- 11/12/2006
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Não achei oportunidade melhor de me apresentar ao fórum se não compartilhando uma das experiências mais significativas de minha vida.
Sou cadastrado no fórum a mais de 4 meses, 4 meses em que suguei o máximo de informações (diárias) sobre cogumelos mágicos. Até então não tinha nada para comentar, ajudar ou acrescentar no fórum (já que este está repleto de mentes brilhantes), somente agora, que provei desse suave sinistro, me sinto apto a comentar.
Hoje tenho 20 anos, dos 17 aos 18 anos utilizei muito ácido lisérgico (paper), porém com o único propósito de me divertir, ver coisas, ouvir coisas, cair na risadeira e ficar frito em festas. Com 19 anos comecei a me fascinar pelo real propósito (aquele que acredito) do éleéssedê, o propósito de através de uma consciência tão pouco difundida e estudada absorver informações que possam me formar mentalmente, religiosamente e espiritualmente.
Passei a utilizar então o ácido puro (em gota), mas nunca me aventurei tão longe quanto me aventurei com os cogumelos - os quais usei somente uma vez, experiência a qual irei relatar agora -.
____________________ - _____________________
Decidido e ansioso saí pela manhã (8:00) em busca dos mágicos de bicicleta e mochila contendo um kit para caça de cogumelos. Fui a um pasto conhecido por um amigo o qual me indicou o lugar. É impressionante o quão bem você se sente ao encontrá-los, o corpo sente uma adrenalina que bomba até os dedos das mãos e em seguida dos pés, e a mente um alívio seguido de um tom de felicidade que chega a fazê-lo soltar um sorriso.
Enfim, encontrei cerca de 30 cogumelos de variados tamanhos, porém colhi somente 19 tendo em mente o que eu desejava (preparar um chá com 15 frescos e tomar sozinho, e guardar 4 para secar - 4 estes que eu daria a um grande amigo).
Chegando em casa (11:00) me prontifiquei a deixar tudo organizado e limpo, para não vir a me preocupar com isto durante a trip (coisa que acontece comigo sob efeito da cannabis, gosto de me certificar que está tudo limpo e em ordem, só aí eu relaxo).
Separei os 15 cogumelos em uma panela, onde os amassei bem. Fervi com água durante um bom tempo (não passando de 15 min), separei somente a parte líquida (líquido muito turvo, praticamente negro) o que me rendeu 2 copos e meio, os quais tomei meio mornos ainda no guti-guti. Por um momento (logo após ingerir o último meio-copo) achei que fosse vomitar, mas não me ocorreu.
Procurei não ficar ansioso, pensando o que sempre penso quando uso ácido (o qual certamente não gastarei mais dinheiro para obtê-lo, e conseqüentemente não o usarei mais):
- Que bom seria se não batesse a pira, aliás, tomara que nem bata!
Isso sempre funciona comigo, e ela sempre acaba vindo muito forte.
Passados 15-20 minutos depois da ingestão comecei a sentir uns leves espasmos musculares seguidos de uma pequena tontura, o que me assustou, já que eu sabia que era o começo mas achava estranho ser tão rápido. Nesse momento deitei sobre minha cama iluminada pela claridade que a luz do sol estava emitindo (local onde permaneci praticamente toda a trip, somente no final senti necessidade de urinar). Passados mais 30 minutos eu já me encontrava em uma onda muito familiar a mim, porém ela chegou rápida e intensamente, fora do comum, eu olhava para os objetos e todos eles ondulavam em uma sincronia perfeita, me assustei por um segundo, eu sabia que aquilo não era nem sequer uma leve demonstração do que estava por vir.
De olhos abertos tudo ondulava, os objetos se conectavam, tudo parecia fluído de gasolina, meus pensamentos estavam a mil, olhava minhas fotos de infância e por alguns instantes eu revivia aqueles momentos, como se as fotos se transformassem em filme. Tenho um grande pôster de uma floresta muito louca e estranhamente bonita no meu quarto, ao olhar pra ela (parecia viva) eu pensava e entendia que onde vivemos está tudo mapeado, cada arvore está no exato lugar que deveria estar, mesmo as construções que o homem criou estão nos devidos lugares que deveriam estar, como se a vida fosse um espiral sendo traçado, porém nós nos encontramos no meio desse espiral, não onde ele começou, nem onde ele está sendo traçado neste exato momento, mas sim o meio dele, que já foi escrito, então o futuro não é o futuro e o passado não é o passado, o presente em que vivemos é algo já traçado.
