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o encontro anual com o outro lado...

Status
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pegaso

Cogumelo maduro
Membro Ativo
24/05/2005
120
76
Junho de 2008

Meu encontro anual com o outro lado aconteceu há cerca de um mês.

Sei que sintéticos são proibidos no fórum mas não tenho outro lugar onde dividir, quero compartilhar aqui o vivido, se o post for muito ofensivo Às regras peço desculpas, e por favor apaguem o tópico.

Na verdade pra mim não importa muito qual a substancia, tudo é uma questão básica de saber dimensionar a dosagem e estar no set-setting adequado. As ferramentas químicas são varias. Cada uma tem seus pros e contras. O mais importante é como utilizamos as mesmas, o que aprendemos com elas.

Desta vez a ferramenta utilizada foi LSD.

Segue o relato:



Depois de quase não conseguir me desembaraçar de Maya, fugi de sampa com um grande amigo que também estava em estado de pré estafa por conta de tanto trabalhar na maldita fucking babylon.

Demos um foda-se pra tudo e saímos fora duas semanas numas de desentupir o espírito. Após uma semana em total e absoluto ócio em meio a uma natureza animal, resolvemos que estava na hora de fazer a experiência.

Acordamos cedo, por volta de 5:30 da manhã. banho, barba, vitamna de frutas. Ao nascer do sol, pegamos a trilha no meio da mata. Na caminhada, rumo à uma praia deserta em algum lugar do litoral sudeste brasileiro, eu e D. fomos pedindo proteção a todos os entes da mata, permissão para podermos realizar nosso intento, uma espécie de ritualização racional-imunizante contra possíveis bads devido a perturbações energéticas por violarmos a harmonia da natureza.

Carregávamos em mochilas o necessário para uma ambientação minamente decente numa praia deserta: uma rede, toalhas, mascaras de mergulho, viveres, violão, talking drum, baseado.

Chegando à praia, armamos nosso pequeno acampamento, e tomamos nosso sacramento: 2 e meio selos para mim e 1 e meio selo para o D. A dosagem reflete nossas estaturas: eu sou grandão, e o D é de estatura mediana. Os selos eram do tipo alex grey, limpissimos, sem nenhum traço anfetaminico.


Selos embaixo da língua, aquele gostinho metálico na boca, aquele frio na barriga: - agora já foi! Não tem volta...

Logo após a ingestão, D achou uma vara de pescar que alguém havia esquecido próximo ao ponto onde estabelecemos acampamento. Consideramos aquilo um excelente sinal para a trip iminente, nada nos faltaria ali, nem mesmo alimento. Peixes são símbolos do insconsciente, ótimo sinal encontrar uma varinha de pesca ali no setting natural, imediatamente após a ingestão do sacramento.

Poderíamos ficar ali isolados dias, se necesssario. O espírito era de total entrega. Muito preparo para esse dia, muita certeza e intento verdadeiro para encarar a experiência novamente.

A espera foi curta, creio que em menos de meia hora começamos a sentir os efeitos. D tocou um pouco de violão, eu tentei acompanhar no talking-drum mas foi impossível, não conseguia entrar na musica. Desencanei e fui praticar tai-chi, o chão ondulando, muito difícil, parecia algo desnecessário, resolvi pura e simplesmente enfrentar a ansiedade me entregando a ela quieto, controlando o medo. Merda de culpa misto com ansiedade, com expectativa, um horror! Odeio essa parte nas decolagens...

Ao mesmo tempo, D estava tendo contorções na areia, na peia pura por conta de ódios reprimidos contra o fucking babylon system. Achei uma vara de madeira e entramos na trip de descarregar todo o odio e frustração contra a FB (fucking babylon) dando pancadas na areia com toda a força, usando o galho como se fosse uma clava. UM batia até cansar, daí passava o bastão pro outro, que descarregava sua fúria, uma viagem muito catártica. Ficamos nisso num crescente, descarregos catárticos de pulsões reprimidas estraçalhando um galho de arvore contra a areia quente da praia.

