuasca e até hoje consagro, mas sempre tenho sensação de frio e me prendo ao corpo. Toda vez antes de tomar eu peço pela entrega, por uma viagem carinhosa e verdadeira, mas até hoje eu entro em processos mentais fortes e não consigo sair, só a música me tira da Peia. Sinto que ainda existem vínculos muito fortes com o ambiente inseguro que cresci, e a falta de confiança em me entregar, e ainda que eu peça para a medicina antes de tomar, acabo não conseguindo "soltar as rédeas".
A última vez que consagrei foi em casa e foi muito, muito difícil. Sem um pajé e sem um amparador físico, fiquei numa bad profunda e me apeguei à minha filha (coisa que não devia ter feito) pra passar pela noite.
Agora, 5 anos depois, estou com 3g de Cubensis (dose que nunca tomei) e desejo mergulhar sozinha em casa nessa experiência.
Como preparar o Set & Setting?
Mentalmente estou bem na medida do possível, com as mesmas dificuldades em mergulhar em mim mesma e em confiar. A música é minha medicina, mas será que conseguirei tocar com 3g? Com 1.5 já foi impossível! rs. Não quero um filme ou algo que me leve para o imaginativo, ou que me prenda num entretenimento (por mais espiritual ou informativo que seja). Quero observar meus pensamentos com segurança e ainda que haja barulhos dos vizinhos (que brigam muito às vezes, inclusive batem na criança) eu não me permitir envolver pela energia.
Aceito dicas de como fluir, de como mergulhar.
Uma foto pra inspirar, do lugar que fiquei no Uruguai.
Naquele momento tomei 1.5g e assisti Life of Pi (A vida de Pi em português?) e estava sozinha.
Era uma noite quente de Fevereiro e minha cama se tornou o barco, e eu perdi as fronteiras do meu corpo rsrs. Direcionei bem a trip dentro do filme, então quando o filme acabou fiquei sem saber o que fazer, completamente emotiva pelo filme (que nunca tinha visto). Com a sensação de que nada fazia sentido.
Desci as escadas e fui pra garagem tomar um ar, porque o quarto estava um forno. Estava pelada e abri o portão pra ver a lua, eram 3h da manhã, e perdi completamente a noção de que estava no meio de SP. Graças que a rua era sem saída então não tinha ninguém nas casas da frente e ninguém passando naquele horário.
Depois tomei com meu ex-companheiro, e tive uma bad trip.
E a última eu tomei no meio de um mochilão que eu fiz, e foi muito, muito intensa.
Estava num pasto trabalhando como voluntária no meio do Uruguai. No inverno, sem energia elétrica, muita chuva e frio e pouco sol. Achamos os cubensis no próprio pasto e decidimos tomar.meu ex companheiro também estava lá e também tomou, mas dessa vez tivemos experiências bem distintas.
Comecei a sentir um frio desumano. Estava com toda roupa de inverno possível, com a fogueira a milhão e tudo fechado, mas o frio me consumia. Eu comecei a sentir raiva (fazia parte do meu processo naquele momento) e muito sofrimento. Saí na varanda e o sol aparecia e sumia entre as núvens, e quando ele aparecia eu tirava as roupas de frio querendo ser aquecida por ele, até que o dono da casa apareceu e disse "Está frio! Põe a roupa, mulher! Se não gosta de frio o que veio fazer aqui? Porque se colocou numa situação que não quer estar? Aceite a realidade ou vá embora, oras!". E aquilo foi um BOOOOOM pra mim.
Comecei a olhar ao redor: Vacas pastando, cavalos cavalgando livremente, banhados formados no pasto pela chuva, sapos, grilos, restos esqueléticos de algum animal que morreu faz tempo, e eu ali. A natureza não estava para mim, e nem eu para a natureza. Nada mudaria só pelo meu desejo de que mudasse, e a tal "natureza impiedosa" é simplesmente a realidade. Ela é o que é. Só o ser humano que não aceita. "A vaca vaqueia, o sapo sapeia, e o ser humano...?"
Enfim, tomei a decisão de ir embora dali na semana seguinte, mas segui num processo profundo de cura e restauração de uma infância violenta e de relacionamentos super abusivos.
Duas semanas depois de voltar pra SP descobri que estava com câncer e grávida, passei pelas quimioterapias, pari, e hoje minha filha tem 3 anos e estou em remissão também faz 3 anos.
Voltei a consagrar Ayahuasca e até hoje consagro, mas sempre tenho sensação de frio e me prendo ao corpo. Toda vez antes de tomar eu peço pela entrega, por uma viagem carinhosa e verdadeira, mas até hoje eu entro em processos mentais fortes e não consigo sair, só a música me tira da Peia. Sinto que ainda existem vínculos muito fortes com o ambiente inseguro que cresci, e a falta de confiança em me entregar, e ainda que eu peça para a medicina antes de tomar, acabo não conseguindo "soltar as rédeas".
A última vez que consagrei foi em casa e foi muito, muito difícil. Sem um pajé e sem um amparador físico, fiquei numa bad profunda e me apeguei à minha filha (coisa que não devia ter feito) pra passar pela noite.
Agora, 5 anos depois, estou com 3g de Cubensis (dose que nunca tomei) e desejo mergulhar sozinha em casa nessa experiência.
Como preparar o Set & Setting?
Mentalmente estou bem na medida do possível, com as mesmas dificuldades em mergulhar em mim mesma e em confiar. A música é minha medicina, mas será que conseguirei tocar com 3g? Com 1.5 já foi impossível! rs. Não quero um filme ou algo que me leve para o imaginativo, ou que me prenda num entretenimento (por mais espiritual ou informativo que seja). Quero observar meus pensamentos com segurança e ainda que haja barulhos dos vizinhos (que brigam muito às vezes, inclusive batem na criança) eu não me permitir envolver pela energia.
Aceito dicas de como fluir, de como mergulhar.
Uma foto pra inspirar, do lugar que fiquei no Uruguai.
