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Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

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O PreÇo Da SobrevivÊncia

Clorofila

Cogumelo maduro
Membro Ativo
24/01/2007
844
76
Tudo tem um preço, a medição do seu valor enquanto quantidade determinada em termos de um equivalente geral. Nada tem valor em si mesmo. Todo o valor é determinado em relação ao mercado – e isto inclui o valor das nossas vidas, de nós próprios. As nossas vidas foram divididas em unidades de tempo medido que somos coagidos a vender, de modo a comprar de volta a nossa sobrevivência, sob a forma de pequenos pedaços das vidas roubadas de outros que a produção transformou em mercadorias vendáveis. Esta é a realidade econômica.

Esta horrenda alienação tem a sua base no entrelaçar de 3 das mais fundamentais instituições desta sociedade:
propriedade, troca mercantil e trabalho. A relação integrada entre estas 3 dá origem ao sistema através do qual a classe dominante extrai a riqueza necessária para a manutenção do seu poder. Estou falando da economia. A ordem social de dominação e exploração tem as suas origens numa alienação social fundamental, cujas origens são matéria de intrigante especulação, mas cuja natureza é bastante clara.

Grandes multidões de pessoas foram espoliadas da sua capacidade de determinar as condições da sua própria existência, de criar as vidas e relações que desejam, de modo a que os poucos no topo possam acumular poder e riqueza e virar a totalidade da existência social para o seu próprio benefício. Para que isto possa acontecer, as pessoas têm de ser expropriadas dos meios pelos quais elas eram capazes de preencher as suas necessidades e desejos, os seus sonhos e aspirações. Isto poderia apenas ocorrer com a colocação de barreiras em redor de certas áreas e com a acumulação de certas coisas, de modo a deixarem de estar acessíveis a toda a gente. Mas tais enclausuramentos e amontoamentos de tesouros escondidos seriam insignificantes, a menos que alguém possuísse os meios para impedir que eles fossem usurpados – uma força para impedir que os outros apanhassem o que quisessem sem pedir permissão. Assim, com esta acumulação, torna-se necessário criar um aparato para a proteger.

Uma vez estabelecido, este sistema deixa a maioria das pessoas numa posição de dependência das poucas que levaram a cabo esta apropriação de riqueza e poder. Para ter acesso a alguma da riqueza acumulada, as multidões são forçadas a trocar a maior parte dos bens que produzem. Assim, parte da atividade que inicialmente efetuavam por si mesmas tem de ser, agora, efetuada em favor dos seus dominadores, simplesmente de forma a garantir a sua sobrevivência. À medida que o poder dos poucos aumenta, estes controlam cada vez mais recursos e produtos do trabalho, até que, finalmente, a atividade dos explorados é nada mais, nada menos, do que trabalho para criar mercadorias em troca de um salário que depois gastam para comprar de volta essa mercadoria.

Como é óbvio, o completo desenvolvimento deste processo é lento, em parte porque encontra resistência em cada curva do caminho. Existem ainda partes da terra e parte de vida que não foram enclausuradas pelo estado e pela economia, mas a maior parte da nossa existência foi já etiquetada com um preço, e o seu custo tem vindo a aumentar exponencialmente desde há dez mil anos. Portanto, o estado e a economia surgiram juntos como aspectos da alienação acima descrita. Eles constituem um monstro de duas cabeças que nos impõe uma vazia existência, na qual as nossas vidas se transformam numa luta pela sobrevivência. Isto é verdade tanto nos países ricos como naqueles que têm sido empobrecidos pela expropriação capitalista.

O que define a vida como mera sobrevivência não é nem a escassez de bens disponíveis por um dado preço nem a falta de meios para comprar esses bens. Em vez disso, quando alguém é forçada a vender a sua vida, a dar a sua energia a um projeto que não é da sua escolha, mas que serve para beneficiar outra pessoa que lhe diz o que fazer, por uma mísera compensação que lhe permite comprar umas quantas necessidades e prazeres – isto é meramente sobreviver, independentemente de quantas coisas se possa comprar.

A vida não é uma acumulação de coisas, mas uma relação qualitativa com o mundo. Esta venda forçada da nossa vida, esta escravatura do salário, reduz a vida a uma mercadoria, a uma existência dividida em pedaços mensuráveis que são vendidos um por um. É óbvio que para o trabalhador, que foi chantageado para vender a sua vida deste modo, o salário parece nunca ser suficiente. Como o poderia ser, se o que foi realmente perdido não foram unicamente as várias unidades de tempo, mas a própria qualidade da vida? Num mundo onde vidas são compradas e vendidas em troca de sobrevivência, onde os seres e as coisas que constituem o mundo natural são simplesmente bens à venda, para serem explorados na produção de outros bens para venda, o valor das coisas e o valor da vida transformam-se num número, numa medida, e essa medida é sempre em dólares, ou pesos, ou euros, ou yen – ou seja, em dinheiro.