Destruída a clava, nos olhamos satifeitos e aliviados pelo descarrego. Era visível a satisfação animal de ter descarregado muita agressividade reprimida.

Entramos no mar para lavar os fluidos negativos, e na água começou a bater forte, visuais de um efeito liquido na atmosfera, subitamente a densidade do ar torna-se visivel, como é que pode que não reparamos nisso quando sóbrios? È tão fino, tão sutil, tão simples de ver....

Embasbacados ficamos os dois com as visuais de peixinhos, água cristalina, o sol refratando na areia... Um puta lugar inacreditável, uma prainha de uns 60 m de comprimento no meio de mata atlântica bruta, praia sem onda, paraíso tropical.

Dentro da agua começou a ficar muito frio para mim, precisei buscar um lugar quente. Já estava totalmente alterado, mal consegui andar, visualizei um ponto na areia que me pareceu “quente” e fui pra lá, desabei no chão e fechei os olhos.

Uma tremenda compressão do ego, espirais, uma tremenda afllição interna....Começo a ouvir os barulhos dos fluidos internos do corpo, sem medo, apenas expectativa. Quando comecei a entrar na fase de pulverização do ego, tomei consciência de que minha mente estava sob o domínio de uma espécie de lula alienígena azul-verde néon madreperola, que ao perceber que eu percebi a presença dela, passou a tentar me assustar com a perspectiva de morte iminente. Uma monumental compressão do ego, o corpo retorcendo-se numa tremenda peia, um medo inacreditável daquele bicho, e na hora de maior medo, em que ela se apresentava justamente como a MORTE e estava prestes a me engolir, eu sentia tentáculos enroscando-se em cada centímetro do meu ser, uma sensação de sufocamento, desespero, agonia total, e em algum lugar eu sabia que estava sob efeito da droga, bateu um arrependimento de ter tomado, não era aquilo que eu estava buscando. Subitamente alguém dentro de mim lembrou algum colega do PE postou um tópico falando da pergunta essencial a ser feita numa trip: -“quem sou eu?”

Ao fazer a pergunta, a lula-alien ficou furiosa, e “desplugou” da minha cabeça, mostrando-se dentro de um hyperspaço delimitado pelo domo reticulado com olhos nos cruzamentos, esse lugar já apareceu outras vezes pra mim, mas dessa vez era pequeno, apertado, seria talvez uma esfera com uns 5 m de diâmetro, e a lula louca e enfurecida, ficava ricocheteando nas “paredes” do domo, e de repente – tchumn! - ela invadia meu crânio, assaltava minha mente, uma sensação desesperadora de tentáculos néon madrepérola invadindo todos os meus tecidos, todo o meu ser, até tomar conta totalmente de minha percepção, encaixando em minha tela mental um panorama de outro universo.

E ouço uma voz lá longe..... – quem sou eu? Quem sou eu? O que é você?

E a imagem de cosmo aberto se desfez, estava de novo dentro do domo, a lula furiosa por eu ter de novo escapado da armadilha alucinatória dela, esse avistamento da lula fora-de-mim durava alguns segundos de puro pânico, eu não tinha como fugir dela, estava preso dentro do domo, e de novo ela entrava na minha cabeça, esse processo era horrível, eu sentia os múltiplos tentáculos dela entrando em cada célula do meu ser, uma agonia inacreditavel, e de novo: quem sou eu?

Nisso a lula desplugava da minha cabeça, e tchuf! Outro universo me era mostrado em minha tela mental. Ficamos nesse jogo durante muito tempo, eu era distraído com um processo alucinatório de visões cósmicas e de repente lembrava, lá do fundo do meu ser, de fazer a pergunta: quem sou eu?

