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Nietzsche

Isso é a moral, isso é que o evita de penetrar no Dionisíaco, pois a moral alimenta a fraqueza e a decadência do ser humano com tais ilusões,

Já ouvi histórias parecidas antes, e boa parte das vezes partiram de pessoas querendo se livrar das limitações da moral porque estavam interessadas em um comportamento caótico e guiado somente por seus interesses. E pelo que observei geralmente não termina bem. Para se livrar da moral você TEM QUE realmente estar acima dela. Não basta falar que não existe ou não é útil.

Além disso, se Nietzsche, que tinha suas diferenças com o cristianismo, o criticou por causa da moral não deve ter tido visão dos cenários filosóficos e religiosos do mundo como com um todo. A moral não é exclusiva do cristianismo. Muitos outras crenças e sistemas filosóficos tem aspectos morais. Não é inesperado que ele tenha reagido ao mundo que o cercava, pois na época não havia tanta troca de informação entre as diferentes parte do mundo e suas tradições.

Quanto à decadência moderna, bem, moderna de quando? Da época dele? Ou se for de agora ele previu o futuro? E todo mundo é cristão? Nietzsche via a sua época, e não me parece que as críticas que fez e as alternativas filosóficas que propagou sejam totalmente aderentes aos momentos que se seguiram, inclusive o atual, por exemplo. Se é que foram aderentes ao momento em que ele viveu. E ele não parece ter deixado um grupo de seguidores dinâmico o suficiente para renovar as idéias e criar uma linha de pensamento viva.
 
Já ouvi histórias parecidas antes, e boa parte das vezes partiram de pessoas querendo se livrar das limitações da moral porque estavam interessadas em um comportamento caótico e guiado somente por seus interesses. E pelo que observei geralmente não termina bem. Para se livrar da moral você TEM QUE realmente estar acima dela. Não basta falar que não existe ou não é útil.

E qual o problema em se guiar no caos pelos seus interesses? Isso não necessariamente implica em egoísmo, isso pode estar relacionado ao conceito de Super Homem, o homem que vive o momento presente. Seu argumento é muito moralista, ninguém tem que estar acima de nada, isso é uma ilusão, é o que o N chama de niilismo negativo.

Além disso, se Nietzsche, que tinha suas diferenças com o cristianismo, o criticou por causa da moral não deve ter tido visão dos cenários filosóficos e religiosos do mundo como com um todo. A moral não é exclusiva do cristianismo. Muitos outras crenças e sistemas filosóficos tem aspectos morais. Não é inesperado que ele tenha reagido ao mundo que o cercava, pois na época não havia tanta troca de informação entre as diferentes parte do mundo e suas tradições.

Porque ele não tinha essa visão como um todo? Quem é que tem? Não tinha porque não partilhava de uma fé ultra-contemporânea-cristã-budista-umbandista-cogumelística ou algo do tipo, e não tinha acesso a internet??? Não podemos confundir a fé na filosofia, todos tem direito a sua própria fé, mas em filosofia é diferente, você deve se questionar. Todo pensador, filósofo, sábio, religioso, está submetido às limitação de seu espaço e tempo, isso não é um problema para a filosofia.

Quanto à decadência moderna, bem, moderna de quando? Da época dele? Ou se for de agora ele previu o futuro? E todo mundo é cristão? Nietzsche via a sua época, e não me parece que as críticas que fez e as alternativas filosóficas que propagou sejam totalmente aderentes aos momentos que se seguiram, inclusive o atual, por exemplo. Se é que foram aderentes ao momento em que ele viveu. E ele não parece ter deixado um grupo de seguidores dinâmico o suficiente para renovar as idéias e criar uma linha de pensamento viva.

N faz críticas a modernidade como produto dos pensamentos socráticos e platônicos, e vê no cristianismo um ultra-platonismo direcionado às massas, para N a referência é o pensamento dos gregos, que se guiavam pela arte e pela mitologia, daí surgem os conceitos Apolíneo e Dionisíaco. Qual o problema em prever o futuro? Parece impossível para você? De que tempo atual você está falando, do SEU tempo atual? Nossa era ainda vive os traços do pensamento cristão global, de Platão e Sócrates, certamente a filosofia de N é muito atual. Quanto aos pensadores e "seguidores" de hoje, não sei se você sabe muito bem do que está falando, o que te leva a pensar isso? Será que não é uma certa ignorância limitada pela sua moral, seu tempo, sua falta de "visão do mundo como um todo"?
 