Mas nenhuma quantia de dinheiro nem nenhuma quantidade dos bens que o dinheiro compra pode compensar o vazio de tal existência, pelo simples fato de que este tipo de valorização pode apenas existir drenando a qualidade, a energia, a admiração da vida.
A luta contra a lei da economia – que deve andar de mão dada com a luta contra o estado – tem de começar com uma recusa desta quantificação da existência, que consegue ocorrer apenas quando as nossas vidas nos são roubadas. É a luta para destruir as instituições da propriedade, da troca de mercadorias e do trabalho – não com o objetivo de tornar as pessoas dependentes de novas instituições, nas quais a regra da sobrevivência ganha um ar mais humano, mas de modo a que todos possamos nos reapropriar das nossas vidas como nossas e perseguir as nossas necessidades, desejos, sonhos e aspirações, em toda a sua imensurável singularidade.
 
Encheu meus olhos d'água!!!
Não sei quando nós deixamos de viver e passamos a tentar sobreviver nessa invenção maluca!!
Tambem não sei como parar isso de uma vez, e acredito que a maioria das pessoas não querem ou não conseguem sair disso!
É uma desvalorização e humilhação brutal da dadiva recebida! A vida!
Só sei que isso terá um fim e eu espero que seja breve!
Abraço a todos e força pra continuar na luta!
 
Acho que isso só vai parar quando o mundo estiver quase totalmente destruido
Estamos a beira de um novo conflito mundial, tem muitos cataclismas por virem e muitas guerras vao destruir ainda mais nosso planeta, acho que o ser humano só vai acordar quando ele perceber que se nós destruirmos esse planeta não teremos outro lugar para morar ou fugir, quando o negocio ficar realmente louco
e a dor cobrir a terra ai então quem sabe a humanidade vai se unir para tentar reverter a situação, espero que não seja tarde de mais, a nossa vida é muito mais que um emprego e uma vida rotineira em uma cidade, afinal cidades não é o nosso ambiente natural, o homem não é mais evoluido que qualquer outra especie no planeta, nós apenas saimos da perfeição e do siclo natural .. nós somos feitos para viver na natureza não em cidades ...
 
Belo texto.

Me fez pensar, repensar, e acabar no mesmo lugar.

Se tem alguém que se perguntou nesse ano que passou o porque de tudo isso, fui eu.
Mais de uma vez pensei em largar essas obrigações do sistema em troca de liberdade.

Mas parece que não dá. Não é impossível, mas não dá.
Sempre que eu me decido, caio no abismo de pensar no futuro incerto, em pensar em proporcionar aos meus filhos (que ainda nem existem) uma educação correta, e não precisar passar por necessidade alguma na vida. E, tenho certeza que muitos almejam isso.

Por isso, que nunca dei o primeiro passo, e continuo um meio-escravo do sistema. Essa metade escrava e racional, é o oposto de um ser MuiLok moldado pela liberdade, pela intensidade e pela enteogenia.

Não sei até quando a humanidade vai aguentar tal "cativeiro", tal humilhação perante sua verdadeira identidade. Identidade essa que foi perdida, quando o homem se afastou de Gaia.
 
Acho que isso só vai parar quando o mundo estiver quase totalmente destruido
Estamos a beira de um novo conflito mundial, tem muitos cataclismas por virem e muitas guerras vao destruir ainda mais nosso planeta, acho que o ser humano só vai acordar quando ele perceber que se nós destruirmos esse planeta não teremos outro lugar para morar ou fugir, quando o negocio ficar realmente louco
e a dor cobrir a terra ai então quem sabe a humanidade vai se unir para tentar reverter a situação, espero que não seja tarde de mais, a nossa vida é muito mais que um emprego e uma vida rotineira em uma cidade, afinal cidades não é o nosso ambiente natural, o homem não é mais evoluido que qualquer outra especie no planeta, nós apenas saimos da perfeição e do siclo natural .. nós somos feitos para viver na natureza não em cidades ...
Ultimamente tenho refletido muito sobre esta questão Juliano.

E cheguei a seguinte conclusão:

"Não haverá destruição do planeta."

Como meu amigo MuiLok falou ali em cima, "somos moldados".

Toda informação que absorvemos é manipulada.

