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Problemático Pink Buffalo e Puerto Rican, uma dupla potente!

Diário de cultivo problemático.
Saudações a toda comunidade cogumelística!!

Embora já possua experiência no cultivo de cogumelos, e já contribua nos bastidores da comunidade, esta será minha primeira participação efetiva no fórum. MODERADO Este diário serve de objeto de estudo principalmente para os cultivadores iniciantes ou aspirantes a cultivador, que poderão encontrar a partir de então informações consolidadas sobre o cultivo de P. Cubensis utilizando-se das duas técnicas mais populares entre os cultivadores do Brasil – PF-Tek e cultivo em grãos de milho de pipoca.



Strains: Pink Buffalo e Puerto Rican
Origem dos esporos: Spores 101
Técnica de cultivo: PF-Tek clássica e cultivo em grãos de milho de pipoca
Região do país/estação do ano: Sul / inverno
Temperatura Média: Média de 22º C durante o dia e 10º C durante a noite
Data de início (data de preparação de seringas): 29 de junho de 2007
Fase atual: Colonização


1 - Sobre os prints

Já recebi prints de 4 fontes ao longo de meus cultivos (2 anos de experiência) – FSRE, Sporeworks, de colegas cultivadores e agora do Spores 101. Os esporos enviados pela Spores 101 são os menos caprichados que já recebi, empatando com os do FSRE. Primeiro ponto negativo é que eles não vieram datados, o que pra mim é uma informação de extrema importância. As 2 strains vieram impressas no mesmo papel alumínio em que foram dobradas, ou seja, não se imprimiu em um pedaço isolado, e se embalou este pedaço com outro maior. O print de Puerto Rican é pequeno (1,5 cm de diâmetro) e “ralo”, o de Pink Buffalo, entretanto, é farto, com 5 cm de diâmetro e com altíssima concentração de esporos, entretanto, o dito cujo, por ser grande e impresso no mesmo papel dobrado, acabou sendo tocado por meus dedos (com luvas, obviamente) assim que o abri, o que pode ter aberto uma brecha pra possível contaminação do que restou do print. Um ponto positivo presente no esporo de Pink Buffalo foi a utilização de uma técnica de divisão do carimbo em pequenos quadrados, formando uma espécie de ‘tabuleiro’. Não sei como o fizeram, mas foi algo surpreendente e que facilitou consideravelmente a preparação das seringas.

Os prints demoraram 23 dias pra chegar (maldito serviço postal canadense de merda!)


2 - Objetivos do diário

MODERADO

Os mais experientes poderão acompanhar por meio deste diário a diferença de colonização entre os bolos PF feitos com 2 tipos diferentes de arroz integral – catete e agulhinha, e a comparação relativa a produtividade – Bolos PF x Casing utilizando milho colonizado.

Aos marinheiros de primeira viagem e aos iniciantes, espero que sirva de fonte de informação, que ajudará nos próximos ou no primeiro cultivo. O mesmo, portanto, será feito da forma mais detalhada possível, quase como um passo-a-passo, da preparação das seringas até a futura preparação dos carimbos e secagem dos cogumelos (bem, isso é o que eu espero!), tudo pra ajudar os iniciantes nesse maravilhoso mundo dos fungos mágicos!



1ª Fase – Preparação das seringas e dos substratos:

Data: 29/06/2007, uma sexta-feira deveras aprazível!

Materiais utilizados:

- 4 seringas de 10 ml
- 40 ml de água destilada
- 2 copos dose aguardente
- prints, é claro

Materiais adicionais:

- Lysol aerosol
- luvas cirúrgicas
- Máscara respiratória
- touca
- caixa plástica (glove box improvisada)
- isqueiro do tipo maçarico
- algodão
- lenços de papel
- álcool isopropílico
- sabonete anti-bacteriano
- fogão
- Panos Perflex™


Antes de qualquer coisa, é necessário limpar muito bem o local onde será feito o preparo. Escolha um cômodo com pouca ou nenhuma ventilação, com o mínimo de móveis possível.