E qual o problema em se guiar no caos pelos seus interesses?

Se você acha que não tem problemas é simples, vá em frente ;)


Seu argumento é muito moralista

Sinto que estamos entrando em um ciclo de repetições. Também é um argumento moralista? Vou falar de outra forma. Tem que saber o que faz. Todas essas normas e regrinhas do dia a dia foram criadas por um motivo, que pode existir ainda ou não. Mas se existir ainda, e você sair quebrando-as sem saber do que se trata vai acabar descobrindo o motivo. E geralmente de forma dolorosa.


Porque ele não tinha essa visão como um todo?

Quer dizer que ele conhecia o Taoísmo, as várias correntes do Budismo, o complicadíssimo Hinduísmo e várias outras tradições que tanto conhecimento acumularam ao longo da caminhada humana? Se você está dizendo, mostre. Se está falando que ele podia conhecer porque não há dados, ora, então de repente o vendedor de empadas da esquina é um filósofo disfarçado que sabe muitíssimo mais que N.


Todo pensador, filósofo, sábio, religioso, está submetido às limitação de seu espaço e tempo, isso não é um problema para a filosofia.

Mas quando vocês fãs falam de N não parecem se dar conta disso.


Qual o problema em prever o futuro? Parece impossível para você? De que tempo atual você está falando, do SEU tempo atual? Nossa era ainda vive os traços do pensamento cristão global, de Platão e Sócrates, certamente a filosofia de N é muito atual.

Você acha que ela é atual. Eu acho datada. E acho que ele não previu os desdobramentos sociais e econômicos que se seguiriam à sua época, nem criou um grupo de seguidores capazes de manter vivo seu pensamento. Quanto aos seguidores e pensadores da linha de N de hoje, quem são? Qual a significância deles no cenário filosófico? Qual é o pensamento vivo dessa linha hoje?

N parece ter atraído muitas pessoas escrevendo de forma polêmica e elegendo um grande vilão para criticar, o cristianismo. E todos sabemos que é fácil criticar o cristianismo. Várias escolas esotéricas da época tinham como alvo o cristianismo. Até hoje em dia muita gente "ganha a vida" criticando o cristianismo. E mais, se a base de N eram os gregos, Sócrates e Platão não eram gregos? Ou só valem os gregos que não influenciaram o cristianismo?
 
Ah, então é preciso conhecer e saber tudo para ter essa visão do mundo como um todo? Certamente N não tinha conhecimento dessas coisas, o que não o impede de pensar o mundo a sua forma, como o vendedor de empadas da esquina muito bem pode, não é uma questão de saber mais que alguém, talvez você apenas se iluda que saiba mais que alguém. Um pensamento cristão arrogante típico esse seu. Isso é a busca pela verdade, N não prega nenhuma verdade, N aniquila a concepção de verdade, daí o seu pensamento sobre os tipos de Niilismo, sua filosofia é alvo de muitas críticas, assim como qualquer filosofia e qualquer religião. Você parece buscar algo para se agarrar e permanecer com isso seguramente, não é por aí que ele pensa, não é assim que pensamos filosoficamente.
Há muito em N que pode ser comparado com o pensamento Taoísta e budista, mesmo sem o seu contato com tais vertentes, como você parece não ter lido nenhum de seus livros certamente não percebeu isso. Com sócrates e platão surgiu a filosofia como conhecemos hoje e o pensamento moderno deriva de tais pensadores, é o crepúsculo dos ídolos, antes do século V a grécia vivia uma forma totalmente diferente de ver o mundo.
Eu reconheço a preciosidade dessas suas "regrinhas", acho que você julga demais antes de compreender. Eu tenho minha simpatia com N e também minhas discordâncias, eu o acho genial em alguns pontos e ingênuo em outros, assim como tenho minha simpatia com o cristianismo autêntico (pela menos para mim existe uma concepção da verdadeira mensagem de Cristo e da bíblia) e minha aversão ao cristianismo das igrejas. Você parece querer discutir sobre um assunto do qual não tem conhecimento e não está disposto em conhecer, qual sua intenção?
Sobre autores e seguidores, pesquise, há inúmeras pesquisas acadêmicas e muitos autores que tanto elogiam quanto criticam N.
 