Guardo poucas lembranças especificas desses universos, estava imerso numa peia física inacreditável por conta das invasões da lula em minha mente, eu sabia em algum lugar que aqueles mundos eram “falsos” a lembrança ficou nebulosa, ficou muito mais forte a lembrança da luta mental com a lula neon. Mas lembro especificamente do ultimo universo visitado, era uma paisagem luminescente de um mar cor de rosa num planeta com dois sois, quando de repente alguém lá dentro de mim de fazer a pergunta de novo – quem sou eu?

Essa primeira onda baixou, e fiz contato visual com o D, ele estava levando uma tremenda surra, numa peia tremenda. Tentei me locomover até ele, e quando estava a uns dois metros, bati numa parede gigantesca feita de carne crua, e das fibras dessa carne pendiam miúdos de frango, enquanto uma voz (a lula, presumo), me dizia: “isso é a morte. Ta vendo, a morte é isso aí. Gostou de ver a morte? Você gosta? A morte é isso....”

Consegui chegar perto do D, que estava de joelhos implorando perdão aos céus, me deu uma necessidade de tocá-lo na coluna, passei as duas mãos ao longo de sua coluna e “arranquei” duas bolas de luz laranja de dentro de seu cóccix. Enterrei as bolas na areia e me arrastei até o mar, para me descarregar. Fiz isso meio num transe, era como se fosse outra pessoa fazendo isso e eu estivesse apenas observando, sem fazer parte da cena. Uma viagem de cura...

Fiquei uma cara agachado olhando a água do mar na parte rasinha, muito cristalina, muito fantasticamente lindas as refrações na areia...

Pouco depois passa a onda, eu e D nos encontramos e nos olhamos perplexos por alguns instantes, chegamos a conversar um pouco: - parece que a onda forte passou, né? - Puxa, que foi iiisssoooo, que loucura? - A gente ainda está aqui? Ainda estamos vivos? Qaunto tempo passou? - Acho que daqui pra frente vai ser mais leve, já faz muito tempo, a onda principal deve ter sido esse negocio que passou há pouco...

Começamos a conversar sobre nossas visões e de repente uma tsunami de espirais madrepérola veio do mar e me varreu desta realidade para outro lugar.

Eu estava de novo dentro do domo, que agora era monumental, o observador numa posição acima do horizonte, como se estivesse nas fileiras superiores de um anfiteatro, semelhante ao Odeon em Atenas, e via ao longe um palquinho, com direito à boca de cena, cortina e coxias. Nesse palquinho eram encenados dramas cósmicos para mim. Ao mesmo tempo, eu estava no camarim, e a tal da lula cosmica estava lá dentro, admirando-se em infinitos espelhos, desta vez ela não era agressiva, me tratava de forma afetuosa e me demosntrava como ela tinha controle sobre as realidades, ela se olhava com um daqueles espelhos redondos, com cabo de prata, que as damas da corte utilizavam, e ao me mostrar o seu reflexo no espelho, o que eu via no espelho era o mesmo que eu via no palco.

Nessa parte, houve um download absurdo de informação não-verbal para dentro de minha cabeça, uma sólida coompreensão da ilusão que é a realidade real, de como tudo é projeção, tudo é teatro. A lula ficava repetindo: tudo são jogos, apenas jogos, como no teatro... Aqui é o teatro das formas, tudo são jogos, apenas jogos...

Mais tarde, meu amigo falou que eu ficava repetindo – È tudo um grande teatro, tudo não passa de um grande teatro... E ele disse que ouvia com um efeito de eco, reverber e distorção, enquanto o corpo dele derretia e se fundia com os grãos de areia da praia.

Eu imerso nessa revelação do teatro das formas e em algum lugar da praia D saiu da fase peia para a fase êxtase cósmico. Ele gritava feito um louco: isso é amor! Isso é que é amor! , e chorava, e urrava... Nisso a lula transforma-se em uma espécie de dançarino, parecido com aquelas figuras das tapeçarias tibetanas , e ia abrindo leques com seus multiplos braços, em cada leque uma dimensão, um universo inteiro a ser observado e explorado.