Na noite anterior à preparação das seringas, fiz a preparação do milho de pipoca. Primeiramente, faço a seleção dos grãos, sabe como é, no melhor estilo vovó preparando o feijão do sabadão! Limpo a mesa de trabalho com álcool, despejo o conteúdo do pacote de milho e separo os grãos mais detonados e de pior aparência, o que pode ser visto nas fotos anexas. Sempre você acaba encontrando alguns ‘alienígenas’ no meio, desta vez, encontrei 1 grão de soja, 2 de feijão e outros grãos brancos que me pareceram ser de canjica branca.

Ferve-se cerca de 2,5 litros de água “torneiral”, e despeja-se nos grãos selecionados, aguarde alguns instantes e feche o recipiente. Reserve.

Agora vamos efetivamente a preparação das seringas!

Primeiro, transferi o fogão da cozinha pra um quarto separado em minha casa (moro sozinho, e se chegar visita vai ter que dormir na sala mesmo!). Sempre preparo as seringas e inoculo os potes com o auxílio do ar quente vindo do forno do fogão, é um elemento a mais de segurança pra evitar contaminações escrotas. Acendi o forno no fogo alto pra esquentá-lo. Já preparo então a bancada, utilizo uma caixa plástica de 26 litros (dimensões – 445 x 275 x 323 mm) como “glovebox” improvisada. Não é exatamente uma glovebox completa, já que não faço a capa com filme de PVC. Antes de utilizá-la, limpo-a com lisol e água corrente, depois a seco com um pano do tipo Perflex™, borrifo álcool isopropílico, seco novamente, o mesmo procedimento é tomado com os instrumentos que farão parte do procedimento, a saber – o isqueiro, os copos e as ampolas de água destilada, já desembalo as seringas e as agulhas e as reservo em uma bag Ziplock ™. Borrifo então Lysol Aerosol, jogo os instrumentos dentro e fecho com filme PVC e depois com a própria tampa fornecida com o produto. Guardando-a no meu berçário, que nada mais é que uma geladeira velha que não funciona mais! Minha mãe ia vendê-la pra uma loja de móveis usados e eu, “percebendo o seu potencial”, confisquei-a pra outros fins (foto em anexo). Desnecessário dizer que a geladeira também é limpa com esmero.

Enquanto o forno esquentava, tomei um belo banho quente com o uso de sabonete Protex™ ultramegabogapower desinfetante. Esfrego sem dó, utilizando uma esponja novinha em folha. Coloque uma trilha sonora estimulante, tipo um The Stooges, pra que a agressão tome conta de seu ser!!

E chega a hora fatal, utilizo durante a preparação de seringas e inoculação uma camisa de manga longa limpa, faço uma espécie de “bracelete” com filme PVC e durex, luvas cirúrgicas, touca e máscara respiratória (daquelas usadas por pintores). Limpo a luva com o sabonete Protex™, sentindo-me uma espécie de George Clooney na era Plantão Médico. Extremamente importante manter as cortinas de sua casa fechadas, pra que nenhum transeunte o veja e pense bobagens! Adentro o cômodo e fecho a porta.

Abri o forno do fogão, localizado bem ao meu lado esquerdo, virando-o levemente em minha direção (cuidado pra não se queimar!). Na porta da geladeira deixei um borrifador com álcool isopropílico, o Lysol Aerosol, guardanapos e lenços de papel e algodão, além de pano Perflex™. Uma dica importante – NÃO IMPROVISE!! Ter em mente todos os passos a serem seguidos, e todos os instrumentos à disposição só o vai deixar mais tranqüilo e seguro de si.

Borrifei Lysol nas luvas, esfregando-as e secando o excesso com o pano de marca famosa supracitado, peguei os prints e as seringas, sentei-me no banquinho limpo de plástico, borrifei Lysol™ aerosol ao redor, respirei fundo e, muito rapidamente, retirei a tampa e o plástico PVC, e joguei lá dentro da caixa os prints e as seringas.