Estes pensamentos estavam utilizando muito de minha mente, me deixando exausto de forma que eu não gostava. Fechei os olhos, e como se eu possuísse um botão em minha mente, o desliguei. Visões fortíssimas e cheias de vida se apresentavam a mim, porém não é somente isso que eu queria, então abri os olhos, me levantei e fechei as cortinas (como um bêbado que acha que não vai conseguir mas acaba conseguindo), fechei a porta, estava tudo totalmente escuro, nenhum medo correu pelo meu corpo nesse momento por mais que eu achasse que teria muito medo de ficar no escuro, o que eu queria naquele momento era me desligar de tudo que fizesse meu ego trabalhar. Mas as visões que eu estava tendo me faziam voltar aos pensamentos que me puxavam como um redemoinho de volta ao inicio das tentativas de se desprender de tudo que é comum.
Como se eu tomasse ar e me jogasse na correnteza (pareceu fácil, porque não tentei antes). Agora eu estava caminhando em um túnel cilíndrico perfeito (minha alma, consciência, espírito, como preferir), e suas paredes davam pra algum tipo de oceano muito profundo, não me arrisquei a tocar nas paredes que pareciam água estabilizada numa espécie de vácuo. Estava insuportável andar, eu sentia uma dor terrível nas pernas (pernas de minha consciência) algo me disse que não havia necessidade de usá-las, e me desprendi delas, agora eu me movimentava flutuando.
Foi aí que eu saí do túnel (parte que durou digamos 1/2 da trip), quando saí desta espécie de conector me deparei com o universo, ao invés de me sentir em êxtase e espanto por presenciar uma situação dessa (pensei que isso acabaria me trazendo de volta aos pensamentos que me puxam a realidade, o que já ocorreu em outras trips com ácido), eu me sentia uma chama, e nada absolutamente nada podia ser feito, eu só podia observar. Lá não havia nada que eu pudesse compreender racionalmente, posso tentar descrever algo que os faça imaginar: Bolas de energia principalmente azuis e amarelas, formas de consciência semelhantes a uma lâmpada (sendo que algumas delas se aproximavam, eu podia sentir aquela luz me perfurando, e de alguma maneira eu sabia que representavam um oceano enquanto eu era uma simples gota, talvez nem isso), algumas destas formas de consciência se abriam para mim e mostravam sua face, momentos no qual eu me sentia derretendo. Vozes em códigos, sons bizarros (ao ver racional).
Algumas vezes eu voltava deste lugar e me encontrava de olhos abertos, eu simplesmente os fechava e lá eu estava denovo, como se não fosse mais necessário um portal, como se eu fosse um convidado. (Ainda hoje estou tentando digerir tudo o que passei lá, por incrível que pareça, é o mesmo lugar que já tinha alcançado 2 vezes com ácido, porém desta vez durou muito mais tempo, e desta vez eu voava muito mais rápido, assimilava muito mais rápido, via muito mais, assim que eu conseguir escrever alguma coisa com sentido postarei)
A trip foi passando, eu já não podia alcançar aquele nível, porém as alucinações persistiam e os pensamentos também, pensamentos que caracterizavam uma bad muito comum, o que é real e o que não é ? Meu ego estava novamente atuando, mas não fiquei impaciente, tentei tirar algumas conclusões, esquecendo do problema da bad, já que posso dizer que estou um pouco acostumado com ela.
Talvez a vida a qual levamos seja um projeto no qual nossa forma de consciência seja sugada e aprisionada sendo obrigada a depender do cérebro e do corpo limitado por regras, e o objetivo desse projeto é fazer com que apreciemos toda a matéria que nos é fornecida de forma que todas as regras e limites propostos nos façam criar uma nova consciência, racional agora. Talvez o que vivemos hoje se contrarie de tudo o que é possível fora daqui, por isso o individualismo, nascemos sozinhos, só nós mesmos somos responsáveis pelos nossos atos, fora daqui todos devemos formar um todo, todo este que é único, inseparável, igual, inexplicável com palavras, aqui somos forçados a nos desenvolver sozinhos, presos por uma cápsula a qual nem nós mesmos podemos comandar para o nosso próprio bem, meu cérebro não deixa eu fazer meu coração parar de bater, o que mais ele não deixa ?
As diferenças que senti entre ácido e cogu são:
As fases iniciais de ácido te remetem a imaginar que tem alguém te observando, os objetos perdem sua sinueta, o que parecem universos paralelos neste mesmo universo em que estamos. Já o cogu não, tudo fica com um tom floresta úmida, como uma luz marrom iluminando tudo, um mistério inexplicável, o que é fascinante.
Já as experiências de desprendimento do ego, me pareceram iguais, mesmo eu tendo presenciado tal momento apenas 3 vezes.
Vou descançar um bom período agora (sem substâncias psicodélicas), vou deixar o tempo me contar quando será necessário outra trip.