Então a lula-alien-demonio-tibetano-dançarino-cosmico abriu dois de seus múltiplos braços e ofereceu: O que você quer? Êxtase na luz? E flap! Abriu um leque com a mão direita, onde estava a luz primordial – e perguntou de novo – Ou você quer a escuridão? E flap! Abriu na mão esquerda o leque da escuridão eterna, o nada absoluto... Hesitei uns instantes e de novo: quero saber quem sou eu! Nisso tudo se desfaz, lula, domo, teatro, tudo vira o mais perfeito caos, tenho um vislumbre da luz primordial, um filete de luz inacreditavelmente poderoso, estou atravessando uma espécie de fenda vertical, totalmente escura, e percebo que “além”, está a luz, eu quero chegar até ela, estou voando dentro da fenda, de repente ela se fecha e uma voz como um trovão me informa: SOMENTE DEPOIS DA MORTE!

Imediatamente após essa pancada, desci vários degraus em direção à realidade comum, fiquei consciente do corpo, da praia, do barulho do mar.

Fico muito tempo imerso em visuais incoerentes, emergindo aos poucos para a realidade comum. Meu ego reconstituído aos poucos e meu amigo D ali do lado, às lagrimas de pura gratidão pelo êxtase que havia vivido.

Fizemos juntos muitos agradecimentos aos céus, aos genitores, ao meu querido amigo M., que forneceu os selos, à todas as forças da natureza, e também choramos juntos por toda a infelicidade do mundo. Nesse momento tanto eu como D tivemos uma terceira onda mais curta, um breve instante de alucinações com guerra, gente passando fome, maquinas destruindo a natureza...

Ficamos na praia até umas 4 da tarde, fumando baseado e conversando sobre as visões de cada um. D tem probelmas gástricos, sofre de gastrite crônica, e na trip ele conseguiu por pra fora muitas toxinas, um furúnculo se formou na barriga dele durante a trip; conversamos sobre tudo, sobre a loucura que é a proscrição desse santo remédio (Louvado Seja Deus), sobre o controle que é exercido sobre as consciências, sobre milhares de coisas.

Mentalizamos positivo de novo, agradecendo a todos os deuses, à terra, ao mar, e muito especialmente ao grande amigo M, que descolou lsd de verdade em terras d’além mar... Muitos vivas para o cavalheirismo psicodélico! Vivas para a irmandade da consciência!

Quando a fome bateu forte, recolhemos acampamento e pegamos a trilha de volta à casa, ao chegarmos havia um peixe fresco que um amigo caiçara havia pescado e nos deixou de presente enquanto estávamos viajando na praia. Na hora lembramos da vara de pescar que estava largada na praia, um sentimento muito bom de que tudo estava certo, tudo em seu devido lugar, estávamos em harmonia total com o entorno.

A caseira havia feito uma deliciosa moqueca com esse peixe, convidamos nosso amigo caiçara para comer conosco e confraternizamos juntos em nome da felicidade, da amizade, do amor pela natureza... comemos no jardim e lá ficamos até o por do sol, varios baseados rolaram, varias risadas, muita felicidade e amor por tudo que é simples e bom.

A onda passou totalmente só por volta das 21:00 hs, deu um cansaço gostosinho e tanto eu como D dormimos maravilhosamente bem. No dia seguinte fomos velejar no laser do meu amigo caiçara, fomos pra uma ilha e na volta não tinha vento... Voltamos no remo, uns três quilômetros, tanto eu como D tendo vários momentos de flashback lisérgico no meio do caminho. Essa velejada foi a verdadeira aterrisagem da trip do dia anterior.

Alguns dias depois D retornou à sampa, eu ainda fiquei mais uns dias na praia , minha intenção era fazer mais uma experiência sozinho, dessa vez com cogumelos, estou muito interessado em experimentar uma mushuasca, cheguei a fazer o chá de arruda síria e separar 10 g de cogus, mas na hora da ingestão me deu uma coisa meio assim, não, agora não é o momento. Joguei fora o chá de harmala (sacrilégio!) e guardei os cogus pra outra oportunidade.