Seja rápido, como diz um amigo nosso aqui do site, seja “ninja”! Abri o print com cuidado, primeiro o Puerto Rican, retirei a proteção da agulha da seringa, flambei-a com o isqueiro, aguardando depois alguns segundos (uns 4 segundos mais ou menos), e comecei a raspar o print pra dentro do copinho de cachaça. Às vezes, principalmente com esporos imprimidos em papel alumínio, o procedimento é meio enrolado, tenha paciência e cuidado, pra não rasgar o papel. Como o print era pequeno, utilizei cerca de 1/4 do mesmo, fechando-o ao final e colocando-o na bag Ziplock.

Peguei uma das ampolas de 10 ml, abri-a e espirrei o conteúdo dentro do recipiente; rapidamente, coloquei a agulha no mesmo, sugando o conteúdo, expelindo-o dentro do copinho, pra distribuir bem os esporos na água. Repeti o processo de sugar/expelir por 3 vezes. A escolha do copinho de cachaça deve-se ao fato de seu fundo ser côncavo, o que permite um aproveitamento melhor de todo o conteúdo da solução. Ao fim, sequei a agulha com um lenço de papel umedecido com álcool, flambei a agulha novamente e fechei-a com a proteção fornecida, guardando a seringa na bag Ziplock™ devidamente etiquetada.

Antes de partir pra próxima seringa, borrifei mais um pouco de Lysol™ Aerosol no ar e um pouco dentro da caixa, as luvas com borrifei com álcool, e repeti o procedimento. Foram preparadas 2 seringas pra cada strain, uma pra ser usada com os potes PF e outra pra inocular os potes com milho de pipoca.

Reserve as seringas ao abrigo da luz, num lugar fresco. Não deixe a agulha inclinada pra baixo, pra evitar acúmulo de esporos na mesma, causando um entupimento da mesma. Costumo deixar por no mínimo 24 horas, agitando-a de vez em quando durante o período.


Fim da preparação das seringas!!



E não perca no próximo capítulo, a preparação dos potes de milho e de FAI. Não mude de canal, é muita emoção!!

algumas fotos em anexo
01-prints-PCubensis.jpg02-bercario.jpg03-bercario.jpg04-onde_tudo_comeca.jpg05-separando_os_graos.jpg
 
De volta para mais um capítulo! Vamos sem delonga diretamente ao assunto:


3ª Fase – Preparação e Esterilização dos Potes com Milho de Pipoca



Materiais usados para substrato Milho:

- 3 pacotes de 500 g de milho de pipoca
- 6 litros de água mineral

Materiais adicionais:

- Potes de plástico pra guardar o milho (800 ml a 1,5 lt)
- 2 potes de plástico de 600 ml
- 2 pote de plástico de 400 ml
- 1 pote de vidro de 500 ml
- 3 potes de vidro de 150 ml
- 1 pote de 800 ml
- 2 panelas convencionais de 2,5 litros
- 2 rolos de papel alumínio 4,0 m por 45 cm

Demais itens listados no post sobre a preparação dos potes PF.


Bem, já descrevi anteriormente alguns detalhes sobre a preparação do milho, algo sem muito segredo, que pode ser reduzido da seguinte forma:

Seleção dos Grãos
Jogar milho em água quente e deixar por 24 horas de molho.
Descartar a água e ferver os grãos em água mineral por 1 hora.
Desligar o fogo, e imediatamente, retirar a água com o auxílio de um coador limpo, reservar o milho em potes por no mínimo 36 horas.
Tirar o milho dos potes, não se assustar com o cheiro desagradável provavelmente presente, e jogar a parada na água mineral, ferver por 30 minutos.


Antes da fase cinco, aproveitei e já preparei os potes, ou seja, limpei-os com esmero, não economizando no Lysol™ e no álcool. Preparei também as tampas de alumínio, no mesmo esquema dos potes PF – uma tampa dupla interna e outra simples externa. Mais uma vez, utilizei os próprios potes como medida, e fiz tampas extras pra eventuais acidentes no preparo dos potes. Reservei-as em bags Ziploc.

