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Poligamia e poliamor

morpheu

Cogumelo maduro
Membro Ativo
01/05/2013
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Ultimamente venho vendo a monogamia como uma atitude egoísta, uma armadilha do ego. A relação monogâmica exige que seu/sua parceirx ame apenas você, te coloca num posto que você não quer dividir com ninguém, faz com que você deseje ser o único objeto de amor de seu/sua parceirx, e isso eu vejo como egoísmo.

Cada qual na relação inclusive vê x parceirx como uma propriedade, uma propriedade submetida a uma regra: a regra da não traição, do não relacionamento amoroso e/ou sexual com outras pessoas, uma regra que é um cerceamento da liberdade.

Será que é uma característica inerente à essência do amor, o fato de que este só pode ser dirigido a uma única pessoa, deixando automaticamente de ser amor a partir do momento em que é dirigido a mais de uma pessoa? Ou será que foi algo instituído por religião/cultura/sociedade/moral e que nós aceitamos sem questionamentos como verdade absoluta e inconteste, como fazemos com tantas outras coisas?

Talvez o sentimento de ver x outrx como propriedade nossa ainda tenha raízes no nosso instinto animal, já que vemos animais brigando por fêmeas na natureza, mas do mesmo modo vemos também relações poligâmicas entre animais, então acho que não há problema em considerar que valores culturais/morais/religiosos/sociais têm sim um grande papel em incutir na nossa mente que amor por duas ou mais pessoas não pode ser amor. Talvez se fôssemos criados numa sociedade poligâmica, acharíamos perfeitamente normal a poligamia, e eu não veria mal algum nisso.

Se pararmos e pensarmos em nossx namoradx ficando/transando com outrx, é óbvio que sentiríamos ciúmes, mas creio que ciúmes é nada mais que uma manifestação do egoísmo, e devemos lutar contra ele. Afinal, talvez sentimos ciúmes simplesmente porque fomos desde pequenos criados numa sociedade monogâmica e condicionados a desejarmos nossxs namoradxs só para nós, como se fossem um objeto.

Além do mais, será que o amor é uma coisa tão limitada assim a ponto de não poder se estender a mais de uma pessoa, de modo que, para amar X, eu tenho que deixar de amar Y?

Alguém aqui não consegue se imaginar amando mais de uma pessoa? Alguém aqui acha que, se você começa a amar X, então você não ama mais Y, como se o amor fosse um objeto físico que não pode ocupar dois lugares ao mesmo tempo no espaço, ou um espaço físico que não pode ser ocupado por dois ou mais corpos ao mesmo tempo?

O mundo precisa de mais amor e menos egoísmo, e vejo na monogamia um difusor do egoísmo e um empecilho para a propagação do amor.

Sou a favor de compartilhar, principalmente o amor.

E os colegas de fórum, o que pensam a respeito?
 
Não vejo problemas na "poligamia e poliamor" desde que as pessoas se aceitem assim.
Ou será que foi algo instituído por religião/cultura/sociedade/moral e que nós aceitamos sem questionamentos como verdade absoluta e inconteste
Eu acho que a monogamia é uma forma de autopreservação e principalmente de preservação da especie, veja bem a dois mil anos atras (ou mais) não existia camisinha muito menos o discernimento sobre DST, agora imagine se todos naquela época tivessem comportamentos de risco.
 
Interessante a questão, acho que eu não conseguiria pois ia sentir muito ciúmes. Não vejo problema no 'livre amor', até porque vamos ser sinceros, difícil viver décadas casado e não enjoar... (Não impossível ;))
 
Então, vou repetir aqui uma frase que postei no meu perfil: "Fidelidade não é monogamia. Felicidade! Deus fez a poligamia".

Bem, são dois conceitos, e são diversos:

Fidelidade - que é o cumprimento do combinado entre o casal sobre ficar ou não com outras pessoas. Em regra, entendem "fidelidade" como sinônimo de monogamia, o que é equivocado. Quer isto dizer que, por exemplo, se o casal combina que eles podem ficar com quem quiser, basta depois contar, só haverá traição se não contar que ficou. Assim, o conceito de fidelidade, que é fundamental para e existência de uma saudável e viável relação sexual-afetiva monogâmica ou não, não se confunde com o de monogamia, mas sim com o de mútua confiança e cumprimento da expectativa criada no outro parceiro sobre sua própria conduta sexual perante terceiros.

O mais interessante sobre fidelidade é que ela é fundamental para uma plena satisfação sexual-afetiva. Uma pesquisa feita no EUA mostrou que as pessoas mais plenamente satisfeitas com a própria vida sexual eram (tcharam!) as crentes americanas! Isso mesmo: elas casavam com um homem e tinham com ele e só com ele sua relação sexual por toda a vida, e sentiam uma satisfação e uma plenitude sexual que nenhum "Ricardão", "solteiro pegador", "homem infiel" conhecerá...