É isso aí, comentem!
Paz.
Sou cadastrado no fórum a mais de 4 meses, 4 meses em que suguei o máximo de informações (diárias) sobre cogumelos mágicos. Até então não tinha nada para comentar, ajudar ou acrescentar no fórum (já que este está repleto de mentes brilhantes), somente agora, que provei desse suave sinistro, me sinto apto a comentar.
Hoje tenho 20 anos, dos 17 aos 18 anos utilizei muito ácido lisérgico (paper), porém com o único propósito de me divertir, ver coisas, ouvir coisas, cair na risadeira e ficar frito em festas. Com 19 anos comecei a me fascinar pelo real propósito (aquele que acredito) do éleéssedê, o propósito de através de uma consciência tão pouco difundida e estudada absorver informações que possam me formar mentalmente, religiosamente e espiritualmente.
Passei a utilizar então o ácido puro (em gota), mas nunca me aventurei tão longe quanto me aventurei com os cogumelos - os quais usei somente uma vez, experiência a qual irei relatar agora -.
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Decidido e ansioso saí pela manhã (8:00) em busca dos mágicos de bicicleta e mochila contendo um kit para caça de cogumelos. Fui a um pasto conhecido por um amigo o qual me indicou o lugar. É impressionante o quão bem você se sente ao encontrá-los, o corpo sente uma adrenalina que bomba até os dedos das mãos e em seguida dos pés, e a mente um alívio seguido de um tom de felicidade que chega a fazê-lo soltar um sorriso.
Enfim, encontrei cerca de 30 cogumelos de variados tamanhos, porém colhi somente 19 tendo em mente o que eu desejava (preparar um chá com 15 frescos e tomar sozinho, e guardar 4 para secar - 4 estes que eu daria a um grande amigo).
Chegando em casa (11:00) me prontifiquei a deixar tudo organizado e limpo, para não vir a me preocupar com isto durante a trip (coisa que acontece comigo sob efeito da cannabis, gosto de me certificar que está tudo limpo e em ordem, só aí eu relaxo).
Separei os 15 cogumelos em uma panela, onde os amassei bem. Fervi com água durante um bom tempo (não passando de 15 min), separei somente a parte líquida (líquido muito turvo, praticamente negro) o que me rendeu 2 copos e meio, os quais tomei meio mornos ainda no guti-guti. Por um momento (logo após ingerir o último meio-copo) achei que fosse vomitar, mas não me ocorreu.
Procurei não ficar ansioso, pensando o que sempre penso quando uso ácido (o qual certamente não gastarei mais dinheiro para obtê-lo, e conseqüentemente não o usarei mais):
- Que bom seria se não batesse a pira, aliás, tomara que nem bata!
Isso sempre funciona comigo, e ela sempre acaba vindo muito forte.
Passados 15-20 minutos depois da ingestão comecei a sentir uns leves espasmos musculares seguidos de uma pequena tontura, o que me assustou, já que eu sabia que era o começo mas achava estranho ser tão rápido. Nesse momento deitei sobre minha cama iluminada pela claridade que a luz do sol estava emitindo (local onde permaneci praticamente toda a trip, somente no final senti necessidade de urinar). Passados mais 30 minutos eu já me encontrava em uma onda muito familiar a mim, porém ela chegou rápida e intensamente, fora do comum, eu olhava para os objetos e todos eles ondulavam em uma sincronia perfeita, me assustei por um segundo, eu sabia que aquilo não era nem sequer uma leve demonstração do que estava por vir.
De olhos abertos tudo ondulava, os objetos se conectavam, tudo parecia fluído de gasolina, meus pensamentos estavam a mil, olhava minhas fotos de infância e por alguns instantes eu revivia aqueles momentos, como se as fotos se transformassem em filme. Tenho um grande pôster de uma floresta muito louca e estranhamente bonita no meu quarto, ao olhar pra ela (parecia viva) eu pensava e entendia que onde vivemos está tudo mapeado, cada arvore está no exato lugar que deveria estar, mesmo as construções que o homem criou estão nos devidos lugares que deveriam estar, como se a vida fosse um espiral sendo traçado, porém nós nos encontramos no meio desse espiral, não onde ele começou, nem onde ele está sendo traçado neste exato momento, mas sim o meio dele, que já foi escrito, então o futuro não é o futuro e o passado não é o passado, o presente em que vivemos é algo já traçado.