Acredita que não existe a cura da Aids? Existe sim, desde quando ela foi implantada.

Chama-se "controle populacional".

Existe um cúpula, onde intelectuais, políticos e detentores de algumas verdades obscuras controlam "o teatro mágico".

A devastação ambiental que presenciamos e participamos de forma ativa vivendo em cidades é proposital, porém não se trata de um fato novo.

Tudo vem sendo estruturado há milênios. Meticulosamente.

Está tudo dentro do programado.

No momento certo, municípios, metrópoles, estados e até países inteiros serão dizimados em questão de minutos.

Engana-se que ainda se intimida com bombas nucleares. Serão usadas bombas biológicas. Doenças que estão sendo testadas em nossos parentes que simplesmente "somem" no meio da rua sem deixar vestígios.

Vacinas são aplicadas e incentivadas por políticas publicas em vários governos na esfera global. Inclusive o nosso próprio governo.

Somos "praga", e pragas são controladas, exterminadas.

Lobão cantou: "Eu sou nada e é isso que me convém, eu sou o sub do mundo, o que será? o que será? que me detém?"




 
... nós somos feitos para viver na natureza não em cidades ...
Concordo com você Juliano, nos adaptamos um pouco a esta vida, mas ainda é difícil mantê-la.
Prefiro caminhar na natureza, não gosto muito do concreto.
 
Mas parece que não dá. Não é impossível, mas não dá.
Sempre que eu me decido, caio no abismo de pensar no futuro incerto, em pensar em proporcionar aos meus filhos (que ainda nem existem) uma educação correta, e não precisar passar por necessidade alguma na vida. E, tenho certeza que muitos almejam isso.

ahá vc disse tudo , como estamos presos ate o pescoço nesse sistema , poucos sao os bem aventurados q consiguiram sair dele
Simplesmente nao foi nos dada opção fomos obrigados a participar dele que a cada dia cresce mais e tem mais poder
 