Ficou algo de incompleto em minha trip, fiquei instigado pelo “teatro mágico” que a lula me mostrou. Creio que numa próxima vez talvez consiga chegar mais perto de elucidar esse mistério do quem sou eu...
 
Saudações, meu amigo Pégaso.

Fascinante seu relato, muito bem escrito. Diversas vezes, eu voltava a ler o parágrafo anterior para gravar muito bem em minha imaginação os momentos que o irmão e seu colega passaram.

A tripp mostra um excelente preparo - Set perfeito, dia/tempo perfeito, uma busca, um propósito.


O que importa mesmo, foi essa Libertação, mesmo que momentânea do sistema babilônico. E digo mais: Fuck the system.

Estamos dia após dia nos preparando para sentir o êxtase final, o todo. Foi aí que você (e eu) percebemos que só podemos dar uma espiada nisso tudo, e só no momento certo, faremos parte dessa eterna e sábia realidade.

òtimo relato meu amigo,
tenho certeza que a tripp foi muito intensa, reveladora, e RENOVADORA.

Good vibes meu amigo, lhe desejo muita luz, desprendimento e felicidade nessa existência.

E obrigado, muito obrigado.:pos:
 
nossa cara viajei tanto nessa trip...que incrivel cara

poxa perfeita!!

dissolução do ego,quem eu sou,ilusão da realidade

GRANDE compreensão do todo,contato total com o absoluto


sabe para mim,essa lula que se agarra a ti era seu ego querendo te prender nele...quando voce quebra isso questionando quem eu sou (o ego exige a separação do todo,eu sou,eu sou isso,eu sou aquilo,e nao existe essa divisão de voce do todo)o quem sou eu prova que voce nao eh nada,e voce é algo que nunca entenderas ate a libertação ultima,é o questionamento que mostra a dissolução do ego ao todo,a comprensão de você em Deus...entao a lula nao te atinge mais...

mas ela faz o teatro,ela mostra as ilusões que voce pode querer acreditar,ela da no leque aquilo que voce quer acreditar...as ilusões da vida que nós fazemos,preso em Maya....agora quando voce quebra de novo o ego com a pergunta (om tat sat)você tem lampejos do que és...e por ultimo,os seus irmãos desencarnados que lhe acompanharam na trip revelam que isso so depois da morte mesmo!

pois através do questionamento do quem eu sou,voce so pode responder o que não és,mas nunca saberemos o que somos!

nota 10!!!inspiração pra minhas futuras trips!
 
pegaso disse:
... e uma voz como um trovão me informa: SOMENTE DEPOIS DA MORTE!

UAU! Eu me arrepiei todo ao ler isso.... Obrigado pegaso, Grande abraço!!!:):pos:
Antigamente, eu fugia da babilonia para me "limpar", hoje visito ela para que não me esqueça o porque de ter fugido.

Paz, luz e muita harmonia em sua vida!!
 
dando uma limpada no meu HD, eis que me deparo com esta imagem...

muito literal essa sincronicidade...
yeah.jpg
 
Bonito teu relato pegaso.
Demorei pra ler ele todo, mas li; muito bom.
Tivesse até um contato com entidades :D
 
Estou de boca aberta Fantomas(certo?)

que trip fascinante, um dos melhores relatos que já li!

Ficar a trip inteira numa luta contra uma entidade cósmica realmente não é facil, mais você soube lidar muito bem com isso, fazendo as perguntas certas na hora certa!