Um pensamento cristão arrogante típico esse seu.

Você parece querer discutir sobre um assunto do qual não tem conhecimento e não está disposto em conhecer, qual sua intenção?


Rapaz, você está ficando virulento, então vou descer do bonde por aqui.

Pelo menos você você conseguiu escrever isso:

Eu tenho minha simpatia com N e também minhas discordâncias, eu o acho genial em alguns pontos e ingênuo em outros, assim como tenho minha simpatia com o cristianismo autêntico (pela menos para mim existe uma concepção da verdadeira mensagem de Cristo e da bíblia) e minha aversão ao cristianismo das igrejas.
 
Genealogia da Moral

'Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos - e não sem motivo. Nunca nos procuramos: como poderia acontecer que um dia nos encontrássemos? Com razão alguém disse: "onde estiver teu tesouro, estará também teu coração". Nosso tesouro está onde estão as colméias do nosso conhecimento. Estamos sempre a caminho delas, sendo por natureza criaturas aladas e coletoras do mel do espírito, tendo no coração apenas um propósito - levar algo "para casa". Quanto ao mais da vida, as chamadas "vivências", qual de nós pode levá-las a sério? Ou ter tempo para elas?'
 
“- Mas voltemos atrás: o problema da outra origem do "bom", do bom como concebido pelo homem do ressentimento, exige sua conclusão. - Que as ovelhas tenham rancor às grandes aves de rapina não surpreende: mas não é motivo para censurar às aves de rapina o fato de pegarem as ovelhinhas. E se as ovelhas dizem entre si: "essas aves de rapina são más; e quem for o menos possível ave de rapina, e sim o seu oposto, ovelha - este não deveria ser bom?", não há o que objetar a esse modo de erigir um ideal, exceto talvez que as aves de rapina assistirão a isso com ar zombeteiro, e dirão para si mesmas: "nós nada temos contra essas boas ovelhas, pelo contrário, nós as amamos: nada mais delicioso do que uma tenra ovelhinha". - Exigir da força que não se expresse como força, que não seja um querer-dominar, um querer-vencer, um querer-subjugar, uma sede de inimigos, resistências e triunfos, é tão absurdo quanto exigir da fraqueza que se expresse como força. Um quantum de força equivale a um mesmo quantum de impulso, vontade, atividade - melhor, nada mais é senão este mesmo impulso, este mesmo querer e atuar, e apenas sob a sedução da linguagem (e dos erros fundamentais da razão que nela se petrificaram), a qual entende ou mal-entende que todo atuar é determinado por um atuante, um "sujeito", é que pode parecer diferente. Pois assim como o povo distingue o corisco do clarão, tomando este como ação, operação de um sujeito de nome corisco, do mesmo modo a moral do povo discrimina entre a força e as expressões da força, como se por trás do forte houvesse um substrato indiferente que fosse livre para expressar ou não a força. Mas não existe um tal substrato; não existe "ser" por trás do fazer, do atuar, do devir; "o agente" é uma ficção acrescentada à ação - a ação é tudo. O povo duplica a ação, na verdade; quando vê o corisco relampejar, isto é a ação da ação: põe o mesmo acontecimento como causa e depois como seu efeito. Os cientistas não fazem outra coisa, quando dizem que "a força movimenta, a força origina", e assim por diante - toda a nossa ciência se encontra sob a sedução da linguagem, não obstante seu sangue-frio, sua indiferença aos afetos, e ainda se livrou dos falsos filhos que lhe empurraram, os "sujeitos" (o átomo, por exemplo, é uma dessas falsas crias, e também a "coisa em si" kantiana): não é de espantar que os afetos entranhados que ardem ocultos, ódio e vingança, tirem proveito dessa crença, e no fundo não sustentem com fervor maior outra crença senão a de que o forte é livre para ser fraco, e a ave de rapina livre para ser ovelha - assim adquirem o direito de imputar à ave de rapina o fato de ser o que é... Se os oprimidos, pisoteados, ultrajados exortam uns aos outros, dizendo, com a vingativa astúcia da impotência: "sejamos outra coisa que não os maus, sejamos bons! E bom é todo aquele que não ultraja, que a ninguém fere, que não ataca, que não acerta contas, que remete a Deus a vingança, que se mantém na sombra como nós, que foge de toda maldade e exige pouco da vida, como nós, os pacientes, humildes, justos" - isto não significa, ouvido friamente e sem prevenção, nada mais que: "nós, fracos, somos realmente fracos; convém que não façamos nada para o qual não somos fortes o bastante'; mas esta seca constatação, esta prudência primaríssima, que até os insetos possuem (os quais se fazem de mortos para não agir "demais", em caso de grande perigo), graças ao falseamento e à mentira para si mesmo, próprios da impotência, tomou a roupagem pomposa da virtude que cala, renuncia, espera, como se a fraqueza mesma dos fracos - isto é, seu ser, sua atividade, toda a sua inevitável, irremovível realidade - fosse um empreendimento voluntário, algo desejado, escolhido, um feito, um mérito. Por um instinto de autoconservação, de autoafirmação, no qual cada mentira costuma purificar-se, essa espécie de homem necessita crer no "sujeito" indiferente e livre para escolher. O sujeito (ou, falando de modo mais popular, a alma) foi até o momento o mais sólido artigo de fé sobre a terra, talvez por haver possibilitado à grande maioria dos mortais, aos fracos e oprimidos de toda espécie, enganar a si mesmos com a sublime falácia de interpretar a fraqueza como liberdade, e o seu ser-assim como mérito.”(NIETZSCHE,F. Genealogia da Moral. São Paulo. Companhia das Letras . 2009. P.33-34.)
 