AlieNação O Mapa do Desespero

Controle do Espaço- Tempo, Viagens Espaciais e Exploração Espacial


No mundo moderno, o controle é exercido sobre nós automaticamente pelos espaços em que vivemos e nos movemos. Passamos por certos rituais em nossas vidas - trabalho, "lazer", consumo, submissão - porque o mundo no qual vivemos foi criado apenas para isso. Todos sabemos que as lojas são para comprar, os escritórios para trabalhar, as salas de "estar" para assistir televisão e as escolas para obedecer os professores. Todos os espaços pelos quais passamos já possuem funções pré-definidas e tudo que é preciso para nos manter fazendo as mesmas ações é continuar percorrendo os mesmos caminhos. É difícil achar alguma coisa para se fazer no Pão de Açúcar além de dar uma olhada e comprar mercadorias; e, acostumados a fazer isso como estamos, é duro, de qualquer forma conceber que poderia haver algo mais que se possa fazer lá - para não mencionar que fazer qualquer coisa lá que não seja comprar é ilegal - no caso de você pensar nisso.
Existem cada vez menos espaços livres e pouco desenvolvidos no mundo onde possam correr livres os nossos corpos e mentes. Quase todos os lugares que você puder ir pertencem a alguma pessoa ou grupo que já determinou e proibiu seu uso: estado privado, distrito de compras, avenida, sala de aula, parque nacional. E as nossas rotas extremamente previsíveis pelo mundo raramente nos levam perto das áreas livres que ainda restam.
Esse espaços, onde o pensamento e o prazer podem ser livres em todos os sentidos, estão sendo substituídos por meio ambientes cuidadosamente controlados - como a Disneylândia, onde os nossos desejos são pré-fabricados e vendidos de volta para nós sob as nossas custas financeiras e emocionais. Dar a nossa própria função para o mundo e criar as nossas próprias formas de interagir com ele são partes fundamentais da vida humana; hoje em dia, nós nunca estamos em espaços que encorajam isso. Assim não deveria ser surpresa que tanta gente se sinta desesperada e incompleta. Mas como o mundo tem tão pouco espaço livre sobrando e nossos caminhos diários nunca nos levam até lá, somos forçados a freqüentar lugares como a Disneylândia para conseguir qualquer semelhança que seja com diversão e entusiasmo. Assim, a real aventura dos nossos corações foi largamente substituída por uma falsa aventura, e a vibração da criação foi substituída por um treinamento para ser espectador.
O nosso tempo foi completamente ocupado e regulamentado, como o nosso espaço; de fato, a subdivisão do nosso espaço é uma manifestação do que já aconteceu com o nosso tempo. O mundo inteiro se move e vive de acordo com um sistema de tempo padronizado, criado para sincronizar os nossos movimentos de um lado a outro do planeta. Dentro desse sistema maior, nós todos temos a nossa vida regulamentada por tabelas de trabalho e/ou horários de escola, bem como pelo horário em que o transporte público funciona ou que o comércio abre, etc... Essa regulamentação da nossa vida que começa na infância, exerce um sutil mas profundo controle sobre todos nós: tendemos a esquecer que o nosso tempo de vida no final das contas é nosso para gastarmos da forma que quisermos, ao invés de pensarmos em termos de dias de trabalho, horários de almoço e fins de semana. Uma vida verdadeiramente espontânea é impensável para a maioria de nós; e o assim chamado "tempo livre" geralmente é apenas um tempo designado para outra coisa que não o trabalho. Quão freqüentemente você vê o sol nascer? Quantas caminhadas em tardes ensolaradas você dá? Se você tivesse a inesperada oportunidade de fazer uma empolgante viajem essa semana você poderia ir?
Esses ambientes e horários restritos limitam drasticamente o vasto potencial da sua vida. Eles também nos mantém isolados uns dos outros. Em nossos empregos, gastamos uma grande quantidade de tempo fazendo um tipo específico de trabalho com um grupo específico de pessoas, em um lugar determinado (ou pelo menos, para trabalhadores da construção e empregados temporários, num ambiente determinado). Tais experiências, repetitivas e limitadas, nos dão uma perspectiva muito restrita do mundo e nos impedem de conhecer pessoas vindas de outros meios. As nossas casas nos isolam mais ainda: hoje em dia nos mantemos trancados em pequenas caixas, em parte porque temos medo daqueles que o capitalismo tratou pior do que nós, em parte porque acreditamos na paranóica propaganda das companhias que vendem sistemas de segurança. Os bairros de classe média de hoje em dia são cemitérios de comunidade, as pessoas enjauladas em prisões que elas próprias construíram, empacotadas separadamente em caixas... igualzinho aos nossos produtos de supermercado, selados para garantir o "frescor". Com grossas paredes entre nós e nossos vizinhos, e nossas famílias e amigos dispersos em cidades e países diferentes, é difícil Ter algum senso de comunidade e deixar algum espaço livre comunitário onde as pessoas possam se beneficiar com a criatividade uns dos outros. E nossas casas e empregos nos mantém amarrados a um lugar, estacionários, incapazes de viajar pelo mundo exceto durante as férias apressadas.
Mesmo as nossas movimentações são limitadas e limitantes. Todos os nossos métodos modernos de transporte - carros, ônibus, metrôs, trens, aviões - nos mantém presos em caminhos fixos, assistindo o mundo exterior através de uma janela, como se fosse um programa de televisão particularmente chato. Cada um de nós vive em um mundo pessoal que consiste em uma série de destinos já bem conhecidos (o trabalho, o mercado, o apartamento de um amigo, a casa noturna) com umas poucas ligações entre eles (estar sentado no carro, dentro do metrô, subindo a escada da casa), e com uma remota possibilidade de encontrar alguma coisa inesperada ou de descobrir novos lugares. Um homem pode viajar as estradas de dez países enquanto permanecer em seu carro não verá nada além de asfalto e postos de gasolina. Presos em nossos caminhos não podemos imaginar locomoções verdadeiramente livres, viagens de descobrimento que poderiam nos levar a ter contato direto com pessoas e coisas novas a cada esquina.
Ao invés disso, nos colocamos em engarrafamentos, rodeados por milhares de pessoas na mesma condição, mas separados delas pelas jaulas de aço dos nossos carros - assim elas parecem para nós objetos no nosso caminho, ao invés de companheiros humanos. Achamos que estamos nos locomovendo mais pelo mundo com o nosso moderno sistema de transporte; mas, na verdade eles permitem que vejamos pouca coisa ou mesmo nada. Quanto mais as nossas capacidades de transporte aumentam, mais as nossas cidades se esparramam sobre a paisagem. Sempre que as distâncias crescem, mais carros são necessários; mais carros requerem mais espaço, e sendo assim as distâncias aumentam de novo... e de novo. Nesse ritmo estradas e postos de gasolina um dia irão substituir tudo o que faria uma viajem valer a pena.
Alguns de nós olhamos para a internet como a "fronteira final", como um espaço livre e pouco desenvolvido ainda propício à exploração. O Espaço Virtual pode ou não oferecer algum grau de liberdade para aqueles que podem pagar para usá-los e explorá-lo, mas o que quer que ele possa oferecer, ele o faz sob a condição de que fiquemos restritos à permanecer sentados na frente de uma tela de computador, numa espécie de amputação voluntária. Lembre-se: você é um corpo tanto quanto é uma mente: é liberdade estar sentado, semi-imóvel, diante de uma tela luminosa durante horas, sem usar os sentidos do tato, paladar e olfato? Você se esqueceu da sensação da grama molhada ou da areia quente debaixo de seus pés descalços, do cheiro do eucalipto ou do mar nas suas narinas? Você se lembra do aroma de um pé-de-laranja? Do brilho da luz de uma vela, da vibração de correr, nadar e tocar?
Hoje em dia podemos nos voltar para a internet à procura de excitação sem nos sentirmos enganados porque as nossas vidas modernas são tão confinadas e previsíveis que esquecemos o quão prazerosos a ação e o movimento podem ser. Por que nos contentarmos com a limitadíssima liberdade que o espaço virtual pode nos dar, quando há muito mais experiências e sensações a serem vividas aqui fora, no mundo real? Deveríamos estar correndo, dançando, remando, aproveitando a vida até o último resquício, explorando novos mundos - quais novos mundos? Devemos redescobrir os nossos corpos, os nossos sentidos, o espaço a nossa volta, e então poderemos transformar esse espaço em um novo mundo, ao qual possamos dar o nosso próprio significado.
Para esse fim, precisamos inventar novos jogos - que possam ser disputados nos lugares conquistados desse mundo, nas lojas e restaurantes e salas de aula, que vão derrubar os seus proibitivos significados para que possamos dar-lhes um novo sentido de acordo com os nossos próprios sonhos e desejos. Precisamos de jogos que nos reunam, longe do confinamento e isolamento das nossas casas privadas, em espaços públicos onde possamos nos beneficiar da companhia e criatividade uns dos outros. Exatamente como os desastres naturais e blecautes fazem as pessoas se unirem e são excitantes para elas (além de trazerem uma pequena e vibrante variação num mundo previsível e chato), os nossos jogos irão nos reunir para fazer coisas novas e excitantes. Teremos poesia nas fábricas, concertos nas ruas, sexo nos campos e bibliotecas, piqueniques gratuitos nos supermercados.
Precisamos inventar novas concepções de tempo e novos modos de viajar. Tente viver sem um relógio, sem sincronizar a sua vida com o resto do mundo. Tente fazer uma viagem a pé ou de bicicleta, então assim você terá contato direto com tudo que você passará, do início da viagem até o final dela, sem o intermédio de uma janela. Tente explorar a sua própria vizinhança, olhando sobre telhados e em esquina que você nunca prestou atenção antes - você ficará pasmo com quanta aventura escondida lá existe, esperando por você!
Um curioso efeito do desenvolvimento de rápidos sistemas de transporte é que conforme a distância entre as comunidades diminui, a distância entre indivíduos dessa comunidade aumente.
 