A partir dessa informação, e de mais outras sobre sinapses que solteiros convictos por muitos anos desenvolvem que os torna quase incapacitados para ter um único relacionamento sério...

Cheguei à conclusão de que a verdadeira felicidade sexual-afetiva passa pela fidelidade. Que a sociedade fala muita merda ao achar mais "divertida" e "plena para o sexo" a traição. Isso, sim, mais um dos valores distorcidos da sociedade que levam tantos ao sofrimento...

Mas enfim, então primeiro eu descobri "ser fiel é foda", e comecei toda uma reedução sexual-afetiva, cujo aspecto mais propriamente sexual narrei em outro tópico.

Pois bem, após chegar a essa conclusão e superar o pensamento prevalente do meu tempo, cheguei então à segunda conclusão, que também vai contra o pensamento prevalente:

Poligamia / Monogamia - não há necessidade de monogamia para se manter a fidelidade, que é um dos aspectos fundamentais da plenitude sexual-afetiva. Como se pode deduzir do que já escrevi, se um casal faz troca de casais, não há traição, porque ambos agem dentro das expectativas criadas na mente um do outro.

Bem, mas como cheguei até a conclusão de que a monogamia não é imperativa para felicidade sexual-afetiva? Porque ela não fere a fidelidade e ainda adiciona no relacionamento excitação, novidade, maior cumplicidade. São casais que não precisam mentir um pro outro sobre desejos que tenham por outras pessoas; são casais que exercitam a liberdade de deixar o outro vivenciar o prazer; são casais que possuem uma extrema confiança de que agradam um ao outro mais que um casal monogâmico, senão não conseguem se manter abertos; são casais cujos desejos por outras pessoas passam pelos dois e os une em maior cumplicidade, ao invés de separá-los.

Não se trata apenas de "melhorar o relacionamento porque vai transar com outros", mas sim de toda uma melhora geral em todos os âmbitos do relacionamento. Aliás, a melhora observada em relacionamentos que se tornam abertos ocorrem mais pelo aumento da cumplicidade e maior confiança da fidelidade alheia, do que pela mera inserção de sexo com estranhos, apesar de que também influi.

Agora, claro, isso pra quem goste ou tenha inclinação a isso. A monogamia é uma opção válida para ser feliz sob as luzes da fidelidade, mas a poligamia também. E, francamente, essa última é bem mais interessante :D. Já o relacionamento meramente aberto não é poligamia, mas apenas o casal vivendo unidos a sexualidade perante terceiros - o que gera também os diversos benefícios que citei.

No entanto, por fim, acredito que a forma mais saudável de relacionamento não-monogâmico não seja exatamente o relacionamento meramente aberto, mas sim uma verdadeira poligamia (casamento mesmo entre os envolvidos); e também creio que a monogamia (quando bem vivida) seja 100% apta a gerar verdadeira felicidade sem causar opressão no casal. Ou seja, o fundamental é uma relação fixa e fiel no sentido aqui exposto.

Agora, certos estão os mulçumanos, que são sábios nesse sentido :p. Creio que até quatro mulheres seja o ideal pra cada homem :). E, claro, a mesma regra vale pras mulheres, sejamos justos ;).
 
Última edição:
Isso mesmo: elas casavam com um homem e tinham com ele e só com ele sua relação sexual por toda a vida, e sentiam uma satisfação e uma plenitude sexual que nenhum "Ricardão", "solteiro pegador", "homem infiel" conhecerá...
Acho que essa satisfação é proveniente da falta de parâmetro para comparação. Ex: a maçã é a única e melhor fruta que já comi;).
Acredito que todo o relacionamento, monogâmico ou poligâmico, deve ser em sua essência aberto. E, o mais importante, a autopreservação (camisinha sempre quando estiver em territórios desconhecidos).
Suores psicodélicos!
 
Acho que essa satisfação é proveniente da falta de parâmetro para comparação.

Da forma como vejo, não seria bem essa a razão. Tem mais a ver que o sexo não funciona apenas para/pelo/com o prazer, mas pelo/para/com uma diversidade de sentimentos que envolvem os(as) parceiros(as) fixos(as), aleatórios(as), monogâmicos(as), poligâmicos(as), abertos(as), ou como forem. Então, esse sentimento de plenitude também é possível em monogamia não aberta, bastam que os parceiros envolvidos tenham tal inclinação. Se tudo for natural, por que não? As formas de amor poligâmica e abertas, que pra mim são naturais, para outras pessoas nunca chegarão a ser rejeitadas porque jamais serão sequer cogitadas! :coffee:

Assim, por exemplo, dois casais almas-gêmeas, monogâmicos por uma década e muito felizes assim, vão num mesmo consultório qualquer, mas em horários diferentes, e leem uma mesma revista falando sobre "relacionamentos abertos" em matéria de capa. Um dos casais de almas-gêmeas ri muito e fala o que pensa, mas nem cogita aquilo ou tem qualquer curiosidade, e por fim eles morrem plenamente felizes um com o outro 50 anos depois... O outro casal de almas-gêmeas lê, ri, fala o que pensa, descobre que possui curiosidade e abertura pra isso apesar de nunca terem pensado antes, daí mudam pra aberto o relacionamento, e por fim eles morrem felizes um com o outro 50 anos depois... Ou seja, deu na mesma! :D

Bem simples, na verdade: tem de tudo pra todos os gostos e só não pode sacanear o(a) parceiro(a) - eis a chave da felicidade no amor :).
 
