Confirmam-se as propriedades místicas da psilocibina
13-07-2006
36 adultos tomaram psilocibina para se sujeitarem a um estudo científico; muitos descreveram a experiência como "espiritual"
A psilocibina, a substância activa dos "cogumelos mágicos", expande a mente. Após mil anos de uso, esta teoria é agora cientificamente oficial.
Segundo um novo estudo, a substância química permitiu que dois terços das pessoas que a tomaram pela primeira vez tivessem uma experiência mística. Um terço avaliou a sessão de psilocibina como a experiência "espiritualmente mais significativa" das suas vidas. O outro terço colocou-a entre as cinco experiências mais importantes.
O estudo, publicado na internet pelo jornal Psychopharmacology, é a primeira avaliação aleatória e controlada de uma substância usada desde há séculos, no México e na América Central, para produzir experiências místicas. Não há quase pesquisas sobre o efeito das drogas psicadélicas em humanos nos Estados Unidos desde os anos 60. Esta, vem confirmar o que tanto os xamãs como os hippies afirmam desde há muito - tomar psilocibina é uma experiência assustadora, distorce a realidade, e por vezes muda a vida de uma pessoa para sempre.
Os investigadores afirmam que a experiência abre portas ao estudo de uma classe de compostos que alteram a percepção humana e corroem a percepção própria - pelo menos em alguns utilizadores. Esperam que esta proporcione novas perspectivas sobre o funcionamento do cérebro, e sobre os acontecimentos neurológicos que sustentam os momentos de ruptura mística.
"Estes são alguns dos componentes alteradores de consciência mais fortes que conhecemos," afirmou David E. Nichols, um professor de química médica da Universidade de Purdue, que estudou os efeitos de psicadélicos em ratos e culturas de células. "É peculiar que tenham estado fechados no armário por 40 anos. Não há qualquer outra classe de substâncias biologicamente activas que eu conheça que tenha sido ignorada desta maneira".
Das 36 pessoas, 22 tiveram uma experiência mística "completa", a julgar por várias escalas em forma de perguntas utilizadas para classificar este tipo de experiências. Dois terços classificaram a experiência entre as cinco mais significativas das suas vidas, tais como o nascimento de um filho ou a morte de um dos pais. Dois meses após a sessão, as pessoas que tomaram a psilocibina relataram pequenas mas significativas mudanças no seu comportamento e nas suas atitudes.
Um terço das pessoas, contudo, afirmou que a experiência lhes causou uma sensação de medo "extrema ou muito forte" algumas horas após tomarem o alucinogénio. Quatro pessoas disseram que toda a sessão foi dominada por ânsias ou luta psicológica.
Nichols pensa que esta última afirmação deve ser avaliada.
Alan Leshner, que liderou o instituto nacional para o abuso das drogas durante sete anos, e agora lidera a associação americana para o desenvolvimento da ciência, ficou tanto de sobreaviso como entusiasmado em relação aos efeitos relatados sobre a psilocibina.
"Se em última instância for demonstrado que a psilocibina enriquece as vidas das pessoas, quem poderá opor-se a isso? Mas neste momento ainda não atingi esse nível de confiança, dada a escassez de estudos sobre o assunto", afirmou.
From: Washingtonpost.com
13-07-2006
36 adultos tomaram psilocibina para se sujeitarem a um estudo científico; muitos descreveram a experiência como "espiritual"
A psilocibina, a substância activa dos "cogumelos mágicos", expande a mente. Após mil anos de uso, esta teoria é agora cientificamente oficial.
Segundo um novo estudo, a substância química permitiu que dois terços das pessoas que a tomaram pela primeira vez tivessem uma experiência mística. Um terço avaliou a sessão de psilocibina como a experiência "espiritualmente mais significativa" das suas vidas. O outro terço colocou-a entre as cinco experiências mais importantes.
O estudo, publicado na internet pelo jornal Psychopharmacology, é a primeira avaliação aleatória e controlada de uma substância usada desde há séculos, no México e na América Central, para produzir experiências místicas. Não há quase pesquisas sobre o efeito das drogas psicadélicas em humanos nos Estados Unidos desde os anos 60. Esta, vem confirmar o que tanto os xamãs como os hippies afirmam desde há muito - tomar psilocibina é uma experiência assustadora, distorce a realidade, e por vezes muda a vida de uma pessoa para sempre.
Os investigadores afirmam que a experiência abre portas ao estudo de uma classe de compostos que alteram a percepção humana e corroem a percepção própria - pelo menos em alguns utilizadores. Esperam que esta proporcione novas perspectivas sobre o funcionamento do cérebro, e sobre os acontecimentos neurológicos que sustentam os momentos de ruptura mística.
"Estes são alguns dos componentes alteradores de consciência mais fortes que conhecemos," afirmou David E. Nichols, um professor de química médica da Universidade de Purdue, que estudou os efeitos de psicadélicos em ratos e culturas de células. "É peculiar que tenham estado fechados no armário por 40 anos. Não há qualquer outra classe de substâncias biologicamente activas que eu conheça que tenha sido ignorada desta maneira".
Das 36 pessoas, 22 tiveram uma experiência mística "completa", a julgar por várias escalas em forma de perguntas utilizadas para classificar este tipo de experiências. Dois terços classificaram a experiência entre as cinco mais significativas das suas vidas, tais como o nascimento de um filho ou a morte de um dos pais. Dois meses após a sessão, as pessoas que tomaram a psilocibina relataram pequenas mas significativas mudanças no seu comportamento e nas suas atitudes.
Um terço das pessoas, contudo, afirmou que a experiência lhes causou uma sensação de medo "extrema ou muito forte" algumas horas após tomarem o alucinogénio. Quatro pessoas disseram que toda a sessão foi dominada por ânsias ou luta psicológica.
Nichols pensa que esta última afirmação deve ser avaliada.
Alan Leshner, que liderou o instituto nacional para o abuso das drogas durante sete anos, e agora lidera a associação americana para o desenvolvimento da ciência, ficou tanto de sobreaviso como entusiasmado em relação aos efeitos relatados sobre a psilocibina.
"Se em última instância for demonstrado que a psilocibina enriquece as vidas das pessoas, quem poderá opor-se a isso? Mas neste momento ainda não atingi esse nível de confiança, dada a escassez de estudos sobre o assunto", afirmou.
From: Washingtonpost.com