Preparando os Potes:

Os potes são preparados imediatamente após a fase 5 descrita acima. Apaga-se o fogo, e imediatamente, com o auxílio de um coador, separa-se a água (utilize um vasilhame ou outra panela pra jogar a água dentro), não se pode deixar excesso de água, por isso a importância de se usar um coador. Não há muito segredo, é só meter os grãos nos potes, não os preenchendo totalmente, 1,5 a 2 cm de espaço vazio são suficientes. Esse espaço será útil para agitar os grãos durante a colonização.

Graças a esse espaço que ficará, deve-se tomar cuidado na hora de tampar os potes, qualquer trapalhada pode rasgá-la. A mesma instrução dos PF foi utilizada aqui: tampa interna com as pontas dobradas, muito bem pressionada contra o pote, e tampa externa sem dobrar as pontas pra facilitar na hora da inoculação. A esterilização dos potes é feita imediatamente depois de preparados.

Esterilizando:

Potes são mais difíceis de ajeitar em uma panela de pressão convencional, numa de 4,5 litros não dá pra fazer muito milagre, cabe apenas 2 potes de 600 ml. Este é um dos motivos que me levam a utilizar potes de volume diferentes, que me permitem esterilizar volumes maiores de substrato. Com as 2 panelas de 4,5 litros e a de 7 litros consegui esterilizar de uma só vez 2 potes de 600 ml, 2 potes de 400 ml, 1 pote de 500 ml, 1 de 800 ml, e 3 mini-potes de 150 ml. Mais uma vez utilizei pano Perflex™ no fundo pra evitar contato dos potes com o fundo da panela. Esterelizado sob pressão por 1 hora. Aguardei por 5 horas novamente, pra fazer a inoculação dos bichinhos.


É isso, sem segredo nenhum né? No próximo capítulo, abordarei como foi feito o delicado procedimento de inoculação dos potes, como diria o Didi Mocó nos áureos tempos dos Trapalhões, aguarde e confie!
28-cozinhando_pipoca.jpg28-preparando_pipoca.jpg29-pote_pipoca.jpg31-pote_pipoca_com_tampa.jpg
 
Nao precisava imitar a foto do mauriçao tb!
eheheh
nao faz parte do procedimento essa posiçao ehehhehe

caramba MAURICIO arrumou um PADAWAN!
 
Os potes de plastico aguentam tranquilo na panela de pressão?

To pensando em usar potes de plastico pra fazer PF mas to com medo de derreter na panela, já q os potes tem as paredes um pouco finas..
 
nao sou eximio usuario da PP, portanto morro de medo de colocar panos dentro dela.
o perfex fica perfeitinho no final?
comprei 1 kg desses potes plasticos(pp5) e até hoje nao utilizei nenhum com milho de medo de derreter!
vou fazer um teste aqui!
 
Os potes de plastico aguentam tranquilo na panela de pressão?

To pensando em usar potes de plastico pra fazer PF mas to com medo de derreter na panela, já q os potes tem as paredes um pouco finas..

Procure por potes de polipropileno, este polimero aguenta maiores temperaturas sem deformar.

Geralmente é vendido como "potes para microondas", mas é mais seguro de identificar eles pelo número 5 dentro do triângulo de setas geralmente na parte de baixo do pote.
 
É como o Abraxas disse mesmo, procure os potes que são vendidos como "potes para microondas", não derrete muito menos se deforma. O pano também não "derrete" e nem se queima, basta colocar a quantidade recomendada de água.

Enfim, não tenham medo de colocar os potes de plástico na panela...
 
Enfim, não tenham medo de colocar os potes de plástico na panela...

Mas é bom colocar uma proteção entre o fundo da panela e os potes, pois o local de incidência da chama pode ter temperaturas mais elevadas.

Para isto basta fazer como o Banutukku, coloque um pano no fundo da panela.
 
Vc vai descolar carimbos do Porto Riquenho pra galera?

MODERAÇÃO

Não se discute esse tipo de informação no forum.
 
Agora é só aguardar que no quentinho e escurinho, é tiro e queda né meu amigo.....

Por aqui estaremos viabilizando vibrações super positivas para seu cultivo, segue firme e forte ai que não tem erro.

Muita Paz e Luz á você.
 