Sobre verdade e mentira no sentido extra-moral
Friedrich Nietzsche, 1873.

Em algum remoto rincão do universo cintilante que se derrama em um sem número de sistemas solares, havia uma vez um astro, em que animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o minuto mais soberbo e mais mentiroso da “história universal”: mas também foi somente um minuto. Passados poucos fôlegos da natureza congelou-se o astro, e os animais inteligentes tiveram de morrer. — Assim poderia alguém inventar uma fábula e nem por isso teria ilustrado suficientemente quão lamentável, quão fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto humano dentro da natureza. Houve eternidades, em que ele não estava; quando de novo ele tiver passado, nada terá acontecido. Pois não há para aquele intelecto nenhuma missão mais vasta, que conduzisse além da vida humana. Ao contrário, ele é humano, e somente seu possuidor e genitor o tomam tão pateticamente, como se os gonzos do mundo girassem nele. Mas se pudéssemos entender-nos com a mosca, perceberíamos então que também ela bóia no ar com esse páthos e sente em si o centro voante deste mundo. Não há nada tão desprezível e mesquinho na natureza que, com um pequeno sopro daquela força do conhecimento, não transbordasse logo com um odre; e como todo transportador de carga quer ter seu admirador, mesmo o mais orgulhoso dos homens, o filósofo, pensa ver por todos os lados os olhos do universo telescopicamente em mira sobre seu agir e pensar.

É notável que o intelecto seja capaz disso, justamente ele, que foi concedido apenas como meio auxiliar aos mais infelizes, delicados e perecíveis dos seres, para firmá-los um minuto na existência, da qual, sem essa concessão, eles teriam toda razão para fugir tão rapidamente quanto o filho de Lessing. Aquela altivez associada ao conhecer e sentir, nuvem de cegueira pousada sobre os olhos e sentidos dos homens, engana-os pois sobre o valor da existência, ao trazer em si a mais lisonjeira das estimativas de valor sobre o próprio conhecer. Seu efeito mais geral é engano — mas mesmo os efeitos mais particulares trazem em si algo do mesmo caráter.