Me pergunto, o que poderia ter acontecido na hora que ela(polvo) lhe mostrou a iluminação e a escuridão, e ao inves de você ter opitado em "quero saber quem sou eu" tivese opitado pela iluminação, essa é uma pergunta que nunca vamus saber a resposta, rsrs

Eu sempre acreditei no poder do L S D,mais nunca cheguei em tal estado de consciência com ele, não sei se foi por falta de preparo, lugar ou dosagem...
Os poucos selos bons que já tomei nunca cheguei a tomar em doses tão altas, normalmente é meio, por ae, depois de ler este relato me deu vontade de tomar doses cavalares em lugares paradisiacos, pois tomar aqui na babilônia não é a mesma coisa...

Eu já cheguei a tomar este Alex Gray, mais foi apenas 1/3 e me rendeu uma trip bem gsotosa!

Que pena que não tomou o mushusca, se não se já deixava ai o relatoo!

Muito obrigado pelo relato irmão!!

forte abraços e muita luz
:pos:
 
Tiro o chapéu, me emocionei com a trip!

Vai em encontro com algumas outras que já tive...

Especialmente com a imagem do lula (no meu caso via mais como um polvo)!

Minhas interpretações para os símbolos são um pouco diferentes das do pessoal, o que dá um significado bem único para a sua viagem.

Parabéns e boa sorte para as próximas!
 
Tiro o chapéu, me emocionei com a trip!

Vai em encontro com algumas outras que já tive...

Especialmente com a imagem do lula (no meu caso via mais como um polvo)!

Minhas interpretações para os símbolos são um pouco diferentes das do pessoal, o que dá um significado bem único para a sua viagem.

Vc também encontrou esse bicho? na verdade não era bem uma lula, era mais um "emaranhado de tentaculos" chamei de lula, mas poderia ser polvo também.

fiquei curioso, poderia soltar um breve relato de seu encontro com essa "entidade"?

quanto às interpretações, agradeço a todos os colegas por suas leituras diferentes. ajudam bastante a enxergar aspectos que não necessariamente eu havia enxergado.

como a trip se passa no reino do inconsciente, as mensagens de lá tendem a tomar um tom meio universalista, acho que tem significados diversos segundo o tunel de realidade de cada um. Qualquer um de nos poderia ter tido essas visões, nesses momentos eu não era eu, o ego tava dissolvido, o observador não tinha ego.

cheguei a pensar até o inverso, uma leitura totalmente anti-esoterica: e se na real o foi o meu ego que achou uma arma e tanto para não decolar nos possiveis ensinamentos da "lula"? essa defesa do ego seria o questionamento racional do quem sou eu, uma postura totalmente egocentrica!

vai saber... Se eu tivesse mais tempo fisico, faria experiencias com mais frequencia, mas tenho a impressão que existem algumas paisagens do outro lado que têm uma certa constancia. O domo, por exemplo. alguém aí já viu essa estrutura com olhos nas junções, que por vezes cobre paisagens, por vezes é um globo que quase aprisona? já vi isso em outros momentos, com psilocibina também. e essa coisa com tentaculos, pelo menos outro colega já viu. Será que aquilo existe mesmo, será que está lá fora (ou lá dentro), independente de nós e de nossa consciencia, existindo agora, nesse momento, em um outro lugar?

Mas ficou mesmo a sensação de que ficou faltando algo na trip... não sei, o que será que aconteceria, como outro colega sugeriu, se eu mergulhasse no extase? vai saber...

Acho que existe uma diferença entre o lsd e o cogumelo, o lsd é mais impessoal, mais psicanalitico, o cogumelo é mais aconchegante, mais "materno", mesmo na peia ele te trata bem, as viagens são sempre carregadas de um "valor maior subjacente", sem duvida devido à ligação direta com gaia que a´psilocibina produz. Mesmo com encontros alienigenas nos momentos de hyperspaço, a psilo sempre te reserva um momento de profunda comunhão com a terra em algum momento durante a trip.

o acido pra mim é mais frio, sem tanta ligação em trips com gaia. tem essa coisa mais psicanalitico-corrosiva mesmo, e os arquetipos, simbolos e mensagens são meio impessoais, mais coletivos mesmo.