Ótimos textos Cloro, vc ja leu "O Mal-estar na Civilização" do Freud? é legal tb...
 
Obrigado pelos textos e espero que tenha mais ai dentro da cachola, pois expressa o que a maioria de nós pensa e faz!
Tenho permissão pra espalhar o texto? coloco Clorofila como autor?
Abraço
 
Obrigado pelos textos e espero que tenha mais ai dentro da cachola, pois expressa o que a maioria de nós pensa e faz!
Tenho permissão pra espalhar o texto? coloco Clorofila como autor?
Abraço

Victor meu camarada! Fique à vontade, distribua sem restrições!!

Não são textos meus, mas vou procurar o autor, tenho isso aqui em algum lugar!

Vou postar mais!! :pos:
 
essas idéias estiveram presentes no movimento hippie, na década de 60, contribuindo para o surgimento das comunidades alternativas.
 
prefiro a visão do timothy leary, "turn on, tune in, drop out", que é menos anarquista e mais racional, mas tudo bem...
 
Acredito que está tudo errado, mas não quero voltar a ser indio!
Acho que se deve parar essa evolução materialista que está se criando, com celulares, tvs e tudo que só está contribuindo para as pessoas pararem de pensar e ficarem babando na frente dos seus bichinhos virtuais, e começar a desenvolver tecnologia pra se resolve os problemas que afligem a sociedade e o planeta.....acabar com o sistema monetario, mas não ficar sem fazer nada e viver de brisa, as coisas deveriam continuar, cada um fazendo sua parte mas em prol do todo e não exclusivamente para encher seu rabo de coisas inuteis!
Teriamos o conforto que temos, mas muito mais lucidos dos nossos direitos e deveres como cidadãos do universo!
Abraço
 
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