O intelecto, como um meio para a conservação do indivíduo, desdobra suas forças mestras no disfarce; pois este é o meio pelo qual os indivíduos mais fracos, menos robustos, se conservam, aqueles aos quais está vedado travar uma luta pela existência com chifres ou presas aguçadas. No homem essa arte do disfarce chega a seu ápice, aqui o engano, o lisonjear, mentir e ludibriar, o falar-por-trás-das-costas, o representar, o viver em glória de empréstimo, o mascarar-se, a convenção dissimulante, o jogo teatral diante de outros e diante de si mesmo, em suma, o constante bater de asas em torno dessa única chama que é a vaidade, é a tal ponto a regra e a lei que quase nada é mais inconcebível do que como pôde aparecer entre os homens um honesto e puro impulso à verdade. Eles estão profundamente imersos em ilusões e imagens de sonho, seu olho apenas resvala às tontas pela superfície das coisas e vê “formas”, sua sensação não conduz em parte alguma à verdade, mas contenta-se em receber estímulos e como que dedilhar um teclado às costas das coisas. Por isso o homem, à noite, através da vida, deixa que o sonho lhe minta, sem que seu sentimento moral jamais tentasse impedi-lo; no entanto, deve haver homens que pela força de vontade deixaram o hábito de roncar. O que sabe propriamente o homem de si mesmo! Sim, seria ele sequer capaz de alguma vez perceber-se completamente, como se estivesse em uma vitrina iluminada? Não lhe cala a natureza quase tudo, mesmo sobre seu corpo, para mantê-lo à parte das circunvoluções dos intestinos, do fluxo rápido das correntes sangüíneas, das intrincadas vibrações das fibras, exilado e trancado em uma consciência orgulhosa, charlatã! Ela atirou fora a chave: e ai da fatal curiosidade que através de uma fresta foi capaz de sair uma vez do cubículo da consciência e olhar para baixo, e agora pressentiu que sobre o implacável, o ávido, o insaciável, o assassino, repousa o homem, na indiferença de seu não-saber, e como que pendente em sonhos sobre o dorso de um tigre. De onde neste mundo viria, nessa constelação, o impulso à verdade!
 
"Gosto, como os animais das florestas e dos mares, de me perder durante um grande pedaço, acocorar-me a sonhar num deserto encantador..
E forçar-me a regressar de longe aos meus penates, atrair-me a mim próprio de volta para mim."

Nietzsche

(N devia ter conhecimento acerca do xamanismo também rss)..
 
Última edição:
Nietzschiana

- Meu pai, ah que me esmaga a sensação do nada!
- Já sei, minha filha... é atavismo.

E ela reluzia com as mil cintilações do Êxito intacto.

-Manuel Bandeira

Ps* Não importa o assunto principal do fórum em questão...Sempre que o assunto é Nietzsche tem treta! Alguém precisava estudar seriamente esse fenômeno.
 
"A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez." (Humano, Demasiado Humano)

"A irracionalidade de uma coisa não é um argumento contra a sua existência, mas sim uma condição para ela." (Humano, Demasiado Humano)

"O erro fez dos animais homens; a verdade seria capaz de tornar a fazer do homem um animal?" (Humano, Demasiado Humano)
 
"..... E é o que deve ser o homem para o sobre humano: uma irrisão ou uma vergonha dolorosa."

Do Livro “Nietzsche para Estressados”
Um pequeno manual que reúne 99 máximas do gênio alemão e sua aplicação à várias situações do dia a dia. No livro, cada capítulo é iniciado por um aforismo de Nietzsche, seguido de uma interpretação atual feita por Allan Percy, autor da compilação.

Neste post, estão os 99 aforismos compilados:

1 — Quem tem uma razão de viver é capaz de suportar qualquer coisa.

2 — O destino dos seres humanos é feito de momentos felizes e não de épocas felizes.

3 — Nós nos sentimos bem em meio à natureza porque ela não nos julga.

4 — Precisamos pagar pela imortalidade e morrer várias vezes enquanto estamos vivos.

5 — O valor que damos ao infortúnio é tão grande que, se dizemos a alguém “Como você é feliz!”, em geral somos contestados.

6 — Nossos tesouro está na colmeia de nosso conhecimento. Estamos sempre voltados à essa direção, pois somos insetos alados da natureza, coletores do mel da mente.