TO curioso mesmo é nos PANS irmaozinho.
eu jaa fiz algumas tentativas sem sucesso e acabei perdendo a strain.
qualquer luz que precisar sobre o que NAO DEVE FAZER dá uma passada no meu diário(coletivo 3 eu acho.)
 
De volta com o diário, agora com o procedimento de inoculação dos potes.


4ª Fase – Inoculação dos potes com substrato.

Materiais utilizados:

- Seringa de esporos
- Lenços de papel
- algodão
- isqueiro tipo maçarico
- esparadrapo tipo micropore
- álcool isopropílico
- etiquetas para identificação
- Fita adesiva
- Elásticos (daqueles usados pra cintar dinheiro)

Materiais adicionais:

- Lysol Aerosol
- Caixa plástica (utilizada como “glovebox” improvisada)
- Touca
- Máscara respiratória
- Luvas cirúrgicas
- Tesoura
- Fogão


De início, devo dizer que o procedimento para se inocular tanto bolos PF quanto os potes com milho de pipoca é o mesmo. Posso apontar apenas 3 detalhes adicionais em relação aos potes com milho de pipoca:



a) algo que costuma acontecer na esterilização de potes de milho, no caso de não se ter uma panela de pressão com suporte interno, é a infiltração de um pouco de água no pote que fica diretamente em contato com o fundo, pra se tentar evitar isso, coloque no fundo da panela o pote mais alto que você tiver. Desta vez me aconteceu isso em um dos potes de 600 ml. O recomendado é simplesmente descartá-lo. Baseado em experiências anteriores, não o fiz, drenei-o antes com uma seringa limpa vazia, e então inoculei-o normalmente.

b) Cuidado ao se introduzir a agulha da seringa na inoculação, por causa do espaço vazio que haverá entre a tampa e o conteúdo interno. Uma pressão excessiva pode ocasionar abertura de buracos muito grandes, ou até rasura da tampa.

c) Ao se introduzir a agulha, preste atenção se a mesma não perfurou um grão inteiro de milho, o que pode ocasionar um entupimento da agulha. Caso positivo, retire a agulha, feche rapidamente o buraco aberto e, com o auxílio do isqueiro, aqueça a agulha. O milho que se introduziu na agulha será expelido.

Vamos então a descrição:

Tomei os mesmos cuidados com higiene descritos na preparação das seringas. Limpei com esmero o quarto, preparei a caixa plástica, limpando-a com Lysol™, secando, depois borrifando álcool isopropílico nas paredes internas e secando com um pano Perflex™, joguei lá dentro as seringas com esporos e o isqueiro, fechando-a com filme PVC e a tampa que vem de fábrica. Tomei um banho quente usando sabonete Protex™, enquanto o forno do fogão esquentava. Vesti uma camisa longa, touca, luvas cirúrgicas, máscara cirúrgica, fiz um “bracelete” com filme PVC nos antebraços, muito Lysol™ no ar, etc. A preparação foi feita também no “berçário”, ou seja, na geladeira aberta e limpa, com o forno do fogão virado levemente em minha direção, as panelas de pressão já tinham sido resfriadas, os procedimentos para os potes PF foram realizados no fim de noite do sábado, dia 30 de junho. Adicionalmente, coloquei um criado mudo ao meu lado, com um suporte de vidro (que fazia parte da geladeira) em cima, para colocar as panelas.

Com o auxílio de um pano Perflex™, peguei a primeira panela e coloquei-a no suporte improvisado (criado mudo), abri-a e rapidamente retirei o primeiro copo, fechando novamente a panela. Com outro pano, sequei o copo, abri a “glovebox” e coloquei-o dentro. Tirei a tampa externa e imediatamente, selei com a fita adesiva (“durex”) a parte inferior da tampa interna (ver fotos anexas). Ao lado do copo e das seringas, coloquei um lenço de papel e um chumaço de algodão, ambos umedecidos com álcool. O algodão eu já deixo em cima da tampa interna, pra facilitar as coisas.