Estes pensamentos estavam utilizando muito de minha mente, me deixando exausto de forma que eu não gostava. Fechei os olhos, e como se eu possuísse um botão em minha mente, o desliguei. Visões fortíssimas e cheias de vida se apresentavam a mim, porém não é somente isso que eu queria, então abri os olhos, me levantei e fechei as cortinas (como um bêbado que acha que não vai conseguir mas acaba conseguindo), fechei a porta, estava tudo totalmente escuro, nenhum medo correu pelo meu corpo nesse momento por mais que eu achasse que teria muito medo de ficar no escuro, o que eu queria naquele momento era me desligar de tudo que fizesse meu ego trabalhar. Mas as visões que eu estava tendo me faziam voltar aos pensamentos que me puxavam como um redemoinho de volta ao inicio das tentativas de se desprender de tudo que é comum.
Como se eu tomasse ar e me jogasse na correnteza (pareceu fácil, porque não tentei antes). Agora eu estava caminhando em um túnel cilíndrico perfeito (minha alma, consciência, espírito, como preferir), e suas paredes davam pra algum tipo de oceano muito profundo, não me arrisquei a tocar nas paredes que pareciam água estabilizada numa espécie de vácuo. Estava insuportável andar, eu sentia uma dor terrível nas pernas (pernas de minha consciência) algo me disse que não havia necessidade de usá-las, e me desprendi delas, agora eu me movimentava flutuando.
Foi aí que eu saí do túnel (parte que durou digamos 1/2 da trip), quando saí desta espécie de conector me deparei com o universo, ao invés de me sentir em êxtase e espanto por presenciar uma situação dessa (pensei que isso acabaria me trazendo de volta aos pensamentos que me puxam a realidade, o que já ocorreu em outras trips com ácido), eu me sentia uma chama, e nada absolutamente nada podia ser feito, eu só podia observar. Lá não havia nada que eu pudesse compreender racionalmente, posso tentar descrever algo que os faça imaginar: Bolas de energia principalmente azuis e amarelas, formas de consciência semelhantes a uma lâmpada (sendo que algumas delas se aproximavam, eu podia sentir aquela luz me perfurando, e de alguma maneira eu sabia que representavam um oceano enquanto eu era uma simples gota, talvez nem isso), algumas destas formas de consciência se abriam para mim e mostravam sua face, momentos no qual eu me sentia derretendo. Vozes em códigos, sons bizarros (ao ver racional).
Algumas vezes eu voltava deste lugar e me encontrava de olhos abertos, eu simplesmente os fechava e lá eu estava denovo, como se não fosse mais necessário um portal, como se eu fosse um convidado. (Ainda hoje estou tentando digerir tudo o que passei lá, por incrível que pareça, é o mesmo lugar que já tinha alcançado 2 vezes com ácido, porém desta vez durou muito mais tempo, e desta vez eu voava muito mais rápido, assimilava muito mais rápido, via muito mais, assim que eu conseguir escrever alguma coisa com sentido postarei)
A trip foi passando, eu já não podia alcançar aquele nível, porém as alucinações persistiam e os pensamentos também, pensamentos que caracterizavam uma bad muito comum, o que é real e o que não é ? Meu ego estava novamente atuando, mas não fiquei impaciente, tentei tirar algumas conclusões, esquecendo do problema da bad, já que posso dizer que estou um pouco acostumado com ela.
Talvez a vida a qual levamos seja um projeto no qual nossa forma de consciência seja sugada e aprisionada sendo obrigada a depender do cérebro e do corpo limitado por regras, e o objetivo desse projeto é fazer com que apreciemos toda a matéria que nos é fornecida de forma que todas as regras e limites propostos nos façam criar uma nova consciência, racional agora. Talvez o que vivemos hoje se contrarie de tudo o que é possível fora daqui, por isso o individualismo, nascemos sozinhos, só nós mesmos somos responsáveis pelos nossos atos, fora daqui todos devemos formar um todo, todo este que é único, inseparável, igual, inexplicável com palavras, aqui somos forçados a nos desenvolver sozinhos, presos por uma cápsula a qual nem nós mesmos podemos comandar para o nosso próprio bem, meu cérebro não deixa eu fazer meu coração parar de bater, o que mais ele não deixa ?
As diferenças que senti entre ácido e cogu são:
As fases iniciais de ácido te remetem a imaginar que tem alguém te observando, os objetos perdem sua sinueta, o que parecem universos paralelos neste mesmo universo em que estamos. Já o cogu não, tudo fica com um tom floresta úmida, como uma luz marrom iluminando tudo, um mistério inexplicável, o que é fascinante.
Já as experiências de desprendimento do ego, me pareceram iguais, mesmo eu tendo presenciado tal momento apenas 3 vezes.
Vou descançar um bom período agora (sem substâncias psicodélicas), vou deixar o tempo me contar quando será necessário outra trip.
É isso aí, comentem!
Paz.