- 24/10/2005
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Geneticistas disseram na quinta-feira, depois de examinar o DNA de centenas de bactérias que habitam o organismo do homem, que talvez não sejamos totalmente humanos.
As bactérias são tão importantes para funções como digestão e sistema imunológico que talvez possamos ser considerados organismos realmente simbióticos - ou seja, que têm uma relação de dependência mútua com outra espécie -, segundo artigo publicado na edição de sexta-feira da revista Science.
O estudo de bactérias nativas do organismo humano pode fornecer pistas importantes sobre doenças, nutrição, obesidade e o funcionamento de medicamentos, de acordo com a equipe do Instituto de Pesquisa Genômica (TIGR, na sigla em inglês), de Maryland (EUA).
"Somos de certa forma como um amálgama, uma mistura de bactérias e células humanas. Algumas estimativas dizem que 90% das células no nosso corpo na verdade são bactérias", disse Steven Gill, ex-pesquisador do TIGR e agora cientista da Universidade do Estado de Nova York, por telefone.
"Somos totalmente dependentes desta população microbiana para o nosso bem-estar. Uma mudança dentro desta população, frequentemente levando à ausência ou presença de micróbios benéficos, pode desencadear efeitos no metabolismo e o desenvolvimento de doenças como inflamações intestinais."
Há muito tempo os cientistas sabem que pelo menos 50% das fezes humanas são constituídas de bactérias. Elas começam a colonizar o intestino e o cólon pouco depois do nascimento, e os adultos carregam até 100 trilhões de micróbios, de mais de mil espécies.
Eles não estão lá só de carona. Ajudam os humanos a digerir o que comem, inclusive algumas vitaminas, açúcares e fibras. Também sintetizam vitaminas que as pessoas por si só não conseguem produzir.
"Os humanos evoluíram durante milhões de anos com estas bactérias, e elas realizam funções essenciais", disse Gill.
Os cientistas sequenciaram o DNA achado em fezes doadas por três adultos. Descobriram que grande parte era o material genético de bactérias.
Eles compararam as sequências genéticas às de bactérias conhecidas e ao genoma humano, e descobriram que esse chamado microbioma do cólon ¿a soma do material genético do intestino grosso¿ inclui mais de 60 mil genes, o dobro do encontrado no genoma humano.
"De todas as sequências de DNA no material, apenas de 1 a 5% não era bacteriano", disse Gill. "Ficamos surpresos."
Eles também encontraram um número surpreendente de archaea, ou archaebactérias, que são geneticamente diferentes das bactérias, mas também são organismos unicelulares, normalmente encontrados em ambientes com condições extremas, como fontes termais.
Os doadores eram adultos saudáveis, que não haviam tomado antibióticos no período de um ano, pois esse tipo de medicamento perturba as bactérias do corpo.
Gill disse que sua equipe agora pretende fazer uma comparação com as bactérias intestinais de diversas pessoas.
"O estudo ideal seria comparar 20, 30 pessoas de diferentes origens étnicas, diferentes dietas, se bebem, fumam, e assim por diante, porque acho que haverá diferenças notáveis", afirmou Gill.
O próximo estudo, segundo o pesquisador, vai se debruçar sobre as bactérias da boca, onde há pelo menos 800 espécies.
fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1030432-EI296,00.html
As bactérias são tão importantes para funções como digestão e sistema imunológico que talvez possamos ser considerados organismos realmente simbióticos - ou seja, que têm uma relação de dependência mútua com outra espécie -, segundo artigo publicado na edição de sexta-feira da revista Science.
O estudo de bactérias nativas do organismo humano pode fornecer pistas importantes sobre doenças, nutrição, obesidade e o funcionamento de medicamentos, de acordo com a equipe do Instituto de Pesquisa Genômica (TIGR, na sigla em inglês), de Maryland (EUA).
"Somos de certa forma como um amálgama, uma mistura de bactérias e células humanas. Algumas estimativas dizem que 90% das células no nosso corpo na verdade são bactérias", disse Steven Gill, ex-pesquisador do TIGR e agora cientista da Universidade do Estado de Nova York, por telefone.
"Somos totalmente dependentes desta população microbiana para o nosso bem-estar. Uma mudança dentro desta população, frequentemente levando à ausência ou presença de micróbios benéficos, pode desencadear efeitos no metabolismo e o desenvolvimento de doenças como inflamações intestinais."
Há muito tempo os cientistas sabem que pelo menos 50% das fezes humanas são constituídas de bactérias. Elas começam a colonizar o intestino e o cólon pouco depois do nascimento, e os adultos carregam até 100 trilhões de micróbios, de mais de mil espécies.
Eles não estão lá só de carona. Ajudam os humanos a digerir o que comem, inclusive algumas vitaminas, açúcares e fibras. Também sintetizam vitaminas que as pessoas por si só não conseguem produzir.
"Os humanos evoluíram durante milhões de anos com estas bactérias, e elas realizam funções essenciais", disse Gill.
Os cientistas sequenciaram o DNA achado em fezes doadas por três adultos. Descobriram que grande parte era o material genético de bactérias.
Eles compararam as sequências genéticas às de bactérias conhecidas e ao genoma humano, e descobriram que esse chamado microbioma do cólon ¿a soma do material genético do intestino grosso¿ inclui mais de 60 mil genes, o dobro do encontrado no genoma humano.
"De todas as sequências de DNA no material, apenas de 1 a 5% não era bacteriano", disse Gill. "Ficamos surpresos."
Eles também encontraram um número surpreendente de archaea, ou archaebactérias, que são geneticamente diferentes das bactérias, mas também são organismos unicelulares, normalmente encontrados em ambientes com condições extremas, como fontes termais.
Os doadores eram adultos saudáveis, que não haviam tomado antibióticos no período de um ano, pois esse tipo de medicamento perturba as bactérias do corpo.
Gill disse que sua equipe agora pretende fazer uma comparação com as bactérias intestinais de diversas pessoas.
"O estudo ideal seria comparar 20, 30 pessoas de diferentes origens étnicas, diferentes dietas, se bebem, fumam, e assim por diante, porque acho que haverá diferenças notáveis", afirmou Gill.
O próximo estudo, segundo o pesquisador, vai se debruçar sobre as bactérias da boca, onde há pelo menos 800 espécies.
fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1030432-EI296,00.html