- 15/11/2022
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Os psicodélicos vieram para mim como uma curiosidade científica (em grande parte). No meu atendimento na clínica, depois de reportagens no Fantástico e documentários na Netflix, muita gente apareceu perguntando sobre os cogumelos. De início eu não sabia o que responder, aí fui ver as reportagens, assistir aos documentários, experimentar, fazer cursos na Phaneros, APB, UFRN, Maps, CAMP.EDU etc.
Coincidentemente, meu final de 2022 foi marcado por um incidente na vida que me trouxe uma carga elevada de ansiedade, pressão arterial chegando fácil aos 22x12 e não tinha remédio que baixasse minha pressão abaixo de 16x11. Até hoje minha pressão é alta, então que fique claro - Psicodélicos não são remédio para pressão alta, até porque é cientificamente comprovado que durante o uso eles elevam a pressão arterial e batimentos cardíacos. Ok. Na época eu ainda não sabia disso, e pensei nos cogumelos para reduzir a ansiedade. E para isso eles funcionaram muito bem!
Uma dose de 4 gramas e 3 semanas sem ansiedade, mais clareza nos pensamentos, mais criatividade, mais paz. Depois consegui estender o prazo para 4 e depois para 6 semanas. E a ansiedade controlada trouxe a pressão arterial para níveis onde os medicamentos conseguiam fazer o resto do trabalho.
2023 entrou, último ano da faculdade e fiz o meu TCC com o tema - O papel dos psicologos nas terapias psicodélicas para o trato de depressão e ansiedade. Eu e mais um colega éramos a prova viva de que o uso dos cogumelos ajudava em nossas vidas. Claro, trouxemos as pesquisas mais recentes da John Hopkins University, Yale University, Imperial College e outros sobre o tema. E caímos nas graças dos professores sendo aprovados com nota máxima.
Meu uso seguia cada vez mais espaçado, hoje sigo com uma dose mensal de 2g só para manutenção.
É claro que a viagem psicodélica também mexe com a gente de outras formas. Embora eu sempre tenha seguido um protocolo no meu uso - cuidado com a música, ambiente e preparo mental, e durante alguns períodos feito também terapia, a trip em si é outra história. Comecei como ateu convicto e hoje não descarto a narrativa de conexão mística. Pode ser que hajam deuses, deusas, orixás, forças da natureza ou que tudo seja só uma narrativa da mente, independente do que for - seja um discurso aos moldes de Grof ou de Leary - alguma coisa rola nessa fantástica química neural.
Para mim os resultados além da redução da ansiedade, vieram também - amor próprio, maior receptividade a novas ideias e crenças, desapego do passado (coisa que a psicoterapia sozinha não estava dando conta), maior conexão com a minha namorada (que inclusive virou noiva e vamos nos casar em breve!), passei a me priorizar em diversos aspectos que eu negligenciava e diria que hoje sou uma pessoa muito mais feliz.
Isso poderia ser dito como um maior equilíbrio cognitivo e neural, pensamentos mais limpos, menos ansiosos, amor próprio, amor pelos outros, senso de espaço e responsabilidades. Uma versão melhor de mim mesmo.
Atualmente sigo no segundo ano da pós graduação em medicinas psicodélicas (com foco na Cetamina e DMT) do CAMP.EDU, e ano que vem termina. Tenho vontade de trabalhar nessa área, apoiando a pacientes que fazem uso desses ou qualquer outro psicodélico para o trato de transtornos e doenças. Sei que o Brasil é travado e que a ANVISA é pé no freio nesse tema, mas tenho esperança de que um dia nossa vida fique mais fácil e que haja maior abertura para discutirmos esses temas de formas mais abertas.
Não vou falar das experiências psicodélicas aqui, pois esse tema já tratei em outros tópicos, aqui quis falar apenas dos benefícios que extraí a longo prazo e como foi essa jornada. E para você, como foi e como tem sido os processos mentais e benefícios colhidos?
Abraços aos viajantes!
Coincidentemente, meu final de 2022 foi marcado por um incidente na vida que me trouxe uma carga elevada de ansiedade, pressão arterial chegando fácil aos 22x12 e não tinha remédio que baixasse minha pressão abaixo de 16x11. Até hoje minha pressão é alta, então que fique claro - Psicodélicos não são remédio para pressão alta, até porque é cientificamente comprovado que durante o uso eles elevam a pressão arterial e batimentos cardíacos. Ok. Na época eu ainda não sabia disso, e pensei nos cogumelos para reduzir a ansiedade. E para isso eles funcionaram muito bem!
Uma dose de 4 gramas e 3 semanas sem ansiedade, mais clareza nos pensamentos, mais criatividade, mais paz. Depois consegui estender o prazo para 4 e depois para 6 semanas. E a ansiedade controlada trouxe a pressão arterial para níveis onde os medicamentos conseguiam fazer o resto do trabalho.
2023 entrou, último ano da faculdade e fiz o meu TCC com o tema - O papel dos psicologos nas terapias psicodélicas para o trato de depressão e ansiedade. Eu e mais um colega éramos a prova viva de que o uso dos cogumelos ajudava em nossas vidas. Claro, trouxemos as pesquisas mais recentes da John Hopkins University, Yale University, Imperial College e outros sobre o tema. E caímos nas graças dos professores sendo aprovados com nota máxima.
Meu uso seguia cada vez mais espaçado, hoje sigo com uma dose mensal de 2g só para manutenção.
É claro que a viagem psicodélica também mexe com a gente de outras formas. Embora eu sempre tenha seguido um protocolo no meu uso - cuidado com a música, ambiente e preparo mental, e durante alguns períodos feito também terapia, a trip em si é outra história. Comecei como ateu convicto e hoje não descarto a narrativa de conexão mística. Pode ser que hajam deuses, deusas, orixás, forças da natureza ou que tudo seja só uma narrativa da mente, independente do que for - seja um discurso aos moldes de Grof ou de Leary - alguma coisa rola nessa fantástica química neural.
Para mim os resultados além da redução da ansiedade, vieram também - amor próprio, maior receptividade a novas ideias e crenças, desapego do passado (coisa que a psicoterapia sozinha não estava dando conta), maior conexão com a minha namorada (que inclusive virou noiva e vamos nos casar em breve!), passei a me priorizar em diversos aspectos que eu negligenciava e diria que hoje sou uma pessoa muito mais feliz.
Isso poderia ser dito como um maior equilíbrio cognitivo e neural, pensamentos mais limpos, menos ansiosos, amor próprio, amor pelos outros, senso de espaço e responsabilidades. Uma versão melhor de mim mesmo.
Atualmente sigo no segundo ano da pós graduação em medicinas psicodélicas (com foco na Cetamina e DMT) do CAMP.EDU, e ano que vem termina. Tenho vontade de trabalhar nessa área, apoiando a pacientes que fazem uso desses ou qualquer outro psicodélico para o trato de transtornos e doenças. Sei que o Brasil é travado e que a ANVISA é pé no freio nesse tema, mas tenho esperança de que um dia nossa vida fique mais fácil e que haja maior abertura para discutirmos esses temas de formas mais abertas.
Não vou falar das experiências psicodélicas aqui, pois esse tema já tratei em outros tópicos, aqui quis falar apenas dos benefícios que extraí a longo prazo e como foi essa jornada. E para você, como foi e como tem sido os processos mentais e benefícios colhidos?
Abraços aos viajantes!