acho que a trip foi a introdução de minha conscinecia expandida num determinado patamar do outro lado, descrito no livro tibetano dos mortos como sendo literalmente "o teatro magico", tem tudo a ver com o patamar onde estive, realmente um tanto abaixo da iluminação e fusão com a luz primordial.

perdi muito tempo na peia com a lula, quando chegou o momento de fusão com a luz o efeito pleno da substancia em minha mente já estava passando. Embora a voz-trovão tenha deixado claro que "só depois da morte", já passei pela experiencia de fusão da luz antes. é possivel sim fundir com a luz em vida. Mas daí a saber quem eu sou... Talvez somente depois da morte mesmo.

Engraçado é que não ficou uma sensação posterior de grandes revelações ou aprendizado. Foi uma experiencia, digamos, "fria", embora muito proveitosa. O efeito psicologico mais palpavel e de longa duração em mim depois dessas experiencias loucas é uma notoria despreocupação em termos materiais, e uma palpavel diminuição do medo da morte.

meu amigo D. pura e simplesmente não conseguiu mais levar a serio a fucking babylon. Entrou numas com o trabalho e pediu demissão, passou a ser apenas consultor meio periodo, está ganhando bem menos e está muito mais feliz, aproveitou terminou um namoro chocho (depois de uma exp de amor cosmico qualquer relação sem amor real fica tremendamente tediosa), e tá com planos de sair da big babylon pra algum lugar perto do mar. re-encontrou uma alegria e motivação de viver há muito esquecidas.

estamos planejando outra trip para breve. quando acontecer solto o relato.

abraço pra todos...
 
Obrigado pelas palavras Pegaso, mesmo que não tenham sido direcinadas a ninguém, eu lhe agradeço, estou em um momento em que o que disse, me enche o peito de tanta alegria e sentimentos positivos... obrigado!

Muitos aprendizados nós ganhamos após nascer, quando estamos crescendo, aproveita pois a hora é esta!
 
Belo Teatro Mágico, eu o perceba chamo de "SANCTUM SANCTORUM". Fique em Paz.
 
Sem palavras para dizer......
a não ser obrigado por compartilhar....
analize melhor talvez vc ja tenha encontrado a resposta para a sua pergunta!
Parabens!

Paz e luz!
 
Meditei bastante na questão antes de contribuir com uma visão...

Geralmente associo a figura de tentáculos (e as vezes espirais) como o Demiurgo, a entidade divina que mantêm o mundo "real" e nos prende nele.

O pessoal aqui deve saber melhor que eu, mas para os Gnósticos antigos (não os do Samael) nosso mundo foi criado por uma manifestação de Sophia sem o seu lado masculino no Pleroma (hiper-universo). A manifestação de Sophia acabou fragmentando-a, e os maiores pedaços formaram o Demiurgo e seus anjos.

O recém-nascido Demiurgo se considerou o Deus Verdadeiro e criou o mundo material para aprisionar os fragmentos que ainda estavam livres (nós).

Para os Gnósticos todo o mundo material possui esta natureza "maligna" (não que necessariamente o Demiurgo seja mal, mas ele é imaturo e infantil, como uma criança pequena com muitos poderes. Ele também é associado ao Deus do Antigo Testamento, o "Senhor dos Exércitos", que parece realmente mais uma criança brincando de War do que com um Deus).

A própria postura do Demiurgo parece ter mudado nos último séculos, mas ele continua sendo o aprisionador (se este mundo é o inferno que prende nossas almas para sempre, ele seria o Diabo) e tenta impedir a nossa liberdade, mesmo durante o transe.

Os tentáculos são as ferramentas que ele usa para tampar nossos sentidos e injetar o mundo consensual onde vivemos.

Geralmente ele vai lhe confundir, amedrontar e atrapalhar. Mesmo que você escape (interessante a questão do "quem sou eu", ele não teria como responder pois ele também não domina a sua própria natureza) ele pode lhe oferecer ilusões de liberdade. Quem sabe da próxima vez, agora que temos a "Gnose", será mais fácil enfrentá-lo?