É hora de ser “ninja”. Primeiro agita-se a seringa, pra espalhar melhor os esporos. Rapidamente, abro a tampa protetora da seringa, flambo a agulha com o fogo do isqueiro, deixo resfriar por cerca de 2 segundos, e perfuro a tampa externa, inclinando levemente (cerca de 7 graus) contra a parede interna do copo/pote, aí é só injetar. Pra evitar improvisos e desperdício, calcule, antes da inoculação, quantos mililitros você irá utilizar por furo/inoculação. Pros marinheiros de primeira viagem, recomendo inclusive que, antes mesmo de se preparar as seringas, pegar uma pra testar a pressão utilizada, já que a quantidade por furos é bem pequena, devendo se pressionar suavemente o êmbolo. Não se deve exagerar na quantidade, correndo o risco de tornar o bolo excessivamente úmido. Utilizei cerca de 0,4 ml por furo.

Depois, retiro com cuidado a agulha, tapando o buraco aberto imediatamente com o chumaço de algodão, limpo a agulha com o lenço de papel, e coloco a proteção na mesma. Corto, com o auxílio da tesoura, um pedaço de cerca de 1,5 cm de esparadrapo micropore, retiro o chumaço e tapo o buraco (ver fotos). Pode-se preparar esses pedacinhos de esparadrapo antes de iniciar a inoculação do pote, colando-o em um lugar limpo. Prefiro cortar os pedaços na hora. Limpo as luvas com álcool de novo.

Repete-se o procedimento, 4 pontos de inoculação por copo. Nos casos dos potes maiores de milho de pipoca, faço um ponto adicional de inoculação bem no meio. Depois de fazer todos as inoculações no pote, coloca-se novamente a tampa externa, antes limpa-se a parte interna da tampa com o auxílio de um chumaço de algodão umedecido com álcool. Pode-se utilizar um elástico pra fixar melhor essa tampa ao copo/pote. Coloca-se a etiqueta identificadora na tampa (strain e substrato).

É algo maçante, repetitivo e exaustivo, recomendo uma trilha sonora bacana pra não tornar o processo um pé no saco total. Importante atentar para a distância entre os furos. Estes devem ser eqüidistantes (ver fotos), o que facilita uma colonização uniforme, essa recomendação é imperativa em se tratando de bolos PF, nos casos dos potes com grãos inteiros, pode-se depois agitar o substrato. Potes PF com pontos irregulares de inoculação demoram mais pra colonizar.


Bem, é isso. Depois de tudo feito, é só colocar os potes no berçário, ao abrigo da luz, e manter a temperatura por volta dos 28º Celsius, pra colonização acontecer mais rapidamente.

No próximo capítulo já trarei informações sobre o processo de colonização do substrato... Hasta la vista!!


P.S.: As fotos anexas não foram tiradas durante o procedimento, são apenas ilustrativas. NÃO tire fotos durante a inoculação, o risco de distração e contaminação será elevado consideravelmente!
34-inoculacao_itens_usados.jpg35-inoculando.jpg36-inoc-tapando_buraco.jpg37-inoc-micropore_no_buraco.jpg38-pontos_equidistantes.jpg
 
5ª Fase – Colonização

Estou de volta, dessa vez pra abordar o processo de colonização.

Um fator importante a ser levado em conta foi o registro de baixas temperaturas durante o período (variou de 7 a 20º Celsius), que me obrigou a fazer uso de um aquecedor de ambiente. Com o auxílio do aparelho, consegui manter a temperatura em desejáveis 28º Celsius em média.

Pink Buffalo

Duração do período: 20 dias (dia 30/06 ao dia 20/07)

Os bolos PF de Pink Buffalo foram os primeiros a apresentar sinais de colonização, 2 dias após a inoculação. A colonização foi agressiva, com micélio rizomórfico. A fácil colonização é característica da strain, a aceleração no processo deveu-se principalmente a elevada quantidade de esporos dispersos (o print, como informado anteriormente, era farto) e o já citado controle de temperatura. Contrariando as minhas previsões, não foi notada diferença alguma entre as duas qualidades de arroz integral utilizado (agulhinha e catete), os 4 bolos PF colonizaram simultaneamente.