7 — A palavra mais ofensiva e a carta mais grosseira são melhores e mais educadas que o silêncio.

8 — Nossa honra não é construída por nossa origem, mas por nosso fim.

9 — O homem que imagina ser completamente bom é um idiota.

10 — As pessoas que nos fazem confidências se acham automaticamente no direito de ouvir as nossas.

11 — Precisamos amar a nós mesmos para sermos capazes de nos tolerar e não levar uma vida errante.

12 — Só quem constrói o futuro tem o direito de julgar o passado.

13 — Alegrando-se por nossa alegria, sofrendo por nosso sofrimento — assim se faz um amigo.

14 — Não devemos ter mais inimigos que as pessoas dignas de ódio, mas tampouco devemos ter inimigos dignos de desprezo. É importante nos orgulharmos de nossos inimigos.

15 — O sucesso sempre foi um grande mentiroso.

16 — O homem é algo a ser superado. Ele é uma ponte, não um objetivo final.

17 — Falar muito de si mesmo pode ser uma forma de se ocultar.

18 — As pessoas nos castigam por nossas virtudes. Só perdoam sinceramente nossos erros.

19 — O reino dos céus é uma condição do coração e não algo que cai na terra ou que surge depois da morte.

20 — O homem é, antes de tudo, um animal que julga.

21 — A melhor arma contra o inimigo é outro inimigo.

22 — Os maiores êxitos não são os que fazem mais ruído e sim nossas horas mais silenciosas.

23 — O indivíduo sempre lutou para não ser absorvido por sua tribo. Se fizer isso, você se verá sozinho com frequência e, às vezes, assustado. Mas o privilégio de ser você mesmo não tem preço.

24 — Quem é ativo aprende sozinho.

25 — Nossas opiniões são a pele na qual queremos ser vistos.

26 — Não há razão para buscar o sofrimento, mas, se ele surgir em sua vida, não tenha medo: encare-o de frente e com a cabeça erguida.

27 — A razão começa na cozinha.

28 — O futuro influi no presente da mesma maneira que o passado.

29 — Não deveríamos tentar deter a pedra que já começou a rolar morro abaixo; o melhor é dar-lhe impulso.

30 — A maneira mais eficaz de corromper o jovem é ensiná-lo a admirar aqueles que pensam como ele e não os que pensam de forma diferente.

31 — Toda queixa contém em si uma agressão.

32 — No amor sempre existe algo de loucura e na loucura sempre existe algo de razão.

33 — Quem deseja aprender a voar deve primeiro aprender a caminhar, a correr, a escalar e a dançar. Não se aprende a voar voando.

34 — Quem luta contra monstros deve ter cuidado para não se transformar em um deles.

35 — São muitas as verdades e, por esse motivo, não existe verdade alguma.

36 — A mentira mais comum é a que o homem usa para enganar a si mesmo.

37 — Deveríamos considerar perdido o dia em que não dançamos nenhuma vez.

38 — Há mais sabedoria no seu corpo do que na sua filosofia mais profunda.

39 — Se ficar olhando muito tempo para o abismo olhará para você.

40 — As posições extremas não são seguidas de posições moderadas, e sim de posições contrárias.

41 — Preciso de companheiros, mas de companheiros vivos, não de cadáveres que eu tenha que levar nas costas por toda parte.

42 — Eis a tarefa mais difícil: fechar a mão aberta do amor e ser modesto como doador.

43 — A arrogância por parte de quem tem mérito nos parece mais ofensiva que a arrogância de quem não o tem: o próprio mérito é ofensivo

44 — Todos os grandes pensamentos são concebidos ao se caminhar.

45 — Quem não sabe guardar suas opiniões no gelo não deveria entrar em debates acalorados.

46 — Dois grandes espetáculos são muitas vezes suficientes para curar uma pessoa apaixonada.

47 — Quem declara que o outro é idiota fica chateado quando, no final, descobre que isso não é verdade.

48 — Amigos deveriam ser mestres em adivinhar e calar: não se deve querer saber tudo.

49 — Usar as mesmas palavras não é garantia de entendimento. É preciso ter experiências em comum com alguém.