Uma imagem que para mim ilustra bem o "domo" no qual o demiurgo nos prende:
Flammarion_woodcut_(colour).jpg
 
toda essa simbologia eh interessante

mas uma outra hipótese

porque uma lula mesmo?...perto do mar...

tem algum significado!

acredito ser uma entidade espiritual EXTERNA a você

e objetivo poderia ser muitos

quem sabe ate lhe estimular a certos objetivos..porque uma hora ela vira sua amiguinha...na sua frente mostrando os tentaculos da realidade...porque ela fica entao Domada?

a pergunta do quem sou eu eh claro que eh manifestacao do ego....mas nao quer dizer que voce esta sendo egoista ou egocentrico

na realidade a pergunta é excelente para a auto observação

atraves do questionamento voce percebe que o Eu eh um nada e um todo unico,singular,absoluto!

:D
 
quem sabe ate lhe estimular a certos objetivos..porque uma hora ela vira sua amiguinha...na sua frente mostrando os tentaculos da realidade...porque ela fica entao Domada?

Oferecendo uma continuação do meu ponto de vista:

O Demiurgo não é absoluto, no sentido de que ele não é oniciente. Na verdade ele é bem "humano" e inclusive gosta de ser desafiado.

Esta é uma das histórias mais curiosas do Antigo Testamento:

Jacó enfrenta um Anjo enviado por Deus (Demiurgo) em uma batalha durante toda a noite. Após essa luta foi abençoado e ganhou o nome Israel (aquele que luta CONTRA Deus)...

Isso é, enquanto guiava seu povo escolhido o próprio Demiurgo gostava de ser desafiado, assim como uma criança gosta de brincar de lutinha.

Se eu estivesse certo e Ele não fosse assim provavelmente nem me deixaria terminar de escrever estas palavras.

Ele pode ter gostado da forma como nosso amigo lutou, e demonstrou isso... hoje em dia até deve acreditar um pouco na fuga da prisão, tanto que está bem quietinho até.

a pergunta do quem sou eu eh claro que eh manifestacao do ego....mas nao quer dizer que voce esta sendo egoista ou egocentrico

Eu não sou muito bom nessa "metafísica do ego", portanto não posso interpretar bem pelo seu lado... se pudesse explicar melhor...

atraves do questionamento voce percebe que o Eu eh um nada e um todo unico,singular,absoluto!


Com isso eu concordo. Não vi força alguma em nenhum dos mundos que pudesse responder o "quem sou eu", o eixo dos mundos é terrível por conter e estar contido ao mesmo tempo...

Tenho uma história boa sobre isso, mas tenho medo de deixar o pessoal doido que nem eu, hehehe.
 
Eu não sou muito bom nessa "metafísica do ego", portanto não posso interpretar bem pelo seu lado... se pudesse explicar melhor...

a divisao do absoluto,aquilo que nos faz dizer"eu sou isto,vc eh aquilo" é o ego....a simples pergunta ja é o ego se conflitando e percebendo a sua propia ausensia e o vazio do EU...pois o eu eh ilusorio,entende?eh criação nossa humana...na realidade tudo eh o todo..nao tem eu,isto...eh uma unica coisa,o ego quer fazer o seguinte"beeem...eu sou este corpinho...aquele carinha la eh otro,somos coisas diferentes,distintas,e separadas...o que acontece comigo eh so comigo"


Com isso eu concordo. Não vi força alguma em nenhum dos mundos que pudesse responder o "quem sou eu", o eixo dos mundos é terrível por conter e estar contido ao mesmo tempo...

Tenho uma história boa sobre isso, mas tenho medo de deixar o pessoal doido que nem eu, hehehe.[

por favor

ENLOQUEÇANOS!
 
vc caiu nas armadilhas do ego
bastava apenas dizer: "eu sou luz" e deixar a energia fluir em vc
 
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