Os potes de milho contaminaram. Acredito que o principal fator negativo foi a baixa qualidade dos grãos utilizados. Usei 3 marcas diferentes de milho, o que foi utilizado nos potes de Pink Buffalo era de uma marca até então nunca utilizada antes, pela quantidade de grãos inutilizados no processo de seleção, já se notava a qualidade “meia-boca” da parada. O primeiro pote foi contaminado por Duende Verde, notei depois de descartado, que o pote utilizado tinha uma pequena rachadura (tratava-se de um pote comprado a pouco tempo, utilizado pela primeira vez), e foi bem nessa rachadura que o contaminante surgiu, 3 dias após a inoculação.

Os demais potes foram aparentemente contaminados por bactéria, que surgiu após 14 dias da inoculação.


Puerto Rican

Duração do período: Ainda em andamento – 25 dias.

Puerto Rican é conhecida por ser uma strain um tanto chata pra cultivar, apresentando colonização e frutificação lenta, recompensada por uma potência acima do normal pra um Cubensis. Os potes PF não colonizaram, nenhum sinal até agora, nem de micélio, nem de contaminantes. Pode-se apontar a baixa concentração de esporos como um fator dificultante adicional (o print, como citado no início do diário, era pequeno e meio “ralo”). Dos potes de milho, somente um ainda não apresentou sinais de colonização (150 ml). Um deles (um pote de 500 ml) já colonizou 100% (depois de 22 dias). Um pote de 150 está 60% colonizado. Um pote de 600 ml iniciou a colonização recentemente, há cerca de 4 dias, apresentando cerca de 10%.

A seguir fotos.
47-pink_buff-3days_after.jpg51-pink_buff-contaminado.jpg56-pink_buff_agulhinha-7days_after.jpg63-puerto_rican-7days_after.jpg70-pink_buff_catete-10days_after.jpg75-pink_buff_agulhinha-11days_after.jpg76-pink_buff_catete-11days_after.jpg83-puerto_rican-12days_after.jpg84-pink_buff_catete-14days_after.jpg86-puerto_rican-14days_after.jpg90-pink_buff_milho-contaminado.jpg99-pink_buffalo-20days_after-100full.jpg100-pink_buffalo-20days_after-100full.jpg
 
Parabéns pelo cultivo!

Tudo está correndo 100%, quando olhei a foto do fundo do copo de milho me assustei de primeira, pensei que era uma grande contaminação hehehe, mas quando abri vi que era o milho que estava meio verde mesmo...

Mal posso esperar meus esporos chegarem pra iniciar meu cultivo!

Abraços
 
Você misturou ervilha no milho ou é duende verde mesmo? Tá me parecendo contaminação das bravas.
 
Parabéns pelo cultivo e pela explicação, ótima, tudo muito bem detalhado!


Você misturou ervilha no milho ou é duende verde mesmo? Tá me parecendo contaminação das bravas.


Confesso que quando vi a foto jurei que eram ervilhas também hahaha
MAs o que aconteceu no substrato?

:pos::pos::pos::pos::pos:
 
Originally Posted by Calango
Você misturou ervilha no milho ou é duende verde mesmo? Tá me parecendo contaminação das bravas.


Opa, são ervilhas, ora pois! Nunca ouviste falar do uso de ervilha como substrato?

Hehe, estou de sacanagem, é contaminação sim, são os grãos de Pink Buffalo, como dito no post, todos os potes com milho de pipoca dessa strain contaminaram. Não é duende verde não, acredito que tenha sido alguma bactéria, pelo aspecto e mau cheiro que senti ao abrir o pote.
 
Originally Posted by Calango
Você misturou ervilha no milho ou é duende verde mesmo? Tá me parecendo contaminação das bravas.


Opa, são ervilhas, ora pois! Nunca ouviste falar do uso de ervilha como substrato?

Hehe, estou de sacanagem, é contaminação sim, são os grãos de Pink Buffalo, como dito no post, todos os potes com milho de pipoca dessa strain contaminaram. Não é duende verde não, acredito que tenha sido alguma bactéria, pelo aspecto e mau cheiro que senti ao abrir o pote.

Legal, mas que ficou parecido com ervilha ficou.
 
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