50 — Estava só e não fazia outra coisa além de encontrar-se consigo mesmo. Então, aproveitou sua solidão e pensou em coisas muito boas por várias horas.

51 — A potência intelectual de um homem se mede pelo humor que ele é capaz de manifestar.

52 — Gosto dos valentes, mas não basta ser um espadachim: também é preciso saber a quem ferir. E, muitas vezes, abster-se demonstra mais bravura, reservando-se para um inimigo mais digno.

53 — De que vale o ronronar de alguém que não sabe amar, como um gato?

54 — Para chegar a ser sábio, é preciso querer experimentar certas vivências. Mas isso é muito perigoso. Mais de um sábio foi devorado nessa tentativa.

55 — O cérebro verdadeiramente original não é o que enxerga algo novo antes de todo mundo, mas o que olha para coisas velhas e conhecidas, já vistas e revistas por todos, como se fossem novas. Quem descobre algo é normalmente este ser sem originalidade e sem cérebro chamado sorte.

56 — Quem não dispõe de dois terços do dia é um escravo.

57 — O melhor meio de ajudar pessoas muito confusas e deixá-las mais tranquilas é elogiá-las de forma veemente.

58 — O homem amadurece quando reencontra a seriedade que demonstrava em suas brincadeiras de criança.

59 — Ninguém é tão louco que não possa encontrar outro louco que o entenda.

60 — Na maior parte das vezes que não aceitamos uma opinião, isso acontece por causa do tom em que ela foi manifestada.

61 — Acredito que os animais veem o homem como um ser igual a eles que perdeu, de forma extraordinariamente perigosa, a sanidade intelectual animal. Ou seja: veem o homem como um animal irracional, um animal que sorri, que chora, um animal infeliz.

62 — Antes de se casar, pergunte a si mesmo: serei capaz de manter uma boa conversa com essa pessoa até a velhice? Todo o resto é passageiro num matrimônio.

63 — É muito difícil os homens entenderem sua ignorância no que diz respeito a eles mesmos.

64 — Pobre do pensador que não é o jardineiro, mas apenas o canteiro de suas plantas.

65 — Um poeta escreveu em sua porta: “Quem entrar aqui me honrará. Quem não entrar me proporcionará um prazer”.

66 — A verdade é que amamos a vida não porque estamos acostumados a ela, mas porque estamos acostumados com o amor.

67 — O homem é a causa criativa de tudo o que acontece.

68 — Seus maiores bens são seus sonhos.

69 — Quem não sabe dar nada não sabe sentir nada.

70 — As ilusões são certamente prazeres dispendiosos, mas a destruição delas é mais dispendiosa ainda.

71 — A essência de toda arte bela, de arte grandiosa, é a gratidão.

72 — Não é raro encontrar cópias de grandes homens. E, como acontece com os quadros, a maior parte das pessoas parece mais interessada nas cópias do que nos originais.

73 — Quem não teve um bom pai deve procurar um.

74 — Os poços mais profundos vivem suas experiências lentamente: esperam um bom tempo até saberem o que caiu em suas profundezas.

75 — Quando temos muitas coisas para guardar nele, o dia tem 100 bolsos.

76 — Uma alma delicada se sente mal quando sabe que receberá agradecimentos. Uma alma grosseira se sente mal quando sabe que precisa agradecer a alguém.

77 — Não se pode odiar enquanto se menospreza. Não se pode odiar mais intensamente um indivíduo desprezado do que um igual ou superior.

78 — Quantos homens sabem observar? E, desses poucos que sabem, quantos observam a si próprios? “Cada pessoa é o ser mais distante de si mesmo.”

79 — A guerra emburrece o vencedor e deixa o vencido rancoroso.

80 — Cada mestre não tem mais que um aluno e esse aluno lhe será infiel, pois está predestinado a ser mestre também.

81 — O mundo real é muito menor que o mundo da imaginação.

82 — Se você for magoado por um amigo, diga a ele: “Eu o perdoo pelo que me fez, mas como poderia perdoá-lo pelo que fez a si mesmo?”

83 — A esperança é muito mais estimulante que a sorte.

84 — O que não nos mata nos fortalece.