Bom, minha opinião eh que poliamor eh uma tendência. Aos poucos a idéia vai parecer mais natural, se já não eh... Seres humanos são muito complexos e há quem necessite de mais de um amor.
 
Fidelidade - que é o cumprimento do combinado entre o casal sobre ficar ou não com outras pessoas. Em regra, entendem "fidelidade" como sinônimo de monogamia, o que é equivocado. Quer isto dizer que, por exemplo, se o casal combina que eles podem ficar com quem quiser, basta depois contar, só haverá traição se não contar que ficou. Assim, o conceito de fidelidade, que é fundamental para e existência de uma saudável e viável relação sexual-afetiva monogâmica ou não, não se confunde com o de monogamia, mas sim com o de mútua confiança e cumprimento da expectativa criada no outro parceiro sobre sua própria conduta sexual perante terceiros.

Muito bem colocado! Têm pessoas que confundem mesmo o conceito de fidelidade..

Apesar de supostamente ir contra a moral e os bons costumes na nossa sociedade, como muitos que apontam o dedo, especialmente na província onde eu moro.. Por eu ser mãe e pior: mulher.. Sou a favor de um relacionamento honesto e não-egóico em que possa amar outras pressoas, inclusive mulheres..

Tive um companheiro que pensou que eu estava brincando quando propus um relacionamento aberto.. Mas eu realmente acredito que o relacionamento possa melhorar dessa forma, as pessoas envolvidas também..

Vi uma reportagem há tempos atrás sobre sexo grupal e achei bem intetessante!

Também vi em instituições "espiritualistas" como forma de terapia grupal..
 
Última edição por um moderador:
Por mais que faz uns anos, adorei ter encontrado essa discussão aqui. Esse ambiente em que muitos estão abertos a pensar diferente.
A questão do poliamor é muito além de fazer sexo com muitas pessoas. Não entendo pq insistem em querer falar de DST insistentemente em poliamor, sendo que já vi, vejo e vou ver muito na vida pessoas monogamicas fazendo sexo com mais de uma pessoa, em um relacionamento. A traição amorosa/sexual é um grande problema que leva a falência de muitos relacionamentos monogâmicos, mas não é o assunto que quero trazer.
O ponto do poliamor é você se entender e entender o ser humano como ele é. Tirar toda a fantasia que coloca em cima dos relacionamentos e ver que pessoas podem amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo, de formas diferentes (lógico) cada pessoa, situação, momento das nossas vidas geram amores e sentimentos diferentes. E não é porque estamos em um relacionamento com uma pessoa que ama mais de uma pessoa, que ela vai nos amar menos, e vcs já pararam para pensar -A PESSOA QUE EU MAIS AMO, TEM OUTRAS PESSOAS QUE A AMAM TAMBÉM E QUE QUEREM CUIDAR DELA E VÃO QUEREM PROTEGER, AJUDAR E FAZER ELA CRESCER?- mas aí bate em um ponto, o nosso ego. Pq o meu amor precisa de mais uma pessoa além de mim????? Isso é o fim do mundo, eu tenho q ter atenção e amor só para mim. Nesse ponto que queria chegar com vcs do grupo que trabalham para serem pessoas melhores, isso é uma questão de egoísmo, não estou falando que é algo fácil, aliás, é bem difícil, temos que lidar com muitas bagagens de inseguranças e traumas e no fim cada um escolhe o melhor jeito de viver sua vida. Mas reflitam sobre, privar aquela/e que mais ama, pq a vida acontece, as vezes temos amizades muito profundas que não temos atração sexual, mas as vezes temos umas amizades que começa a surgir isso e temos então que cortar? Tirar das nossas vidas ou da vida de quem a gente ama?
Ps: já perceberam que existe uma palavra para o quão mal sentimos ao ver a pessoa que a gente ama com outro (ciúmes) e não uma para quando a gente fica feliz quando a pessoa que a gente ama está com outra pessoa
PS2: a monogamia foi muito fortalecida quando começou a ter as heranças, posses, de passar para os filhos e tinha q ter ctz que o filho que aquela mulher teria era do cara, massssss a monogamia do cara não era beeeem seguida.
 
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