85 — Quem vê mal sempre vê pouco. Quem escuta mal sempre escuta demais.

86 — Toda vez que me elevo, sou perseguido por um cachorro chamado Ego.

87 — Todo idealismo perante a necessidade é um engano.

88 — Você tem o seu caminho. Eu tenho o meu. O caminho correto e único não existe.

89 — Toda convicção é uma prisão.

90 — Nossa vida nos parece muito mais bonita quando deixamos de compará-la com as dos outros.

91 — As pessoas esquecem de seus erros depois de confessá-los ao outro, mas o outro normalmente não se esquece.

92 — Eis a fórmula da felicidade: um sim, um não, uma linha reta, uma meta.

93 — A melhor maneira de começar o dia é se comprometer a fazer feliz ao menos uma pessoa antes de o sol se pôr.

94 — A simplicidade e a naturalidade são o objetivo supremo e último da cultura.

95 — A vida não é muito curta para que fiquemos entediados?

96 — Não atacamos apenas para machucar o outro, para vencê-lo, mas, algumas vezes, pelo simples desejo de adquirir consciência de nossa força.

97 — Nossas carências são os melhores professores, mas nunca mostramos gratidão diante dos bons mestres.

98 — Quem fica remoendo alguma coisa se comporta de maneira tão tola quanto o cachorro que morde a pedra.

99 — O amor não é consolo — é luz.
 
A educação consiste no condicionamento de um indivíduo, através da promessa de várias compensações e vantagens, de modo a que ele adopte um modo de pensar e se comportar que, logo que se tornem um hábito, instinto ou paixão, os dominarão «para o bem geral» mas, em última instância, para sua própria desvantagem. Somos vítimas das nossas virtudes, que nos transformam numa mera função do todo social. (A Gaia Ciência)

Causa e efeito. Dizemos que a ciência «explica», mas, na realidade, apenas «descreve». Descrevemos hoje melhor, mas explicamos tão pouco quanto todos os nossos predecessores. Descobrimos uma sucessão múltipla onde o homem ingénuo e o investigador das civilizações mais antigas via apenas duas coisas: «causa» e «efeito», como se costumava dizer. E deduzimos: isto e isto tem de se dar primeiro para que depois se siga aquilo - mas, com isso, não compreendemos nada de nada. Em qualquer processo químico, por exemplo, as transformações continuam, tal como antes, a aparecer como um «milagre». E como haveríamos nós de poder explicá-las? Operamos unicamente com coisas que não existem, com linhas, com superfícies, corpos, átomos, tempos divisíveis, espaços divisíveis! Como seria possível sequer uma explicação, se traduzimos tudo primeiro numa imagem, na nossa própria imagem! Na verdade, temos à nossa frente um continuum, de que isolamos algumas partes, da mesma maneira que, num movimento, nos apercebemos apenas de pontos isolados e, portanto, não vemos, na realidade, esse movimento, mas deduzimos que existe. Um intelecto que visse a causa e o efeito como um continuum, e não, à nossa maneira, como parcelamento e fragmentação arbitrários, que visse o curso do acontecer, repudiaria o conceito de causa e efeito e negaria toda a condicionalidade. (A Gaia Ciência)
 
A nós, filósofos, não nos é dado distinguir entre corpo e alma, como faz o povo, e menos ainda diferenciar alma de espírito. Não somos batráquios pensantes, não somos aparelhos de objetivar e registrar, de entranhas congeladas – temos de continuamente parir nossos pensamentos em meio a nossa dor, dando-lhes maternalmente todo o sangue, coração, fogo, prazer, paixão, tormento, consciência, destino e fatalidade que há em nós. Viver – isto significa, para nós, transformar continuamente em luz e flama tudo o que somos, e também tudo o que nos atinge; não podemos agir de outro modo” – Nietzsche, Gaia Ciência
 
"A magnitude de um 'avanço', inclusive, se mede pela massa daquilo que teve de lhe ser sacrificado; a humanidade enquanto massa sacrificada ao florescimento de uma mais forte espécie de homem - isto seria um avanço..." (Genealogia da Moral)
 
"O homem do conhecimento deve ser capaz não só de amar seus inimigos, mas também de odiar seus amigos."
 
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